Maya

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---**Mas... parece que está falando comigo...**O que faz aí dentro, garota? Essa água é escura, provavelmente é bem funda! – uma voz se manifesta, interrompendo o silêncio.**Será que está falando comigo?** Deixa de ser tonta, Maya... só tem você aqui.**Eu não consigo entender...** Consegue me ouvir? – a voz fala novamente, um pouco mais alto.Pelo visto, não entende. Vamos, vou ajudar você a sair daí. – Ele se aproxima, estendendo as mãos para mim.Assim que suas mãos entram na água, mordo instintivamente.– AIIII! O QUE VOCÊ É, HEIN?! NÃO PODE SAIR MORDENDO AS PESSOAS ASSIM! ISSO É FALTA DE EDUCAÇÃO!---

Breve......

os capítulos publicados já estão revisados

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--- Capítulo 1 - Jonah e Maya Passava mais uma das minhas férias com os meus pais. Não era horrível, mas também não era o paraíso. Sempre era o mesmo lugar: uma ilha, quente demais, e eu, um garoto que não sabia nadar, o que tornava a experiência toda ainda mais difícil. Além de tudo, eu sempre fui tímido demais para fazer amigos aqui. — Sério, mãe? Todo ano o mesmo lugar? — disse emburrado, saindo do quarto. — Oh, querido, mas você adorava quando era bebê! Seus priminhos e tios também perguntam de você, com tanta saudade — ela respondeu, colocando cereal e leite na minha tigela. A verdade era que ninguém falava comigo. Não via essa saudade toda que ela tanto falava. — Não gosto do sol daqui, é muito forte. Fico todo vermelho! — murmurei, dando a primeira colherada no cereal. — Se passasse protetor solar, não ficaria — ela respondeu com um sorriso, sentando-se à mesa. Todo ano eu sugeria destinos novos, mas, no fim, aqui estávamos de novo, nesta ilha. Mas o que um garoto de 13 anos poderia fazer para mudar a opinião dos pais? Nada. E o que eu planejava fazer hoje? Ficar no quarto, é claro. — Não! Chega de ficar trancado! Você chegou ontem e nem pisou fora de casa ainda. Está de férias, Jonah, aproveite! — disse ela, com aquela animação contagiante que só os adultos têm. — Eu não queria vir pra cá... — falei firme, mas foi em vão. — Se não sair agora, imagine como vai ser sem Wi-Fi e sem celular! — ameaçou, sabendo que eu jogava muito. Suspirei derrotado. — Tá bom... — cedi, porque, às vezes, não adianta discutir. Vesti uma roupa UV, coloquei o chapéu e os óculos de sol, passei protetor solar e saí de casa com uma garrafa d'água. Lá estava eu, na arquibancada, observando os meninos jogarem bola. Não tinha jeito pra essas coisas, e, pra ser sincero, eles nunca me chamaram pra jogar. Meus primos também estavam lá, mas desde o início, me olhavam torto. Sabia que não era bem-vindo. Então, cansei de observar e comecei a caminhar. Jonah "Bom, por que todo ano voltamos para essa ilha?" Minha mãe foi criada aqui, e ela faz questão de vir. Eu até chamei meu amigo da cidade para vir comigo, mas ele não pôde. Deslocou o braço tentando andar de bicicleta, algo nada sério, mas os pais não o deixaram vir. Talvez porque fui eu quem sugeriu descer as escadas de bicicleta. Vou acabar perdendo o único amigo que tenho... ou matando ele. Antes que percebesse, estava na parte isolada da praia. Peguei algumas pedras para o meu aquário onde o Bob, meu peixe, vivia. Cada pedra tinha uma cor e forma diferente, desgastadas pela água do mar. Quando meus bolsos já estavam cheios, decidi voltar. Foi então que notei algo incomum. Mais à frente, uma piscina natural. E dentro dela... alguém. Era uma menina, com cabelos longos e cacheados, pele escura. Parecia triste, com a cabeça deitada sobre as pedras. Meu celular vibrou. Era minha mãe, me pedindo para voltar. Quando olhei novamente, a menina tinha sumido. Jonah "Talvez o sol esteja me deixando maluco. Odeio este lugar!" Saí dali rapidamente e voltei para casa. — Como foi, querido? Viu seus amigos? — perguntou minha mãe, preparando o jantar. — Amigos? Eles nem me conhecem! Meus primos fingem que eu não existo! E, pra piorar, acho que peguei insolação! Odeio esse lugar! — gritei, batendo a porta e me jogando na cama. Deitei e olhei para o Bob. — O que você acha, Bob? Estou exagerando? — perguntei, e ele apenas soltou