Capítulo 4 - Festa de Família

1450 Words
Desde que descobriu a Pastelaria, Júlio a frequentava todos os dias na esperança de ver Anaíse. Ela m*l falava com ele, pois passava a maior parte do tempo na cozinha, e saia apenas para levar ou buscar á filha ao colégio. Numa linda manhã de sábado, ele a encontrou no parque a passear com a menina. As duas divertiam - se muito e observavam os patos no pequeno lago. - Mamã! Podemos comprar gelado? Por favor. - Claro meu amor. Vamos até a sorveteria da Laura. Estavam a caminho, quando se cruzaram com Júlio que cumprimentou Anaíse.... - Bom dia senhorita Miranda. - Bom dia Senhor Júlio. - Por favor! Nada de senhor. Júlio é melhor. - E eu prefiro que me chame de Ana. - Está bem Ana. E tu Princesa. Como te chamas? - Eu sou a Kailane. - Kailane? Como a pastelaria de sua mãe? - Sim. É verdade. - Que maravilha. Posso acompanhá - las? Ele perguntou olhando e sorrindo para Anaíse. - Claro. Vamos tomar um sorvete pois está muito quente. Começaram a andar de novo. Júlio era simpático e deixou Anaíse a vontade. Já na sorveteria, enquanto Kailane tomava o seu, eles conversaram e Anaíse ficou a saber que ele era um fotográfo profissional. Estava agora a morar em Lisboa, pois precisava de férias da sua profissão. - É verdade que a sua pastelaria já ganhou muitos prêmios Ana? - É sim Júlio. A minha avó é a verdadeira vencedora. Eu apenas a incentivei a lutar por eles. - Que óptimo. E porquê o nome da sua filha? - Porque a minha avó passou a pastelaria para o nome dela. Até ela atingir 18 anos, eu tomo conta de tudo. - E o pai dela? - Desculpa Júlio. Tu pareces ser um bom homem, mas esse assunto não te diz respeito. - É verdade. Peço desculpas. Não te quis aborrecer. - Tudo bem. Filha! Vamos embora. A Vó Dulce nos espera. - Ana! Saiba que apenas quero a sua amizade e não vou me intrometer na sua vida. - Obrigada Júlio. Até mais. Filha vamos. - Tchau Júlio. - Tchau Princesa. Ao chegar com a filha em casa, Anaíse pensou nas palavras de Júlio e achou que não seria nada m*l ter Júlio como amigo. - Kai! Você gostou do Júlio? - Sim mamã. Ele é simpático. - É mesmo. Queres me ajudar com o almoço? - Sim quero. Vou buscar o meu uniforme. - Anaíse! É você filha? - Sim avó. Está tudo bem? - Sim. A Maria Clara ligou e disse que tem uma óptima notícia para te dar. - Uau! Ela adiantou alguma coisa? - Não querida. Mas pediu que ligasses o mais breve possível. - Está bem. Obrigada avozinha. Vou trocar de roupa e venho te ajudar antes que isso fique cheio. - Obrigada querida. Anaíse trocou de roupa. Já de uniforme desceu para ajudar a avó a preparar o almoço. No sábado havia maior movimento e Letícia já tinha muito trabalho no balcão. - Avó. Acho que vamos precisar de contratar mais pessoal. - Tens razão filha. Desde que ganhamos  aqueles prêmios este lugar se tornou bastante requisitado. - Calma avozinha. Eu trato disso. - Está bem filha. Tem que ser rápido, pois agora somos famosas. Dona Dulce sorriu com as suas palavras. O lado do restaurante  estava cada vez mais com um grande movimento. Tiveram que ampliar, pois a procura era cada vez maior. - Mamã. A avó Fátima não pode vir nos visitar? - Oh meu amor. É claro que ela pode. - Mas! Eu quero muito ver ela e o avô José. - Princesa! Eu prometo que eles vão estar aqui para passar a páscoa connosco. Só falta uma semana. Está bem? - Está bem  Já posso ir para o meu quarto? - Podes sim filha. Depois eu levo o teu almoço. Depois da filha sair da cozinha, Anaíse sentou e respirou fundo... - Ai avó! Não sei o que fazer. - Calma querida. Ela apenas está com saudades deles. - Eu sei. Tenho medo que me pergunte sobre....o pai dela. - Filha. Aquele homem não merece ser chamado de pai dela. - Eu sei. Mas não quero que a minha filha tenha o coração cheio de ódio. - Eu também não quero. Mas prometo que quando estiveres pronta para contar tudo a ela, eu