Extra Ana Laura Sobral

3139 Words
Ana Laura estava transformada numa linda mulher. O tempo que passou em Itália com Carolina acentuou ainda mais a sua beleza e forte personalidade. Estava agora formada em Enologia como sempre desejou. Apesar disso, Ana Laura não era muito apologista do consumo excessivo de álcool, e só o fazia quando era necessário. O sucesso da sua empresa não demorou a chegar. Apesar de ter voltado à sua cidade natal, Ana Laura estava feliz por finalmente poder viver sozinha. Agora com 26 anos e com uma agradável situação financeira, ela não tinha do que reclamar. Enzo estava prestes a se formar e ocupar o lugar na presidência da empresa de seu avô. Maria Júlia e Rafael voltaram a ser pais de Ana Júlia que estava com 13 anos e era uma menina linda e inteligente como sua irmã mais velha. Ana Laura estacionou diante da sua nova casa e sorriu. Viveria sozinha por algum tempo. A culinária era outra de suas paixões, e por isso não teve pressa em conseguir uma governanta, apesar da insistência de seus pais.  Após organizar as coisas no seu quarto, Ana Laura preparou um jantar leve para si mesma. Carolina estava a terminar uma formação extra e estaria de volta em duas semanas. Ela viveria no mesmo condomínio que Ana Laura, e também já organizava a inauguração do seu novo restaurante. Ana Laura foj até à sua varanda e observou a rua que tinha um pouco de movimento para um condomínio. Viu então na casa à direita sua chegar um caminhão de mudanças e estranhou a hora. As caixas foram carregadas para dentro da casa, e um homem que parecia ser o dono da mesma chegou no seu carro bem discreto. Ele a olhou por alguns segundos e soriu educadamente. Ana retribuiu o sorriso e continou olhando a rua. O caminhão foi embora e o homem sumiu dentro da casa dele. Ana Laura estava curiosa para saber quem ele era, mas sabia qie descobriria em breve. No dia seguinte haveria uma reunião de boas vindas para os novos moradores. Ana Laura foi deitar satisfeita. Apesar de o ter visto somente por alguns segundos, ela teve um bom pressentimento em relação à ele, e no dia seguinte poderia comprovar se a sua primeira impressão estava certa ou errada. Chegou a manhã de sábado e Ana Laura desceu para preparar o seu café da manhã mas recebeu uma ligação se Marcelo que era o responsável pelo condomínio. - Bom dia Ana Laura. - Bom dia Marcelo. - Me Desculpa por ligar tão cedo. Mas houve uma alteração no horário. Vamos tomar o pequeno - almoço todos juntos antes da reunião. Será também uma forma de nos conhecermos melhor. - É mesmo? Muito obrigada por me teres avisado. Eu chego em 30 minutos. - Excelente. Até mais. Ana Laura foi se arrumar e optou por uma rouoa discreta e confortável.  A caminho da associação de moradores ela logou para a mãe. Maria Júlia atendeu no segundo toque. - Alô mamãe.Bom dia. - Olá meu amor. Bom dia. Como foi a primeira noite em tua casa? - Muito agradável. Eu liguei para dizer que vou aceitar a ideia da governanta. - É mesmo querida?Óptima decisão. A Madalena é maravilhosa. De confiança e muito experiente. - A senhora checou as referências? - Nem foi necessário meu amor. Ela foi recomendação da Victória, e sabes que confio nela implicitamente. - Então eu aceito mesmo mamãe. Quando ela pode começar? - Hoje mesmo querida. Ela está de prontidão. - Excelente. Por favor dê para ela o meu endereço e contactos. Eu a espero na hora do almoço. - Está bem filha. E venha nos visitar. A Anajú sente a tua falta. - Eu também sinto a falta dela. E venho ver vocês em breve. Preciso ir agora. Beijos mamãe. Obrigada. - Por nada filha. Beijos. Ana Laura chegou a tempo. A mesa estava linda e farta. Algumas pessoas ainda conversavam, mas depois foram autorizadas a servir - se. Após tirar a sua parte, Ana encontrou uma mesa vazia e sentou-se. Foi então que alguém chegou perto dela. - Bom dia senhorita. Importa - se que me sente aqui? - Bom dia. Claro que não. Esteja à vontade. - Obrigado. Eu não estava mais a achar um lugar vago. - Agora já tem um e fique à vontade. Prazer! Ana Laura Mendonça de Sobral. - Muito prazer. Sou José Carlos Pires de Monteiro. - Espere! Pires de Monteiro? Como o Condomínio? - Exactamente. Na verdade esta é uma das obras da minha família. - Uau! Então és o herdeiro? - Dono. Sou