Obcecado

1634 Words
Rocco DeLuca Eu conheci essa garota por acaso na porta de uma escola enquanto ela lutava contra um assaltante que estava intimidando ela e a irmã. Eu ia interferir, mas, então, ela girou o corpo como se fosse dançar ballet e acertou o assaltante com um golpe forte. Ela era incrível. Fiquei fascinado por sua coragem. Quando entrei naquela pequena cafeteria pela primeira vez, não tinha intenção de demorar. Até porque ficar perambulando pelas ruas não era algo que eu gostava de fazer. Era só mais uma manhã fria, e eu precisava de um lugar para me aquecer e pensar em como entregaria o próximo carregamento. O cheiro de café recém-moído e o som de uma música suave me atraíram para dentro. As paredes eram claras, o ambiente acolhedor, um completo contraste com o mundo sombrio e violento ao qual estava acostumado. E então, eu a vi novamente. Ela estava atrás do balcão, servindo um cappuccino com um sorriso genuíno que iluminava o lugar. Seus olhos, de um castanho profundo, emoldurados no cabelo castanho e jeito angelical, encontraram os meus. Ela sorriu amplamente e por um momento, senti um calor estranho percorrendo o meu corpo e automaticamente o meu p*u endureceu. p***a! Eu a queria. — Um expresso, por favor. — eu pedi, tentando manter a minha voz indiferente. E ela foi a mais doce e gentil, não só comigo, mas com todos. A partir daquele dia, eu me encontrava voltando àquela cafeteria com uma frequência que não podia mais justificar apenas pelo café. Praticamente todos os dias observava a mulher enquanto atendia os clientes, encantado com sua doçura e paciência. — Você está realmente obcecado por ela, hein? — Vittorio provocou. Ele não podia perder a oportunidade de me provocar. Estávamos sentados num canto da cafeteria, e ele ria baixo enquanto eu observava a garota servir uma mesa próxima. — Cale a boca. — Eu falei jogando o lenço de papel nele, enquanto ele se esquivava. — Nunca pensei que veria o grande Rocco DeLuca derretendo por uma garçonete. — Ele continuou. Bufei, tentando esconder o sorriso que ameaçava surgir. Vittorio conhecia meus pontos fracos, e parecia que ela estava rapidamente se tornando um deles. — Ela é muito jovem e muito inocente para ser minha, Vittorio. — Eu respondi bebendo um pouco do meu café. — Vamos voltar ao nosso problema principal: Luigi Cavaglieri. Conseguiu informações sobre onde ele vai realizar o casamento? Vittorio suspirou, ainda sorrindo enquanto se inclinava para frente, mais interessado na conversa. — Sim, consegui algumas informações. Parece que ele vai fazer a cerimônia em uma das suas propriedades no interior. Um lugar bem isolado, cercado por florestas. Perfeito para ele e os seus convidados evitarem olhos curiosos. Nós deveríamos conversar com algum dos presentes Vittorio continuou, baixando a voz para que ninguém pudesse ouvir. — O local em que ele vai se casar fica próxima a uma villa no campo, a cerca de uma hora daqui. Será um evento privado, apenas para os mais próximos. Enquanto ele falava, minha mente tentava se focar nas palavras dele, mas meus olhos teimavam em voltar para ela. Ela estava agora atendendo uma mesa do outro lado da cafeteria, seus movimentos graciosos e a forma como ela se movimentava pelo pequeno salão eram fascinantes. — Rocco, está me ouvindo? — Vittorio estalou os dedos na minha frente, trazendo-me de volta à realidade. — Sim, sim, estou ouvindo. — Respondi, ainda com a imagem dela na mente. — Precisamos de uma estratégia. Eu assenti, processando a informação. Cavaglieri sempre foi meticuloso com sua privacidade, e esse casamento seria um evento grandioso, cheio de figuras poderosas e perigosas do submundo. Precisávamos estar lá para garantir que nossos interesses não fossem ameaçados ou interrompidos. — Isso mesmo. — Vittorio confirmou, se inclinando para a frente. — A segurança será pesada, mas já consegui algumas informações sobre os pontos fracos da segurança. Precisamos de um plano detalhado para entrar e sair sem sermos notados. — Precisamos de um mapa da villa e de informações sobre os guardas. — Eu disse, tentando me concentrar novamente. — Vamos trabalhar nisso hoje à noite. Por agora, quero observar mais um pouco. Vittorio viu que eu estava olhando para a garota e bufou, mas assentiu. Ele sabia que, uma vez que eu colocava algo na cabeça, era difícil me fazer mudar de ideia. Ele continuou detalhou o plano, minha mente continuava voltando para ela, a garota do balcão. Caterina. Ao menos era o que estava no crachá. — Você nem está me ouvindo, está? — Vittorio riu, balançando a cabeça em descrença. — Rocco, se continuar assim, vai acabar se distraindo na hora errada. — Estou ouvindo, sim!