Nina entrou na sala e a madre superiora permaneceu lá fora, desejava dá privacidade para o casal.
Quando pegou o telefone suas mãos tremeram, não deseja imaginar o que aconteceria quando encontrasse o futuro marido pessoalmente.
Finalmente criou coragem e respondeu ao telefone.
-Sim.
_ Nina Valadão?
_ Sou eu, com quem falo?
_ Recebi ordem do capo para casar com você. Desejo saber se está de acordo com esse casamento?
_Qual seu nome?
_ Não precisa saber o meu nome, pelo menos não ainda, menina. Responda a pergunta que te fiz? Viver ao meu lado será um martírio.
_ não tenho opção, senhor, se me negar meu pai será mortto.
_ As vezes ficar órfão é menos doloroso que um casamento.
Ela estremeceu, que tipo de homem era aquele?
_ Não viverei sabendo que causei a morte de meu pai, mas você é homem pode dizer que não me quer.
_ Não vou contra uma ordem de meu capo, fiz um juramento de honra-lo, não costumo quebrar um juramento.
Ele mudou de assunto repentinamente.
_ Precisa de algo? Minha propriedade fica longe da cidade, então aconselho a preparar tudo que precise.
_ Não, estou bem, não necessito de nada do senhor, tenho meu pai.
_ Seu pai não estará debaixo do meu teto para protege-la, mesmo se estivesse não poderia, não de mim, então é melhor que nos acertemos, não me queira como inimigo, não irá gostar, tenho certeza disso.
_ Ligou para me a ameaçar? É isso? Já estou suficientemente assusta@da, não preciso que me apavore, por favor.
A voz de Nina tremeu através do medo.
_ Não é isso, mas não sou bom em diálogos e você já não está colaborando, preciso que prepare tudo que irá precisar quando nos casarmos, não iremos a cidade e em minhas terras pessoas desconhecidas não entram para fazer entrega. É um lugar frio e precisa trazer com você tudo que uma mulher precisa, não temos farmácias por tempo.
Nina demorou um tempo para entender que ele estava falando de coisas íntima@s, como absorvente e ficou vermelha.
_ O chefe proibiu meu pai de movimentar qualquer quantia em dinheiro, ele só pode gastar com comida, até mesmo minha mensalidade aqui não foi paga no dia de ontem, então vou levar somente o que já tenho.
Nina pensou que se lá fosse realmente frio talvez pegasse uma pneumonia e mórresse ficando livre de um marido possivelmente violento.
_ Vou dá um jeito nisso, e menina, me evite problemas, faça o que eu digo e talvez, só talvez isso possa ser menos doloroso para você.
Mais um arrepio passou pelo corpo de Nina, nunca havia escutado uma voz tão rouca e ameaçadora ao mesmo tempo.
_ Preciso ir, adeus.
E simplesmente ele desligou.
Nina ia se casar com um homem que não sabia quem era, nunca o havia visto e não sabia se quer seu nome. Mas ainda podia ficar pi0r, ela sabia disso. Voltou para o quarto e foi ler o último livro que seu pai havia lhe dado, “O morro dos ventos uivantes”. Ler nesse momento era a única coisa capaz de amenizar sua angústia nesse momento. Passou o dia entre a leitura e os pensamentos sombrios. Quando chegou o momento de se recolher para enfim dormir, o sono não veio, ficou imaginando como seria o dono daquela voz e se ele era realmente tão perigoso quando suspeitava.
