Noivado?

898 Words
Luna gostava de coisas femininas. Assim ligou o notebook e foi pesquisar sobre vestidos de noiva. Encontrou um modelo sofisticado, com uma cor rosada. Era rodado e lembrava os vestidos de princesas, mas também seu uniforme de balé. Ela salvou a imagem na sua pasta. Depois foi tomar banho e cuidar dos cabelos. Mais tarde a moça que cuidava de sua unhas iria até lá. A manicure era uma jovem tagarela e espalhafatosa que sempre queria passar cores vibrantes e chamativas em suas unhas. Mas Luna sempre se recusava. Assim ela passou a tarde arrumando a unha dos pés e mãos. Quando anoiteceu ela se preparou para maratonar a série que assistia. Já era quase 00: 00 noite quando seu telefone apitou. Era uma chamada de vídeo de Dante. Ela atendeu, não porque estava ansiosa para falar com ele, mas sim porque sabia que necessitava construir um relacionamento com o homem que seria seu marido. Seria sua mulher e quanto antes aprendesse a lidar com seu temperamento melhor. Dante estava sentando em um poltrona, só de calça preta e com uma garrafa de bebida na mão. _ Boa noite, ? borboleta. _ Boa noite. Não sabia que bebia. _ Não bebo, não realmente. Mas estou sozinho, porque se recusou a me acompanhar. Precisava de algo para esquentar a noite fria. Logo não terá como fugir de mim. Sabe disso, não sabe? Luna preferiu não responder. Aquilo era intenso demais. _ Não conheço a cidade que você está. É bonita? _ É, destino de muitos casais em Lua de mel. Se quiser podemos passar a nossa aqui. Mas pensei em levar você para fora do país. Luna sentiu um calafrio no corpo. A voz dele tinha algo escondido. E ela sentiu uma pontada de medo. _ Dante? _ Fale _ Será bom para mim? Depois que estivermos casados. _ Tem dúvida quanto a isso? _ As vezes fico assustada com sua maneira ríspida. _ Não vou prende-la em uma torre. Isso eu lhe prometo. Agora preciso desligar. Tenho que visitar alguns hotéis bem cedo. Adeus . Desligou. E só depois Luna percebeu que ele não tinha realmente respondido sua pergunta. Eles haviam passado pouco tempo juntos. Tinha sido seu primeiro beijo e ela ficou encantada como ele a tratava, mas agora não tinha mais certeza de nada Talvez aquilo tudo fosse nervosismo pela proximidade do casamento, afinal noivas ficavam nervosas. Assim Luna decidiu que era melhor não sofrer antes da hora. Não podia fugir do casamento, não quando seu irmão precisava que ela estivesse casada para que pudesse cuidar de sua vida. Não podia fazer isso com ele, Ricardo merecia descansar depois de tudo e não se transformaria em um peso. Sabia que casamentos praticamente arranjados já não existiam, e que tudo aquilo era extremamente machista, mas sua família vinha em primeiro lugar. E Ricardo era sua única família até o momento. Depois do final de semana não teve mais notícias de Dante. O noivo nem mesmo havia feito uma ligação. Ela podia ligar , mas não faria isso. Passou um bom dia na segunda feira. Mas não obteve resposta. Ela estava sentada na sua poltrona de leitura quando Ricardo se ajoelhou aos seus pés. _ Preciso contar algo, maninha. _ É r**m? Ela conhecia o irmão, seu semblante denunciava problemas. _ Sim, podia ser pior, mas preciso que escute, tudo vai ficar bem. _ O que aconteceu? _ Quando falou com Dante? _ Na segunda a noite _ Houve um acidente.. Se ela estivesse em pé não sustentaria seu corpo. _Carro? Primeiro seus pais, agora Dante . _ Não _ Algum esporte, não entendi bem. Luna chorava. _ Ele está vivo, não está? _ Claro, vai ficar tudo bem. Ele precisará de reabilitação. Mas vaso r**m não quebra. Ela sabia que Ricardo tentava amenizar a situação. _ O quanto é r**m? _ Ele precisará de cadeira de rodas por um tempo. _ Quero vê-lo. _ Sinto muito. Mas ele me proibiu de levá-la até o hospital. Ela ficou desapontada. _ Posso adiar os preparativos do casamento? Não tinha visto muita coisa, mas .. _ Não, não terá uma festa, maninha, mas Dante mandou avisar que se casam daqui a vinte dias somente no civil. _ Estou nervosa. _ Eu sei. Luna? Ele a tratou m*l? Porque se tiver medo dele ou achar que ele não será bom suficiente é só dizer. É minha garotinha, não importa a idade que tenha. Posso adiar meus planos. _ Não. Está tudo bem. Gosto dele, só é novidade e sentirei sua falta. _ Eu também, mas farei o possível para não ficar muito tempo longe. _ O que irar fazer? _ Não posso contar, pelo menos não ainda. Mas estarei sempre aqui, se algo acontecer estarei aqui. Se em algum momento Dante a magoar ou machucar deixarei tudo para estar aqui para você. Basta uma ligação. Ele é o mais próximo que tenho de um amigo, mas é minha irmã. E você sempre estará em primeiro lugar. _ Obrigada. Amo você. Está com fome? _ Estou, mas vamos pedir pizza. _ ótimo. A voz dela a denunciou. _ Venha cá, pode chorar. Ela chorou nos braços do irmão. Chorava pelo acidente e por não pode ver o noivo, mas também pela incerteza do que a esperava em um casamento com Dante. Chorou até mesmo pelo vestido de noiva que não poderia usar.
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