Desde que descobriu a Pastelaria, Júlio a frequentava todos os dias na esperança de ver Anaíse.
Ela m*l falava com ele, pois passava a maior parte do tempo na cozinha, e saia apenas para levar ou buscar á filha ao colégio.
Numa linda manhã de sábado, ele a encontrou no parque a passear com a menina.
As duas divertiam - se muito e observavam os patos no pequeno lago.
- Mamã! Podemos comprar gelado? Por favor.
- Claro meu amor.
Vamos até a sorveteria da Laura.
Estavam a caminho, quando se cruzaram com Júlio que cumprimentou Anaíse....
- Bom dia senhorita Miranda.
- Bom dia Senhor Júlio.
- Por favor! Nada de senhor.
Júlio é melhor.
- E eu prefiro que me chame de Ana.
- Está bem Ana.
E tu Princesa. Como te chamas?
- Eu sou a Kailane.
- Kailane?
Como a pastelaria de sua mãe?
- Sim. É verdade.
- Que maravilha.
Posso acompanhá - las?
Ele perguntou olhando e sorrindo para Anaíse.
- Claro.
Vamos tomar um sorvete pois está muito quente.
Começaram a andar de novo.
Júlio era simpático e deixou Anaíse a vontade.
Já na sorveteria, enquanto Kailane tomava o seu, eles conversaram e Anaíse ficou a saber que ele era um fotográfo profissional.
Estava agora a morar em Lisboa, pois precisava de férias da sua profissão.
- É verdade que a sua pastelaria já ganhou muitos prêmios Ana?
- É sim Júlio.
A minha avó é a verdadeira vencedora.
Eu apenas a incentivei a lutar por eles.
- Que óptimo.
E porquê o nome da sua filha?
- Porque a minha avó passou a pastelaria para o nome dela.
Até ela atingir 18 anos, eu tomo conta de tudo.
- E o pai dela?
- Desculpa Júlio.
Tu pareces ser um bom homem, mas esse assunto não te diz respeito.
- É verdade.
Peço desculpas. Não te quis aborrecer.
- Tudo bem.
Filha! Vamos embora.
A Vó Dulce nos espera.
- Ana! Saiba que apenas quero a sua amizade e não vou me intrometer na sua vida.
- Obrigada Júlio.
Até mais.
Filha vamos.
- Tchau Júlio.
- Tchau Princesa.
Ao chegar com a filha em casa, Anaíse pensou nas palavras de Júlio e achou que não seria nada m*l ter Júlio como amigo.
- Kai! Você gostou do Júlio?
- Sim mamã. Ele é simpático.
- É mesmo.
Queres me ajudar com o almoço?
- Sim quero.
Vou buscar o meu uniforme.
- Anaíse! É você filha?
- Sim avó.
Está tudo bem?
- Sim.
A Maria Clara ligou e disse que tem uma óptima notícia para te dar.
- Uau! Ela adiantou alguma coisa?
- Não querida.
Mas pediu que ligasses o mais breve possível.
- Está bem.
Obrigada avozinha.
Vou trocar de roupa e venho te ajudar antes que isso fique cheio.
- Obrigada querida.
Anaíse trocou de roupa.
Já de uniforme desceu para ajudar a avó a preparar o almoço.
No sábado havia maior movimento e Letícia já tinha muito trabalho no balcão.
- Avó.
Acho que vamos precisar de contratar mais pessoal.
- Tens razão filha.
Desde que ganhamos aqueles prêmios este lugar se tornou bastante requisitado.
- Calma avozinha.
Eu trato disso.
- Está bem filha.
Tem que ser rápido, pois agora somos famosas.
Dona Dulce sorriu com as suas palavras.
O lado do restaurante estava cada vez mais com um grande movimento.
Tiveram que ampliar, pois a procura era cada vez maior.
- Mamã.
A avó Fátima não pode vir nos visitar?
- Oh meu amor.
É claro que ela pode.
- Mas! Eu quero muito ver ela e o avô José.
- Princesa! Eu prometo que eles vão estar aqui para passar a páscoa connosco.
Só falta uma semana. Está bem?
- Está bem
Já posso ir para o meu quarto?
- Podes sim filha.
Depois eu levo o teu almoço.
Depois da filha sair da cozinha, Anaíse sentou e respirou fundo...
- Ai avó! Não sei o que fazer.
- Calma querida.
Ela apenas está com saudades deles.
- Eu sei.
Tenho medo que me pergunte sobre....o pai dela.
- Filha. Aquele homem não merece ser chamado de pai dela.
- Eu sei.
Mas não quero que a minha filha tenha o coração cheio de ódio.
- Eu também não quero.
Mas prometo que quando estiveres pronta para contar tudo a ela, eu vou vou te apoiar.
