●CAPÍTULO 5●

1415 Words
Sou Daniela Nogueira Dantas. Tenho trinta anos e sou formada em educação física pela UFPE. Sou nascida e criada em Garanhuns-PE, vim morar em Camaragibe quando eu engravidei do Saulo o meu namorado, na época eu tinha apenas 15 anos. Meus pais ficaram com muita raiva por quê o Saulo não queria assumir a paternidade do bebê e meus pais resolveram me trazer pra cá, pra que a vizinhança não ficasse me apontando nas ruas. Aqui todos acham que o Saulo morreu em um acidente de carro. Quando o Lucas começou a perguntar pelo pai, meus pais e eu dissemos pra ele que o pai morreu antes dele saber que eu estava grávida e que nunca conheci a família do pai dele, por isso ele não tem o nome do pai na Certidão de Nascimento. Não n**o que achei melhor contar essa mentira do que deixar o meu filho saber que o pai e os avós sempre o desprezaram. Meu Lucas é um menino maravilhoso, ele é muito estudioso e dedicado. Ele sonha em cursar medicina. Me esforço muito para dar tudo o que ele precisa, meus pais também sentem muito orgulho do neto e fazem de tudo por ele. Moramos em um duplex no centro de Camaragibe. Meus pais são farmacêuticos e possuem uma farmácia de manipulação na Rua Eliza Cabral de Souza, no centro comercial de Camaragibe. Somos uma família muito unida, apesar de todos os problemas e dificuldades que já passamos. Eu sofri muito pra conseguir passar no vestibular e com muito esforço consegui me formar em Educação Física, que sempre foi um dos grandes sonhos da minha vida. Consegui uma vaga na Academia Leoa do Norte, por indicação de um professor da faculdade. Fui muito bem acolhida pela Alice e pelo Cícero. Eu assumi os treinos de musculação e crossfit, que eram administrados pela Alice, que precisou se afastar das funções para ajudar a cuidar da mãe que foi vítima de um incêndio, onde ela também perdeu o pai vítima de queimaduras. Fiquei encantada com a força dessa mulher. Ela não se deixou abalar pela dor e foi ajudar a mãe de cabeça erguida. Ouvi falar pelos corredores da academia que os pais viraram as costas para ela quando descobriram que ela é lésbica e mesmo assim ela está lutando para ajudar a mãe com um sorriso no rosto. Eu devo reconhecer que sou uma guerreira, mas não chego nem aos pés da Alice. Se tem uma coisa que não me abala é homem que se acha o fo.dão. De safado na minha vida já basta o Saulo, a única coisa boa que ele me deixou foi o meu Lucas. Minha meta é cuidar do meu filho. Até namorei alguns rapazes, mas nunca mais quis saber de ter outro filho. O Lucas até me pede um irmão, mas sou consciente de como é difícil criar um filho e tenho medo de passar por tudo isso novamente. Na minha terceira semana de trabalho na academia, um carinha folgado; metido à "bilola doce" veio com um papinho de conquistador para o meu lado e levou um fora épico na frente de alguns alunos na aula de crossfit. Me surpeendi quando a Alice me pediu desculpas dizendo que o folgado era primo dela. O que mais me surpreendeu foi que no dia seguente logo cedo ele veio me convidar pra sair e eu tive que refrescar a memória dele com outro fora ainda maior que o anterior. Depois que esculachei com o primo da Alice o dia seguiu tranquilo, mas no fim da tarde as dores na região do ovário voltaram a me incomodar. A dor era tanta que eu não conseguia nem andar direito. A Alice viu o meu estado e quando eu disse o que era, ela nem me perguntou nada, ligou para o médico dela e marcou uma consulta com o ginecologista que é conveniado com a academia. Ela já tinha me falado que tinhamos convênio com um ginecologista e um cardiologista que eram parentes dela. Quando cheguei no consultório o médico estava de costas para mim o coitado reclamou de dor e me ofereci para fazer uma massagem nele, eu fiz um curso de massoterapia antes de prestar vestibular pra educação física. Eu nem tinha olhado pro rosto dele. O homem tinha as costas bem definidas, com certeza ele malhava muito, sem falar no cheiro, aquele perfume eu reconheço de longe, ele estava usando Zaad, o mesmo perfume que meu pai usa e olha que ele disse que passou o dia no consultório e ainda estava muito cheiroso. Quando ele agradeceu pela massagem e pediu para que eu fosse me trocar pra fazer o exame eu tentei olhar pro rosto dele mas não consegui. Mas quando eu saí de trás do biombo e vi que era o engraçadinho que me cantou na academia eu já estava disposta a trocar de roupa e ir embora do consultório pra nunca mais voltar lá. Mas quando a Alice bateu na porta e eu mandei que ela entrasse pra evitar que o "Dr. Irresistivel" tentasse me cantar novamente. Mas ela falou super espontânea que o médico era irmão gêmeo do folgado que me cantou na academia, com isso eu baixei a minha guarda e deixei que ele desse continuidade à consulta. Porém, por via das dúvidas tratei logo de pedi pra Alice ficar comigo no consultório. Durante os exames fui surprendida por algo que até meus pais tinha esquecido imagina eu! Eu tinha colocado um DIL quando o Lucas nasceu e que já estava vencido há mais de três anos. Quando o médico disse que iria retirar o dispositivo eu nem relutei. Apenas me preparei pra encarar a dor que ele disse que eu sentiria. De fato doeu quando ele retirou. Quando ele disse que eu deveria tratar o cisto de imediato eu pensei que fossem medicamentos via oral, eu detesto agulhas. Até por que detesto sentir dor e evito de fato ir ao médico. Mas quando ele perguntou se eu tinha algum problema com agulhas eu me fiz de forte e disse qua não tinha problemas nenhum. Mas pra ferrar com o meu psicológico o cara apareceu com uma seringa enorme na minha frente, mandando que eu virasse o bumbum e me apoiasse na parede. Minhas pernas pareciam uma gelatina. Aff! A Alice ainda disse que o homem tinha mãos de helfo. Mas pra mim, não tinha como ficar calma, eu travei ao sentir a agulha me furando e acabei contraindo o músculo fazendo a injeção doer ainda mais. O problema maior foi quando a Alice o convidou pra jantar com a gente e pra ferrar o irmão dele apareceu durante o jantar e sentou ao lado dele. Eles são idênticos a diferença é só o bigode pois o do médico é bem curto e o do outro é cheio. Quando o outro tirou onda dizendo que o marido da Safira comentou do fora que o médico levou hoje pela manhã no lugar dele eu fiquei mais rasa que o chão. Pra piorar na hora que se despediu o médico fez questão de confirmar que dei um fora nele pensando que ele era o outro. Eu queria enfiar minha cara no chão e ele ainda fez uma gracinha mandando que eu colocasse gelo no bumbum por que eu estava pisando com dificuldade por causa da furada. O que de fato era verdade. Aff! Posso até estar enganada, mas acho que esse médico está começando a pertubar meus pensamentos. Só em pensar que terei que me consultar com ele à cada quinze dias, meu ventre fica trêmulo e minha mente voa para lugares que nem gosto de falar. Porque com um simples sussurro no meu ouvido já foi suficiente para deixar meu corpo inteiro em êxtase, imagina se viesse a acontecer algo a mais. Mais, lógico que isso é praticamente impossível, eu não quero e muito menos procuro por amores. Mas, será que ele pensa da mesma maneira? Ai... meu pai! Tô perdida! Continua... ××××××××××××××××××××××××××××××× □□□□□□□□□□□□□□□□□ ×××××××××××××××××××××××××××××××
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