Capítulo 3

1227 Words
- Não quero.- Respondi curta e grossa.  - Por que não?- Como eu já disse, não quero saber quem são meus pais biológicos. Deuses ou não, eles me deixaram naqueles lugares, então não me queriam!  - Nossa.- Ficou meio sem graça.- Tá bom, mas eu vou deixar essa pergunta em aberto, vai que você muda de ideia.  Após essa conversa totalmente sem sentido, ele abriu a porta e saiu. Logo depois, abri a porta novamente porém ele não estava mais lá, só o vazio de um corredor escuro. O Luky é muito bonito, pena que ele também é convencido, um grande i****a. Aí, o corpo dele é bem forte e... Espera! Por que eu estou pensando nesse convencido?   - Evydia, por que você 'tá com essa cara de pensativa?- Liza perguntou enquanto estávamos sentadas na praça de alimentação do shopping. Eu não parava de pensar na proposta do Luky.  - Nada não.- Não queria contar a ela agora, até porque eu não iria aceitar mesmo.  - Eu te conheço, sei que tem alguma coisa acontecendo.- Ficou desconfiada.- Mas, como eu te conheço mais ainda, sei que você não vai falar e eu não vou te obrigar.- Me senti aliviada.  - Você me conhece mesmo em.- Dei risada.  - Bom, é isso que as amigas fazem. Mas vamos parar de desânimo. 'Bora comprar os biquínis, porque daqui a pouco a loja fecha e vamos estar aqui ainda.- Levantou e estendeu a mão para mim.  - Tá bom, tá bom.- Segurei em sua mão e ela me puxou.  Depois de tanto escolher, compramos os biquínis, o meu era vermelho e o da Liza era azul com algumas listras brancas. Depois fomos cada uma para sua casa. A festa ia ser depois de amanhã, que frio na barriga, será que vai rolar alguma coisa? Dormi pensando a noite toda.  - Então Evydia, vai rolar beijo com o Marcelo?- Liza perguntou enquanto andávamos pelos corredores da faculdade.  - Claro que não!- Respondi como se fosse óbvio.- Somos só amigos, nem amigos se bobear.- Fiquei meio bolada com a minha própria afirmação.  - Ah tá...- Disse como se não acreditasse.- Só para você saber quase todos os relacionamentos começam na amizade, sabia disso?- Por que ela ainda insistia nisso? Pensei. - E você?- Resolvi perguntar também.- É amiga do Jaison?!- Perguntei num tom sarcástico.  - Uau! Não precisava falar assim!- Disse um pouco brava.  - Desculpa amiga...- Acho que ficou chateada mesmo. Pensei.- Só estou um pouco estressada com esse lance da festa.- Tentei me redimir.  - Ah tá bom.- Eu não achei esse "ah tá bom" dela muito convincente.   Mais uma aula do Sr. Stanley, porém sem um pingo de atenção da minha parte. Tudo parecia tão confuso na minha cabeça.  - Turma, tudo que nós fazemos em nossas vidas pode ou não afetar o nosso futuro, por isso escolham bem.- Por que o professor comentou isso? Pensei.- Mas agora, vocês sabiam que a maioria dos artistas...- Justo hoje ele tinha que falar de escolhas? Continuei pensando. O convencido do Luky já fez uma proposta que eu tenho que pensar muito bem no que vou fazer.  Logo me peguei olhando para o Marcelo, ele transmitia um pouco de calma... Porém se ele reparou, com certeza deveria estar achando que sou louca por ficar olhando.  - Evydia? Você pode dizer sobre o que estávamos aprendendo?- Voltei a realidade num pulo com o professor fazendo essa mísera pergunta.  - Oi? O que professor?- Perguntei.  - Oi. Sobre o que estávamos falando?- E ele vem com essa. Reclamei para mim mesma.  - É...- Tentei lembrar, porém a única coisa que vinha era o nada. A boca do professor se mexendo e nada saindo, a proposta do Luky gritando na minha cabeça e a calma que o Marcelo me dava.- Eu não sei.- Acho que falei um pouco baixo.  - Alguém consegue ajudar a Evydia que pelo visto não estava prestando atenção na aula?  - Nós estávamos falando que a maioria dos artistas usam a vida como inspiração para arte.- Marcelo respondeu logo de primeira.  - Muito bem.- O professor elogiou. Além de muito bonito é inteligente, bem inteligente. Aí, eu já imaginava. Pensei.  - Marcelo!- Chamei quando o vi no corredor na hora da saída.- Ainda tá de pé amanhã? - Tudo bem com você também?!- Ele parecia incomodado com a minha chegada.- E sim, tá de pé. A minha agenda estará livre.  - Okay então, tchauzinho.- Falei super animada.  - Tchau.- Não parecida tão animado mas não me importei.  No sábado a tarde liguei para Liza, só para perguntar que horas a gente iria para festa. Começava às seis e iria lá pela madrugada.  Ligação on  - Amiga! Que horas nós vamos?  - Aí amiga não vou conseguir ir. Tenho um outro compromisso.- Tinha algo de estranho em sua voz.  - Que?- Perguntei sem entender.- Você vai perder a festa do ano? Você 'tava tão animada com isso.  - Evydia não enche!- Gritou e desligou na minha cara.  Ligação off  - Tchau...- Falei tarde. Ela realmente desligou o telefone na minha cara... Caramba.  Liza  Ela quis brincar com os meus sentimentos, mesmo sabendo o quanto eu levo a sério esse negócio do Jaison! Com uma simples pergunta a nossa amizade acabou...  Evydia  Quando deu umas cinco e meia, peguei um Uber e fui para festa. Quando cheguei a festa já havia começado, e por incrível que parecesse o Marcelo já estava lá. Ele estava sem óculos e sem camisa, com aquele cabelo preto e aqueles lindos olhos meio acinzentados. Nunca o tinha visto assim, fiquei bem impressionada.  Dançamos, dançamos e dançamos, achei que nunca iriamos parar de dançar. Até que ele pegou na minha mão e me levou para dentro de uma cabana que tinha lá perto. Tínhamos bebido um pouco, porém ele bebeu mais.  - O que viemos fazer aqui?- Perguntei. Ele colocou o dedo na frente da minha boca, dizendo para que eu ficasse quieta.  Depois me puxou para bem perto dele, os nossos corpos ficaram colados um no outro. Ele começou a me beijar, e que beijo quente, que pegada, eu não sabia que ele era desses. Havia um colchão no chão, bem perto de nós. Ele me empurrou fazendo com que eu caísse em cima do colchão, depois veio por cima e continuou a me beijar. Eu não me importei com nada na hora, sabia que as coisas iriam ficar mais quentes. Não tinha certeza se queria continuar, mas continuei o beijando mesmo assim. Acreditava que eu estava apaixonada, e estar ali, naquele momento era a melhor coisa que poderia estar acontecendo. Até que aconteceu o inesperado. Meus olhos começaram a ficar quentes como fogo e enquanto ele beijava meu pescoço, das minhas mãos, que estavam para cima, começaram a sair trovões avermelhados. Tentei afastá-lo para não ocorrer nada, mas um dos trovões atingiu o peito de Marcelo que voou para o outro lado da cabana fazendo um estrondo. Eu levantei o mais rápido e corri até ele para ver se não estava morto. E graças aos deuses ele não estava morto, só estava ferido. Não sabia aonde enfiar a minha cara, então eu saí de lá correndo, porque se me pegassem iriam descobrir meus poderes e poderiam até me estudar e eu não queria isso. Provavelmente eles iriam socorrer o Marcelo, porque alguém com certeza ouviu o estrondo.
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