- Obrigada avozinha.
Bem! Vou ligar para Clara e aproveito para saber sobre a vinda de todos.
- Faça isso.
Anaíse foi até á varanda para ter mais privacidade.
Ela comprou uma casa de dois andares. A pastelaria e o restaurante ficavam na parte de baixo.
Ela e a avó estavam no primeiro andar.
O segundo tinha 5 quartos vagos e o primeiro andar tinha 4.
Ainda no rés do chão havia um escritório e uma sala onde Kailane brincava e fazia os seus deveres da escola.
Na parte de trás havia um quintal enorme e tinha muito espaço para receber toda a família Miranda.
- Alô! Ana?
- Olá irmã. Como estás?
- Estou bem.
Cheia de saudades.
- Eu também. Espero vocês na Páscoa.
- Pode esperar.
O Lucas e o João estão ansiosos para ver a Kailane.
- Que bom! Ela também está ansiosa.
Mas! A vovó disse que tinhas uma boa notícia para mim.
- Sim.
A Aneth voltou para o Brasil.
- O quê?
Ai meu pai.
Que notícia maravilhosa.
- É mesmo irmã.
Ela quer muito te ver e vai passar uma temporada contigo aí em Portugal.
- Ah Clara.
Estou tão feliz.
- Eu sei mana.
Em uma semana estaremos todas juntas.
- Com certeza.
Te amo irmã.
- Também te amo maninha.
Anaíse desligou e foi dar o almoço para a sua filha.
Depois de a convencer a fazer a sesta, sentou para almoçar quando o seu celular tocou e não reconheceu o número.
- Alô!
- Anaíse?
- Sim. Quem fala.
- Júlio. O fotográfo.
- Ah! Olá.
A que devo a honra?
- Gostaria de convidá - lá para ir ao cinema hoje.
Aceita?
- Sim.
Eu aceito.
Preciso mesmo me distrair.
Mas como conseguiste o meu número?
- Peguei um cartão no balcão e havia vários números lá.
Apenas arrisquei
Posso vir te pegar ás 18:00 horas?
- Claro que sim.
Até logo.
- Quem era filha?
- O Júlio avó.
O nosso novo vizinho.
- Vocês vão sair?
- Sim.
Vamos ao cinema.
- Que bom filha.
Você trabalha demais.
- Eu sei.
Somos amigos e quero aproveitar isso.
Vou tentar confiar nele.
- Faz isso.
Eu e a Kailane ficaremos bem.
A semana foi passando.
Anaíse e Júlio estavam cada vez mais próximos, e descobriram que tinham muito em comum.
Ele estava visívelmente a se apaixonar por ela, mas não dizia nada por valorizar a compania dela e de Kailane também.
Chegou a semana da Páscoa.
Dona Dulce foi buscar a família ao aeroporto e Anaíse ficou a cuidar de tudo.
Kailane estava ansiosa para ver os avós, a tia e o seu primo Lucas.
Ela estava parada diante da janela.
Júlio também tinha sido convidado para a festa, e estava a ajudar Anaíse nos preparativos.
- Mamã! A Vó Dulce ainda vai demorar?
- Não sei querida.
Mas fica calma que logo o Lucas vai estar aqui.
- Princesa! Você quer um suco de laranja?
- Não obrigada Júlio.
Eu quero apenas esperar o Lucas.
Ouviu - se uma buzina e ela correu para a porta.
- Lucas, Lucas!
Lucas o filho de Maria Clara tinha 6 anos e adorava a prima.
Eles eram muito amigos e sempre que estivam juntos não se desgrudavam.
- Olá meu amor!
- Avó Fátima.....Ela correu para dar abraço.
Depois de cumprimentar todos, Kailane e Lucas foram brincar.
Anaíse saiu e foi abraçar seus pais.
- Mãe! Pai!
Que saudades....Ela não conseguiu evitar as lágrimas.
- Filha! Meu amor.
Anaíse abraçou também sua irmã e o cunhado.
Foi então que alguém buzinou.
Era Aneth.
Ela adorava dirigir e alugou um carro no aeroporto.
- Anaíse?
- Não acredito.
Aneth.....
As duas amigas se abraçaram enquanto os outros entravam para se instalarem.
- Tens muito para me contar Ana.
- Eu sei amiga
Mais tarde falamos está bem?
Júlio surgiu e Anaíse apresentou - o á sua família.
- É um prazer conhecer a todos.
Ana! A tua família é linda.
- Obrigada Júlio.
Depois de instalados, a festa começou.
Havia risos e muita boa disposição no ar.
Anaíse estava bem feliz e queria continuar assim.
O que ela não imaginava, é que o destino tinha preparado para ela uma grande surpresa.
Mas esta não seria tão agradável.