A Bela e a Fera ( no complexo do alemão)

Capítulo 14

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Mirella narrando

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Já era segunda, eu acordei bem cedo pra fazer o café de todos como de costume, Bel já estava na cozinha quase pronta pra faculdade, Joaquim não tinha visto ainda.

Mirella: bom dia, me atrasei um pouco ? Vou preparar seu café rapidinho.

Bel: não se preocupada Mirella, Joaquim ainda estar dormindo e pesadelo não está em casa , vou sozinha pra faculdade hoje, e já liguei pro amigo do Joaquim passa aqui pra buscar ele.

Mirella: ele não dormiu em casa ?

Bel: não , acho que ele ficou magoado mesmo, nunca vai me perdoa - ela abaixou a cabeça .

Mirella: vai passar , você vai ver que tudo vai da certo.

Fui preparar o café enquanto ela acordava o Joaquim, se arrumaram , tomaram o café e saíram, eu fiquei arrumando as coisas , como eu só teria que ver o negócio do salão amanhã, tratei de não ficar atoa o dia inteiro, estava terminando de passa pano na sala que foi por onde eu comecei quando o pesadelo entrou.

Pesadelo: Oi - ele falou comigo mais eu apenas sorrir de volta. - que foi ? Tá chateada comigo ?

Mirella: não ! Não tem porque eu estar chateada. - ele ia subindo as escadas.

Pesadelo: aí quer da um rolê comigo ? Fora do morro.

Mirella: não acho apropriado, as pessoas podem pensar besteiras

Pesadelo: que mane pessoas, vai se arrumar, vou te mostrar que não sou o bicho que você pensa .

Não falei nada, ele subiu assoviando e ignorou o fato de eu dizer que não iria, pensei bem e resolvi ir me arrumar, já fazia 1 mês que eu não saia do morro, talvez será bom pra mim, ver outras caras.

Fui direto pro banheiro , tomei um banho e sai enrolada na toalha correndo pro meu quarto, vesti um short dinz e um bory florido, calcei uma rasteirinha por não saber qual seria o lugar, achei mais apropriado , uma leve maquiagem e meu cabelo marrado com um coque , quando desci ele já estava pronto na sala me esperando.

Pesadelo: vamos ? - eu assenti com a cabeça e sai na frente dele.

Hoje iríamos de carro, oque é raro ver ele andando, pelo menos no morro, ele abriu a porta do carro pra mim e eu entrei na mesma. Antes de sair do morro passamos na boca, ele disse que tinha que deixar algumas instruções antes de sair do morro, fiquei dentro do carro esperando, com o vidro baixado , as pessoas que passavam olhavam pra dentro do carro pra saber quem era a mulher do carona, provavelmente pra saber quem era a da vez , e isso me incomodou um pouco.

Pesadelo: pronto, agora podemos ir - ele entrou dentro do carro novamente colocando o sinto.

Saímos do morro, pegamos a estrada, o caminho era longo e parecia nunca chegar.

Mirella: pra onde vamos ?

Pesadelo: surpresa

Fiquei em silêncio todo o caminho, e ele também, de vez enquanto me dava umas olhadas que me fazia corar, mais não passava disso..

Chegamos a uma estranhada de barro, é só via mato, fazendas e essas coisas, chegamos em uma das últimas, subindo uma montanha, tinha um homem vestido de pião na porta, que deu passagem pro carro entrar.

Xx: bom dia patrão, o senhor não falou que vinha hoje.

Pesadelo: bom dia seu Zé , trouxe uma amiga especial pra conhecer o lugar.

Zé: pra você ter trago aqui, é especial mesmo. - ele acenou pra mim e eu retribui ..

Entramos e ele parou o carro em frente a uma casa, daquelas antigas de fazenda mesmo , do outro lado da casa se via umas pessoas andando no cavalo, era uma coisa linda de se ver.

Mirella: que lugar lindo, isso aqui é seu ?

Pesadelo: sabia que iria gostar , era dos meus pais .

Mirella: e você não vem muito aqui?

Pesadelo: Joaquim só quando era bebê , Bel nunca mais quis voltar, disse que lembra eles e fica triste, eu tenho que vim de qualquer forma pra manter tudo por aqui, mais o seu Zé que toma conta de tudo pra mim.

Zé: inclusive da imperatriz, que deve tá com saudades do dono.

Mirella: imperatriz?

Pesadelo: sim, vou te mostrar, minha parceira de infância.

Ele me levou até o estábulo , e assim que entramos me deparei com uma égua linda, toda

Preta, o pelo dela chega brilhava de linda, e ela parecia entender , porque fez a festa quando viu o pesadelo.

Pesadelo: Cadê minha garota, a imperatriz mais arretada dessa fazenda - eu estava o admirando cadê vez mais. - Zé prepara ela, a gente vai monta.

Mirella: não eu não .. eu nunca encostei em um cavalo - ele riu de lado.

Pesadelo: pra tudo tem a primeira vez , vamos nos trocar.

Ele me levou até um quarto , aparentemente de casal, tinha um enorme closet lá , oque seria bem estranho pra uma casa antiga.

Pesadelo: aqui tem roupas antigas da minha mãe, devem da em você, escolhe uma , vou te esperar lá em baixo.

Escolhi então uma roupa adequada para a situação , logo desci, um pouco perdida pela casa ser grande, quando sai me deparei com o Pesadelo já montado na Imperatriz , ele sorria como eu nunca tinha visto antes, quando me notou, se aproximou de mim e esticou sua mão pra mim, segurei na mão dele e subi atrás do mesmo. Ficamos cavalgando por toda a fazenda, era algo muito mágico é especial pra mim, ou pra nós, não sei !

