Pov. Lucas
Depois de colocar Mel e o Arthur para dormir eu falo para Erick e Camila irem dormir. Os dois, já cansados da excursão, vão para se seus respectivos quartos sem reclamar. O que era estranho, principalmente a Camila.
Com tudo mais calmo eu posso ir ao hospital. Agora eu estou me sentindo culpado.
"Que d***a. Já deve ser umas 10 da noite. Que hospital tem horário de visita às 10 da noite, só para familiares e olhe lá - Pensei- Talvez se eu disser que sou... a Bianca vai me matar... mas só assim eu consigo entrar.
Entro na recepção e pergunto onde fica o quarto de Bianca Cooper.
- Você é parente? Qual é o seu nome? - ela pergunta-
- Eu? Não, não. Eu sou o namorado dela. Me nome é Lucas - eu digo sorrindo-
- Ata, bem, se é assim eu acho que posso abrir uma exceção, já que os pais dela foram embora. - a moça diz sorrindo- ela está no quarto 102, no 2° andar. Mas às meia noite você vai ter que sair. Vem eu te acompanho.
- Obrigado.
Ela me leva até o elevador. E depois me campanha até o quarto.
- Senhorita Bia...- a moça diz-
- Eu já pedi para não me chamar assim... eu vou te chamar de senhora de agora em diante. - eu ouço a voz da Bia-
- Não. Bia - a recepcionista diz com uma entoação sarcástica- Você tem visita.
- As visitas acabam às 6 da tarde, não? - ela pergunta-
- Mas é uma pessoa... especial...
- Pessoa especial? Quem é?- Bianca pergunta-
- Seu namorado.
- M-meu o que?!- ela quase grita-
- Pode entrar. - a moça abre o passagem da porta e eu entro-
- Oi Bianca. - eu digo sorrindo -
- Cínico- ela gesticula com a boca-
- Eu tenho que voltar para a recepção. Com licença. - ela sai do quarto e fecha a porta. -
- O que você veio fazer aqui? - Ela pergunta -
- Eu fiquei preocupado com a minha namorada, n******e? - eu digo me sentando ao pé da maca dela e analiso a roupa que ela estava usando. Era uma espécie de camisola de hospital, era mais preocupante do que engraçado-
- Namorada, o caramba! Desse jeito as pessoas vão começar a acreditar nisso.
- Mas é verdade...- eu digo de cabeça baixa-
- O que?!- ela pergunta se ajeitando na maca-
- No dia seguinte a gente finge que nada conheceu...- eu digo-
- Você é impossível.- balançando a cabeça negativamente-
- Como você está? - eu pergunto olhando a bolsa de soro ao lado da cama-
- Bem. Eu tenho que ficar aqui por um tempinho, mas até que é legal. Eu posso passear pelo hospital, mas tenho que levar esse negócio injetado na minha veia para todo canto. - ela diz se referindo ao soro- Como estão as crianças?
- Eu também estou muito bem obrigado por perguntar. - eu digo -
- Para de ser infantil.
- Eles estão bem. Por incrível que pareça já foram dormir.
- Até a Camila?- ela pergunta boquiaberta-
- Até a Camila. O Alfred adiou a folga dele e está lá na casa.
- Entendi. Você quer andar pelo hospital? Eu não aguento mais ficar deitada aqui.
- Nós podemos? - eu pergunto-
- Sim. É muito chato ficar internada. - ela se levanta-
- Então tá.
Pov. Bia
Nós estávamos andando pelo corredor em silêncio.
- Eh... Por que exatamente você veio aqui? - eu pergunto-
- Eu estava preocupado. Você do nada desmaio e veio parar no hospital.
- Hum...- eu digo-
Silêncio novamente.
- Antes que eu me esqueça. Toma o seu celular- ele diz e tira o celular do bolso-
- Finalmente.
- E tem mais uma coisa. O colar. - ele estende o colar com o pingente de 3 corações-
- É esse? - eu pego o colar-
- Eu disse que era verdade- ele responde fazendo bico-
- Ei! Você não é uma pessoa exatamente confiável.
Eu tento colocar o colar mas é difícil.
- Deixa eu colocar. - ele pega o colar da minha mão-
- Não pre... Você vai colocar o colar mesmo que eu tente impedir, certo? - eu digo-
- Com certeza. Agora põe seu cabelo para frente
- Chato- eu resmungo o obedecendo-
Ele prende o fecho.
- Pronto.- ele diz e eu me viro sorrindo-
- Obrigado- digo antes de perceber a nossa proximidade-
- De nada.
A cena sempre se repete. Ele aproxima o rosto do meu e eu recuo um pouco. Ele aproxima o seu rosto do meu novamente como se estivesse me analisando, mas desvia encostando a testa no meu ombro.