o dono. Eu sou Arquitecto e o ramo da imobiliária já é um negócio de família. Este condomínio foi o meu terceiro projecto. - Nossa! Que interessante. - Obrigado Ana Laura. E tu em que trabalhas? - Eu sou Enóloga. Tenho uma... Digamos Garrafeira nomeada apenas de Vinhos & Sabores De Ana Laura de Sobral. - Uau! É um nome diferente. - Sim. Foi escolha da minha irmã mais nova. - Óptima escolha. Seguiram conversando e após a reunião Ana Laura soube que José Carlos era o homem que mudou na noite anterior. - Posso perguntar uma coisa?... - Ela demonstrava imensa curiosidade. - Claro. Do que se trata? - Se és o dono, porque mudaste durante a noite? - Na verdade é uma situação meio delicada. - Desculpa! Não quis parecer incoveniente. - De jeito nenhum. Posso contar. Mas não hoje. Quem sabe um outro dia?Podemos tomar um café. - Claro. Com certeza. - Óptimo. Será em breve....- José Carlos e Ana Laura trocaram contactos e combinaram o encontro para o café durante a semana. Ana Laura entrou em casa. Já eram meio - dia em ponto, e a campainha tocou. Quando abriu estava uma mulher bem parecida com Victória. - Senhorita Ana Laura? Boa tarde. Eu sou Madalena Bastos. Irmã da Victória. - Olá boa tarde. Entre por favor. - Obrigada. Agradeço também por me ter aceite aqui. Garanto que não a vou decepcionar. - Eu acredito Madalena. A Victória é de extrema confiança. E sendo irmã dela, sei que breve ganharás a minha. - Com certeza. Farei o meu melhor. - Excelente. Eu vou explicar tudo para você Madalena. Além de ti amanhã começa a Maria que vai cuidar do resto do serviço. Preciso que a orientes sobre tudo relacionado à casa e também à minha rotina. - Não se preocupe senhora. Sentaram-se para conversar. Ana Laura explicou tudo para Madalena e soube que a mesma não teria problemas de adaptação. Madalena dirigia e teria um carro à sua disposição para às compras da casa. Em seguida ela foi conhecer o seu quarto e colocar o uniforme. Preparou uma deliciosa lasanha para o almoço e Laura escolheu o vinho perfeito para acompanhar. Meia - hora depois foi ter com Madalena. - Madalena! A lasanha estava divina. O que preparas agora? - Obrigada senhora. Estou fazendo cupcakes com cobertura de leite e morango. Espero que goste. - Morango?! A sério? É a minha fruta predilecta. - Fico feliz por saber. Estarão prontos em 15 minutos. Enquanto esperava, Ana Laura foi ligar para Carolina. Sentia saudades de sua amiga. - Olá Aninha. - Oi Carol. Quando você volta? - Na semana que vem amiga. Cuidaste da minha encomenda? - Claro que sim.Para a tua inauguração preparei o melhor. - Obrigada. m*l vejo a hora de começar mas esta formação era indispensável. - Eu sei querida. Mas estou ansiosa para a gente trabalhar juntas mesmo que separadas. - Eu imagino amiga. Só mais uma semana. E quais são as outras novidades? - Não vais acreditar. Eu fiz amizade com José Carlos Pires de Monteiro. - O quê!? O Arquitecto? - Ele mesmo. Amiga a gente mora agora no condomínio dele. - Que coincidência. Como o conheceste? Ana Laura contou tudo, incluindo o facto de terem combinado tomar um café juntos. - Nossa amiga. Que sorte. - É muita sorte mesmo. Eu o posso convidar para a festa? Será óptimo para a boa imagem do restaurante. - Excelente plano. Convida - o. Eu já estava mesmo a pensar numa forma de fazer isso. Ele tem que prestigiar o meu restaurante. - E com certeza será óptimo querida. Preciso ir agora. Tenho que rever alguns pedidos. - Tudo bem amiga. Me conta tudo sobre o vosso café. - Claro que sim. Até mais. Laura desligou e antes de ir ao seu escritório trabalhar, pegou 2 cupcakes que estavam deliciosos. O escritório foi uma ideia de seu irmão, e Ana Laura agradeceu a si mesma por a ter aceitado. A semana começou bem preenchida para Ana Laura. Ela tinha muitas encomendas e encontros com alguns clientes que pretendiam testar o quanto ela sabia sobre vinhos. Ana Laura foi a alguns jantares, e sempre era chamada no momento em que o vinho seria servido. Apesar de tudo, nada deu errado e a confiança dos clientes por ela apenas crescia. Só na sexta-feira conseguiu ligar para José Carlos e marcar o café que haviam combinado. Ele demonstrou grande surpresa ao receber a ligação dela. - Ana Laura! Achei que te esqueceste do nosso café. - Me desculpe