vou vou te apoiar. - Obrigada avozinha. Bem! Vou ligar para Clara e aproveito para saber sobre a vinda de todos. - Faça isso. Anaíse foi até á varanda para ter mais privacidade. Ela comprou uma casa de dois andares. A pastelaria e o restaurante ficavam na parte de baixo. Ela e a avó estavam no primeiro andar. O segundo tinha 5 quartos vagos e o primeiro andar tinha 4. Ainda no rés do chão havia um escritório e uma sala onde Kailane brincava e fazia os seus deveres da escola. Na parte de trás havia um quintal enorme e tinha muito espaço para receber toda a família Miranda. - Alô! Ana? - Olá irmã. Como estás? - Estou bem. Cheia de saudades. - Eu também. Espero vocês na Páscoa. - Pode esperar. O Lucas e o João estão ansiosos para ver a Kailane. - Que bom! Ela também está ansiosa. Mas! A vovó disse que tinhas uma boa notícia para mim. - Sim. A Aneth voltou para o Brasil. - O quê? Ai meu pai. Que notícia maravilhosa. - É mesmo irmã. Ela quer muito te ver e vai passar uma temporada contigo aí em Portugal. - Ah Clara. Estou tão feliz. - Eu sei mana. Em uma semana estaremos todas juntas. - Com certeza. Te amo irmã. - Também te amo maninha. Anaíse desligou e foi dar o almoço para a sua filha. Depois de a convencer a fazer a sesta, sentou para almoçar quando o seu celular tocou e não reconheceu o número. - Alô! - Anaíse? - Sim. Quem fala. - Júlio. O fotográfo. - Ah! Olá. A que devo a honra? - Gostaria de convidá - lá para ir ao  cinema hoje. Aceita? - Sim. Eu aceito. Preciso mesmo me distrair. Mas como conseguiste o meu número? - Peguei um cartão no balcão e havia vários números lá.  Apenas arrisquei  Posso vir te pegar ás 18:00 horas? - Claro que sim.  Até logo. - Quem era filha? - O Júlio avó. O nosso novo vizinho. - Vocês vão sair? - Sim. Vamos ao cinema. - Que bom filha. Você trabalha demais. - Eu sei. Somos amigos e quero aproveitar isso. Vou tentar confiar nele. - Faz isso. Eu e a Kailane ficaremos bem. A semana foi passando.  Anaíse e Júlio estavam cada vez mais próximos, e descobriram que tinham muito em comum. Ele estava visívelmente a se apaixonar por ela, mas não dizia nada por valorizar a  compania dela e de Kailane também. Chegou a semana da Páscoa. Dona Dulce foi buscar a família ao aeroporto e Anaíse ficou a cuidar de tudo. Kailane estava ansiosa para ver os avós, a tia e o seu primo Lucas. Ela estava parada diante da janela. Júlio também tinha sido convidado para a festa, e estava a ajudar Anaíse nos preparativos. - Mamã! A Vó Dulce ainda vai demorar? - Não sei querida. Mas fica calma que logo o Lucas vai estar aqui. - Princesa! Você quer um suco de laranja? - Não obrigada Júlio. Eu quero apenas esperar o Lucas. Ouviu - se uma buzina e ela correu para a porta. - Lucas, Lucas! Lucas o filho de Maria Clara tinha 6 anos e adorava a prima. Eles eram muito amigos e sempre que estivam juntos não se desgrudavam. - Olá meu amor! - Avó Fátima.....Ela correu para dar  abraço. Depois de cumprimentar todos, Kailane e Lucas foram brincar. Anaíse saiu e foi abraçar seus pais. - Mãe! Pai! Que saudades....Ela não conseguiu evitar as lágrimas. - Filha! Meu amor. Anaíse abraçou também sua irmã e o cunhado. Foi então que alguém buzinou. Era Aneth. Ela adorava dirigir e alugou um carro no aeroporto. - Anaíse? - Não acredito. Aneth..... As duas amigas se abraçaram enquanto os outros entravam para se instalarem. - Tens muito para me contar Ana. - Eu sei amiga  Mais tarde falamos está bem? Júlio surgiu e Anaíse apresentou - o á sua família. - É um prazer conhecer a todos. Ana! A tua família é linda. - Obrigada Júlio. Depois de instalados, a festa começou. Havia risos e muita boa disposição no ar. Anaíse estava bem feliz e queria continuar assim. O que ela não imaginava, é que o destino tinha preparado para ela uma grande surpresa. Mas esta não seria tão agradável.
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