- Até seu rosto está pálido... - ele solta um longo suspiro e sua voz dele sai abafada- Desculpa. Eu não deveria ter te provocado ao ponto de você parar de comer e vir parar no hospital. - ele diz ainda com a cabeça no meu ombro. - Você me perdoa?
- Você está envergonhado? Por que não olha nos meus olhos enquanto eu falo? - eu pergunto-
- Você está perguntando ou me repreendendo? - ele pergunta-
- Te perguntando. - eu digo-
- Eu estou envergonhado e não consigo olhar seu rosto, satisfeita? - ele disse ainda com a cabeça apoiada no meu ombro-
- Talvez... - eu digo sorrindo-
- Chata. Agora vamos voltar eu tenho que ir embora.
- Tá mas...
- Vem - ele diz me puxando pela mão-
- Ei! Para de me puxar.- eu o repreendo-
Ele vai me puxando de volta até o quarto de hospital. Eu me deitei na maca.
- Você vai ter que ir embora mesmo? - eu pergunto- Meus pais vieram e foram embora rápido de mais e o Alfred foi embora um pouco depois... É chato ficar aqui sozinha...- eu abaixo a cabeça-
-Para com isso. Amanhã é sábado. Eu posso vir te fazer companhia. - ele afaga minha cabeça- E mais uma vez desculpa.
- Para de pedir desculpas. - eu me levanto e vou em sua direção- Eu mesmo estando brava com você eu tenho que te agradecer. Então...- eu o abraço- Obrigada Lucas.
Ele ficou sem reação por um tempo mas logo retribuiu o abraço.
- E também... eu senti sua falta e muita- eu digo deixando uma lágrima escorrer no meu rosto-
- Falta? De qual Lucas? O criança ou eu agora? - ele pergunta-
- Dos dois. Mesmo os dois sendo chatos, eu senti sua falta.
- Eu também. Bem... agora eu tenho que ir para casa. Amanhã eu venho te visitar aí a gente anda pelo jardim do hospital, fechado?
- Fechado. - eu digo voltando para minha maca - Tchau.
- Tchau Bianca.
- Me chama de Bia. Bianca é muito longo e formal - eu digo-
- Tá. Então Tchau Bia.
- Tchau Lucas.
{...}
No dia seguinte acordo ansiosa. É muito chato ficar sozinha neste quarto de hospital e além disso ter que ficar com soro sendo injetado na sua veia. Hoje as enfermeiras me disseram que talvez amanhã ou hoje mesmo eu irei receber alta e poder voltar para casa. Também não posso me dar o luxo de faltar a escola, para bolsistas iguais a mim isso é meio complicado.
- Oi, Bia. - disse a enfermeira entrando com uma bandeja com comida-
- Bom dia. Alguém chegou? - eu pergunto-
- Você quer saber se o seu namorado já veio te visitar? - ela diz sorrindo-
- N-não. Eu quer saber se meus pais vieram ou pelo menos ligaram.- eu digo-
- Sinto muito, minha querida. Mas eles ainda não ligaram. - ela disse triste-
- Não tem problema. -eu digo tentando reconforta a enfermeira que pareceu ter pena de mim-
- Bem, coma o seu café da manhã. O nutricionista quer conversar com você.
- Mas pra que? O médico geral já não fez a consulta? - eu digo -
-Mas é o nutricionista é quem pode te dar alta. - ela diz colocando a bandeja no meu colo. -
- Obrigado.
Ela se retira.
Eu quero sair daqui. É muito chato, mesmo as enfermeiras e os médicos eram super legais, mas eu quero voltar pra casa e para escola. Me xingem, mas sim eu sinto saudades da escola, mesmo hoje sendo sábado. Lá eu me distraio e às vezes me divirto e outras sinto raiva, adivinha de quem é a culpa por eu sentir raiva.... exato Lucas Hatanm
Eu como o desagradável café da manhã do hospital. Que chegar a ser pior que o almoço. É apenas uma maçã, um pacote de cinco biscoitinhos e uma geléia de maçã. Não é a pior coisa do mundo, mas é desagradável.
Depois do café da manhã as enfermeira me leva até um banheiro. Eu tomo meu banho e troco de "roupa", simplesmente coloco outra camisola de hospital e escovo os dentes. E depois eu volto para aquele maldito quarto. Sem nada para fazer eu pego o meu celular e começo a mexer para ver o que Lucas fez com ele neste meio tempo. Ele encheu a memória do meu celular com fotos dele? Esse garoto fica mais estranho a cada minuto. Eu deixo meu celular de lado e ligo a televisão. Nada para assistir.
