Um Vampiro Em Minha Vida
Capitulo X - Desavenças
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A noite no hospital não foi tão r**m como eu imaginara, aquela maca de longe era confortável como minha cama mas eu consegui dormir bem, sem medo ou nenhum pesadelo a me assombrar.
Mas eu tinha a certeza de que minha noite tranquila foi graças a ele, Sasuke. O Uchiha tinha o poder de me manter tranquila e segura, sabia que com ele ali nenhum mau me atingiria.
Era bem irônico isso já que assim como me protegia ele também poderia me fazer m*l, afinal, ele era um ser de outro mundo.
— Bom dia. — me virei na cama encontrando seus olhos negros me fitando.
Me senti envergonhada ao imagina que ele fazia isso todas as noites, era bem estranho mas acho consigo me acostumar com isso.
— Dormiu bem? — perguntou se levantando.
O vi se aproximar e me sentei bocejando.
— Sim.
Sasuke parou ao meu lado passando os olhos por todo meu corpo me deixando idiotamente incomodada.
— Você ficou rolando nessa maca a noite toda, estava esperando a hora em que você cairia dai. — comentou parecendo esta zombando da minha cara.
O olhei de esguelha encontrando seu olhar divertido.
— Estão ainda bem que não cai. — cruzei os braços emburrada.
Era bem a minha cara mesmo, imagina só eu me esborrachando no chão feito uma jaca podre, que vergonha.
— É, vou chamar o médico. — ele respondeu depois de um curto tempo em silêncio.
Assenti e Sasuke se virou saindo do quarto me deixando sozinha naquela sala branca. Me remexi na cama estralando minha costas, até que eu estava melhor, ainda bem pois queria sair desse lugar o mais rápido possível.
— Bom dia aventureira. — um homem alto e loiro entrou no quarto.
Acho que era meu médico.
— Aventureira? — ergui a sobrancelha o vendo se aproximar.
— Não é sempre que vejo garotas se aventurando pela floresta, não faça mais isso sozinha é perigoso, da próxima vez pode ser muito pior que cair em um barranco.
Ah claro, Hinata teve que inventar algo sobre meus machucados, acho que ninguém acreditaria que eu fui atacada por um vampiro.
— Sente alguma dor? — ele perguntou me examinando.
— Não.
— Ótimo, mas aconselho ficar de repouso alguns dias e não fazer muito movimentos bruscos.
— Posso ir a faculdade? — mordi os lábios ansiosa.
Eu não queria perder aula pois depois ficaria atolada com as matérias e isso só me deixaria mais louca.
— Se prometer não fazer nenhuma arte. — disse sério parecendo meu pai quando iria me dar alguma bronca.
— Ficarei sentadinha e quietinha apenas estudando. — jurei o vendo sorrir fraco.
— Tudo bem, e continuei tomando os medicamentos.
— Obrigada Doutor.
— Esta livre, seu namorado me parece ansioso pra te levar embora. — disse olhando de esguelha para Sasuke que estava escorado na porta com toda sua pose e postura seria de sempre.
Seu olhar intenso em minha direção me fez corar.
— Ele não é meu namorado. — corrigi o médico que nos olhou desconfiando.
— Claro, minha esposa também dizia isso antes de nos casarmos. Tenham um bom dia. — ele disse humorado passando por Sasuke que apenas lhe deu um aceno de cabeça.
O que ele quis dizer com isso?
Soltei um suspiro me virando na maca conseguindo saltar no chão gélido com maestria e nada de tombos.
— Hinata trouxe uma muda de roupa, vista-se irei te esperar lá fora. — Sasuke se aproximou me entregando uma sacola azul.
Assenti a pegando e fiquei parada o vendo se virar e sair do quarto fechando a porta.
Tirei a roupa do hospital e peguei minhas roupas na sacola colocando a calça preta e blusa verde de renda. Calcei minhas botas que estava em um canto e guardei as roupas que tiraram de mim quando cheguei no hospital.
Penteei meus cabelos com os dedos o prendendo em um r**o de cavalo e segui para o pequeno banheiro que tinha ali lavando meu rosto para tirar aquela expressão de múmia que acabou de acordar, comemorei ao encontrar uma escova de dente e pasta usando para tirar meu bafo de onça.
