Catarina - Vivendo entre a Luz e a Escuridão

5 - Hermes

– Não, não tenho envolvimento nenhum com isso, se quiser posso colaborar nas Investigações e até entregar a chave da nossa casa na ilha como também a senha dos cofres da família, deve ter informações úteis lá.

O investigador da Interpol está furioso, o desejo dele era prender meus irmãos mas não conseguiu, Cassius também estava sendo investigado e como meus irmãos seria preso essa noite.

– Isso é verdade, Chris, o rapaz está limpo apenas teve o azar de ter nascido nessa família. Mas agora estão todos queimando no meio do inferno, com perdão da palavra, senhor Hermes.

Não ligava nem um pouco para isso, sei que minha família inteira exceto minha mãe estão no inferno, sei de cada uma das maldades que fizeram e de como o que está acontecendo agora é culpa total e exclusiva deles. O investigador ficou convencido e me deixou ir mas no decorrer do caminho para o hotel fui interceptado por um grupo de homens, com certeza, os responsáveis pelo incêndio do barco.

– Tem necessidade mesmo disso, Bravus? Não sou seu inimigo e sabe disso, crescemos juntos!

– Hermes, não veja isso como um sequestro, e sim um depoimento como você fez agora pouco com a Interpol. Sei que não é meu inimigo mas alguns dos meus homens gostariam de agradecer pela ajuda com as informações que você vazou antes de ir embora a anos atrás. Não sei se sabe mas é considerado um herói por uma legião de homens e graças a você nossa rebelião começou.

Escutei quando meu pai negociava uma carga de mulheres e meninas para os Estados Unidos, denunciei para Interpol tendo cuidado com qual investigador iria falar, e graças a minha denúncia, trinta mulheres e quinze meninas entre 10 e 16 anos foram salvas, dizem que esse foi o pontapé inicial para polícia suspeitar da minha família e investigá-los.

Logo vários homens em fileiras me cumprimentavam com abraços, beijos no rosto inclusive muitos deram presentes feitos por suas esposas e filhas. Contaram suas histórias inclusive me deixando muito emocionado com algumas, vejo um homem que aparenta ter a mesma idade que eu, seu rosto tem um corte profundo do lado direito, parece muito sério, tive medo de sua aproximação, sei que ser irmão de Zeus e Ares pode ser m*l visto e custar minha vida, não sou ingênuo de pensar que não fariam nada comigo.

– Talvez não se lembre de mim, mas sou filho da governanta da sua casa, Raia, meu nome é Nairus.

– Me lembro de você sim, Nairus, desculpe não tê-lo reconhecido. Foram muitos anos longe daqui, como está sua mãe?

– Entendo, minha mãe está morta, Hermes, faz um ano. Ela foi em paz enquanto dormia, dei muito desgosto a ela mas no final nos reencontramos e pedi perdão por todos os meus erros. Mas ainda há um erro que preciso me corrigir, fiz um grande m*l a uma mulher que amei muito mas não soube ser o que ela precisava. Sei que é um bom rapaz e que talvez possa me ajudar a remediar tudo que fiz.

A história contada a seguir foi de dor, tristeza, abusos e abandono, Ares não era bom, disso sabia muito bem mas talvez tinha esperança de que fosse um pouco diferente mas me enganei amargamente, Nairus também contou sobre Catarina e todas as maldades feitas com ela, queria gritar e chorar de ódio por tudo que fizeram mas não poderia, meus irmãos fizeram tudo para ser a imagem e semelhança do nosso pai sem tirar nenhum ponto.

– Nairus, lamento por seu rosto mas não posso dizer que não mereceu.

– Sei bem que mereci, mas queria que fosse atrás delas, não sou digno de Ágata, não posso fazer nada por ela pois já fiz o suficiente a protegendo da morte e de mim mesmo mas talvez você possa fazer mais por ela e a italiana. Fiz uma pequena investigação sem Bravus saber: Ágata e Catarina vivem nas ruas como mendigas, são protegidas de um homem chamado Lino, se pudesse pelo menos ir visitá-las, ajudar com algo que precisem, seria bom.

Antes mesmo dele me sugerir já pensava em ajudá-las de alguma maneira mas uma dúvida me assola: será que vão aceitar minha ajuda quando souberem de quem sou irmão?