Capítulo 2 Scarlett

1786 Words
Me remexo e sinto o meu corpo todo dolorido, minha mão latejando, tento abrir os meus olhos mais não consigo, estão pesados, e começo a ficar desesperada mais não desisto aos poucos vou me forçando abrir mesmo lacrimejando eu consigo abrir, tento me acostumar com a claridade e fico frustrada ao perceber que eu estou em um quarto branco, isso me faz ficar com raiva, começo a chorar eu não quero ficar aqui eu preciso ir embora... Eu só queria acordar e perceber que não passou de um pesadelo, mais ao sentir as dores em meu corpo eu sei que não passou, ainda tenho que viver nesse inferno de lugar, escuto um barulho e vozes chegando e volto a fechar meus olhos. E não demora e a porta se abre. — Como ela passou a noite?— eu reconheço essa voz é a mesma voz do homem que me jogou no porão. — Durante a madrugada ela ficou muito inquieta, mais até agora não despertou, aos poucos estou diminuindo a dosagem da medicação que é forte e ela vai acordar. — Assim que ela acorda peça para o segurança me ligar. E atenção redobrada, quando ela estiver acordada, ela pode ficar agitada, então se precisar pode dar um calmante para controlar. — Não se preocupe senhor Green aviso e tomarei todos os cuidados necessários. — a mulher diz e sinto alguém se aproximando. Ele vem em direção da cama e consigo sentir a presença dele mais tento me manter imóvel. Para ele não perceber. Não demora e ouço a porta bater e tento manter do mesmo jeito, pois a mulher ainda continua aqui perto de mim. Ela meche em algo no soro e não demora para ela sair. Só depois que ela saí consigo respirar melhor. Merda como vou sai desse lugar se tem um segurança na porta? Fico com essa pergunta latejando na minha cabeça. Eu preciso tentar, mas como? Se ainda me sinto fraca? Eu não chegaria tão longe assim. Vou ficando sonolenta mais uma vez e acabo adormecendo. Acordo, e mesmo me sentindo cansada, assim que abro os meus olhos, vejo aqueles olhos pretos como a noite me analisando, começo a temer, merda era para ter ficado atenta se tinha alguém por aqui. Fechos os olhos com força quem sabe não é só uma miragem, quando volto a abrir ele continua ali parado me olhando, sério. — Como você está se sentindo?— não entendo a sua preocupação. — Preferia está morta, quem sabe estaria no lugar melhor. — Quem te garante que você ficaria bem morta? Não fale de algo que não sabe. — ele diz sem paciência alguma. — O que eu sei, é que não quero voltar para aquela casa! Eu fui enganada e só em pensar no que pode acontecer comigo tenho pavor... — confesso e não consigo segurar o medo que estou sentindo. — Você fala como se fosse tão difícil assim. Aqui você poderá ter tudo que deseja, você precisa abrir a sua mente criança e ver que pode sair ganhando e ser muito feliz. — ele diz em forma de ironia. — O senhor fala como se eu fosse desse tipo! Prestou atenção no que disse? Eu ainda sou uma adolescente e vocês querem que eu seja escrava para matar esses desejos sujos para ter dinheiro, isso é crime! Eu nunca me renderia dessa forma imunda. — Não se preocupe criança, você vai gostar! E pode ter certeza que as mulheres que estão lá gostam do que fazem. Só quero deixar claro que não vou admitir outra fuga sua, e tem sorte que seja eu a ter esses cuidados com você, se fosse com um dos homens do meu pai te garanto que seria bem pior. — ele diz e eu engulo seco. Não vai adiantar nada debater com esse monstro, não vejo benefícios nenhum em ele está cuidando de mim, aí que vontade de fugir, fecho os meus olhos para conter a minha raiva e quando eu abro ele está alisando minha bochecha, me sinto estranha ao sentir o seu toque eu tento me afastar e no mesmo instante ele afasta sua mão. — Mas tarde voltarei para leva lá de volta. Só não seja atrevida, ou perderei a paciência e não vai gostar do que vai ter que enfrentar. — Preferia que você morresse. — falo cheia de raiva. Ele dar um sorriso sombrio que chego a me arrepiar de medo, ele sai. Eu tento conter a raiva, não demora a enfermeira entra e retira o soro do meu braço, e fica latejando, ela traz uma bandeja, e eu fico temorosa. — Farei o curativo de sua mão, preciso que fica parada. — ela diz e eu apenas aceno. Ela vai retirando a faixa que está em minha mão, quando ela retira a faixa, vejo que levei pontos. — Quantos pontos eu levei? Foi profundo?