No outro dia logo após o almoço, mais uma vez chamada a sala da madre, imaginou que seria outra ligação, mas dessa vez não iria atender, pois ainda estava se recuperando do telefonema do dia anterior. Mas havia simplesmente uma pequena correspondência. Pegou e subiu para seu quarto, necessitava de privacidade, rasgou e envelope e se preparou para uma carta de seu pai, mas encontrou um cartão de débito e uma carta digitada, sem nenhum tipo de assinatura. Na verdade era mais instruções, do que uma carta, cartas não eram frias e impessoais daquela maneira. Havia instruções para que ela comprasse roupas, calças, blusas finas e para o frio, peças íntima@s, qualquer medicamento que precisasse, roupas de cama e até mesmo o que usaria no dia do casamento. Mais nada. Nina não entendia como uma pessoa conseguia um cartão em seu nome e tão pouco tempo e como ele conseguiu todos os seus dados pessoais para fazê-lo. Não se sentia confortável em gastar o dinheiro de uma pessoa que nem mesmo conhecia, mas não podia negar que necessitava de roupas adequada, fazia muito tempo que não saia para tal coisa.
Tinha consciência que não devia ir na loja que existia próxima ao convento, então voltou a sala da madre superiora e ligou na administradora do cartão para saber de quanto dispunha, iria fazer compras online, usaria o computador que utilizava para as atividades quando ainda cursava o colegial. Nina ficou admirada com o valor exorbitante que podia gastar, com o dinheiro seria possível comprar um carro novo e ainda sobraria, como uma pessoa podia ter tanto dinheiro sem ser o capo. Sabia que a máfia movimentava milhões em dinheiro, mas pouco membros possuíam tanto dinheiro assim em suas contas bancárias, até mesmo os membros do alto escalão não eram milionários, para que seu futuro marido disponibilizasse de tanto dinheiro assim ele precisava ter muito, muito dinheiro, o que deixou Nina ainda mais assustada. Pessoas assim faziam o que queriam, e acreditavam que os outros deveriam servi-los, mesmo sem perceber os seus olhos encheram de lágrimas. Andava fingindo que não estava com medo, por fora estava a calmaria em pessoa, mas por dentro estava quase entrando em colapso. Em alguns momentos odiava seu pai, se ele não tivesse roubado do capo ela ainda poderia estar segura, ainda poderia manter sua virgind@de pelo tempo que quisesse ou podia seguir o exemplo de algumas meninas e fugir para as propriedades vizinhas encontrar um rapaz jovem que morasse por ali e se entregar no calor do momento e voltar para seu quarto as escondidas, era isso que as jovens da sua idade faziam, saiam para as festas, bebiam, cursavam uma faculdade e experimentavam a vida, mas ela estava ali se preparando para um casamento que não queria, e rezando a deus para que seu marido não a violentasse na noite de núpcias, não poderia viver depois de e*****o, era pedi demais.
Apesar de todo o medo Nina obrigou se a sentar na frente do computador e pedir diversas peças de roupas, primeiro comprou três jogos de cama, compostos de lençol, fronhas e edredom, com cores vibrantes. Já que ia se casar ia pelos fazer algumas coisas que as noivas comuns faziam, pediu toalhas de banho que combinavam perfeitamente com os edredons e cortinas também, alguns tapetes e almofadas, talvez o marido não gostasse dessas coisas, mas ele havia finalizado a carta dizendo ela podia comprar o que quisesse e que poderia zerar a conta que não teria problema.
Montou um guarda roupa completo e pediu também itens básicos de higiene, comprou caixas do absorvente interno que usava, já que não sabia quando teria a oportunidade de fazer isso mais uma vez. Por fim pediu malas para que pudesse levar tudo aquilo para seu novo lar quando chegasse a hora.
A roupa que usaria no casamento deixou por último, sabia que o casamento seria realizado apenas no civil e que não teria festa, assim depois de muito procurar encontrou um conjunto de calça branca e blusa da mesma cor toda rendada, era sofisticado, mas não exagerado, e a deixaria mais confortável do que um vestido cheio de frufru. Quando finalizou e pagou suas compras a realidade a golpeou com força, não era uma noiva feliz, mas sim uma noiva aterroriza@da, as lágrimas que tentou segurar com tanto afinco desceram feito cachoeira e ela dormiu de exaustão depois de se esconder em eu quarto para que ninguém presenciasse seu desespero.