CAPÍTULO 1

902 Words
***** CAPÍTULO 1: CAROLINA VOLTA AO MORRO ***** Estava subindo o morro quando cheguei na barreira. O vapor do meu pai fez sinal para que eu parasse e saísse do carro. Sei que eles não sabem quem eu sou, afinal, já se passaram anos desde que deixei este morro. Vapor 1: E aí, mina, desça do carro! Precisamos ver se não está armada. Sorrir para mim mesma, pois ele não tem noção do que está fazendo. Desci do carro e, um vapor armado se aproximou, apontando a arma para mim. Quando ele ia começar a me revistar, eu, com um movimento ágil, consegui tomar a arma dele e a apontei de volta para ele. Carolina: O dono do morro está ciente do que vocês fazem com as mulheres? Vapor 1: Calma aí, mina! Eu só ia ver se não estava armada, nada demais. Devolve minha arma, pô! Vapor 2: O que você está querendo aqui na minha quebrada, mina? Carolina: Sua quebrada? Eu não pude evitar de rir. —Eu acredito que a filha do grande Enrico Fernandez não precisa dar satisfações sobre o que faz na quebrada dele. Saiam da minha frente seus otários ou vou passar por cima de vocês. Vapor 1! Eita p***a, não sabia que você era a filha do patrão. Ele mencionou que você viria. Foi m*l mesmo, patroa! Carolina: Vou dar um aviso a vocês dois: se eu souber que vocês tentaram tocar em alguma mulher com a desculpa de que iam revistar, vou ter o prazer de cortar o p*u de vocês fora. Dito isso, destravei a arma e disparei no pé do desgraçado que tentou me revistar, enquanto ele permanecia ali, lamentando a dor. O outro vapor me lançou um olhar de ódio, mas não disse nada, tô ligada que vou ter trabalho com esse vapor que se acha dono do meu morro. Joguei a arma longe deles, e fiz um gesto simulando uma arma com a mão em direção ao outro o****o que me olhava com raiva, entrei no meu carro e fui para casa. Ao chegar, saí do carro e dirigi-me imediatamente para dentro de casa. A funcionária que trabalha aqui por muitos anos veio ao meu encontro e me abraçou. Daniela: Que saudade, menina! Carolina: É ótimo te ver, Daniela. Daniela: Você se tornou uma mulher linda, assim como sua mãe. Carolina: Todos comentam que sou parecida com ela. Sinto falta do meu pai e preciso vê-lo. Daniela: A menina, ele não está nada bem e só tem chamado por você. Ele está no quarto. Fui para o quarto onde meu pai estava e o encontrei deitado, com uma palidez notável. Sua idade já não lhe favorecia e ele não parecia mais o mesmo Enrico de anos atrás. Ele estava dormindo quando me sentei à beira da cama e segurei sua mão. Com o toque da minha mão, ele despertou. Enrico: Minha filha, você veio. Carolina: Achou que eu não viria, pai? Enrico: Por um momento, duvidei de que você viria, considerando tudo o que aconteceu. Carolina: Eu gostaria de nunca mais voltar aqui, pois me traz lembranças ruins, mas não podia deixar de te ver, pai. Enrico: Sinto tanta culpa por não ter percebido o que estava acontecendo ao meu redor. Carolina: Uma coisa que aprendi com as minhas dores, pai, é que ninguém é culpado, a não ser o infeliz do Felipe, mas isso não é o que importa agora. Enrico: Filha, eu não queria partir sem te passar o comando do morro. Carolina: Pai, sou uma mulher e, por isso, acredito que não seria levada a sério ao assumir o comando do morro. Enrico: Você é minha única herdeira, possui a mesma determinação que eu, conhece tudo sobre o morro. Aqueles que não aprovarem a sua liderança podem se afastar do nosso morro. Não pretendo colocar ninguém que não seja da família Fernandez no comando, minha filha. Você é a única da linhagem que possui a autoridade necessária para liderar. Carolina: Pai, concluí a faculdade de Medicina e tinha planos fora do Morro. Não tinha interesse em retornar para o Alemão. Enrico: Minha filha, eu não estou pedindo que você se afaste do seu sonho. Você pode trabalhar no posto aqui do morro, mas imploro que assuma a liderança no meu lugar. Isso é fundamental para que eu possa partir em paz, filha. Ver meu pai implorando me fez refletir profundamente, e não poderia permitir que o morro, que ele lutou tanto para conquistar, ficasse nas mãos erradas. Carolina: Está bem, pai. Eu retornarei ao morro e assumirei o comando. Enrico: Não sabe como fico aliviado, filha. Você se lembra de quando era pequena e dizia que seu vulgo deveria ser diferente para intimidar os homens? Você afirmava que esse nome causaria muito medo neles. Comecei a rir ao lembrar disso. Carolina: Sim, e até hoje ainda considero que esse vulgo seria o mais adequado para mim. Enrico: Apartir de hoje, você será conhecida como a bandida perigosa. Carolina: A bandida perigosa do morro, vou assumir com garra, pai, e nunca vou te decepcionar. Enrico: Você nunca me decepcionou, filha. Você é meu orgulho. É uma mulher forte e já me mostrou isso anos atrás, quando, em vez de falar sobre o abuso que sofria, tomou a atitude de matar o desgraçado com suas próprias mãos. Eu te amo, filha. Dito isso, meu pai faleceu segurando minha mão.
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