[…]

Andávamos pela grama voltando pra fazenda, até chegarmos a uma cachoeira, nos olhamos por alguns instantes, então resolvi tirar minha roupa ficando só com a calcinha e o sutiã ..

Mirella: você não vem ? - falei caminhando pra cachoeira

Pesadelo: você é maluca - ele riu e foi tirando a roupa pra me acompanhar.

A água estava super gelada , ele jogou água em mim , e eu nele, ficamos brincando ali por minutos.. o sol batia em meu corpo, não sei em que instante eu me sentei na grama e viajei no pensamento, fiquei olhando aquela paisagem linda da cachoeira e o sol batendo na pedra.

Pesadelo: posso me sentar aqui com você ?

Mirella: claro a fazenda é sua

Pesadelo: Mirella.. - olhei pra ele e ele sorriu, e nós dois rimos .

Mirella: nunca pensou em largar tudo isso e voltar estudar ? Fazer uma faculdade?

Pesadelo: Eu tinha acabado de começar minha faculdade quando meus pais foram assassinados, não tinha muito oque fazer .. meu pai era o homem da casa, e eu tive que me tornar ele

Mirella: lamento muito pelos seus pais.

Pesadelo: não, tudo bem .. meu pai era incrível, era meu herói , me ensinou tudo que eu sei - ele deu um leve sorriso que o fez ficar mais lindo do que já era. - ele iria gostar de você Mirella.

Mirella: ia ? - falei meio surpresa.

Pesadelo: iria sim, embora ele tivesse os casos dele com diversas putas , ele adorava as certinhas, tanto que casou com a minha mãe.

Mirella: e você é igual a ele Pesadelo?

Pesadelo: por incrível que pareça sim - ele me olhou e eu sorri sem graça.

Mirella: você é legal Pedro - era primeira vez que eu chamava ele pelo nome - só precisa parar de ser mandão e de se achar. - ele riu.

Pesadelo: e você parar de ser teimosa . - sorrimos e ele foi se aproximando de mim.

Meu coração acelerou, minha respiração ficou desregulada e meu corpo amoleceu de uma forma surreal, sua mão foi parar na minha nuca, quando o beijo iniciou ele foi me deitando na grama , o sol estava começando a se por , era o clima mais perfeito pra eu finalmente, quem sabe , me entregar pra ele, eu desejava isso, meu corpo queria, meu coração também, mais a minha mente me travava disso, e ali naquela hora, eu não pensava mais em nada , além de viver o momento.. ele parou o beijo e ficou me encarando.

Pesadelo: Mirella, eu acho que eu te.. - seu celular começou a tocar - desculpa, eu tenho que ..

Mirella: tudo bem, eu vou por minha roupa pra voltarmos.

Me levantei e fui pegar minhas roupas, vestia as mesmas, enquanto ele falava no telefone um pouco distante de onde estávamos.

Pesadelo: temos que voltar

Mirella: mais oque foi que aconteceu ?

Pesadelo: o morro vai ser invadido , temos que voltar AGORA.

Mirella: tá bom , vamos.

Ele rapidamente vestiu sua bermuda, montamos na imperatriz e voamos pra fazenda, chegando lá , eu corri pro quarto pra trocar de roupa , voltei correndo pro carro e ele já estava lá , apenas com a bermuda que veio, sem blusa ou tênis . Voltamos as pressas pra zona norte do rio, ele estava todo tenso eu podia sentir, segurei em sua mão e a beijei.

Mirella: vai da tudo certo - ele sorriu segurando minha mão e a beijou de volta.

Pesadelo: vou te deixar em frente a faculdade da Isabel, vão te pegar lá junto com ela e o Joaquim e levarem pra um lugar seguro.

Mirella: tudo bem - ele foi parando o carro em frente a faculdade. - toma cuidado por favor.

Pesadelo: onw você tá preocupadinha comigo ? - pronto, o i****a voltou.

Mirella: não seu i*****l, tomara que você morra. - sai batendo a portar do carro, e dei as costas pra ele, o carro em questão de segundos sumiu da minha vista.

[…]

Logo depois que ele saiu, um carro parou a minha frente com o Joaquim dentro, só faltava a Isabel que estava saindo da faculdade, fomos levados a um chalé , um pouco distante do morro , o cara ficou com a gente fazendo nossa segurança, eu estava super aflita , não sabia oque pensar, liguei a televisão no intuito de ver alguma notícia , mais nada que me desse algo sobre ele.

Joaquim: vocês duas estão muito tensas, Pedro vai sair dessa.

Bel: se eu tivesse me importando só com ele , não estava tanto assim.

Mirella: vai ficar tudo bem , com todos eles, tenho certeza .

Joaquim: eu vou tentar dormir um pouco, porque vocês não fazem o mesmo ?

Bel: vai garoto, melhor coisa que você faz.

Ele saiu da nossa vista e foi pro quarto, eu estava aflita, resolvi ir no banheiro, e quando passei pela porta do quarto escutei o choro do Joaquim, ele estava tão assustado quando a gente, só não queria demostrar, eu entrei no quero e o mesmo correu pra secar as lágrimas.

Mirella: vai ficar tudo bem Joca

Joaquim: tô com medo, de perder ele igual perdi meus pais - nesse instante Isabel também entrou no quarto e acabou ouvindo.

Mirella: vamos ficar aqui , os três juntinhos, rezando pra que dê tudo certo.

Nos três nos abraçamos e ficamos juntos, Joaquim logo pegou no sono, fiquei fazendo carinho nele, e logo notei que a Bel também acabou apagando, fui a única que fiquei acordada, tentando não pensar no pior, levantei da cama e cobri os dois, voltei pra sala e fiquei sentada , estava me remoendo o fato de a última coisa que eu disse pra ele era pra que ele morresse, fiquei roendo a pouca unha que eu tinha, até cair no sono.