Depois de devidamente pronta sai do quarto encontrando Sasuke escorado em uma parede em frente o quarto. Ele parecia pensativo e lindo como sempre. Apertei os olhos tentando me concentrar em não admira-lo e ignorar a palpitação em meu peito.
Esse homem me deixa sem fôlego.
— Vamos? — disse chamando sua atenção.
Ele me lançou um olhar breve e assentiu começando a caminhar pelo corredor comigo o seguindo.
Algumas pessoas desconhecidas me cumprimentavam pelos corredores e eu devolvia o comprimento com educação. Mas eu não pude deixar de ignorar os olhares cheios de intensões das mulheres no moreno a minha frente.
Ele realmente chamava atenção onde passava mas parecia não se importa.
Saímos do hospital e eu avistei o carro de Sasuke do outro lado da rua. Ele fez um acenou mudo para que eu entrasse quando me viu parada indecisa. O fiz me sentindo inquieta com aquele silêncio perturbador, eu sabia que ele não era um homem de muitas palavras mas ele me deixava nervosa sem ao menos dizer nada.
Eu queria tagarelar alguma coisa para me distrair mas não conseguia pensar em nada, seu cheiro inalava todo carro me deixando zonza.
Nunca gostei tanto de um perfume.
O olhei pelo canto do olho o vendo com o olhar fixo na estrada, a postura rígida e as mãos firmes no volante.
— Ainda quer ir pra faculdade? estamos atrasados uns trinta minutos. — ele quebrou o silêncio e eu me senti aliviada por isso.
— Sim.
— Passaremos em casa primeiro, você precisa comer e pegar suas coisas, Hinata as encontrou jogadas na floresta.
Minhas coisas, nem percebi que havia perdido minha bolsa.
— Certo.
O silêncio voltou e quando Sasuke estacionou em frente o nosso prédio eu sai primeiro que ele seguindo apressada para o apartamento.
Parei na porta me sentindo uma i****a por não estar com minha chave, Sasuke passou por mim abrindo a porta e eu fui direto para cozinha onde engoli algo rápido sendo reprendida por ele.
— Se engasgar te deixo morrer. — disse saindo do cômodo com uma garrafa de água em mãos.
— Pode deixar.
Balancei a cabeça olhando a cozinha vazia, ele ainda vai me deixar doida com essa rapidez dele, e eu não sabia que vampiros bebiam água, eles nem comem, ou comem? Que isso Sakura você sabe muito bem do que eles se alimentam.
Eu só posso ser louca ou não tenho medo da morte mesmo, tô tranquilona morando com um homem que pode beber todo meu sangue a qualquer momento. E sabe o que é mais doido? Eu não me importo e me sinto mais segura do que qualquer outra pessoa.
Repetindo o que eu já sabia, estava fodida.
Quando chegamos na faculdade apenas disse um tchau para ele e fui apressada para sala de aula, como cheguei atrasada todos olhares caíram sobre mim, olhares risonhos e desconfiados.
E para piorar era a aula do novo professor, ele fez questão de parar a aula e focar sua atenção em mim que tentava inutilmente seguir para meu lugar me controlando para não mandar todos pastarem.
Odiava ser o centro das atenções.
— O que aconteceu com você? — Tenten se virou para trás me lançando um olhar curioso.
Se eu te contar você não vai acreditar.
— Sofri um pequeno acidente. — respondi baixo vendo seus olhos castanhos se arregalarem.
— O QUÊ? — gritou escandalosa.
Por que eu fui abrir minha boca? se alguém não estava me olhando antes agora não tinha um ser naquela sala que não me encarava.
— Foi m*l. — Tenten sussurrou sobre meu olhar repreendedor.
— Senhorita Haruno acho que já atrapalhou minha aula o suficiente, não acha? — o professor repreendeu calmamente.
Apertei os olhos incrédula e virei o rosto envergonhada tentando não ter um troço, eu nunca levei bronca de professor antes e já estava bem crescidinha pra isso.
— Desculpa. — murmurei baixo ouvindo algumas risadinhas.
Ele voltou a dar a aula dele e eu tentei ignorar minha repulsa por aquele homem. Ele me fez passar vergonha de propósito, e como ele já sabia meu nome? A única coisa que eu sabia era que definitivamente ele havia incutido comigo, pude ter a certeza disso por causa dos olhares que ele me lançava.
Aquele homem iria me ferrar.
— Senhorita Haruno podemos conversar? — ele me chamou quando sua aula acabou.
