Faruk: Irmão caçula de Khalid
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Amir
Cheguei a Dubai há dois dias, para uma reunião reunião de negócios importante, um acordo amigavel era crucial para a migração dos povos nômades e as terras em questão. Como sempre, o meu foco estava em garantir o melhor para meu povo, mesmo que isso significasse lidar com as complexidades do mundo moderno.
O sol brilhava intensamente sobre a cidade, refletindo nos arranha-céus imponentes. Eu estava hospedado em um luxuoso hotel, onde cada detalhe exalava opulência e poder. O saguão era espaçoso e elegantemente decorado, com um toque de influências árabes e contemporâneas. Lustres de cristal cintilavam sob as luzes, enquanto os funcionários vestidos de forma impecável se moviam com eficiência para atender às necessidades dos hóspedes.
Naquela manhã, me preparei meticulosamente para a reunião. Vestia um kandoora sob medida, que realçava a minha figura imponente e poderosa. Reuni todas as questões e reivindicações, queria construir postos com água potável, médicos e talvez um professor para ensinar as crianças, nada que trouxesse a modernidade, mas que deixasse as coisas mais humanas para aquele povo sofrido.
Durante anos eu tentei levar esse projeto várias vezes porem era recusado pelos Emires ou Sheiks que são donos daquelas terras, o medo era que os povos nomades hoje somos oitocentos mil, pessoas, num deserto sem fim, e agora eu estava aqui disposto para que o que aconteceu com a minha Nadia não aconteça novamente.
A sala de reuniões estava elegantemente montada, com uma grande mesa de mogno no centro, cercada por cadeiras estofadas em couro. A vista panorâmica da cidade através das janelas de vidro adicionava uma sensação de grandiosidade ao ambiente. Convidados importantes de diferentes setores e nacionalidades estavam presentes, todos cientes da relevância da reunião. Eu estava ali mais uma vez tentando mudar o destino de milhões de pessoas.
O meu discurso refletia a minha visão clara para o futuro. Cada ponto que eu abordava em análises minuciosas e propostas estratégicas. A minha voz ressoava na sala, com a autoridade de alguém que estava acostumado a liderar e decidir.
Então, no meio do meu discurso, enquanto eu apresentava os meus planos maneira articulada, fui interrompido por Morramed, meu leal servo.
Ele se aproximou de mim, segurando um celular com uma expressão preocupada. A minha sobrancelha se arqueou em confusão quando ele me mostrou a tela, na qual uma mulher estava causando um alvoroço.
Era ela, Nut, a menina que de alguma forma sempre parecia encontrar o seu caminho até mim. Os seus gritos ecoavam através do celular, e a minha expressão se transformou de confusão para indignação. O meu sangue fervia enquanto a ouvia, berros descontrolados permeando o silêncio da sala de reuniões.
Ela estava sendo arrastada por um policial, os seus gritos chamando a atenção de todos ao seu redor. E então, as palavras que ela gritava me atingiram como uma lâmina: "Eu sou a noiva do Sheik Amir!"
Os meus lábios se apertaram numa linha tensa. Ela não tinha o direito de proclamar isso para o mundo. Ela não tinha o direito de me envolver em suas loucuras impulsivas.
Deixei a sala de reuniões em passos rápidos e determinados. Enquanto caminhava pelo corredor do hotel, os meus punhos estavam cerrados, os músculos de meu maxilar tensos. A minha mente estava concentrada em um único objetivo: alcançá-la antes que ela se colocasse em mais encrenca.
Liguei para khalid, o cunhado de Nut, minha vontade era esgana-lo, porque ele não disse que ela estava vindo?
O pior que nem ele sabia que a menina estava vindo do Brasil, pelo visto nem os pais dela.
A minha vontade era me afundaria no inferno só para ela não me achar, maldita promessa! Cheguei no aeroporto, entrando pela porta da frente chamando atenção de todos, fui direto para o setor de segurança e antes de querer ver Nut, eu queria a punição do homem que ousou arrasta-la pelo aeroporto Deus a mulher ainda e cunhada do Emir desse lugar, inferno!
Eu tentava respirar calmamente para não esmagar ninguem com as mãos. Como assim tocar nela daquela forma.
Sai da sala e fui direto para a salinha onde Nut estava.
