Ele inclina levemente a cabeça, os olhos ainda fixos nos meus. Há algo de insondável em seu olhar, como se estivesse me decifrando, me lendo de um jeito que ninguém jamais conseguiu. Então, ele finalmente fala, a voz baixa e rouca, carregada de algo que faz meu corpo inteiro arrepiar. — Você toca com a alma, Emily. Não é só música... É sentimento, vida. Isso não se aprende. Sinto meu rosto esquentar, o elogio me atingindo em cheio. Tento desviar o olhar, mas ele não permite. Sua presença é intensa demais, e aquele momento parece se alongar, como se o tempo tivesse decidido parar para nós. — Você me surpreendeu — continua ele, com uma sinceridade desarmante. — Cada nota, cada movimento... era como se eu pudesse sentir tudo o que você queria dizer. Meu coração dá um salto. Nunca ninguém