bolhas. — Não fique sujando o aquário assim! Dá muito trabalho pra limpar. Era pra ser pra muitos peixes, mas você, Bob, comeu todos! — reclamei, lembrando o que o dono da pet shop havia dito. Ele disse que Bob se acostumaria com os outros peixes, mas isso nunca aconteceu. Papai tinha que escolher justo você. Suspirei e alimentei o Bob. — Talvez você esteja certo. Quem sabe se eu tentar novamente, eles me chamam pro jogo amanhã? Meu celular tocou, e eu atendi. — Como tá o braço? — perguntei. — Não vem com essa, Jonah! Eu disse que era uma má ideia! — meu amigo reclamou. Conversamos um pouco mais até que eu decidi que era hora de dormir. Tomei banho e deitei, pensando no que tinha visto na praia. Será que aquela garota era real? Maya O mar que vejo hoje é o mesmo que sempre sonhei. Sei que ele é meu lar, mas não lembro de nada além deste lugar. Acho que sempre estive aqui... Sozinha, sem ninguém por perto. Sempre me virei presa neste lugar. A maré sobe e desce, mas nunca o suficiente para me libertar. Não são apenas as rochas que me prendem... é a minha cauda. Já tentei quebrar essa corrente, mas é totalmente em vão. — Você ainda está sonhando em sair, não é mesmo? — pergunta Levon, me tirando de meus pensamentos. Suspiro em resposta, afirmando. — Já lhe disse que não está perdendo nada. Olha só o banquete que você tem só esperando você — diz ele, passando a língua de um lado ao outro da boca, olhando para os peixes. — Fique à vontade, Levon... estou sem fome — respondo, ainda sem ânimo. — Bom, se você insiste... — diz ele, levantando as patinhas e mostrando seus dentes enquanto se prepara para devorar os peixes. Levon é uma lontra, a mais folgada que conheço, e também meu único amigo. Ele ainda é pequeno, foi abandonado pela mãe quando esta se assustou comigo. Sim, ela o deixou ali, no chão, sozinho. É triste, mas essa é a natureza. E não, eu não fiz nada de propósito, só tinha saído da água, e ainda era pequena demais para entender as coisas. — Você só diz isso porque não está acorrentado como eu — respondo, encostando a cabeça e os braços sobre a pedra. É o máximo que consigo sair da água. — Já pensou se você não conseguir chegar ao mar? E se você encalhar como um peixe na areia? Eu não vou conseguir te tirar de lá... — Levon diz pausadamente, sempre mastigando entre as palavras. — Tenho certeza de que não vou morrer saindo daqui. Pelo contrário, vou viver — respondo, olhando para o horizonte. — Maya, para de sonhar! Olha, eu abri esse molusco só pra você. Vai comer, e todos os seus problemas vão desaparecer rapidinho — diz ele, com um sorriso no rosto e os olhinhos pretos brilhando. Rio, meio sem acreditar no que ele está dizendo. — Agora sei por que não comi você... — brinco, ainda rindo. — OI? Nem diga isso nem brincando, ok? Nem brincando... embora, pensando bem... — Levon para de falar, lambendo uma de suas patas. — É um fato, sou delicioso! — completa, com uma expressão tão convencida que não consigo evitar uma risada. — Acho que nem consigo me imaginar aqui sem você, Levon — digo, sincera. Ele pula para fora da água e se acomoda em uma pedra. — Maya... você realmente não se lembra de nada antes de estar aqui? — pergunta ele, curioso. — Não... nada — respondo. — Toda mãe alimenta seu filhote — comenta Levon. — E se eu não tiver uma? — suponho, baixinho. — Todos vêm de alguém, menos as águas-vivas! Aquelas coisas... não têm empatia nenhuma! — diz ele, irritado. — Eu te avisei que não podia tocar nelas! — lembro. — Mas você não me impediu! Como pode ser tão pequena e eu não posso comer!? — retruca ele, nervoso. — Pare de pensar com a barriga. Aqui tem muito o que seus dentes podem mastigar! — digo, rindo do desespero do meu amigo. — Você vai ao centro hoje? — pergunto, tentando mudar o assunto. — Sabe que não! Odeio aquele lugar. Aquelas criaturas são as mais cruéis de todas! — Levon responde, decidido. — Certo... Eu ia pegar uns mariscos difíceis pra você... Mas, já que não quer... — falo, provocando-o. — Opa! Eu só disse que era arriscado! Quero muito! Melhor ter uma boa quantidade quando eu voltar! — ele responde, animado, antes de sair das pedras e correr para a floresta. — Que ninguém o