Herdeira de Paraisópolis

No churras

Sophia

Sexta feira chegou, a favela fica como frenética que só, o movimento começa, gente subindo e descendo o dia todo, os bares enchem desde cedo, e eu que não sou b***a nem nada já tava como? no bar com a minha tropa bebendo com os aliados, meus coroas tavam juntos, casal mais lindo, tem nem como.

- Quem é essa aí?_ Minha mãe pergunta vendo uma das minas novas que estão pela favela agora, já puxei a ficha toda das duas, são sobrinhas da dona Fátima, costureira lá da rua doze, se mudaram pra cá depois que a mãe morreu, tá tudo palmeado já, ninguém vem morar na favela sem que a gente puxe o fundamento tá ligado, pode dar vacilo não que pra ser um alemão, ou um infiltrado dos canas é daqui pra li.

- É moradora nova, tem uma irmã, são sobrinhas lá da costureira lá da rua doze, a dona Fátima.

- Não gostei dessa ruiva nem um pouquinho, tá jogando na cara do seu pai sem dó, tá doida pra eu grudar nesses cabelos dela.

- Postura dona Mariana, postura, fica na tua que se ela passar do ponto a senhora junta ela rapidinho.

- Tou só de olho, piranh@ nova não vai ciscar pra cima do meu homem nem fudend0, não deixo não filha.

- Nem pode._ Aí pronto, minha mãe ficou só de cantinho bebendo na intenção da mina, encarando ela serinho enquanto meu pai tava na postura dele, rendia homenagem nenhuma pra mina, mas ela não se tocava não, queria chamar a atenção dele a todo custo, certeza que nem imagina quem é o furacão chamado dona Mariana, eu vou ficar na minha que a dona dele tá aqui, ela mermo resolve, preciso fazer nada.

A coroa tava controlada só nas olhadas até que a mina encostou no meu pai na hora que ele levantou pra dar alguma ordem pra um dos vapores, mona puxou assunto na cara de p@u enquanto só faltava jogar os p****s na cara dele, tava tipo assim " Me come".

- Ah mas nem fudend0 uma porr@ dessa._ Minha mãe já fala se levantando, rir e neguei com a cabeça já sabendo que ela ia fechar com essa mina agora mermo.

A coroa já chegou dando um empurrão na mina.

- QUAL QUE É A TUA EM CARALH0? TA FICANDO MALUCA NA PORR@ DO BAGULHO? RENDENDO PRA MEU HOMEM NA MINHA FRENTE?

- O quê?

- O QUÊ É UM CARALH0._ Grudou pelos cabelos da mina ai ja foi, desceu o braço sem dó.

- PARA COM ISSO MARIANA._ Meu pai puxava a minha mãe tentando controlar a fera dele, tava brabona kkkkkkkkkk. Depois de mó cota ele conseguiu tirar a mina das garras dela. - VAZA MINA, SOME DAQUI PORQUE SE ELA SE SOLTAR NEM O d***o CONSEGUE SEGURAR MAIS._ Meu pai fala e a mina saí com o rosto vermelho das porradas que levou, saiu quase correndo, tem que aprender a chegar manso filha, quer render pra macho sem procurar saber se tem dona ou não, aí leva porradelo mermo.

Meu pai veio agarrado pela cintura da minha mãe que vinha se acabando de rir, ela se senta.

- Namoral tu nem pra ir me ajudar né caralh0? sabe que quando tua mãe começa ja foi._ Gargalhei.

- Podia fazer nada, a mina procurou.

- Entendi foi nada, tava namoral, do nada a dona encrenca chegou empurrando a mina.

- Tu que não percebeu mas a cachorra tava jogando pra você na cara de p@u._ Minha mãe fala plena, depois toma um gole da sua bebida.

- Hi eu lá tou prestando atenção em piranh@ rendendo pra mim, rendo homenagem nenhuma pra essas minas e tu sabe disso, só nem doido pô, eu tenho um mulherão da porr@ do meu lado e não tem piranh@ nesse mundo que me faça vacilar contigo._ Minha mãe abre um sorriso bobo na hora, aí se amam pra um caralh0 e eu fico boba vendo quanto é lindo o amor deles.

