Marco não sabia o que era mais engraçado, o rosto vermelho de Samira uo a forma que ela estava o evitando encarar. Ele queria rir, mas sabia que ela ficaria sem graça com ele então a penas se limitou a observá-la sem a incomodar.
_ Pede que quiser, fique a vontade para escolher. - diz sem olhá-la, mas por dentro ele se corroía de tanto rir.
Samira não reponde, a sua vergonha era tanta que ela só desejava encontrar um buraco e enfiar-se. Ainda não acreditava como havia sido capaz de reagir a Marco daquela forma, ela sentia-se tão envergonhava que duvidava que algum dia fosse olhar para ele novamente.
Apesar da vergonha ela tinha que admitir que ter Marco tão perto de si foi algo muito prazeroso, era como se ela pudesse sentir o seu corpo ainda pressionado ao seu. Marco era puro músculo e ela pode sentir isso com muita exatidão quando ele a pressionava contra o carro, e não era a única coisa que ela havia sentido.
Olhando o cardápio Samira percebe que tinha perdido a fome, nada naquele momento faria descer a comida por sua garganta.
_ Não estou com fome Marco. - diz ela olhando para ele sem graça.
_ Mas precisa comer. - insiste.
_ Eu faço um lanche mais tarde. - continua ela. Marco bufa exasperado, não adiantaria forçá-la a algo que não desejava.
_ Vou pedir a comida para levarmos então. - diz ele chamando o garçon. - O que vai querer?
_ Qualquer coisa. - responde ela, o seu único desejo naquele momento era sair daquele lugar.
_ O especial do chefe, para viagem. - diz Marco devolvendo o cardápio ao garçon. Ele levanta-se e estende a mão para Samira.
_ Não vai esperar a comida? - pergunta confusa enquanto se levantava.
_ Eles ligam quando estiver pronto. - diz Marco dando de ombros.
Minutos depois o carro de Marco parava em frente a kit net de Samira, ele já podia ver alguns lugares que tinham sido demolido, aquilo era bom, significava que André estava cumprindo com o que ele tinha pedido.
Marco caminha ao lado de Samira em direção a sua pequena residência, assim que ele abre a porta estaca no lugar. Chamar aquilo de casa era um tremendo engano, o lugar se resumia a um quarto e um banheiro, era menor que um ovo. Marco sentia a sua raiva aumentar ao pensar em todo oo tempo que ela morava ali sem nenhum conforto.
_ Vou precisar de um caminhão pequeno para tirar as minhas coisas daqui. - diz ela com a mão no queixo enquanto encarava pensativa as suas poucas coisas.
Marco olhava para Samira como se ela fosse louca, ele não via nada naquele lugar que merecesse ser transportado. A cama estava velha, mas bem cuidado, num canto havia uma mesa simples e um puf que deveria servir de cadeira para que ela estudasse, havia também uma cómoda num canto e uma pequena prateleira onde havia itens de cozinha.
Marco estava a beira de um enfarte, e quando os seus olhos batem numa panela elétrica na prateleira ele pensou realmente que cairia duro. Alheio aos pensamentos de Marco, Samira arrumava as suas coisas com paciência.
_ Pegue apenas as suas roupas. - diz ele de forma ríspida. Samira se vira rapidamente para ele ao ouvir o tom da sua voz.
_ Por quê? - pergunta sem entender.
_ Até onde eu sei os apartamentos do centro são todos mobilados. - inventa ele na hora. Jamais permitiria que Samira tivese algo inferior ao que merecia.
_ Eu não sei. - diz pensativa.
_ Pergunte ao responsavel. - insiste ele.
_ Verdade, não tinha pensado nisso. - diz ela levantando-se animada. - Vou pegar o número com alguém, já volto.
Assim que Samira sai Marco é rápido em pegar o seu telefone e ligar para André.
_ Oi ch...
_ Cala a boca e me ouve, - diz Marco o interrompendo. - Quero que mobile o apartamento de Samira, quero tudo do melhor que você puder encontrar e para hoje!
_ Isso é impossível! - diz ele ao pensar que o seu chefe tinha enlouquecido.
_ Se não conseguir esquece o seu aumento de salário. - diz Marco sabendo que aquilo o motivaria.
_ Isso é s*******m chefe, mas vou tentar. - diz suspirando, ele sabia que aquele aumento não viria tão fácil quanto parecia.
_ Se ela te ligar diga que os apartamentos já são mobilados.
_ Certo. - responde André desanimado, ele já imaginava o trabalho que seria para arrumar tudo o que o seu chefe queria.
Marco desliga o telefone com um sorriso no rosto, aquilo devia bastar, ele não queria que Samira soubesse que ele a estava ajudando, ela era orgulhosa e jamais aceitaria a sua ajuda.
Assim que Samira entra Marco podia ver o largo sorriso no seu rosto, ela corre até ele parando perto.
_ Você estava certo. - diz ela sorrindo. - Agora só preciso arrumar um lugar para guardar as minhas coisas.
Os olhos de Marco arregalam-se ao perceber que ela não desejava se livrar daquelas coisas velhas, ele segura-se para não suspirar em frustração.
_ Eu tenho um galpão pode guardar lá se quiser. - diz ele com indiferença.
_ Não vou incomodar? - pergunta preocupada.
_ Não, tenho bastante espaço. - Marco já tinha um plano para por fogo naquelas coisas assim que entrassem no seu galpão, afinal, acidentes podiam acontecer e não seria culpa dele se tudo pegasse fogo.
_ Então vou começar a embalar as coisas. - diz ela sorrindo, aquele sorriso tinha valido todo o trabalho que Marco estava tendo, ele faria ainda mais se isso significasse que ela estaria feliz.
Marco sai e busca algumas caixas para a ajudar, ele retira o seu terno e se senta no chão ao lado de Samira enquanto ela embalava as coisas. Assim que o seu segurança chega na porta com o almoço os seus olhos arregalam-se ao ver o seu chefe sentado no chão. Com toda a certeza aquele não era o homem que ele costumava ver.