— eu respondi, um pouco mais irritado do que pretendia. — Cavaglieri, floresta, isolamento, Villa, conversar com um aliado. Eu entendi. Vitorio riu alisando o rosto. Ela estava agora atrás do balcão, organizando algumas xícaras. Quando ela olhou na minha direção e nossos olhares se encontraram, senti aquele calor familiar percorrer meu corpo novamente. Ela sorriu, e eu retribuí com um leve aceno. Talvez Vittorio estivesse certo. Talvez eu estivesse me tornando obcecado por ela. Mas, naquele momento, eu não me importava. A inocência e a doçura de Caterina eram um refresco no meio da minha vida turbulenta, e eu estava disposto a me deixar levar por essa obsessão, pelo menos por mais um tempo. Com um suspiro, levantei-me e caminhei até o balcão. Eu precisava de uma desculpa para falar com ela, qualquer coisa para ouvir sua voz doce de perto. — Com licença, poderia me dar mais um expresso e um Cappuccino? — Pedi, sorrindo de forma que esperava parecer casual. Ela levantou os olhos para mim, e por um momento, o mundo pareceu parar. Ela era tão linda e pura. — Claro, senhor. — Ela respondeu, sua voz suave. — Um momento. Eu voltei para a mesa e ele balançou a cabeça negativamente passando a mão entre os cabelos. — O que? — Eu perguntei erguendo uma sobrancelha para ele. — Só estou dizendo, que essa obsessão não é saudável. — Ele replicou, seu rosto se tornando sério. — Ela pode parecer um anjo, mas você sabe que nosso mundo não é para ela. Precisamos manter o foco, especialmente agora que o porco traidor do Luigi está tramando contra nós. Antes que eu pudesse responder, ela se aproximou de nossa mesa, trazendo nossos pedidos. O perfume suave que emanava dela me envolveu, e por um breve momento, todo o caos e a violência que faziam parte da minha vida pareciam distantes. — Aqui está seu cappuccino, e seu expresso, senhor. — Ela disse com sua voz doce, colocando as bebidas na mesa com cuidado. — Algo mais que eu possa trazer para vocês? — Não, isso é tudo, obrigado. — Respondi, tentando manter minha voz firme. Ela sorriu novamente, um sorriso que iluminava sua face e fazia meu coração bater mais rápido. — Aqui, fique com o troco. — Eu estendi a mão para ela lhe dando uma gorjeta maior do que ela estava acostumada, é claro. Ela agradeceu com um sorriso enorme e no breve momento que sua mão tocou a minha um choque percorreu minha pele. Indo direto ao meu peito. Quando ela se afastou, Vittorio suspirou novamente, mas desta vez com uma certa compreensão. — Olha, eu entendo que você está atraído por ela e ela é linda como um anjo. — Ele começou e eu o encarei com desdém, — Mas, Rocco, não se esqueça de quem você é e do que precisa fazer. O mundo lá fora não perdoa distrações. Ele estava certo, claro. Mas não importava o quanto eu tentasse, não conseguia afastar Caterina da minha mente desde aquele dia. — Não se preocupe, Vittorio. Eu sei o que estou fazendo. Ela é muito jovem e não é problema meu. — Respondi finalmente, embora uma parte de mim não tivesse tanta certeza assim. Terminei meu café e me levantei. — Vamos. Temos um casamento para estragar e um inimigo para enfrentar. O dia passou rápido depois do café. À noite eu segui para uma das minhas boates de Striptease. É um dos meus negócios mais lucrativos, já que os turistas vêm aqui com bastante frequência, atualmente as minhas garotas ou estão pagando dívidas, ou estão aqui por vontade própria. Assim que entrei na boate, a música alta e as luzes coloridas me envolveram. Eu me dirigi diretamente ao meu escritório, passando por dançarinas e clientes que se divertiam, sem prestar muita atenção ao ambiente ao meu redor. Meu escritório era um contraste com o resto da boate: silencioso, elegante e funcional. Eu me sentei atrás da mesa e peguei o telefone, ligando para o segurança na entrada. — Mande chamar Irina. — Ordenei, minha voz firme. — Preciso dos serviços dela. Enquanto aguardava, meus pensamentos voltaram ao plano contra Cavaglieri. Precisávamos ser meticulosos, cada detalhe precisava ser perfeito. Uma falha poderia significar a diferença entre a vida e a morte, não só para mim, mas para todos que dependiam de mim. A porta se abriu e Irina entrou. Ela era uma das melhores dançarinas da boate e minha p**a particular. — Você me chamou, Senhor? — Ela perguntou, fechando a porta atrás de si e se aproximando da mesa. Irina é muito bonita, mas a maquiagem forte destacava os olhos azuis e o cabelo vermelho como sangue para os demais clientes. — Sim, Irina. — Respondi, — Tire essa maquinagem e deixe seu rosto natural. Quero os seus serviços essa noite, a noite inteira. Eu precisava de Irina o mais natural possível. Precisava dela para aplacar a vontade que eu estava de afundar meu p*u em Catarina. E como eu nunca a teria, tudo o que me restava era diminuir essa vontade.
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