Meu pai sentou, ficamos ali bebendo por alguns minutos, logo um vapor chega em mim.

- Boa tarde chefia, patroa._ Meu pai e minha mãe assente com a cabeça o cumprimentando. - Perigosa tem uma mina lá na entrada procurando por ti.

- Por mim?

- É pô, é aquela mina daquele dia no baile que procurou confusão e tu foi levar ela em casa._ Franzi a testa, ué, o que essa maluca tá querendo aqui novamente? ta querendo morrer é isso mermo?

- Mande alguém trazer ela até a mim.

- Já é._ Ele se afasta e meu pai me encara.

- Qual foi aí?

- Nada de mais não._ Não vou dizer nada ao meu pai, nem que a mina é irmã do Diamante e muito menos que eu estive no apartamento dele ou tive algum tipo de contato com ele, o meu pai tem uma super proteção quando é colocar a minha vida em risco coisa que eu faço brincando.

Minutos depois um vapor parou com a moto do outro lado da rua, com a maluca na garupa, me levantei e saí do bar, fiquei afastada, ela desceu e veio até a mim, encarei ela com uma sobrancelha levantada e cruzei os braços.

- Oii._ Fala dando um sorriso, rum, o que é que essa aí quer?

- Fala tu, tá procurando o quê por aqui em maluca? morrer? né possível que esteja bêbada.

- Tou bêbada não, se preocupe com isso não.

- E tá fazendo o quê aqui?

- Eu gostei da favela e vim passear ué.

- O seu irmão sabe que tu tá por aqui?

- Menina aqui é bem movimentado né._ Desconversou.

- Fala logo o quê tu quer comigo, eu não sou menina e sei que tu não tá aqui atoa, desembucha logo, não gosto de enrolação, ou abre o bico ou tu não saí daqui, não viva._ Ela engole em seco.

- Calma... eu só...

- Fala logo de uma vez e sem mentir._ Ela revira os olhos.

- Foi o meu irmão.

- O que o seu irmão quer?

- Ele quer te ver._ Rir mas por dentro, então o senhor Diamante quer me ver. - Esse sorriso de lado aí é um sim?_ Fechei a cara na hora.

- O que ele quer comigo?

- Não sei, só me mandou atrás de você, vai ter um churrasco amanhã lá e ele disse que te queria lá, você deve ter feito o trabalho do jeito que ele gosta pra ele tá doido atrás de você._ Preciso agir com cautela, eu tenho que aproveitar que ele que está vindo atrás de mim, ganhar a confiança dele e saber tudo que eu preciso.

- Vamos sentar e beber enquanto eu penso se quero ou não quero aparecer nesse churrasco._ Ela rir e me segue. Me sentei, meus pais disseram que já iam, e eu continuei lá com ela, mina mais maluca que essa eu nunca conheci, mandada que só.

(....)

O dia seguinte chegou e eu me arrumei toda, ia dar 12:00 horas quando eu saí de casa, a Joseane ficou de me esperar lá na estrada do morro, eu tava de short jeans, blusinha curta, uma roupa própria para um churras.

Cheguei na entrada do recanto e a mandada já estava me esperando, fui de carro.

- Que demora cara._ Ela fala entrando no carro.

- Larga de ser abusada eu hein, vim de carro não foi de jato não filha._ Ela Gargalha.

- Vamos que o churras já tá rolando, nem contei a meu irmão que você ia vim, ele vai tomar um susto quando te ver.

- Gosto assim, mas estou vindo só pela bebida e a comida.

- Hum, sei, humrum._ Garotinha filha da put@.

A Joseane me guiou até a casa do Diamante, casarão mas não é de se esperar mesmo pra um dono de morro, dois entrando, o churras era lá na parte do fundo. Fomos entrando, quando passo pela porta a primeira pessoa que bati os olhos foi ele, tava com uma mina no colo, quando esse homem me viu tirou a mina de cima dele numa ligeireza kkkkkkkkkkkkkk me segurei para não gargalhar, dei um sorriso de lado e fui entrando, Calma senhor Diamante, se acalme.