José Carlos. Foi uma semana difícil, mas eu sou uma mulher de palavra. - Eu acredito. E quando estarás livre? - Na verdade estou livre hoje. E para te compensar por teres esperado a semana toda, eu ofereço o jantar. Você aceita? - Claro que sim. Onde te encontro? - No restaurante dos Lírios Vermelhos às 20 horas. - Sei onde é. Até mais tarde. - Até mais tarde. Não atrases. Ana desligou e viu que eram 18 e meia. Ainda teria tempo de ir para casa tomar banho e trocar de roupa. Passou algumas orientações ao seu assistente e saiu apressada. Quando chegou Madalena terminava de temperar algumas carnes para o dia seguinte. - Senhora Ana Laura. Vai jantar em casa? - Não Madalena. Vim apenas me arrumar e sairei novamente. - Com certeza senhora. A sua irmã Ana Júlia ligou e disse que vem amanhã para o final de semana. - Nossa! Eu me esqueci disso. - Devo fazer alguma coisa em particular para ela? - Sim. Assim que eu descer darei a lista está bem? - Sim senhora. Com licença. Ana Laura se despachou porque o tempo corria, e podia chegar atrasada. Olhou para o espelho e estava linda.  Fez a lista e quando desceu entregou para Madalena. - Madalena aqui está a lista. Eu realmente estou com pressa. - Não se preocupe Senhora. Podemos falar quando a senhora voltar. - Está bem. Até logo. Ana Laura saiu e com pouco tempo para chegar ao restaurante. Mas a sua sorte é que não havia muito trânsito, e ela chegou 20 minutos antes. Teve tempo para respirar e quando José Carlos chegou não notou nenhuma diferença. - Olá José Carlos! Seja Bem - Vindo. - Olá Ana Laura. Muito Obrigado. Você está linda. - Obrigada. Vamos à nossa mesa? - Claro. Este lugar é bem agradável. De quem é? - Da minha melhor amiga e meu. Somos sócias. - Que óptimo. Espero e desejo que dê tudo certo. - Obrigada. José Carlos antes de pedir o nosso jantar, eu quero muito te fazer um convite. - Claro. Estou ouvindo. - Este restaurante ainda não está oficialmente aberto ao público, mas será em breve. Bem! Eu gostaria de te convidar para a nossa festa de inauguração na semana que vem.Você é um empresário respeitado e bem conhecido na cidade. A tua presença iria nos prestigiar muito, e a Carolina é a pessoa que eu conheço que mais te admira. - Uau! Eu me sinto lisongeado por todas estas palavras. E saiba que mesmo que não me convidasses, para mim seria um enorme prazer vir a essa festa. - A sério?! Você vem mesmo? - Claro que sim.E diga a tua amiga que a quero conhecer e agradecer o carinho dela por mim. - Nossa! Ela vai vibrar de alegria. Muito Obrigada José Carlos. Eu já volto. Ana Laura foi até à cozinha e tratou pessoalmente dos pedidos. Voltou seguida pelo garçon e com uma garrafa de vinbo em suas mãos. O garçon retirou-se após deixar os pratos. Ana Laura serviu o vinho e sentou-se diante dele. Comeram e foram conversando. - Bem Ana. Eu já te vejo como uma amiga e vou contar a razão pela qual me mudei de noite. Serei sincero. Me oiça apenas está bem? - Está bem. Fale comigo. José Carlos começou a contar que tinha acabado de sair de um estressante processo de divórcio e que saiu de casa deixando a mesma para a sua ex mulher e a filha que em breve viria morar com ele. A menina não tinha uma boa relação com a mãe que a mandou para um colégio interno contra a vontade dele, e agora que ele tinha a guarda única, a traria de volta. - A tua filha sabe do divórcio? - Sim. Nós temos uma ligação muito forte e nunca menti para ela. Na verdade, foi ela quem pediu que eu e a mãe nos divorciassemos. - A sério?! Que idade ela tem? - 10 anos. Fará 11 em breve. - É uma menina muito corajosa. Normalmente os filhos sempre sofrem quando há divórcio. - Sim é verdade. Mas desta vez ele foi a melhor solução. Estivemos casados por 10 anos. - E nunca foram felizes? - Fomos. Mas apenas no começo. Depois que a Milena nasceu tudo mudou. Ela se tornou fria, distante e nem me deixava tocar nela. Amamentou e depois disso, se distanciou da nossa filha. - Mas como ela a mandou para o colégio interno sem o teu consentimento? - Isso foi a dois anos. Eu tive que fazer uma viagem de 15 dias. E antes disso lembro dela me pedir pra assinar alguns documentos. Elas viajavam juntas e quando eu não ia, precisava de assinar uma autorização. - Você não leu? - Não. Já tinha feito aquilo