Tentava me acalmar e não pensar no vídeo onde ela estava fazendo um escândalo, berrando aos quatro ventos que era minha noiva. A simples ideia me fazia sentir uma raiva enorme, aquilo não era apenas inapropriado,e uma mancha na minha reputação que eu havia construído ao longo dos anos.
Ela era uma jovem, uma jovem que e irmã mais nova da esposa de Khalid, as pessoas vão achar que e verdade.
Eu estava acostumado a lidar com mulheres, mas Nut parecia encontrar maneiras únicas de colocar a minha vida de cabeça para baixo. A sua impulsividade e falta de controle eram exasperantes.
Desde os sete anos ela me manda presentes, cartas e outras coisas, ela trata a minha mãe como sogra, ja foram ate fazer compras juntas, sem falar que meu pai a ensinou a andar e cavalo e um pouco da nossa cultura, todos a amavam, e eu? Eu fugi, parei de ir nas festividades familiares na casa de meu primo para me manter longe dela, mas ela sempre arrumava um jeito de estar presente como um câncer crescendo aos poucos e dominando a minha vida.
Enquanto caminhava em direção à sala dos policiais, a minha expressão era uma mistura de raiva, firmeza e descontentamento. entrei na sala, ela levantou o rosto e deu-me um sorriso.
Eu fechei a cara e disse serio:
— Pegue as suas coisas, seu voo sai em vinte minutos - Eu não ia dar chance a ela de responder
—Amir.... Meu voo?
— Sim você volta para casa em meu jatinho particular, o meu cervo Morramed vai te levar, agora de uma vez por todas pare de dizer por ai que somos noivos o seu showzinho hoje cedo foi parar nas manchetes e eu não tenho tempo de resolver os seus chiliques, e o meu primo nem está nos pais para não deixar essa coisa toda vazar. - As palavras sairam da minha boca, eu tentava medir as palavras para não ser muito duro mas eu não consegui. Eu queria coloca-la em minhas pernas e lhe dar umas bolas palmadas enquanto ela esperneava.
Uma coisa e ela fazer essas coisinhas de menina em família outra e em publico, aqui temos regras e ela tem que respeitar, ela iria voltar para o Brasil nem que eu a amarrasse na cadeira.
Eu tentava me controlar em público, porem tudo iria passar assim que ela fosse embora, então para o meu desespero, Faruk me ligou dizendo que estava vindo buscar as duas meninas a única coisa que eu respondi foi:
— Mantenha ela longe de mim.
Tentei voltar para a reunião porem ela foi remarcada o que me deixou com mais odio.
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Nix
Faruk nos recebei com um grande sorriso ao contrario de Amir, Faruk foi explucando para mim e para Nicolle o porque dos policiais pararam a gente, não se pode dançar em publico nem fazer algazarra,, eu tinha ouvido falar disso mais achei que era brincadeira, um lugar que a pessoa não pode ficar feliz, cruzes.
Chegamos ao Palacio de Khalid era um lugar lindo, me lembrei de como eu cresci com as crianças os meus sobrinhos, lembrei do casamento de Nix e toda aquela atmosfera maravilhosa.
Sim, eu pensei que seria facil, que eu ia chegar aqui, que ele ia cumprir a promessa e ponto, Faruk viu a tristeza nos meus olhos e perguntou serio.
— Não que eu goste de ver as coisas pegando fogo, sim, eu gosto, aliás, asso Kebab enquanto todos queimam, mas porque você não deixa Amir para lá, continuar com isso vai trazer sofrimento a vocês dois, Amir e um homem fechado para o amor.
— Não tem importância, eu tenho certeza que consigo, eu vou abrir aquela porta nem que seja na base da machadada.
Faruk ri
— Medo de você, mas se você quer mesmo se casar com ele, liga para tia Ana, fala que ele não quer cumprir o acordo, ela e a mulher da família, ela tem o poder de fazer isso acontecer
— Ele vai me odiar se for obrigado a casar comigo porque a mãe dele exige.
— Vai ser difícil, mas na tenda dele vai ser mais fácil ele te amar do que você no Brasil, não acha
Eu ri então ele continuou
— Amir pedir 10 chicotadas no policial que ousou tocar em você, olha que eu ia pedir só cinco, isso me mostrou que pelo menos carinho ele sente.
Eu dei um sorriso e ele saiu.
Mas não foi bem assim, eu vou me acalmar e recalcular a rota.