Carlos observava a interação entre eles com uma pontada de inveja, ele também desejava aquilo, queria ter alguém para dividir até mesmo as pequenas coisas da vida. Ele ficava feliz ao ver Samira bem, e sabia que Marco a protegeria até mesmo de si. Para ele ainda era uma surpresa ver o seu amigo frio demonstrar alguma emoção, principalmente dirigidas a uma mulher.
Marco observa quando a sua avó pega a sua bolsa animada, aquilo era estranho.
_ Aonde vai? - pergunta taciturno.
_ Vou sair com Arthur. - diz ela tranquilamente.
Os olhos de Marco escurecem-se enquanto olhava para ela.
_ Se continuar me olhando assim vou te dar uns tapas. - diz ela com a mão levantada.
Samira olhava para Marco e depois para Lú, ao entender o que estava acontecendo ela cai na risada no seu colo.
_ Qual é a graça? - pergunta ele com os dentes trincados.
_ Você! Está com ciúmes da vovó Lú, Marco? - pergunta ela.
_ Não vou permitir que ela saia com qualquer um. - diz olhando para Samira.
_ Ele não é qualquer um Marco, é o avô de Juliano, um bom médico e ótimo amigo.
O rosto de Marco se enfurece ainda mais ao ouvir o nome do seu amigo da boca da sua avó, ele pega o seu telefone e liga para Juliano, no terceiro toque o seu amigo atende.
_ Oi chefe. - diz ele em seu tom brincalhão.
_ Você tem cinco minutos para trazer esse seu traseiro até a minha casa! - diz Marco bravo.
_ O que ouve? - pergunta preocupado.
_ Mexa-se Juliano! - diz desligando o telefone na cara dele.
Lú olhava chateada para o neto, sabia o quanto ele era protetor, mas não pensou que ele fosse fazer um escândalo por causa de algo tão simples.
_ Vocês que se entendam, tenho um chá me esperando. - diz Lú jogando um beijo para eles.
_ Divirta-se vovó! - grita Samira.
_ Se ele tocar na senhora ele é um homem morto! - diz Marco chateado.
_ Cresça Marco, eu também tenho uma vida. - diz ela antes de fechar a porta.
Carlos observava o seu amigo sorrindo, a cada dia ele surpreendia-se mais com Marco. Em família ele era uma pessoa bem diferente do que era acostumado a ver.
_ Nunca pensei ver isso. - diz Carlos balançando a cabeça. Marco o olha carrancudo.
_ Sou responsável por ela, preciso cuidar da sua integridade. - diz dando de ombros.
_ Apenas confesse que é um neto ciumento, Marco. - diz Samira segurando no seu rosto e olhando nos seus olhos. Ele apenas resmunga e ela ri.
_ Você tem sorte Marco, - diz Carlos com olhos tranquilos. - Lú é uma pessoa maravilhosa, eu queria poder ter tido algo assim.
O clima fica tenso por alguns segundos, Samira queria perguntar a respeito, mas não se atrevia no meio de outras pessoas. Ela podia ver uma sombra de dor passar pelos olhos de Carlos.
_ Não vou te emprestar minha avó. - diz Marco quebrando aquele silencio constrangedor.
_ Acho que é meio tarde para isso, Lú me adora. - diz ele fazendo os outros rirem.
A conversa se segue mais leve entre eles. Marco observava a forma com que Amanda corava sempre que Carlos conversava com ela, ele bufa pensando em quanto Carlos era cego para não perceber o carinho que ela tinha por ele.
Alguns minutos depois um Juliano desesperado irrompe pela porta da mansão, ele cai no sofá com a respiração agitada como se tivesse corrido uma maratona.
_ Quem morreu? - pergunta brincando quando a sua respiração se estabiliza.
_ Ninguém, mas estou pensando seriamente em te matar. - diz com olhos sombrios, Juliano se encolhe no sofá.
_ O que deu em você hoje? Está ficando louco! - diz ele com olhos arregalados.
Juliano tinha profundo afeto por Marco, mas não esquecia que o seu amigo tinha um lado que poucos conheciam, e aqueles que sabiam desejavam esquecer.
_ Por que arrumou um encontro com o seu avô para minha avó? - pergunta Marco o fuzilando com o olhar.
_ Ah, é isso, - diz ele servindo-se de uma xícara de café. - Ela me pediu o número dele e eu dei.
_ Fez bem Juliano, Lú merece sair um pouco. - diz Samira para a tristeza de Marco.
_ Samira! - diz ele olhando serio para ela.
Samira segura o rosto dele e lhe dá um beijo rápido.
_ Eles são apenas amigos, Marco, é bom a vovó sair um pouco, ela sempre cuidou de você precisa pensar um pouco nela também. - Marco relaxa um pouco com as palavras de Samira, ele não tinha pensado pela forma que ela tinha colocado.
_ Eu só não quero que ela se machuque. - diz ele.
_ O meu avô é um homem descente Marco, você o conhece sabe que ele jamais trataria m*l a vovó. - diz Juliano depois que tudo estava mais tranquilo.
Marco nunca tinha pensado que algum dia a sua avó pudesse querer outra pessoa ao seu lado, ele não a via se casando novamente, mas ao que parecia ele poderia estar errado quanto a isso. A sua avó era seu farol, sua amiga e conselheira, e ele reconhecia que ela mais que qualquer outra pessoa se dedicou a ele de forma verdadeira e merecia alguém para cuidar dela.
_ Acho melhor eu ir, - diz Carlos se pondo de pé. - Se precisarem de algo basta me ligar.
_ Obrigada pela visita Carlos, precisamos marcar outra saída mais para frente. - diz Marco surpreendendo Carlos.
_ Claro, seria muito bom. - diz ele sorrindo animado.
_ Fico feliz em saber que você não se machucou Samira, sempre que quiser nos ver sabe onde nos encontrar. - diz ele sorrindo, mas não se aproxima dela.
_ Foi bom revê-la senhorita Samira. - diz Amanda, Samira sai do colo de Marco e lhe dá um abraço apertado.
_ Sinto a sua falta, venha me ver quando quiser. - Amanda cora com aquela demonstração de carinho.
Eles partem rapidamente, com um suspiro Marco se levanta precisava ir ao hospital saber como estava James.