algumas vezes. Além disso, eu não iria imaginar que era para mandar a minha filha ao colégio interno. Ela me enganou deliberadamente. - Nossa! Tudo isso é tão pesado. Lamento dizer isso.. Mas ela foi uma megera. - Sim foi. E ainda teve a audácia de se negar a me dar o divórcio. Deixei-a com a casa e ela disse na minha cara que eu podia ficar com a menina porque não a queria. - Eu realmente sinto muito por isso. - Obrigado. Me sinto leve por ter desabafado. - E a tua filha vem sozinha? - Não. Hélio o meu melhor amigo e padrinho dela a vai trazer. Os meus pais estão a chegar e não posso me ausentar agora. - Eu entendo.E quando eles chegam? - Na quinta-feira de manhã. - A sério? A Carolina também. - Eu me esqueci de perguntar para onde ela foi? - Londres. Foi para uma rápida formação. E por isso tivemos que adiar a a******a do restaurante. - Que coincidência. É exactamente de Londres que está vindo a minha filha. - Porque não vamos juntos ao aeroporto? Afinal somos todos vizinhos. - Óptima ideia. Nos encontramos na calçada às 8 horas. - Combinado. Ana Laura estava bem mais descontraída ao lado de José Carlos. Foram juntos para o condomínio e combinaram um pequeno - almoço grupo para que todos se pudessem conhecer melhor. Ana Laura seguiu trabalhando. Teria que ir pegar a amiga na quinta-feira, mas no dia anterior quarta-feira a sua irmã Ana Júlia iria à sua casa, pois tinham combinsdo passar juntas o final de semana. Seria uma oportunidade para Anajú conhecer a filha de José Carlos e quem sabe ganhar uma nova amiga. Após acertar algumas coisas com Madalena, Ana Laura saiu para ir trabalhar quando viu um carro parar em frente à casa de José Carlos. Dele desceu uma mulher muito bonita e elegante. Ela foi tocar a campainha e quando José Carlos abriu o sorriso que tinha no rosto sumiu. - Alice?! O que você quer? - Bom dia José Carlos. Não vais me convidar para entrar? - Claro que não. Fala o que você quer e vai embora. - Tudo bem.Eu só vim me despedir. Vou para o meu cruzeiro amanhã. Quando a Milena vai chegar? - Na semana que vem. Eu espero que você não a perturbe mais. - Não te preocupes. Vim somente deixar todos os contactos. Isto é, se for necessário assinar alguma coisa. - Obrigado. Adeus Alice. Ela virou para ir embora e viu Ana Laura que fingiu ter acabado de sair de casa. Alice passou por ela e foi embora sem olhar para trás. - Bom dia José Carlos. - Bom dia Ana Laura. Acho que você já percebeu quem é ela. - Sim. Eu percebi. Você está bem? - Estou sim obrigado.Indo trabalhar? - Sim. Tenho que ir até uma vinha me certificar de uma encomenda e depois vou pegar a minha irmã no Colégio. - Eu tenho o dia livre hoje. Posso convidar vocês para almoçar comigo? - Claro. Pode ser no Centro ao meio - dia? - Combinado. Até logo. - Até logo José Carlos. A disposição de Ana Laura melhorou e o seu trabalho correu bem melhor. Em seguida foi pegar a irmã e foram ao Centro da cidade ter com José Carlos. Almoçaram e Ana Júlia deu - se muito bem com ele. - Nossa! Anajú tu és tão linda como a tua irmã. E inteligente também. - Obrigada. Quando a tua filha vai chegar? - Quinta-feira. Queres ir com a gente ao aeroporto? Ela vai gostar de te conhecer. - Claro que quero. Posso mana? - É claro que sim. Vamos para casa? Sei que tens tarefas escolares para fazer e ainda precisamos de ligar para a mamãe e o papai. Saíram os três muito bem dispostos. Foram somente no carro de Ana Laura. - José Carlos já tens alguém para cuidar da Milena? - Tenho sim. A Isabel cuidou de mim e dos meus irmãos. Ela chega hoje à noite. - Que bom. Estava preocupada. - Não te preocupes. Ela é óptima e a Milena a adora. - Eu tenho a Madalena e a Maria. Assim a Anajú terá sempre alguém para cuidar dela. Em casa Ana Laura levou à irmã ao quarto onde ela ficaria e a menina ficou encantada. Por outro lado, ela percebeu que estava a sentir algo mais por José Carlos. Ele era um homem atencioso e Ana Laura sentia que o conhecia de verdade. Os seus sentimentos por ele estavam a tornar-se mais fortes, e ela deu conta de uma coisa: Estava a apaixonar-se por José Carlos Pires de Monteiro. Será que havia a possibilidade de ser correspondida depois de tudo o que ele tinha passado com a ex mulher?
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