veja ou irei me culpar para sempre... — murmuro para mim mesma. Recolho algumas algas e começo a escovar minhas escamas. Depois, vou até os mariscos e crustáceos que Levon tanto gosta. Ele ficaria muito irritado se não tivesse o suficiente. Mesmo sendo filhote, ele já come muito. O peso dos crustáceos na minha mão me distrai, mas então... AHHHHH!!! Um grito estridente me fez saltar de susto. AHHHHHH!!! — tento gritar de volta, mas minha voz falha. Afundo na água, apenas meus cabelos e olhos ficam à mostra. Aquela criatura ainda está me olhando. Mas... ela parece comigo... — O que você está fazendo aí dentro, garota? Essa água é escura! Deve estar muito fundo! — diz o estranho, sua voz carregada de curiosidade e preocupação. Será que está falando comigo?... Só pode ser. Deixa de ser tonta, Maya, só tem você aqui... Não consigo entender bem o que ele está dizendo. — Você consegue me ouvir? — pergunta ele novamente, mais perto. Ele está se aproximando de mim! Vejo suas mãos entrando na água, e em um impulso, mordo. AIIII!!! VOCÊ É O QUÊ, HEIN?! NÃO PODE SAIR MORDENDO AS PESSOAS ASSIM! ISSO É FALTA DE EDUCAÇÃO! — berra o estranho, sua voz cheia de dor. Me escondo mais na água, assustada com a reação. — VOCÊ É SURDA, GAROTA?! — ele grita novamente, mas então se acalma, abaixando a cabeça. — Parece que você está mais assustada que eu... Só queria ter certeza de que eu não estava ficando maluco com esse sol forte... Aham... Eu também não devia sair tocando nas pessoas assim... me desculpe — ele murmura, sua voz agora baixa e triste. Será que machuquei muito a sua mão? Tombo a cabeça para o lado, tentando entender suas reações estranhas. — Vou embora... — ele diz, fazendo um gesto de despedida antes de se afastar. Fico olhando enquanto ele vai embora, confusa. Como ele conseguiu ficar assim? Onde deveria estar a cauda, ele tem... duas varetas? Patas, como as de Levon. Suas mãos eram tão diferentes das minhas... macias, sem escamas ou barbatana. Será que é uma espécie diferente? Quando mordi sua mão, senti algo estranho... eram tão diferentes das minhas. Macias, sem barbatana... Acho que é uma espécie diferente. Será que ele é mesmo um humano? — MAYA! ACORDA! — grita Levon, me tirando dos meus pensamentos. Nem percebi que ele havia chegado. — Você estava dormindo? Sabe que é melhor dormir dentro d’água... — ele diz, com uma expressão preocupada. — Ah, não... Levon, como é essa espécie que você sempre fala m*l? — pergunto, tentando disfarçar minha curiosidade. Ele me lança um olhar desconfiado. — Por que a pergunta agora? — questiona, inclinando a cabeça. — Hm... por nada, só curiosidade — respondo, tentando parecer casual. Levon fica em silêncio por um momento, mas logo começa a falar. — Não sei muito sobre eles, mas de uma coisa tenho certeza: são ótimos caçadores. Olha o que eu trouxe para você — ele exibe orgulhosamente algumas fileiras de camarões, pendurados em sua boca. — Trouxe pra você. — Ele deposita os camarões na minha frente, esperando minha reação. — Mas... consegue descrever como eles são? — pergunto, apontando para o meu corpo, tentando fazer a conexão entre o que eu vi e o que Levon sabe. Ele franze o cenho, pensando. — Hm... são diferentes de nós. Eles andam em duas patas, usam muitos adereços no corpo, e têm muito pouco pelo. Nada de cauda nem escamas, eu acho... Antes que ele termine, seus olhos brilham de expectativa. — Agora... minha recompensa? — pergunta, ansioso, balançando a cauda de um lado para o outro. Eu olho para o montinho de camarões e me sinto um pouco envergonhada. — Ainda não abri... — admito, desviando o olhar. — O QUÊ?! — ele grita, claramente indignado, e eu não consigo evitar uma risada ao ver sua expressão furiosa. Ele parece tão bravo, mas ao mesmo tempo é tão pequeno e fofo que não consigo levar a sério. — Calma, Levon! Vou abrir agora! — digo, rindo enquanto começo a desembrulhar o presente de camarões. Ele resmunga algo sobre ingratidão enquanto eu continuo rindo, mas no fundo, minha mente ainda está longe... Pensando no garoto, na sensação de suas mãos contra as minhas, e nas palavras de Levon sobre os humanos.

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