Amber
"Desculpe, tio Henry.", suspiro enquanto me aproximo dele.
"Não posso pegar leve com você só porque é minha sobrinha.", ele suspira.
"Os outros já começaram os aquecimentos.", diz Curtis. "Vá para o campo agora mesmo!"
"Sim, senhor.", assinto e me junto aos outros no campo. Sorrio para meus amigos Marcus e Dewey.
"Você está atrasada.", aponta Dewey. Ele é o filho mais novo do Beta Burt.
"Eu sei disso, Dew.", reviro os olhos.
"Sonhando com seu companheiro de novo.", ele ri.
Cerro o punho e acerto um soco nele, fazendo-o voar para trás.
"Srta. Payne!", grita Curtis.
Continuo me alongando e então corro algumas voltas. Sorrio ao ver o hematoma na bochecha de Dewey.
"Não se preocupe, vou te pegar mais tarde.", ele ri.
"Isso mesmo.", respondo.
Terminamos nossa corrida e nos alinhamos. "Hoje, todos vocês estão fazendo o teste para serem membros da minha Força de Elite.", o tio Henry caminha na nossa frente. "Só tenho lugar para três de vocês. Espero o melhor de todos, pois tenho vagas em outros esquadrões, mesmo que vocês não sejam escolhidos para a Equipe de Elite." Ele para na minha frente. "Primeiro, vocês precisam passar pelo circuito de obstáculos.", ele aponta.
Fico em movimento, pronta para conquistá-lo. Passei anos aperfeiçoando minhas habilidades.
Curtis segura uma prancheta. "Se aproximem da linha de partida quando eu chamar seus nomes.", ele nos instrui. "James Abbott.", ele chama.
Fico ao lado de Dewey e Marcus enquanto esperamos nossa vez. "Odeio que meu nome comece com P.", murmuro.
Dewey cutuca meu cotovelo. "Ao menos você pode ver os erros de todo mundo."
"Dewey Bell.", grita Curtis.
"Ah droga.", suspira Dewey e corre até a linha de partida.
"Boa sorte.", grito para ele. Observo meu amigo passar pelo circuito. Olho ao redor e vejo meu primo, Deacon, se aproximando do campo com meu avô. Deacon passou um tempo em outra matilha para treinamento.
"E aí, prima.", ele bagunça meu cabelo, e eu o encaro.
Uma estranha mistura de aromas proveniente do meu primo enlouquece Lilith em minha cabeça. "Por que você cheira a uma floresta depois da chuva?"
Deacon ri. "Você enlouqueceu, Amber?"
"Você está nervosa?", pergunta meu avô.
"Não, vovô.", respondo.
"Pai.", grita o tio Henry. "Não a distraia."
Papai o ignora. "Eu tenho permissão para incentivar minha neta, Henry."
"Pensei que a tia Rachael fosse assistir.", suspiro.
"Oh, ela foi fazer compras com sua avó.", papai ri.
"Amber Payne!", grita Curtis.
"Lá vou eu.", sorrio nervosamente.
"Você consegue, querida", papai sorri. "Afinal, você é filha da Catie."
Caminho até a linha de partida e respiro fundo.
"Vai.", ordena Curtis.
Saio correndo e pulo nos postes de madeira para equilibrar enquanto evito um tronco oscilante. Passo pelo resto do circuito tranquilamente, pulando em plataformas escorregadias enquanto evito barricadas e machados rombudos.
"Vamos lá, Amber!" Papa grita.
Vejo a linha de chegada e corro em direção a ela com toda velocidade. Um dos membros da Força de Elite, um guerreiro chamado Nate, está lá com um cronômetro. Ele acena para mim e escreve algo em sua prancheta.
"Como eu fui?" eu pergunto para ele.
"Você sabe que ainda não posso te dizer isso." Nate sorri.
"Vamos lá, Nate," eu reclamo.
"Amber!" Tio Henry grita.
"O que foi?" eu grito e corro em direção a ele.
"Você foi bem." ele dá tapinhas no meu ombro.
"Só bem?" eu reclamo.
"Senhorita Payne." Curtis me chama.
Eu me alinho com todos os outros que terminaram o percurso. Dewey tem uma grande contusão no olho. "Você foi atingido novamente pelo aríete?"
"Cala a boca." ele resmunga.
"Ele falhou." Marcus sussurra para mim.
"Droga." eu sussurro.
"Eu disse para calar a boca." Dewey rosna.
"Escutem." Curtis explica a próxima tarefa.
Passo as próximas três horas lutando contra membros da Força de Elite. Na parte final do teste, tenho que lutar na forma de lobo. Lilith é uma grande loba alfa n***a. Ela é quase tão grande quanto o lobo do Tio Henry, Goliath.
