Os dias passaram, e a neve foi diminuindo assim como o frio que assolava aquela escola de Magia. O sol começava a esquentar e as placas de gelo que haviam se formado no lago da escola começavam a soltar-se.
Era fevereiro, meio da semana, um dia quente em que todos estavam aproveitando os raios de sol nos jardins, menos alguém..
Draco estava naqueles seus dias terríveis de um mau humor insuportável. Sentado ao pé do grande carvalho próximo ao lago da escola, ele olhava feio para o pergaminho na mão direita. Seu maxilar estava contraído de tanta raiva e ele sentia-se um i****a por estar daquela forma.
O que era que tinha no pergaminho? Um bilhete de Krum para Hermione.
“Querrida Hermi-o-nini, acho que estou viciado en seus beijjos.. Quen sabe possamos nos encontrrar na biblio-te-ca no seu horrárrio vago?!
Esperrando ansiosamente a respostta!
Viktor.”
Era a milionésima vez que ele relia aquele bilhete, como se estudasse a probabilidade dele estar errado. Em vão!
Cada vez mais ele tinha certeza de três coisas. A primeira; Krum e Granger estavam juntos. A segunda; Eles se beijavam. (Sim, ele estava chocado com essa conclusão.) E terceira; Ele não estava sabendo como reagir à isso.
Desde a noite do baile, aquela infeliz fazia-se presente em seu pensamento, mesmo ele tratando-a mil vezes pior do que antes. Fora desta forma que havia conseguido pegar o bilhete dela.
Flashback on!
Hermione vinha andando com uns trocentos livros na mão, e um bocado de pergaminhos. Ele a viu. Foi como se um lampejo de luz se acendesse no órgão que ele nem pensou ter; o coração.
Mas como tão rápido essa sensação surgiu, tão rápido desapareceu. Andou na mesma direção que ela e esbarrou na morena de propósito, fazendo-a derrubar tudo no chão.
— O que você tem na cabeça, está cego por um acaso? - questionou Hermione abaixando-se para apanhar tudo - Nem vou pedir pra me ajudar.. - resmungou ela -
Mas a atenção dele estava no pergaminho que voou e foi parar bem perto do seu pé. Ela estava tão ocupada que foi fácil para ele pegar o mesmo e sair andando enquanto dizia:
— Não vou te ajudar porque não quero que toque em mim..
Flashback off!
E agora lá estava ele, sentindo ódio daquela garota i****a e dele mesmo por estar se importando tanto com isso. Tinha desistido de tentar entender o que estava acontecendo com ele, mas não iria mudar o jeito que a tratava.. Ela não podia saber a confusão que estava causando dentro dele, de jeito nenhum! “Maldita sangue-r**m!” ele xingava.
~*~
Hermione apanhou as coisas que Draco havia derrubado e seguiu seu caminho para o Salão Comunal da sua casa. Cada vez ela se sentia mais tola por ter pensado que a noite do Baile mudaria algo na convivência dela com ele’. Desde a primeira aula depois das férias natalinas que Draco a vinha tratando pior do que antes.. Como se precisasse esfregar na cara dela que nada mudaria. Era quase impossível aguentá-lo com todas aquelas implicações gratuitas. Preferia mil vezes que aquela conversa com ele nunca tivesse existido.
Ela, Hermione, tinha chego à uma conclusão; Na noite do Baile Draco estava bêbado. Não havia outra explicação! Deveria ter contrabandeado algumas garrafas de Uísque de fogo.. Ele sabia bem fazer isso.
Encontrou com Harry sentado próximo à lareira examinando seu ovo. Aproximou-se e repousou os livros na mesa mais próxima.
— Harry. - chamou ela -
— Ah, oi Mione.. Por onde andava? - perguntou levantando os imensos olhos verdes -
— Estava na biblioteca.. O que está pensando? - perguntou ela -
— Promete que não fica brava? - ele perguntou com a voz cheia de receio -
— Fale de uma vez Harry! - ela disse firmemente -
— Ainda não decifrei a pista do ovo! - disse ele e abaixou a cabeça -
— Você o que? - perguntou incrédula - Ah Harry! Você disse que tinha decifrado à duas semanas, a prova é daqui à dois dias! - desabafou. A voz carregada de preocupação -
— Eu sei… Mas tenho uma última ideia, se ela falhar, não sei mais o que fazer! - disse ele aflito -
Hermione bem que queria saber qual a ideia do amigo, mas a julgar pela expressão que ele fizera, percebeu que nada adiantaria insistir. Deu um beijo na bochecha do amigo e seguiu para o dormitório. Era seu horário vago e ela pensou em descansar um pouco, já que estivera ocupada demais na biblioteca vendo como poderia ajudar Harry.
