Fico pensando onde você está.
Um ano. Um maldito ano desde a última vez em que nos falamos, não vou mentir que sinto muita falta dele, se pudesse voltar atrás faria tudo diferente e talvez, hoje, ainda estaríamos não falando. A culpa foi minha? Ou a vida quis assim? Eu nunca tive respostas, eu nunca vou eixar isso para traz enquanto não tiver respostas. Como seguir em frente de algo que não acabou, pelos menos, não para mim.
Ano retrasado eu conheci um menino pela internet. e********r, você deve estar pensando – todos pensam – mas não, ele não era nenhum e********r. Seu nome era Nicholas, ele era três anos mais velho do que eu, morava no mesmo estado, porem em outra cidade. Ele me entendia, ele me escutava, ele me ouvia falar do menino que eu gostava sem nunca reclamar, nunca brigamos e então quando eu me dei conta eu estava completamente apaixonada por um menino que nunca vi pessoalmente, por um menino que parecia uma versão masculina de mim, um menino que eu não sabia se realmente era o que ele dizia ser. Estupida, eu fui estupida.
No começo eu conseguia esconder o que esconder falava com ele desde a hora que acordava até a hora de dormir, minhas contas de telefone vinham cara pra c*****o e meu pai sempre reclamava porquê de tanta mensagem interurbana, eu mentia dizendo que era pra minha amiga que mora no litoral de são Paulo, acho que se contasse pro meu pai essa história ele daria a louca e denunciaria pra polícia, me proibia de usar a internet e me colocaria numa psicóloga. Ele começou a demonstrar que também gostava de mim no dia 21 de julho ele se declarou para mim e começamos a namorar virtualmente.
O maior dos meus problemas é que eu sempre gosto mais da pessoa do que ela gosta de mim, eu sempre me entrego totalmente a pessoa e depois quebro a cara porque não sei controlar meus sentimentos. Tudo era perfeito até ele completar dezoito anos, ele entrou na faculdade e tudo começou a esfriar ele se distanciou e então sumiu. Sumiu para sempre.
- Talvez a Lindsay queira nos contar porque a mistura de água e sal conduz eletricidade – a voz da professora de química ecoou na minha cabeça fazendo me distanciar dos meus pensamentos nostálgicos.
- A Lindsay não quer, muito obrigada. – Me referindo a mim mesmo na terceira pessoa.
- Preste atenção na minha aula. – Ele falou e votou a escrever na lousa.
- Eu sei que dia é hoje – Matheus, meu melhor amigo, falou na minha orelha.
- E também. Quarta-feira, dia onze.
- Ou um na que o Nicholas não dá sinal devida. – falou com um sorriso de lado que eu, sinceramente, não entendi.
- Eu te odeio – falei virando para frente novamente.
Matheus nunca apoiou meu romance com Nick, talvez pelo fato de que eu nunca cheguei a conhecê-lo pessoalmente ou por que eu sempre reclamava de que eu queria conhecer, beijar, abraçar, cassar, ter filhos ser feliz pra sempre com ele.
O sinal finalmente tocou e eu pude sair da sala e ir para o corredor encontrar Jenny, minha melhor amiga que repetiu de ano
-, juro que odeio essa professora de química. – falei sentando m um dos bancos que tem no corredor
- Juro que me odeio por ter repetido de ano e estar numa classe com um bando de babacas, sem você e o math e ainda ter que rever todas as matérias.
- Eu te avisei para estudar mais e t*****r menos.
- Ah, não me enche sua freira. Que dizer, de freira você não tem nada.
- Tenho muita coisa até, nem vem. Sou mais oura eu uma criança.
- Quem vê até pensa... o Fred vem aqui hoje? – Fred é o menino que eu too ficando a algumas semanas. Sim, eu ainda gosto do Nicholas, isso não significa que eu não fique com nenhum outro menino e fico na minha casa esperando o dia em que ele chegue montado em um cavalo branco e me beije. Não vai rolar, eu sei.
- Ele disse que vem. - falei sem ânimo.
- Usem c*******a, não quero ser titia. – falou seria.
- Já disse mil vezes que não vou t*****r com ele.
- Você disse o mesmo do Pedro e nós sabemos como terminou.
- é bem diferente a gente namorava.
- Vocês não estavam juntos nem a três meses
- Mas eu confiava nele.
- Não precisa esfregar na cara que a escola toda tem um vídeo meu perdendo a virgindade – ano passado a Jen. ficou bêbada em uma festa e um moleque do terceiro aproveitou para gavar enquanto eles transavam. Ate que ela encarou muito bem, quando falavam sobre isso, tudo o que ela respondia era “pelo menos ele era bonito e gostoso” eu no lugar dela tinha me mudado para o triangulo das bermudas.
- Jen., eu não falei nada disso.
- Foi m*l, eu estou meio paranoica por causa dessa história ultimamente, imagina só se o Noah descobre – Noah é o namorado dela ele não estuda na nossa escola e não abe do vídeo.
- Já falei que evoque tem que contar logo antes que alguém conte ou mande para ele.
- como eu vou contar Lindsay? Vou virar e falar “oi, amor, ano passado um menino gravou enquanto me comia e todo mundo da escola tem o vídeo. Quer assistir?”
- Claro que não sua anormal. Mais um “amor, preciso te conta uma coisa, fizeram isso e isso comigo. Queria que você soubesse pro mim antes que alguém contasse.”
- Você faz parecer tão fácil...
- Você quem dificulta
O sinal bateu e fomos obrigadas a voltar para as aulas. Era insuportável sem a jenny na minha sala, aturar o grupinho do cabelo oleoso não era fácil, ainda mais por que Matheus insistia em ser amiguinho delas, as vezes acho quer ele faz só pra me provocar a aula de matemática começou, e cara, como eu odeio exatas. Celina, a professora, estava pedindo silêncio, como sempre, o lado em que sento estava fazendo mais barulho. A professora começou o maior ser, ao de como estamos jogando o dinheiro dos nossos pais no lixo, que milhares de crianças queriam a oportunidade de estudar numa escola particular como nos que devíamos estudar em escola pública pra aprender o que é bom, quando a Carla abriu a boca para falar m***a, como sempre,
- Acho injusto toda a sala estar ouvindo esse sermão quando era só aquele grupinho que estava fazendo barulho.
- Acho injusto olhar para esse óleo escorrendo da sua cabeça todo dia e nem por isso reclamo – falei de um jeito que era pra ser baixo, mas acabou que toda a sala ouviu e começou a querer criar intriga.
- Querida, acho que estava falando com a professora caso não tenha percebido. – Carla respondeu me sem olhar pra mim.
- Pelo que eu saiba vaca muge e não fala. – Retruquei
- Tem certeza que eu sou a vaca? Acho que está mais pra sua amiguinha repetente que faz vídeo pornô e manda pra escola toda.
- Lava sua boca antes de falar qualquer coisa da Jenny. Mesmo que isso que você fosse verdade, ela seria uma pessoa muito melhor do que você que precisa ficar mostrando as t***s no omegle pra arrumar um namorado do outro lado do mundo só porque ninguém do seu país te quer. – Praticamente cuspi as palavras enquanto ela colocava as mãos no rosto e saia correndo.
- Sala do diretor agora Lindsay Laragnoit! – quando tinha toda a confusão a professora não disse nada, depois que faço m***a ele resolve agir.