Capitulo 1

1201 Words
Jasmine acaba de desligar o computador da sua secretária no momento em que o seu chefe chega perto de si.  -Já vai sair? -Pergunta-lhe ele  -Sim senhor, já passa da minha hora.  E o senhor também devia estar em casa com a sua família! Acrescentou ela, mentalmente.  -Sabes que não precisas de fazer horas a mais... Há outras formas de me impressionares –E ela até estava a ver quais eram essas formas a que ele se estava a referir  -Bem vou indo senhor, com a sua licença! -Levanta-se da sua cadeira e caminha até à porta do elevador o mais depressa possível, sem que pareça desesperada por sair dali  Entra no elevador assim que o mesmo abre, e suspira aliviada quando as portas se fecham e ela começa a descer até à saída da empresa. Aquele desconforto que ela sentia perto do seu chefe já se tornara rotina, não que ele tenha tentado alguma coisa com ela, mas ainda assim, toda a proximidade que ele tentava ter com ela e todas aquelas piadas com duplo sentido, a deixavam enojada.  A caminho de casa deu por ela a pensar na sua triste vida. Vinte e quatro anos, sem amigas e sem namorado! A única pessoa que era próxima a si, era o António com quem tem uma amizade de vários anos. De resto não tinha mais nada que a prendesse ali...   Pais adotivos que desde que saíra de casa aos dezoito anos, nunca mais mantiveram contacto. Os pais biológicos que partiram cedo demais num acidente de carro, e aquele trabalho horrível -com um patrão pior ainda- a que se sujeitava para conseguir pagar as contas do mês. Tudo isso somado, só lhe dava mais razões para odiar a vida que tinha. Mas a esperança de que um dia acorde e tudo mude, está presente dentro dela.  Já na porta do prédio onde morava, abriu a porta do mesmo e obrigou-se a entrar. O prédio apesar de por fora ter uma aparência pobre –pois é a realidade- por dentro supera as expetativas de quem olha para ele na rua. Não é um luxo, mas também não é dos mais reles.  Sobe a escadaria até ao terceiro andar e caminha até à sua porta. Já vive tão no automático que nem nota como entrou em casa e em que momento chegou ao sofá, simplesmente sabe que chegou lá pelos próprios pés. Passou alguns minutos deitada no sofá a olhar para o teto, mas decidiu que já era hora de jantar e caminhou até ao telefone da cozinha, e assim encomendou comida no restaurante chinês da esquina.  Se podia ir ela própria buscar? Podia! Mas o cansaço do dia, não lho permitia.  Foi até à porta de correr que dava para a varanda da sala e abriu-a para que entrasse algum ar no apartamento, que por sinal estava sufocante com o calor do verão, podia ter ar condicionado –podia-, mas isso era demasiada mordomia para o seu salário.  O seu telemóvel pessoal tocou, e sem ver já sabia que se tratava de António, pois mais ninguém tinha o seu contacto a não ser ele e o seu chefe. E tinha quase a certeza que naquela hora não devia ser o nojento do seu patrão.  -Está? -Atendeu sem ver quem era na verdade   -Boa noite Jas -como ela pensava, António- Que tal irmos jantar esta noite? -Por muito tentadora que fosse a proposta, já tinha pedido o jantar. E para dizer a verdade, nem lhe apetecia sair de casa hoje  -Já pedi o jantar... Mas se quiseres vir cá ter, eu encomendo mais qualquer coisa! -Não queria sair, mas isso não queria dizer que quisesse passar a noite sozinha  -Ok! Quinze minutos e estou aí. -faz uma pausa- E Jas, não precisas de te preocupar com o jantar, que eu no caminho compro alguma coisa para os dois –Fala e desliga a chamada  Não era necessário que ele comprasse jantar para ela, pois já o tinha feito e até o tinha avisado sobre isso, mas pelos vistos ele não se interessou pelo aviso dela e também não a deixara dizer mais nada, pois desligou-lhe o telemóvel sem a deixar falar.  Passados dez minutos o seu jantar chegou e alguns minutos depois, António chegou também.  Jantaram tranquilos, perdidos em conversas sobre o trabalho entediante de Jas e o trabalho emocionante de jornalista do António. Ouvi-lo falar tão entusiasmado do seu trabalho, causava-lhe uma certa inveja por ele trabalhar no que gosta.  Os dois arrumaram a cozinha e por fim, Jasmine acompanhou-o à porta.  -O jantar foi maravilhoso, como sempre! -Disse António, no momento em que Jas lhe abriu a porta de casa para que ele saísse   Ela concordou. Ele era uma companhia maravilhosa, e não podia negar que era esperto, divertido e e estaria a mentir se não dissesse que ele era um homem bastante atraente. Mas ela não o via com segundas intenções, apesar de saber apreciar um homem bonito.  António saiu pela porta de casa dela, mas sem se afastar muito, não lhe dando assim a oportunidade de fechar a porta. Passou os olhos por ela, começando pelas coxas descobertas por estar a usar uns calções. A luz do corredor deixava-o ver com clareza todas as curvas do corpo dela, o pescoço delicado, os lábios rosados e carnudos, perfeitos. Deu-lhe vontade de a beijar, ali mesmo, naquela luz, naquele momento.  -Obrigada pela companhia –Ela disse, fazendo menção de fechar a porta  -Espera –Ele aproximou-se dela rapidamente, para que ela não tivesse tempo de a fechar. Segurou o rosto dela com as duas mãos e pôs a boca na sua  Ela não estava à espera de tal movimento, mas podia confessar que o beijo dele era até demasiado bom. O beijo era lento e suave, mas ao mesmo tempo dava a entender que estava pronto pra levá-la para a cama. E cheirava bem, um perfume masculino viciante!   Era tão bom que naquele momento até se quis sentir atraída por ele. Quis mesmo, mas infelizmente não conseguia vê-lo além de seu amigo. Como se percebesse o que ela sentia, ele recuou.  -Não estás a sentir nada, pois não? -Ela riu tímida, não querendo ferir os sentimentos do amigo  -Sabes beijar António. Não é que o beijo seja mau, muito pelo contrário. Mas não te consigo ver para além de amigo... -Ele afastou-se mais dela e ficou do lado de fora da porta  -Nem sei como agradecer ao elogio. E desculpa se abusei da nossa amizade –Desculpou-se e ela olhou-lhe com uma certa pena  -Tudo bem. Não é por isto que a nossa amizade vai mudar –Tranquilizou-o e ele sorriu   Jasmine inclinou-se para fora da porta e deu-lhe um beijo no rosto.  -És fantástica Jas. És mesmo –Aclarou a garganta para cortar o clima embaraçoso que ele próprio tinha criado  -Tu também és fantástico, acredita!  Ele deu-lhe um último sorriso e despediu-se dela com um beijo, desta vez no rosto. Caminhou pelo corredor e Jasmine entrou para o seu apartamento, direta para a cama.  Espero que gostem da nova história que criei! A partir de hoje irá sair capítulos diariamente
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