— porque com a escuridão eu não me lembro de tamanho, só a quantidade de sangue encharcando o pano? — Foi superficial mais levou três pontos, você teve sorte, ou poderia perder o movimento dos dedos se pegasse algum ligamento. — ela diz e eu engulo seco com medo, ela começa a limpa, arde mais tento conter o gemido de dor. Não demora ela finaliza, e colocar uma faixa limpa. — Tente não fazer esforço com essa mão, vou trazer o seu almoço precisa se alimentar ou ficará doente. — ela diz e eu gosto da ideia de ficar doente, quanto mais eu der trabalho, menos interesse eles terão comigo, é isso. Aceno e ela sai, volto a me deitar e fico pensando no que ela falou, merda eu por pouco fico sem mexer meus dedos, o medo é tão grande que fico movimento mesmo doendo. Não demora ela traz uma bandeja e eu estou com fome, porém com medo que eles tenham colocado remédio como estavam fazendo esses dias todos. Vejo que ela foi boazinha comigo e me atrevo a pergunta que data é. — Que dia é hoje?— pergunto fingindo inocência. — Hoje é 13 quinta-feira. — ela diz depositando a bandeja em meu colo. — Obrigada. — agradeço, e começo a comer devagar sem tocar no suco. — Minha boca está muito seca, você poderia me dar um copo d’água? — Sim, tente comer tudo. — ela diz saindo e eu como mais meu estômago começa a doer eu só remexo na comida para ela pensar que comi muito e não tomo o suco e não demora e ela traz um copo de água, na água não dá para colocar remédio sem quer eu vejo, olho discreta e começo a beber, sinto que posso beber todo. Escuto uma discussão vindo de fora, e a enfermeira já fica de pé, e eu fico em alerta. — Menina deite e finja que está dormindo, ande.— ela diz retirando a bandeja do meu colo e tomo água toda, enxugo minha boca e me deito, tento controlar a minha respiração, e não demora para a porta ser aberta. — Alguma novidade? Ela ainda não acordou?— eu reconheço a voz do velho asqueroso. — Ela continua dormindo, tem hora que tenta abrir os olhos, mais nada, mais o senhor Green já me pediu para cortar o remédio, acredito que logo ela acorde. — Você está comendo aqui?— ele pergunta rude com enfermeira e merda eu não posso fazer nada. — Sim, me desculpe, mais o senhor Green me pediu para não sair de perto da paciente, e como já retirei o soro e fiz o curativo da mão parei para almoçar, mais prometo que isso não vai ser repeti. — É o que eu espero. Qualquer novidade peça que me avise. — Sim, senhor. — ela diz e sinto a presença dele andando pelo arredor de mim, e tento me manter bem. Fico me corroendo, pois meu nariz começa a corsa, eu tento me segurar pedindo a Deus que ele sai logo do quarto. E não demora para ouvir a porta se abrindo e ele falando com segurança no lado de fora, corso o meu nariz e só agora consigo respirar aliviada. Olho para enfermeira que parece respirar aliviada. — Fiquei quieta, vou ver se ele foi embora. — ela diz e eu apenas aceno e volto a ficar quieta, por que será que ela está me ajudando? Ela demora um pouco, ela volta a entrar. — Pode relaxar, ele já saiu. — quando ela diz solto um suspiro. — Por que você está me ajudando?— pergunto ainda confusa. — As ordens do senhor Green foram claras, só ele pode ver você acordada, eu só não sabia que o pai dele viria até aqui. — São todos iguais, uns monstros sem coração, que só querem o meu mal.— Confesso chorando. — Não fale assim, eu vi como o senhor Green ficou quando a trouxe. Eu sei do que eles são capazes, mas tenha fé, você ficará bem. — A verdade que eu queria voltar para minha cidade, eu não aguento mais viver nesse inferno, já se passou oito dias que cheguei aqui e de tudo já passei. — falo sem esperança. — Eu sinto muito, agora preciso que você fique quieta, pois os seguranças foram mudados e tenho certeza que o senhor Green não sabe sobre isso. — ela diz e eu volto a deitar, e fico olhando para o teto sem paciência nenhuma. Já se passou um tempo e a enfermeira não voltou e estou apertada para ir ao banheiro, eu não aguento mais esperar, e vou andando devagar, pois ainda me sinto fraca, mas aos poucos consigo ficar de pé, mesmo ficando um pouco tonta, vou me segurando nas paredes mais consigo chegar até o banheiro, solto um suspiro quando eu consigo fazer minhas necessidades. Agora é criar coragem para voltar para cama, me sinto ainda mais tonta eu preciso chegar até a maca, e quanto mais avanço cada passo, mais parece distante, quando estou no meio do quarto à porta é aberta quando eu me viro para ver de quem se trata acabo me desequilibrando espero o meu corpo cair no chão, porém ele o homem dos olhos pretos como a noite, me segura. Fico ofegante só em pensar que não sentirei a dor devido à queda. — Você não devia sair da cama! Continua fraca! Ela estar pálida me ajudem aqui! — Eu não consigo responder e nem mesmo ver nada, acabo desmaiando e volto para escuridão, acho que faz parte da minha vida... Sinto meu corpo sendo levado, as vozes mais, não compreendo, não sei por que isso acontece e do nada não consigo ouvir mais nada, só aquele pi...
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