Estreitei os olhos olhando para Tenten ao meu lado recebendo um pequeno sorriso.
— Guardarei um lugar para você. — avisou saindo da sala.
Umedeci os lábios olhando para qualquer lugar que não fosse aquele homem, seus olhos queimavam em minha pele me deixando incomodada.
— Não quero que fique chateada por causa daquilo. — ele disse me deixando desconfiada.
— Não estou. — menti encarando seus olhos negros.
Eram iguais os de Sasuke, meu deus por que estou pensando nele agora?
— Não quero que pense que fiz aquilo para manchar sua imagem ou faze-a passar vergonha.
Eu não confiava nele.
— Não se preocupe eu não penso nada, era só isso professor? — cruzei os braços em frente ao corpo o olhando séria.
— Meu nome é Itachi. — se apresentou.
Como se eu já não soubesse.
— Eu sei
Ele continuou me analisando e assentiu lentamente.
— Sim, pode ir pra sua aula.
— Com licença. — lhe dei as costas saindo daquela sala rapidamente.
Ele me fazia sentir arrepios.
Me concentrei nas próximas aulas tentando não me lembrar de nenhum problema, vez ou outra Tenten me pedia ajuda e eu tentava ajuda-la. Não levei mais bronca de professor e não mais passei vexame na frente da classe.
— Cadê o Kiba? — Tenten perguntou para Lee assim que chegamos no refeitório.
Senti meu peito apertar e mordi os lábios com força engolindo em seco.
Kiba.
— Não sei, ele não apareceu hoje. — Lee deu de ombros.
— Aquele preguiçoso deve estar matando aula.
— Verdade.
Fiquei em silêncio de cabeça baixa segurando as lagrimas me sentindo a pior pessoa do mundo. Eu queria gritar para eles a verdade, gritar que Kiba estava morto, sem vida, apenas um cadáver.
Ele morreu por minha causa, eu deveria me sentir culpada pelo resto da vida.
— Você esta bem Sakura? — ela me olhou curiosa.
— Sim. — respondi em um fio de voz.
O sentimento de culpa não me deixaria tão cedo.
Fiquei desanimada e não consegui me concentrar no resto das aulas, só conseguia imaginar o cadáver do meu ex amigo jogado no meio da floresta. Ninguém encontraria o corpo? Não contariam a família para que ele tivesse um enterro? alguém deve saber.
O que será que Naruto fez?
— Você esta bem avoada em? — Tenten murmurou quando saímos pelos portões da universidade.
— Estou bem. — respondi olhando as pessoas a minha volta.
Mas era mentira, eu invejava ela e cada um ali que tinha seu mundinho perfeito, eu estava no fundo do poço.
Desde que cheguei nessa cidade só acontecia tragédia e mais tragédia na minha vida.
— Esta nada, quer sair hoje a noite para esfriar a cabeça?
— Deixa pra próxima, mas obrigada por se preocupar.
— É o que as amigas fazem. — me deu tapinhas no ombro arrancando-me um pequeno sorriso.
— É.
Amigas, ao menos ainda tinha alguém que se importava.
— Até amanhã. — acenou se afastando.
— Até. — acenei de volta.
Fiquei parada na calçada coberta de alunos sem saber o que fazer, eu deveria procurar por Sasuke ou espera-lo? Bobagem a minha casa é na rua de baixo, talvez ele até já tinha ido embora.
Comecei a caminhar observando a pequena cidade onde eu morava, ainda não havia me acostumado por completo a viver em Konoha.
E nem sei se acostumarei se continuar dessa forma, eu não tenho um dia de sossego e não consigo confiar nem na minha própria sombra.
— Gostaria de Companhia? — uma voz soo atrás de mim me assustando.
Olhei para trás não acreditando que era ele, o maldito professor estranho.
— Não. — respondi secamente me assustando com meu tom de voz.
Eu estava sendo muito m*l educada? não, só não tinha ido com a cara daquele homem.
— Minha presença te incomoda? — ergueu uma sobrancelha me analisando.
Não imagina o quanto.
— Sinceramente? Sim. — respondi não me contendo.
Pra que mentir? É melhor falar na cara mesmo.
Esperei ele ficar irritado e me dar as costas mas tudo que fez foi abrir um pequeno sorriso assentindo.
— Tudo bem não forçarei a barra. — deu de ombros passando por mim a passos lentos.
