5º Capítulo

2665 Words
Larissa Narrando. Eu não saia mais do morro, eu precisava do Pedro Henrique, depois que fui pra São Paulo não consegui esquecer ele, e por mais que quando jovem eu tivesse uma mente fraca, agora eu tinha mudado, eu estava quase conseguindo seu perdão quando começaram a invadir aquela p***a. Peguei um fuzil no armário, um colete e sai da boca, me posicionei em um beco e comecei a atirar nos caras, fiquei ali por mais vinte minutos até matarmos todos os invasores, ou melhor quase todos porque alguns fugiram pelo morrão. Voltei pra boca pra tentar conversar com o Pedro Henrique, sentei do lado do Baiano. Larissa - E a Fabiana como ta? Baiano - Bem. Ela sente sua falta. Larissa - Eu também sinto a dela. Baiano - Vocês eram melhores amigas antes de se casarem né. Larissa - Sim. Baiano - Porque você traiu o Pedro, Larissa? Ele gosta de você de verdade mano. Larissa - Eu era cabeça fraca Bruno. Não aceitava ele me trair então quis dar o troco, eu imaginei que fosse apanhar e não ser expulsa do morro. Baiano - Tu sabe que ele não é assim, bater em mulher é mó covardia. Larissa - Eu me arrependi. Baiano - Agora eu não sei se isso vai adiantar muita coisa. Na hora a Fabiana entrou na boca igual louca. Fabiana - Quem é a vagabunda que ta dando em cima do Bruno? Eu vou matar! Ela tava gritando toda afobada, isso me lembrou quando nós começamos a morar aqui e nosso início de namoro com eles, todo dia era um coro diferente em uma p*****a. Fabiana - Larissa? Larissa - Oi Fabi. - Me levantei e dei um sorriso. Ela me abraçou e em seguida começou a me estapear. Fabiana - Sua v***a, quem você pensa que é pra me abandonar? E depois voltar e não ir me ver? Larissa - Desculpa, mas já é estranho eu aparecer todo dia na boca pra falar com o Pedro, você não acha? Antes que ela me respondesse entraram dois fogueteiros desesperados. Xx - O Cabeção levou o patrão. Todos - O QUE? Bruna Narrando. Ganhamos na sinuca de novo. Eu já tava irritada com esses menino cachorro filho da mãe então nem dei muita ideia, fui comer de novo e depois deitei pra queimar mais um pouquinho, queria ficar com marquinha. Sabrina - Cadê os meninos? Daniele - Eles sumiram. Laura - É melhor vocês nem saberem... Bruna - Porque? Laura - O Matheus e o Leonardo tão pegando duas meninas ali. O Lucas, o Thiago e o Felipe tão jogando sinuca com mais um cara. Na hora que ela falou eu levantei morrendo de raiva. Bruna - Onde? Ela apontou lá pro canto perto do tobogã, o Matheus tava pegando uma loira aguada e o Léo uma ruiva. Fiquei boladona e me joguei na piscina pra esfriar a cabeça, se é assim que ele quer ok, pega geral, mas eu ele não pega nunca mais. A Dani tava meio triste né, ela gosta do meu irmão, fiquei com dó mas fazer o que, meu irmão não tem jeito. Esses trouxas vão ver Chegaram três meninos e uma menina, ela era namorada de um deles e um dos outros dois, branquinho do cabelo preto e olho castanho claro ficou me olhando, sorri pra ele e o mesmo retribuiu. Fiquei brincando lá na água sozinha mesmo e depois fui jogar sinuca com o Thiago, Lucas e Felipe. Thiago - Cadê os dois retardado? Bruna - Tão engolindo umas p*****a lá perto do tobogã. Os meninos pararam de jogar e foram olhar. Revirei os olhos e joguei lá, encaçapei uma bola e na segunda vez separei umas que tavam juntas. Eles voltaram rindo e eu fechei a cara, na hora eles ficaram quietos e continuaram a jogar. Eu ganhei novamente, tava adorando jogar sinuca, fui lá comprar umas batatas