Marco acorda com Samira agarrada a ele, os seus cabelos espalhados por seu peito, a suas mãos acariciam as suas costas com carinho, ele não imaginava que ela dormiria de forma tão tranquila ao seu lado.
Ele estava muito feliz, ter Samira ao seu lado era o início de uma nova vida para ele. Se levantando com cuidado ele vai tomar o seu banho, o seu dia no escritório seria longo. Apesar de ter dito que não iria alguns dias ele não podia deixar as suas coisas de qualquer forma, então pretendia passar a manhã lá e voltar para fazer companhia a Samira a tarde.
Marco se arruma rapidamente dá um beijo em Samira que ainda dormia e desce para tomar café, assim que passa pela porta encontra o olhar questionador da sua avó.
_ O que foi? - pergunta enquanto se servia de um pouco de café.
_ Quando vai pedi-la em casamento? - pergunta Lú indo direto ao ponto.
_ Vovó! - a repreende Marco, ele tinha acabado de fazer Samira o aceitar, não estava nos seus planos a assustar com um pedido de casamento.
_ Não estou dizendo nada de mais Marco, todos nós podemos ver a forma que você olha para ela. - diz Lú olhando séria para ele.
_ Verdade menino, qualquer um nesta casa sabe que tem algo entre vocês. - diz Marta enquanto colocava um bolo sobre a mesa.
_ Viu! - diz Lú.
Marco bufa, ao que parecia sua avó estava determinada a casala antes do final do ano. Ele não desejava apresar as coisas, queria ir de vagar e apreciar a companhia de Samira, não desejava impor algo a ela daquela forma.
_ É muito cedo para isso vovó. - diz por fim.
_ Você está esperando que Carlos faça o pedido, Marco! - diz brava. Marco levanta os olhos e encara a sua avó. - Não me olhe assim, todos aqui sabem que Carlos tem interesse nela.
A vontade de Lú era esganar o seu neto, ela estava ajudando ele de todas as formas possíveis e ele ainda insistia em ser teimoso como uma mula velha.
_ Conversamos mais tarde avó. - diz ele indo até ela e lhe dando um beijo na testa.
_ Pode apostar nisso mocinho. - diz ela ainda chateada, mas não adiantava mais insistir, precisava se preparar para a surpresa que seu neto teria naquele dia.
Marco entra no seu carro e parte para a empresa sua cabeça latejando com as palavras da sua avó. Ele não era sego via o interesse de Carlos por Samira, mas não queria a forçar a algo como um casamento, ela era jovem e tinha muito a conhecer antes de enfrentar um relacionamento tão serio.
Assim que entra no seu escritório Marco dá de cara com Juliano e pela expressão no seu rosto ele sabia que as notícias não seriam boas. Marco se deixa cair no pequeno sofá com a mão cobrindo o rosto.
_ Apenas diga. - Juliano olhava intrigado para seu amigo.
_ Tenho más notícias. - diz sem saber como começar.
_ Já sabia disso quando vi a sua cara. - diz Marco. - O que foi?
_ O conselho está te esperando na sala de reuniões, e ao que parece as coisas estão feias. - o alerta Juliano. Marco pragueja se colocando de pé, poucas coisas tiravam o conselho da sua toca.
_ Então vamos. - diz já saindo pela porta com Juliano atrás de si, assim que ele entra percebe a movimentação das pessoas a sua volta, ele ocupa o seu lugar a mesa de reuniões e espera que eles comecem.
_ Lamento não termos avisado antes desta reunião senhor Bernardi, mas apenas ontem ficamos sabendo da informação que iremos passar ao senhor. - diz um dos acionistas da empresa.
_ Apenas vá direto ao ponto, não gosto de rodeios. - diz Marco ignorando a sua polidez.
_ Ontem o advogado do antigo CEO entrou em contato conosco sobre uma cláusula no testamento do falecido. - aquilo chama a atenção de Marco, ele endireita-se na sua cadeira atento as palavras do acionista.
_ Explique-se. - pede Marco.
_ Bem, foi encontrada uma cláusula no testamento do seu avô, onde ele insiste que você deverá estar casado antes dos trinta e três anos, para continuar na direção das empresas, e não é só isso. - diz o homem um tanto quanto nervoso ao ver a expressão de Marco.
_ Termine. - diz entre dentes.
_ A clausula é bem clara senhor, se você não se casar todos os seus ativos passarão a pertencer aos acionistas da empresa, você perderá tudo.
Aquilo cai na cabeça de Marco como uma bomba, ele deixa-se cair na cadeira em choque. Na sua mente passava várias coisas, incluindo por que o seu avô teria criado algo assim antes de morrer, e principalmente por que ele não tinha ficado sabendo disso antes.
_ Lamento desepciona-los senhores. - diz Juliano sorrindo. - Mas o senhor Bernardi está noivo, então não precisam se preocupar com o destino das empresas.
_ Está noivo? - pergunta o acionista olhando surpreso para Juliano.
_ A minha vida particular não é da conta de vocês. - diz Marco fuzilando o homem com os olhos.
_ Me desculpe senhor, e os meus parabéns pelo noivado. - diz o homem sem graça.
_ Não queríamos ser invasivos senhor Bernardi, mas este assunto afetava todas as empresas, por isso tivemos que marcar essa reunião. - diz um dos conselheiros da empresa de forma tranquila.
_ Como eu já disse, a minha vida particular não diz respeito a vocês, mas o que Juliano disse é verdade, em breve vocês terão a oportunidade de conhecer a minha noiva. - diz frustrado, ele odiava se colocar naquela situação.
_ Apenas para lembrá-lo senhor seu prazo termina quando completar trinta e três anos, o que deve ser em aproximadamente três meses. - diz o conselheiro.
_ Muito obrigada por me lembrar de quando é meu aniversário, confesso que se não tivesse me dito eu não saberia!. - diz Marco sarcástico olhando o homem. Todos na sala podiam sentir a tenção de Marco e não dizem mais nada.
Marco sai da sala como um furacão, a sua cabeça dando voltas com tudo aquilo, mas tinha alguém que poderia esclarecer as coisas para ele, e era justamente atrás dessa pessoa que ele iria naquele momento.