O observei se afastar seguindo o mesmo caminho que o meu e bufei voltando a andar o mais afastada possível dele. No entanto parecia que ele fazia questão de andar mais lerdo que uma tartaruga atrapalhando minha ideia de ficar longe.
Esse cara esta me irritando.
— Então você quer ser médica? — ele puxou assunto me olhando de relance.
Ele era bipolar ou o que? Acabou de dizer que não forçaria a barra e já esta conversando comigo.
— Se estou fazendo medicina obviamente que sim. — revirei os olhos.
Sim eu estou batendo boca com um cara que é meu professor e pode muito bem acabar com a minha vida me reprovando em sua matéria, mas acho que já mencionei que tenho sérios problemas em segurar a língua.
— Certamente, você é assim sempre ou só lhe peguei em um dia r**m? — disse bem humorado.
Virei a cara emburrada.
— Pensei que tivesse dito que não forcaria a barra.
— Tem razão vou ficar na minha.
Ele finalmente calou a boca e quando eu finalmente achei que poderia ter paz e sossego um carro em alta velocidade aparece do nada fazendo uma freada brusca a nossa frente, apertei os olhos tentando não ter um infarto, vi a morte passar pelos meus olhos agora. Esse louco poderia ter nos atropelado, e se já não bastasse eu conhecia muito bem aquele carro.
O que ele estava pensando?
Sasuke saiu feito um furacão batendo a porta com tanta força que acho que quebrou. Dei um passo para trás pela primeira vez realmente sentindo medo, seus olhos mutantes já estavam vermelhos e era nítido quanta raiva eles transmitiam. Eu pudia jurar que vi uma aura assassina cobrir seu corpo.
Mas não era pra mim que ele transmitia tanto ódio e rancor, mas sim para o homem ao meu lado.
— Você. — Sasuke rosnou fitando o professor de uma forma assombrosa.
Olhei de um ao outro confusa e intimidada.
— Quanto tempo irmãozinho t**o. — meu professor sorriu analisando Sasuke.
Mas o quê? Ta legal, que caralhos esta acontecendo aqui?
O clima pareceu ter escurecido e eu observava os dois claramente, sobrando na verdade, já que eles estavam conversando em uma troca de olhares bem sombria e assassina.
— Acho que nós precisamos conversar. — meu professor disse calmamente não se importando com o olhar maligno que Sasuke lhe lançava.
Ele deveria compartilhar essa calma dele com certas pessoas.
— Eu vou te matar seu maldito. — Sasuke rosnou.
Parecia estar se controlando para não pular no meu professor que parecia não estar nem ai.
— Ninguém vai matar ninguém aqui. — entrei no meio dos dois tentando salvar a humanidade.
Não estava entendendo merda nenhuma mas estava nítido que os dois não eram amigos.
— Vá embora. — grunhiu e agora seus olhos assassinos estavam em mim.
Engoli em seco negando.
— Não eu não saiu daqui sem antes alguém me explicar o que esta acontecendo.
— Vá embora agora.
— Eu...
— Não vou mandar outra vez.
Ele estava me assustando mas eu me manteria firme.
— Você não manda em mim. — retruquei.
Agora eu tenho certeza que ele vai me matar.
— Deveria tratar a garota com mais educação. — Itachi disse colocando a mão em meu ombros.
Sasuke desceu o olhar para a mão do meu professor irritante e eu percebi que era o fim. Fechei os olhos com força vendo que ele perderia controle e esperei algum soco ou uma pancada brusca mas tudo que senti foi um vento gélido pelo corpo.
Abri os olhos devagar abrindo a boca incrédula ao olhar tudo a munha a volta. Mas o quê? onde diabos eles foram?
Minha mente trabalhava a mil tentando entender aquilo e tudo que consegui desvendar era que meu professor era irmão de Sasuke, não acredito, seria o irmão da história? o que se rebelou para o lado inimigo? se isso realmente for verdade então Itachi também era um vampiro.
Eles sumiram em uma velocidade sobre humana e ao julgar pelo estado dos dois, conversar será a última coisa que irão fazer. Meu deus o que eu faço agora?
Passei as mãos pelos cabelos nervosa, não podia evitar o incomodo de preocupação e desespero em meu peito.
— Droga Sasuke, se você morrer eu juro que te mato outra vez seu i****a.