e uma coca, na hora vieram o Léo e o Matheus com a cara mais lavada do mundo. Léo - Me da ai zé. - Ele veio enfiando a mão e eu puxei a batata. Bruna - Oxi, compra. O pai te deu dinheiro também. Matheus - E pra mim? Bruna - Compra também, vocês não são meus filhos pra mim ter que sustentar. Sai de lá e fui pro parquinho lá, os balanços eram pequenos e nem cabia minha b***a, olhei pro lado e tinha um maiorzinho, sentei nele e fiquei tomando minha Coca, até que aquele menino apareceu e sentou do meu lado. Xx - Oi. - Ele sorriu. Bruna - Oi. Xx - Qual seu nome? Bruna - Bruna e o seu? Xx - Guilherme. Bruna - Satisfação Guilherme - Tem namorado? Bruna - Não e você? Guilherme - Também não. Me passa seu w******p? Passei meu número pra ele. Guilherme - Posso pedir outra coisa também? Bruna - Depende. O que? Guilherme - Um beijo. Sorri e me aproximei dele, ele veio e selou nossos lábios, fechei meus olhos e nós iniciamos um beijo calmo e cheio de desejo, coloquei a mão na nuca dele e ele em minha cintura, fomos aumentando o ritmo do beijo aos poucos e paramos ao ouvir uma tosse. Olhei para o lado e o Léo tava lá. Os meninos estavam nos observando lá da sinuca. Léo - Atrapalho? Bruna - Sim. Léo - Vai ficar agarrando qualquer um que aparecer? Deixa de ser feia Bruna. Bruna - Se manca Leonardo Ele pegou meu braço e foi me puxando. Bruna - Daqui a pouco a gente se vê - Mandei beijo pro Guilherme. Em seguida puxei meu braço. Bruna - Vai tomar no ** e agarrar sua vagabundinha do cabelo de fogo Leonardo, me esquece. Sai brava e ele se surpreendeu achando que eu não tinha visto.. Curtimos mais um tempinho lá no clube e fomos embora, fui o caminho todo calada porque tava bolada com o Leonardo. Quando chegamos o morro tava super calmo, os bares fechados e tinha sangue nas ruas, que estranho, meu coração acelerou. Léo - Você acha que..? Bruna - Vai pra boca! Ele acelerou e chegamos lá em um segundo, saímos de dentro do carro desesperados e quando entramos a sala tava lotada de n**o e o tio Baiano e aquela mulher lá tavam falando. Bruna - Cadê meu pai? - Comecei a gritar. - O que aconteceu aqui? Baiano - Fabiana leva a Bruna lá pra casa. Bruna - Não! Eu quero meu pai. Fabi - Vamos querida. Ela me forçou a sair de lá e nós fomos pra casa dela, entrei lá e me sentei no sofá, eu já estava tremendo e algumas lágrimas escorriam pelo meu rosto. Bruna - Tia cadê meu pai? Porque eu não posso ficar lá? Fabi - Sabrina pega uma água com açúcar pra Bruna. Na hora os meninos desceram as escadas. Thiago - O que aconteceu com ela? - Ele me olhou assustado. O Léo estava encostado na parede com as mãos no bolso olhando pro teto. A Sabrina voltou com a água e me deu, eu bebi de uma vez. Bruna - Tia por favor, me diz onde meu pai ta. Fabi - Isso não é assunto de criança. Bruna - Eu não sou criança tia. Fabi - Bruna, é complicado.. Bruna - Não importa. Fabi - Hoje teve invasão da Grota. Sabrina - O que? E o que pegou? Fabi - A gente ganhou. Sabrina - Graças a Deus. Fabi - Mas o Cabeção levou o Pedro e ele ta de refém. Bruna - O que? - Minha voz começou a falhar e as lágrimas escorreram aos montes, em questão de segundos minha visão já estava embaçada e eu soluçava de tanto chorar. Larissa Narrando. Estávamos tentando bolar um jeito de salvar o Pedro, mas com ele de refém as coisas ficavam mais difíceis. Bruno - Vamos ter que esperar Larissa - Não! Eu vou lá. Bruno - Ta maluca? Você vai morrer. Larissa - Olha eu devo uma pro Pedro mesmo e sem ele eu não