Magnus
“Essa porcaria de terno que fica apertando as minhas partes”
Eu ficava me arrumando o tempo todo, parecia que estava sendo sufocado por aquela roupa chique, tipo sim. Fui obrigado a comprar aquela p***a de roupa porque no meu primeiro encontro com o Tiberius ele quis tirar uma com a minha cara. O filha da p**a exigiu que eu vestisse um terno brilhante, na cor chumbo, sapato preto tipo italiano e arrumasse o meu cabelo com gel. Cuzão mesmo. Daí ele me aparece com calça jeans azul clara, sapatenis e camiseta de malha na cor branca, rindo horrores da minha cara, tive que me segurar pra não dar na cara dele
WJ – Cara, tu sabe que eh não sou de fazer agouro né, mas reza aí pra não te pegarem
Magnus – Relaxa que a minha capivara tá no esquema, mais maquiada que p**a em dia de baile
O WJ praticamente me obrigou a trazer ele, de tanta preocupação, mas tomou no ** achando que ia tirar sarro da minha cara, fiz vestir terno também
Já tinha que se passado 5 dias do acontecido, e a mina já tinha sido transferida para uma penitenciária intermediária, onde as mulas e pessoas envolvidas com o tráfico eram levadas. Uma rapidez da p***a, aquilo só atrapalhava tudo
Dei ordem pro WJ não entrar, eu não queria chamar a atenção, mesmo ele bem vestido, se alguma coisa saísse do controle, o negócio ia feder, fora que, com certeza, ele seria m*l visto logo de cara já que não anda sem o cano pendurado na cintura de jeito nenhum
Era um lugar que não me trazia medo não, mesmo porque, já passei um tempinho curtinho o meu xilindró, mas essa parte da minha vida não gosto de lembrar
Me identifiquei, mostrei a carteirinha falsificada da OAB e disse que estava indo me apresentar como advogado da detenta Melissa Barbosa. Eu mesmo nem sabia a cara da mina, nunca tinha visto nem maia gorda nem maia magra e sério, estava esperando um p**a canhão né, porque nominalmente é isso que cai na nossa mão, o resto mesmo
Entrei numa sala há rodeada de grades, como se fosse uma cela mesmo, mas específica pra encontro de advogado e cliente. Tinha samango pra tudo e qualquer lado e dentro de mim, eu só tirava deboche, ninguém nem imaginava que estava de frente com o dono do morro da Coreia
Comecei a escutar barulho de molho de chave e grade sendo aberta e fechada, era a mina chegando na minha presença. Eu ainda não via ela, mas escutava o seu caminho
Respirei fundo e nem percebi o momento que fechei meus olhos pra me preparar para a cena. Na minha mente, eu via uma mulher já de meia idade, com cabelo bagunçado, toda acabada, eu realmente não estava preparado pra aquilo
O uniforme era laranja, com calça e um camisa de tecido grosso, só que estava meio largo. Ela vinha desfilando, como se estivesse flutuando com os passos, pelo menos foi isso que eu vi. Uma preta linda, pensa numa mina linda, por alguns segundos, eu me perguntei o motivo de nunca ter visto ela no morro
Cabelo alisado, rosto limpo, como se tivesse acabado de lavar, aquilo deixava ela ainda mais li da. Fiquei hipnotizado, mano, já falei que a mina era linda e ah, certeza que tinha no máximo uns vinte anos, certeza
Ela chegou bem perto, olhou para o carcereiro atrás dela e quando teve certeza que ele saiu, colocou as duas mãos em cima da meda de madeira no meio da cela, aproximou se rosto do meu e disse
Mel – Foi o dono do morro que te mandou?
Magnus - O dono do morro? É . . . pode se dizer que sim. Prazer, meu nome é Magnus