A viagem

1174 Words
Amir Os dias no deserto podem ser silenciosos mas nunca solitários, você começa a ver as pequenas coisas da vida, no deserto a milhares de animais que necessitam desse ecossistema para sobreviver, eu sou um desses animais, nasci aqui em uma tarde quente, embaixo de uma tamareira. Meu pai me pegou nos braços subiu comigo em um cavalo e me levou para onde os cavalos selvagens faziam sua migração e me apresentou seu cavalo Máximus que também havia acabado de ser pai. Naquele momento eu virei mais um daqueles seres indomáveis que tiravam daquele lugar inóspito, toda sua essência. Aprendi com meu pai a ser um guardião da terra, a respeitar sua essência e a entender que somos parte de algo muito maior. A vida no deserto é uma dança delicada entre sobrevivência e harmonia, entre a busca por água e alimento e a compreensão de que tudo o que necessitamos está diante de nós. Cresci em meio a nômades, vivendo cada dia como uma oportunidade de explorar e aprender com a natureza ao nosso redor. Meus pais tinham um local fixo, porém grande parte do ano vivíamos como nômades, cresci a beira E nessa terra que conheci Nádia, minha primeira esposa, uma alma calma e bondosa, dessas pessoas que tem conteúdo, dessas que não se iludem com roupas bonitas e sapatos caros. Nádia era filha de um pequeno mercador desses que quase não existem mais. Eu a vi enquanto ela carregava um vaso de barro de água na cabeça, eramos duas crianças de 12 e 13 anos e como ela eu era atentado eu tacava pedras em seus jarros só para ve-la me xingar molhada, porem nos apaixonamos, e eu a pedi em casamento assim que ela fez 18 anos, foram anos cavalgando e vivendo sob as leis do deserto, porem ela me deixou, depois de um parto dificil, debaixo da mesma tamareira que eu nasci, a criança estava atravessada, e eu não consegui leva-la me fechei para o amor, porem as vezes me satisfaço com alguma dama que eu ache interessante ou algo assim. Mas não trarei uma criança para esse mundo c***l vou trazer, não vou colocar outra mulher no lugar de minha Nádia, não mesmo! ******* O sol despertou no horizonte, lançando seus raios dourados sobre as dunas do deserto. Cada manhã trazia consigo um novo dia no meu reino solitário, onde eu vagava entre as areias abrasadoras e as lembranças gélidas de um amor perdido. Envolto em meu manto, acordei cercado por duas mulheres cujos olhares famintos refletiam em seus olhos. Cervado por duas servas, como costumo chamar essas mulheres, senti o calor da paixão incendiar nossos corpos. A cada toque, a cada suspiro, buscávamos um alívio momentâneo para o vazio que me assombrava. No entanto, mesmo no meio do desejo, um pensamento teimoso persistia: eu não traria uma criança para este mundo impiedoso. Essas mulheres, cada uma tentando conquistar um lugar especial em meu coração, ansiavam por subir na hierarquia de minhas concubinas. Mas eu permanecia firme em minha resolução. Sabia que esses encontros eram apenas fugazes escapes para o calor interno que queimava dentro de mim, uma chama incapaz de apagar as cinzas que o adeus de Nadia havia deixado para trás. Sua lembrança pairava sobre cada encontro, cada toque compartilhado com as outras. Nadia era a sombra que se interpunha entre mim e essas mulheres. Ela era o fantasma que me impedia de me entregar completamente, de abrir as portas de meu coração novamente. Ficava preso ao passado, incapaz de reescrever os erros que haviam nos separado. * ** * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * ** * * * * * * * * ** * * * * * * ** * * * * * * * * NUT No silêncio do meu quarto, os raios dourados da manhã se infiltravam pelas frestas das cortinas, iluminando pequena bolsa aberta cheia de dineiro à minha frente. Era o resultado de meses de economia e planejamento, uma jornada que eu decidira empreender por conta própria. Enquanto a opulência dos Emirados Árabes parecia estar ao alcance de um telefonema para meus pais ou uma simples solicitação ao meu cunhado Khalid, eu ansiava por algo mais profundo e pessoal. A viagem seria minha, totalmente minha. Nicole, a minha melhor amiga desde me entendo por gente, compartilhava da mesma determinação. Os nossos planos eram tão ousados quanto os nossos sonhos: viajar para Dubai e, então, surpreender Amir. Ele era o protagonista de uma promessa feita anos atrás, quando eu era criança e ele um adulto ele prometera que um dia, se eu trouxesse de volta o cordão que me presenteou, ele cumpriria qualquer desejo que eu tivesse. E agora, eu estava decidida a reivindicar essa promessa. As notas cuidadosamente dobradas em minha carteira eram a prova de meu empenho e dedicação. Cada centavo economizado era uma pequena parte do meu desejo se materializando, uma jornada que eu estava determinada a seguir sozinha. Os laços familiares e os luxos que a minha posição me proporcionava poderiam ter facilitado essa viagem, mas havia algo poderoso em conquistar os meus objetivos com as minhas próprias mãos, em fazer a minha história independentemente. Nicole entrou no quarto, o seu sorriso cúmplice ecoando em seus olhos brilhantes. Era incrível como os nossos destinos se entrelaçavam, como as nossas ambições se alinhavam. As palavras eram quase desnecessárias entre nós, uma vez que nosso entendimento era profundo e sem reservas. — Está pronta para a aventura da nossa vida? — Nicole perguntou, seus olhos dançando com excitação. Balancei a cabeça com um sorriso, sabendo que essa jornada seria uma das mais memoráveis de nossas vidas. Peguei o cordão que Amir me dera anos atrás, um símbolo de uma promessa feita em um tempo de inocência. Era uma prova não apenas para ele, mas também para mim mesma. Eu estava pronta para enfrentar meu passado, confrontar as minhas esperanças e anseios. — E os seus pais? — Bom, a minha mãe está com vó Erica na missa e o meu pai está com tio Will numa viagem saiu hoje de manhã. — Você não acha que vai ter problemas para a gente? — Não Miga! Que problema? Hoje e meu aniversario de 18 e você ja tem 21 então ta tudo bem, vamos,vamos eu deixei um bilhete — Nossa, tão original — E verdade esse bilhete! Pegamos o carro e fomos ate rondonia O aeroporto se desdobrou diante de nós, uma porta de entrada para um novo capítulo de nossas vidas. A ansiedade e o entusiasmo dançavam em meu estômago, misturados com a determinação de reivindicar o que era meu por direito. Dubai estava à nossa espera, com seus arranha-céus imponentes e seu glamour deslumbrante. No entanto, eu estava mais interessada em uma promessa feita sob o vasto céu do deserto, uma promessa que me guiara até aqui.
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