- Ahh. NÃO Dá PRA FAZER NADA NESTA PORCARIA HOSPITAL- eu praticamente grito enquanto afundo meu rosto no travesseiro-
- Nossa. Cansou rápido de mais. - uma voz feminina conhecida disse-
- Hum?- digo olhando para a porta - Mia! - eu digo vendo minhas melhores amigas entrarem-
- Oiii- disse Lucy atrás dela-
- Você também?! - eu digo e elas vem me abraçar-
- Pensou mesmo que nós íamos te deixar sozinha? Aqui? Neste hospital? - Mia diz sarcástica- Eu até viria ontem, mas tive uma seção de fotos.
Mia está se tornando uma modelo. Sabe ser filha do empresário da moda e ter uma mãe fotógrafa/modelo teve suas vantagens.
- Me abandonou por fotos?!- eu finjo estar ofendida- Bela amiga você, hein.
- Eu não tive escolha...
- Calma eu tô brincando. Eu seu o quanto ser modelo significa para você.
- A minha desculpa por não ter vindo é quase a mesma. Minha mãe quis me apresentar ao consultório médico dela e meu pai quis me mostrar a empresa de jogos. - diz Lucy-
Já os pais de Lucy trabalham em áreas diferentes. A mãe dela é médica e o pai dela cria jogos de variados tipos para o público infanto-juvenil.
- Parece que vocês já tem um futuro traçado.... E eu aqui sem saber o que fazer. Estou entre Pedagogia ou administração ou ser empresária. Por que é tão difícil... - digo choramingando-
- Você vai se decidir. E caso não se decida escolha as três.- disse Lucy-
- Três? - eu digo olhando Lucy
- Sim. É verdade que uma pessoa que se forma em mais de uma especialidade tem muito mais chances- disse Mia pensativa-
- É uma idéia a se pensar. Mudando de assunto. Hoje eu tenho que ver o nutricionista. E talvez, só talvez, eu receba alta hoje ou amanhã, dependendo do que ele falar- eu digo animada-
- Bem, mudando de assunto mais uma vez.... a enfermeira disse que você estava esperando seu namorado- de disse Mia sorrindo divertida-
- Verdade - iniciou Lucy- Nem fala que tá namorando para as amigas hein.
- Parem as duas. Não é o que vocês estão pensando. - eu me defendo-
- Então é o que? - Mia diz sentando ao me lado na cama-
- É que... ah eu não sei explicar. É que o Lucas para poder me visitar, depois do horário de visitas do hospital, disse que era o meu namorado, foi isso.- eu digo rápido-
- Mais devagar...- disse Mia- Eu não entendi nada-
- Eu entendi. O Lucas para poder te visita tarde teve que dizer que era seu namorado - diz Lucy -
- Com o você conseguiu entender- perguntou Mia-
- Eu sou filha de uma programador de um jogos. Ele testa os jogos em casa e fica falando mais rápido que o flash e quem tem que se acostumar com isso, sou eu. -ela disse simplista-
- E pela segunda vez o nosso... Correção. O SEU cavalheiro da capa reluzente te salva e finge ser seu namorado. - disse Mia me provocando-
- Vou falar para enfermeira expulsar vocês duas. Eu estou falando sério. - eu digo ameaçando-as -
Neste momento a porta do quarto se abre e um homem bonito e alto entra.
- Qual de vocês é Bianca Cooper?- ele pergunta e eu percebo que é o nutricionista-
- E-eu.- eu digo-
- Eu não sou mas neste momento gostaria de ser...-sussurrou Mia no meu lado-
- O que foi? Vocês parecem assustadas - o Doutor diz sorrindo- Aliás meu nome é Doutor Carlos
- Eu não sabia que um doutor poderia ser tão lindo- disse Mia alto para quem quisesse ouvir e eu dou uma cotovelada nela - Ai!
- Nossa acabei de decidir o que eu vou cursar, acho que a profissão da minha mãe seria legal, não? - Lucy disse e eu também lhe dou uma cotovelada-
- Desculpe essas duas... - eu digo-
- Ah vai dizer que ele não é bonito- disse Mia me desafiando-
- Não é isso. É que vocês estão falando como duas assanhadas. Desculpa Doutor.- eu me levanto-
- Não tem problema. - ele diz sorrindo-
- O Senhor irá me atender aqui mesmo?
- Vem pro consultório- ele diz e eu o sigo-
- Bem... Bia. Eu e a Mia temos que ir certo? - Lucy diz cutucando a Mia-
- Eu vou ficar mais um pouquinho, amiga- disse Mia hipnotizada pelo Doutor-
- Nós vamos agora. Tchau, Bia.- diz Lucy puxando a Mia-
- Tchau. - eu digo acenando para as duas-
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