vou perder nada morrendo. Bruno - Vai perder seus filhos. Larissa - Eles nem sabem que eu sou mãe deles. Você acha que eles vão me perdoar por todos esses anos longe deles? Sem dar notícias ou explicações? Bruno - Larissa não faz isso mano Larissa - Já está decidido. Entrei no quartinho da boca, pus um colete e abri uma gaveta, tinha uma 38 carregada lá dentro, coloquei no coldre da coxa, uma 762 com luneta de longa distância + silenciador adaptado na bandoleira, coloquei uma roupa toda preta e enchi minha mochila de munição, granadas, coloquei duas facas e uma glock. O Bruno entrou. Bruno - Toma cuidado. - Ele me abraçou e eu retribui o abraço. Esperei até ficar de madrugada e subi em uma moto que tinha na boca, sai rasgando pela quebrada e cortei caminho pelo morro que já caia na Grota, é difícil explicar mas o Borel fica no alto de um morro e a Grota é tipo um buraco, e tem vários morros intercalando, então é super fácil ir de lá pra cá ou vice versa. Subi em uma árvore bem alta e grossa que tinha do lado do matagal que ficava ao lado também da boca. Fiquei olhando o movimento por vinte minutos até que vi a vagabunda da Sara (a mulher do Cabeção) saindo da boca, coloquei o olho na luneta da 762, mirei nas costas da v***a e apertei o gatilho, não fez nem barulho direito, só vi a p*****a caindo no chão, ninguém tinha visto então peguei uma faca dentro da mochila e desci da árvore, caminhei até a mesma e arrastei seu corpo até o mato, ela ainda estava viva então enfiei a faca no peito dela e apertei, vi o sangue jorrar. Sara - Sua v***a -sussurrou. Cuspi na cara dela e puxei a faca com força, em pouco tempo ela já estava morta. Em seguida levei seu corpo e coloquei em frente a boca e deixei um aviso na parede com o sangue dela: SÓ UM PRESENTINHO! Voltei pro Borel em seguida, quando entrei na boca o Baiano ainda estava lá. PH Narrando. No dia seguinte aquela desgraça daquele Cabeção apareceu com os olhos cheios de fúria e me deu um chute no estômago, fiquei sem ar e coloquei os braços em volta da barriga tentando respirar. Cabeção - Quem você chamou desgraçado? PH - Do que você ta falando? Cabeção - Acha que eu to brincando? FALA LOGO p***a -disse e me deu outro chute. PH - Não sei do que você está falando -sussurrei pois estava sem ar. Cabeção - Minha mulher apareceu morta em frente a boca hoje de manhã, isso só pode ser coisa sua. PH - Você não sabe cuidar do seu morro e culpa é minha? Cabeção - EU VOU TE MATAR - disse me dando um soco na boca, então eu cai de lado no chão. PH - Calma p***a, eu já disse que não sei o que ta acontecendo. Ele saiu com raiva batendo a porta. Respirei fundo e fui me sentando novamente tentando recuperar o ar, fiquei arfando um bom tempo, meu coração estava acelerado, comecei a pensar, quem será que matou a Sara? Isso não é coisa dos meus homens, eles devem estar esperando algum contato pra tentar passar a perna no Cabeção durante a troca. Larissa Narrando. Na noite seguinte fiz a mesma coisa, fiquei de tocaia na árvore até ver um soldado do Cabeção, então mirei na cabeça dele e atirei e ele caiu, como apareceu outro e se abaixou pra ajudar eu mirei e atirei nele também, vi o mesmo cair de cara no chão, então desci da árvore com uma faca, dei uma facada no peito de cada um e sai andando de volta pro morro, já estava clareando quando subi o Borel. Entrei no quartinho e me sentei na cadeira do Pedro Henrique, em sua mesa tinha uma foto da Bruna e do Leonardo brincando de lutinha, fiquei