2 - Maya

928 Words
Maya narrando Oi pessoal, eu sou a Maya. Tenho 26 anos, sou morena, cabelos castanhos e lisos até a cintura, baixinha e tenho uma b***a bem grande, com olhos cor de mel. Nasci e cresci em um morro, filha do Elton. Minha mãe faleceu durante meu parto, então fui criada por meu pai, minha tia e meu avô. Aos sete anos, meu pai casou-se com a Ana Paula, que se tornou minha mãe. Ela sempre me tratou como filha, assim como ao meu irmão, e foi uma excelente mãe para mim. Sempre fui apaixonada pelo Gabriel, desde criança. Todos sabiam disso. Prometemos nos casar quando crescêssemos. Porém, aos 17 anos, começamos a namorar, apesar da oposição do meu pai. Ele insistia que merecia alguém como ele, e que Gabriel não era o homem certo para mim. Ignorando-o, continuamos juntos, até me mudar para o Rio para estudar medicina, meu sonho. Continuamos namorando por um tempo, mas não deu certo. Descobri que ele estava se divertindo, enquanto eu me dedicava aos estudos, eu estudando e ele curtindo resenha cheio de mulheres . Terminamos, na verdade, fui eu quem terminou. Meses depois, descobri que ele estava ficando com minha melhor amiga, ou pelo menos eu achava que era minha amiga. Bloqueei-o no w******p e nunca mais falei com ele. Já fazem dois anos que não nos vemos. Formei-me há dois meses, mas fiquei para resolver as burocracias. Agora sou clínica geral e quero trabalhar no posto de saúde, seja no nosso morro ou no Morro do Borel, que fica mais próximo. Finalmente, voltei para casa hoje, com saudades de tudo: da família, das amigas... Cheguei ao aeroporto e já vi meu pai e o Feijão de longe. Feijão trabalha para meu pai, é o chefe das bocas. Sempre gostou de mim, mas nunca dei muita atenção a ele, por ser apaixonada pelo Gabriel. Porém, hoje percebo que ele está muito atraente e gato . Eu cheguei perto dos dois e vi como o Feijão ficou olhando para mim. – Oi, pai, que saudades – eu digo e ele sorri, me dando um abraço. –Oi – eu digo para o Feijão e ele me puxa e me abraça também. – Qual foi, Maya, não vai me abraçar também não? Mó saudade de tu – ele diz e eu sorrio. Ele me dá um abraço forte e nos soltamos. Entramos no carro e fomos saindo do aeroporto, direto para o morro. –Que saudades da minha terra –eu digo, olhando pelo vidro do carro. – E agora tu não sai mais daqui, chega de ficar longe da gente – meu pai diz, e eu sorrio para ele. Passamos pela contenção, com o vidro do carro aberto, e os vapores ficaram olhando para mim. Eu vi que meu pai fechou a cara, ciumento como sempre. Subimos o morro e paramos na frente de casa. Minha mãe já vem correndo para fora na minha direção. –Filha, que saudades – ela diz, me dando um abraço. – Que saudades, mãe – eu digo, abraçando ela. Vejo meu irmão chegando em casa, ele vem na minha direção e me abraça também. –E aí, Maya, tá gata hein, bem parece aquela pirralha que saiu daqui – ele diz e eu n**o com a cabeça. Ele me abraça forte e eu olho bem para ele. –Nossa, mas você cresceu, hein – eu digo olhando para ele. Ele estava muito lindo, um homem. Quando eu saí daqui, ele ainda era um adolescente. – Entra, filha, você deve estar cansada. Vem que eu fiz aquela macarronada que você adora – minha mãe diz, e minha barriga até ronca de fome. Jantamos juntas e ela me contando tudo o que aconteceu aqui nos últimos tempos. Pelo o que ela me falou, meu irmão é um galinha assim como o Gabriel, não namora e pega todas, mas na nossa casa ele não traz. Minha mãe não permite. Meu pai, como sempre apaixonado por ela, está passando o morro para o meu irmão, para ficar mais tempo com ela em casa. Meu tio VK e a Ray não moram mais aqui. Eles moram no interior de São Paulo e meu tio abriu uma fábrica de roupas lá. Meu avô também mora lá, no mesmo bairro que eles. Sempre que a gente pode, vamos até lá, pelo menos uma vez por ano. Toda vez que eu vinha para passear aqui, eu ia até lá vê-los. Terminamos de comer e eu subi para meu quarto, que estava do jeito que eu deixei. Que saudades eu estava de casa. Tomei banho, eu estava exausta, vesti um pijama e me deitei na minha cama. Logo, peguei no sono. Eu estava muito cansada. Acordei no outro dia com o meu celular tocando. Abro os olhos com preguiça e vejo que era a Lua, me ligando por chamada de vídeo. –Fala, amiga –eu digo com a cara inchada de sono. – Bom dia, bela adormecida. Bora levantar e ficar bem gata que hoje vai ter um baile f**a aqui. Quero você aqui para curtir comigo – ela diz e eu dou risada e n**o. – Vou nada. Você sabe que eu não quero ver o seu irmão – eu digo e ela n**a com a cabeça. _Você vai vir por mim e não por ele. Te espero aqui às dez horas – ela diz e desliga na minha cara. Eu me levantei e fui ligar para o salão aqui do morro para ver se tinha horário para eu me arrumar. Continua ....
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