Marco entra no bar e acompanha Lucky até o escritório nos fundos. Assim que entra ele fecha a porta indicando um sofá ao lado para que ele se sentasse.
_ O que deu em você para aparecer por essas bandas? - pergunta, lhe entregando um copo com bebida.
_ Preciso resolver um problema. - aquilo chama a atenção de Lucky, o Barão nunca pedia ajuda e nem aparecia no seu território, o que ele só poderia supor que deveria ser algo grave.
_ O que ouve?
_ Atropelaram o meu segurança. - responde tomando um gole da sua bebida.
_ Não deve ser só isso, te conheço bem o suficiente para saber que se fosse como diz já teria resolvido. - diz de forma perspicaz.
_ Sempre esperto, - diz com um sorriso de canto. - Tenho motivos para acreditar que o alvo era minha noiva.
Os olhos de Lucky se arregalam ao encarar Marco, ele jamais achou que veria o dia em que o Barão estaria amarrado a alguém, mas ao que parecia as coisas tinham dado uma drástica mudada.
_ Desde quando está noivo? - pergunta sem esconder a sua surpresa.
_ Isso não vem ao caso.
_ É claro que vem, nunca pensei que veria esse dia. - diz rindo, mas Marco não sorria ao encará-lo, os seus olhos o examinavam friamente. - Está bem, esquece isso. Como posso ajudá-lo?
_ Sei que os seus contatos são muitos, preciso que descubra quem foi o responsável pelo acidente.
_ Isso é fácil, me manda o endereço que vou colocar os nossos olhos nisso. - diz ele se referindo as pessoas que trabalhavam para a máfia nas ruas.
_ Me avise assim que descobrir algo. - diz ele já se levantando.
_ Espere um pouco, - pede Lucky. - Por que não aceitou a proposta do chefe?
Lucky não queria ser invasivo, mas ele sempre teve aquela curiosidade, se fosse qualquer outra pessoa teria segurado a oportunidade com as duas mãos, mas não Marco, ele havia negado a proposta do seu chefe sem pensar duas vezes.
_ Isso não é assunto para você Lucky. - diz Marco ignorando a sua pergunta.
_ Só fiquei curioso. - diz dando de ombros.
_ Essa sua curiosidade pode te matar um dia. - um arrepio sobe pela coluna de Lucky com o olhar que Marco lhe dá.
Ele sabia por que o seu chefe queria tanto que Marco se juntasse a ele, o homem tinha o poder de deixar qualquer um amedrontado com apenas um olhar, ele exalava uma autoridade impressionante.
_ Foi mau Barão, - diz ele levantando as mãos em sinal de paz. - Isso não vai acontecer de novo.
_ Sei que não, você é um cara inteligente, - diz Marco se aproximando e colocando a mão no seu ombro. - E não vai querer que encontrem o seu corpo em alguma cova rasa na beira da estrada.
Se antes Lucky tinha ficado desconfortável, naquele momento ele estava apavorado ninguém ousava falar com ele daquela forma exceto o Barão, ninguém tocava no protegido do chefe.
_ Assim que tiver notícias te ligo, não precisa se desgastar vindo aqui. - diz ele com o rosto um pouco pálido.
_ Inteligente como sempre, - diz Marco dando um tapinha no seu rosto. - Me mande o valor depois.
_ Jamais cobraria o senhor Barão. - diz ele negando com a cabeça.
_ Isso não tem nada a ver com Vincenzo, me mande o preço que vou pagar. - diz saindo sem esperar uma resposta dele.
Assim que Marco deixa o escritório Lucky solta um suspiro aliviado, a cada dia que passava ele percebia que Marco estava mais frio e centrado, e isso o fazia pensar como ele tinha arrumado uma noiva, mas ao se lembrar das palavras dele a minutos atrás ele balança a cabeça e resolve esquecer tudo aquilo.
Ninguém parou Marco na saída ele também não viu o homem que o tinha recebido antes, aquilo não lhe importava ele precisava voltar rápido para casa, não queria que Samira acordasse e não o encontrasse ao seu lado. Ele sentia um grande peso deixar os seus ombros ao pensar que em breve teria o responsável pelo acidente.
Quando entra na mansão ele encontra a sua avó o esperando no sofá, sua velha revista em mãos. Marco caminha até ela e se deita com a cabeça no seu colo.
_ Devia estar dormindo vovó. - diz ele com os olhos fechados enquanto sentia a suas mãos acariciando os seus cabelos.
_ Sei que não vai me contar o que estava fazendo, então não conseguia dormir, preferi te esperar chegar. - diz ela.
_ Não estava fazendo nada de mais, isso eu posso te garantir. - diz ele abrindo os olhos e olhando no seu rosto.
_ Eu sei que tem seus negócios querido, mas sempre vou me preocupar com o que você está fazendo. - para Lú Marco sempre seria seu menino, aos seus olhos ele ainda não tinha crescido.
_ Vá descansar, - diz ele levantando-se e dando um beijo na sua testa. - Vou ficar mais tranquilo depois que estiver descansando.
_ Você também deveria ir se deitar, Samira passou por muita coisa hoje ela precisa de você. - diz ela.
_ Eu sei vovó. - diz ele suspirando antes de se virar e subir para seu quarto.
Marco abre a porta com cuidado para não acordar Samira, ela ainda estava dormindo do mesmo jeito que ele havia a deixado. Dando um beijo na sua testa ele corre para tomar um banho, precisava colocar a cabeça no lugar e traçar os seus próximos passos. Alguém estava querendo o prejudicar, nada tirava isso da sua cabeça.
Após o banho Marco se deita e puxa Samira para seu peito, ele precisava estar perto dela saber que quase a tinha perdido era demais para ele, o seu coração não suportava nem pensar naquela possibilidade. Ele tinha várias preocupações naquele momento e James era uma delas, ele precisava que ele se recuperasse para que pudesse contar o que tinha acontecido, Marco nutria a esperança de que talvez ele pudesse ter visto quem o atropelou.
O gemido de Samira o traz de volta para a realidade, dando um beijo nos seus cabelos ele tenta se acalmar e dormir, o seu dia seria cheio.