Capítulo 1-Tayara Almont/Gustavo Miller

917 Words
Minha vida no momento está de cabeça para baixo. Nunca tive nenhum namorado, embora eu já tenha uma idade meio avançada, eu nunca precisei de um homem para ser feliz, até acredito no amor, mas se ele passar por mim eu simplesmente sigo caminho sem olhar. Acabo de ser demitida de mais um emprego, logo agora que preciso pagar uma dívida enorme para o banco, já que tive que pegar dinheiro emprestado para pagar os remédios da minha irmã Thais. Infelizmente ela se foi, minha doce menina, tinha apenas cinco anos. Foi um abalo para toda minha família, principalmente para meu pai que era muito apegado a ela. Agora aqui estou eu com dívidas até o pescoço, e se não pagar é ele que eu vou perder. -Por favor Lucas eu preciso muito desse emprego, me deixa ficar vai, já esta difícil com ele imagina sem. Implorei para Lucas meu chefe. Acabei sendo grossa com uma moça que tirou chacota com a minha cara, pelo fato de que sou garçonete ela achou que poderia me fazer de empregada, cuspiu no chão e me mandou limpar. Foi a gota da água pra mim. -Não posso Tayara, sinto muito. Aqui está o seu acerto! Lucas disse me entregando um envelope. Abri e tinha bem pouca quantia. Então apenas virei as costas e fui para casa chorando. Como iria pagar as minhas dívidas agora? Já era difícil agora tonou-se impossível. Cheguei em casa e logo vi minha mãe na cozinha um pouco alegre, estava raro ver ela sorrir após minha irmã ter partido. Já faz um ano que ela se foi e me lembro como se fosse ontem dos seus cabelos balançando enquanto ela corria pela casa. -Minha filha por que você está chorando? Mamãe disse secando as mãos e vindo até mim, abracei-a e chorei mais ainda. -A mamãe, tá tudo tão difícil, acabei de ser demitida e agora não sei como pagar as nossas dívidas. Eu disse entre um soluço e outro. -Meu amor, vai dar tudo certo! Disse acariciando meus cabelos. - Tem razão, eu vou conseguir. Beijei sua testa e logo depois subi para o meu quarto. ... -Deus me ajude a conseguir uma solução para isso tudo. Falei a mim mesma durante um banho quente. Depois que trinta minutos no chuveiro, passei hidratante e troquei de roupa, pronta para ir até onde Rafaela minha melhor amiga trabalha. Ela é secretária em uma empresa muito importante. Ou melhor, a mais famosa da cidade. Iria buscar ela para almoçar comigo, era o combinado. -Rafa! A abracei forte. -Oi Tay, senti saudades! Ela disse sorrindo. -Nos vimos ontem boba. Rimos. -Mesmo assim. Vem vamos logo pro restaurante antes que o filho do meu chefe me brigue, o riquinho ta trabalhando aqui agora, se preparando para assumir as empresas do pai! Ela disse revirando os olhos e eu ri. Saímos da empresa enorme e linda e fomos para um restaurante simples. -Perdi o emprego. Disparei assim que começamos a comer. -O QUE? praticamente gritou. -Perdi mais um emprego mas a culpa não foi minha, e sim de uma garota, acredita que ela cuspiu no chão e me disse para limpar por que era o meu dever? Falei me lembrando da cena. -Não acredito. Que horror! Mais Tay você precisava desse emprego. Baixou a cabeça preocupada. -Eu sei, mais vou dar um jeito, vai ficar tudo bem Rafa. -Posso ti ajudar, sempre que precisar. Disse. -Não precisa, obrigado mas vou dar um jeito nisso! Falei sorrindo gentil. Vou arranjar um jeito, sei que vou. Gustavo Miller Narrando... Que tipo de pai obriga o filho a se casar para criar maturidade? Tudo bem que eu só vivo nas festas e coisas assim mas não é motivo pra ele querer me casar. E caso eu me recuse a me casar, ficarei pobre e completamente deserdado. -Meu filho, é para o seu bem. Logo logo você vai assumir toda essa herança mas apenas se criar a maturidade que precisa e para isso você terá que se casar. Logo! Ele disse enquanto eu ainda tentava entender sua exigência. Parecia loucura. -Pai, eu não preciso de uma mulher para criar maturidade. Tenho vinte e seis anos e sei me virar sozinho! Revirei os olhos. -Deus sabe o quanto eu queria que isso fosse verdade! Mas você não tem nenhuma responsabilidade, e não tem escolha, ou é isso ou você vai se virar com as próprias pernas, lamento em ter que fazer as coisas serem dessa forma, queria que você encontrasse o amor. -Certo, mesmo contra a minha vontade vou arranjar uma noiva o mais breve possível. -Não quero que seja nenhuma daquelas suas "amigas" que você leva para as festas da empresa, eu exijo que seja uma garota de bom coração e responsável, para colocar juízo em você e não tirar o resto que tem. E tem mais, você a leva para jantar lá em casa, onde estará eu sua mãe e seu irmão, assim conhecemos ela e ou não. Exigiu. -Inacreditável. Até em quem vou escolher o senhor quer manda. Vou encontrar alguém que me agrade e que com certeza lhe agradará papai. -Você tem um mês e meio. Ele disse e se retirou. Eu vou é contratar alguém e fingir que somos apaixonados, nos casar e passar no máximo dois anos mantendo a imagem, depois chuto ela pra China ou qualquer lugar bem distante de mim. Só preciso achar alguém que tope essa loucura toda, mas com muita grana quem não o faria?!
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