Curtis se aproxima de mim em forma humana enquanto fico na frente do lobo de Nate. "Vocês vão lutar até um de vocês cair e ficar no chão por dez segundos. Comecem!"
O lobo de Nate, Ace, é cinza claro e muito menor que Lilith. Mas ele é rápido e forte. Respiro fundo quando ele avança e nos prende em um segundo.
Lilith rosna e se levanta imediatamente. Avançamos contra Nate com um rosnado. Dentes e garras batem e mordem um ao outro. Sangue escorre de alguns arranhões enquanto ficamos cansados. Lilith consegue imobilizar Ace. Ele grita quando ela morde o pescoço dele.
Curtis se aproxima e começa a contar. "Um, dois-"
O cheiro da floresta depois da chuva distrai Lilith. Ela solta Ace e olha para o lado onde Deacon está parado junto com o Tio Henry. A distração permite que Ace nos jogue ao chão.
"Que diabos, Lilith?" eu grito para a minha loba.
Ela geme e luta para se soltar das garras de Ace, enquanto Curtis conta: "Nove, dez!" ele grita. "Você está fora, Amber."
Ace solta Lilith e senta-se em suas patas traseiras.
"Que p***a!" eu grito enquanto Lilith se levanta e se esgueira atrás de uma divisória onde minhas roupas estão. Rapidamente eu mudo de forma e coloco minhas roupas. "O que aconteceu?" eu grito em voz alta.
"Achei que sentia o cheiro do nosso companheiro." ela lamenta.
"Lilith!" eu grito com ela. Eu piso duro em direção ao Tio Henry enquanto ele conversa com Curtis. “Estou fora, fora mesmo?" eu pergunto.
"Desculpe, Amber." Tio Henry toca meu ombro. "Não posso deixar meus guerreiros de elite se distraírem assim."
"Não foi culpa minha!" eu grito. "Não posso estar fora!"
"Você pode tentar novamente daqui a seis meses." Curtis aperta os lábios.
"Tio Henry." eu choro.
"Amber." ele toca meu ombro novamente. "Há uma vaga no esquadrão do Dylan."
"O esquadrão do Dylan é do terceiro escalão." eu reclamo.
Tio Henry suspira, "Não posso abrir uma exceção para você, Amber. Você é uma boa guerreira, mas tem um longo caminho a percorrer antes de estar pronta para o meu Esquadrão de Elite."
Eu seguro as lágrimas enquanto ele fala. "Sim, senhor." murmuro e começo a me afastar.
"Oh, Amber." Papai tenta me abraçar, mas eu o empurro para longe.
"Não." eu rosno. "Desculpe, Papai, mas preciso ficar sozinha," eu digo e vou em direção às árvores.
"Você deu o seu melhor." Papai me diz.
"Meu melhor não foi suficiente." eu resmungo.
"Você vai conseguir." ele tenta me encorajar.
Eu balanço a cabeça e continuo andando. Galhos estalam conforme entro na sombra das árvores. Parecemos ser envolvidos pelas plantas enquanto atravesso alguns arbustos densos antes de chegar em um pequeno claro com uma pedra plana. Sento-me e começo a chorar.
"Desculpe." Lilith se manifesta. "Eu-"
"Você arruinou tudo, Lilith. Por quê? Porque você achou que sentiu o cheiro do meu e******o companheiro?" eu grito para ela. "Eu continuo dizendo que não quero um companheiro. Eu não o conheci e ele já arruinou tudo."
"Desculpe, Amber. Mas precisamos do nosso companheiro. Eu o desejo intensamente." ela explica.
"Eu não me importo!" eu grito em voz alta. "Eu nunca vou aceitar um companheiro!"
‘Por favor, não diga isso’, ela suplica comigo.
‘Apenas vá embora, Lilith’, eu rosno para ela.
‘Você sabe que não posso’, ela sussurra e recua para o fundo da minha mente.
Deixo-me chorar por uma hora antes de voltar para minha casa. Ouço risadas lá dentro e presumo que Deacon esteja jogando videogame com o Dylan. Não quero falar com ninguém, então tento entrar de fininho.
"Oi, Amber.", Dylan me cumprimenta. "Deacon me contou o que aconteceu-"
Lanço-lhe um olhar furioso e começo a subir as escadas.
“Papai disse-”
“Eu não quero falar com ninguém agora, Deac.”, rosno.
O cheiro de chuva da floresta vem de Deacon novamente e confunde minha mente. Lilith sai de seu esconderijo e sussurra.
‘Companheiro.’ ,ela geme.
Me jogo na minha cama e a ignoro. ‘Não quero ouvir mais nada sobre um companheiro. Eu o rejeitarei assim que o conhecer. Não permitirei que ele arruine mais minha vida.’