olhando pra ela e liguei pro Baiano. Bruno - Fala Larissa. Larissa - Quando vim pra boca trás alguma coisa pra mim comer, tô na broca. Bruno - Já é. Desliguei e fiquei morgando, de repente a porta abriu. Larissa - Finalmente eu já tava quase morrendo e.. ah! É você. Bruna - Precisamos conversar. Larissa - Estamos resolvendo o sequestro do seu pai. Bruna - Não é sobre isso. Larissa - E sobre o que seria? Ela me encarou e na hora o Baiano entrou. Baiano - Droga! Estendi a mão pra pegar o saco que ele trouxe. Bruna - Que foi tio? Bruno - Nada, bati o pé na porta. Ele me entregou o saco e saiu. Abri o mesmo e peguei o sanduíche, dei uma mordida e coloquei a coca que também estava no saco pra fora. Larissa - Você quer? Bruna - Não. Acabei de comer. Bruna Narrando. Não consegui dormir a noite inteira, eu precisava saber quem era aquela mulher, me levantei e troquei de roupa, tomei café, escovei os dentes e fui pra boca. Eram só seis e pouco da manhã, mas eu não podia esperar mais [...] ela estava destroçando um sanduíche, ela não come a quanto tempo? Meu Deus. Esperei ela terminar e fiquei mexendo no f*******: pelo celular enquanto aguardava. Bruna - Quem é você? Eu ainda não sei nem seu nome. Xx - É Larissa. Bruna - E o que você está fazendo aqui? O que você é do meu pai? Olha já deu pra perceber que você não é mais uma das piranhas que ele come, e você está ajudando a resgata-lo, eu acho que como sou filha dele mereço uma explicação. Larissa - Bruna, acho que você não vai gostar de saber a verdade. Bruna - Se eu não quisesse saber a verdade não perderia tempo vindo até aqui. Larissa - Bruna eu sou sua mãe! Oi? Eu ouvi direito? Bruna - Legal e eu sou a Xuxa, fala sério. Ela pegou a bolsa e tirou um papel e me deu, era a identidade dela. Larissa Mattos Siqueira. Olhei assustada pra ela e me levantei, naquele momento se passaram tantas coisas na minha cabeça, como quando eu tinha cinco anos e perguntei sobre minha mãe pro meu pai, ele tinha chorado. Ou quando eu tinha nove anos e passei o dia das mães sozinha no quarto embaixo da cama, estava tendo uma troca de tiros, meu pai havia sido baleado e ficou três dias no hospital. Me lembrei do meu primeiro beijo, eu contei pra tia Fabiana e ela ficou toda feliz. E no ano passado quando eu perdi minha virgindade com meu ex namorado, eu não tinha alguém pra me aconselhar, ou quando ele me largou e disse que só queria me comer. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Larissa - Bruna, por favor, me deixa explicar. Bruna - EXPLICAR O QUE? QUE VOCÊ NOS LARGOU E AGORA VOLTOU COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO? VOCÊ FAZ IDEIA DO QUE EU PASSEI SEM UMA MÃE? VOCÊ FAZ IDEIA DE COMO FOI PRO MEU IRMÃO? Larissa - Bruna se acalma. Não grita. Bruna - NÃO GRITA O c*****o. VOCÊ NÃO É MINHA MÃE. VOCÊ NÃO MERECE O MEU RESPEITO. VOCÊ NÓS ABANDONOU. MINHA MÃE É O PEDRO HENRIQUE, ELE CUMPRIU O PAPEL DELE E O SEU MUITO BEM. ELE ME CRIOU, ME DEU EDUCAÇÃO, ELE É ALGUÉM QUE EU ME ORGULHO DE CHAMAR DE PAI, E TAMBÉM DE MÃE. VAI EMBORA DAQUI, EU ODEIO VOCÊ! Eu respirei fundo e sai correndo dali, eu não estava enxergando muito bem por conta das lágrimas, então esbarrei em alguém e cai. Bruna - Você não olha por onde anda? Me levantei e sai correndo, entrei em casa e o Leonardo, o Thiago e o Matheus estavam jogando videogame, eles me olharam assustados, eu subi correndo pro meu quarto me tranquei e continuei a chorar.
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