Lembrou-se de que recebera uma mensagem de Viktor mas por culpa do tapado do Malfoy não conseguiu lê-la.
Despejou todos os livros e pergaminhos sobre a cama e pôs-se a procurar a mensagem de Krum.
Minutos se passaram e a castanha não havia encontrado o bilhete de Viktor. Sentou-se na cama e passou a mão pelos cabelos. “Onde está?” pensou. A resposta veio quase que automaticamente. Malfoy!
Sem nem pensar direito ela saiu à procura do loiro. Andava tão rapidamente que poderiam ficar pegadas permanentes no chão do castelo..
Dois corredores antes do Salão Principal, ela o viu. E sentiu como se um feitiço fosse lhe lançado. Malfoy estava aos beijos com Pansy Parkinson, parecia que ambos iriam se engolir a qualquer momento.
Ela recuou alguns passos chocada com a cena que vira. O coração estava acelerado e sentiu uma súbita vontade de ir lá e separá-los.
Mas porque estava se sentindo daquela forma? Não poderia estar atraída por ele, poderia? Logo ele que lhe fez derramar lágrimas e mais lágrimas no segundo ano quando a chamou pela primeira vez de sangue-r**m’ , logo ele que fazia questão de tentar humilhá-la sempre que podia, logo ele que era um e******o que só ligava para droga de sangue. Não! Ele não!
Respirou fundo e pensou no que faria.. Tinha que pegar de volta a mensagem de Krum! Decidida, ela marchou pisando duro até onde ele estava e pigarreou alto quando estava bem próximo à ele.
Malfoy largou-se da Parkinson, ele olhou para a castanha assustado, como se estivesse sendo pego por fazer algo de errado. Embora para Hermione ele realmente estivesse.
— Perdeu alguma coisa Granger? - Pansy disse irônica -
— Não vim falar com você, pode nos dar licença? - pediu olhando para Draco -
— Quê? Sai daqui garota, não vê que está atrapalhando? - disse a Sonserina -
— Você vai mandá-la sair ou vou ter que te arrastar para outro canto? - Hermione perguntou para Malfoy que ainda não podia acreditar no que via -
Alguns minutos se passaram. Hermione mantinha as mãos na cintura esperando que Malfoy decidisse qual opção seguir. Depois do que para a Grifinória pareceu uma eternidade, ele mandou a cara de buldogue sair.
— Vai, Pan.. Não vou demorar. - disse Draco. Hermione revirou os olhos ao ouvir o modo como ele a chamou -
— Eu não vou! - Pansy disse de cara amarrada -
— Vai logo Parkinson! - rosnou o loiro e Hermione deu um sorrisinho ao vê-la sair -
Quando a garota da Sonserina sumiu de vista Hermione olhou para Malfoy e elevou as sobrancelhas.
— O que você quer comigo sua san.. - ela o interrompeu -
— Você está com algo que me pertence! - ela disse convicta -
— Como tem certeza? - ele perguntou debochado -
— Você sabe que sim. - ela disse séria. não faria joguinhos com ele.. -
Ele sorriu de lado e de dentro do bolso das vestes tirou um pedaço de pergaminho todo amassado. Hermione o fuzilou com os olhos castanhos.
— Não acredito que você caiu na desse cara.. Ainda dizem que você é inteligente.. - ele debochou balançando o pergaminho no ar -
— Se estou com ele ou não isso não te diz respeito! - rosnou ela - Me dá esse pergaminho!
— E se eu não quiser?! - ele continuava sorrindo de lado -
— Seu i*****l! - ela xingou -
No momento seguinte Hermione estava pulando em Draco, tentando a todo custo recuperar o recado de Krum. Não se importaria em ter que tocar naquele cara-pálida, ela não tinha frescura com isso. Tentava arrancar da mão do loiro mas ele era tão mais alto do que ela.
— Me dá isso agora! - ela gritava -
— Vai ter que pegar se quiser! - ele gritava de volta e parecia se divertir -
~*~
Draco estava se divertindo com a cena da morena tentando tirar o pergaminho da mão dele. Ela era tão baixinha. Até parece que ela iria conseguir. Porém, ela lançou-se contra ele com toda a força que tinha e logo os dois foram parar no chão. Hermione em cima da mão de Draco. A mão que estava o pergaminho. Ela levantou-se rapidamente e tirou o papel das mãos dele.
Ele a olhou surpreso enquanto a via arrumar as vestes e tentava ler o que o búlgaro havia lhe mandado.
Quando ela terminou de ler lhe lançou um olhar de puro ódio que ele só entendeu quando a sineta tocou anunciando a próxima aula..
Ela saiu marchando irada enquanto ele se levantava, e embora seu braço doesse um pouco ele sorria feliz. Pelo menos ela não conseguiu vê-lo aquela tarde.
E seguiu para a ala hospitalar.