Apesar de estarem todos ocupados e ansiosos por notícias de Ana Maria, no meio do caos surgiu um romance inesperado entre Aline e Daniel.
Após uma imensa troca de olhares durante a semana, Daniel ganhou coragem e falou com Aline.
Encontrou - a a ler no jardim.
- Olá! Posso me juntar a você?
- Olá Daniel. Senta por favor.
- Obrigado. Vejo que gostas muito de ler.
- Sim. A leitura é um exercício mental muito eficaz para mim.
- Bom saber.
Também gosto muito de ler.
- É mesmo?
Ainda bem que temos algo em comum.
- Conheces a Majú a muito tempo?
- Sim. Desde que tinhamos 6 anos.
Foi logo após ela perder a mãe. Nos tornamos inseparáveis.
E tu e o Daniel?
- Conhecemo - nos em Itália quando ambos tinhamos 11 anos.
O pai dele adorava ir para lá.
- Uau! Nota - se que a vossa amizade é muito grande.
- Sim.
Eu o tenho como irmão.
Mas sou o mais velho de 4.
- Uau! Que grande família.
- É verdade.
Sinto falta de meus pais.
Assim que acharmos Ana Maria eu vou visitar eles.
- Óptima ideia.
Posso fazer uma pergunta bem pessoal?
- Claro. Faça a vontade.
- És casado, noivo ou namorado de alguém?
- Não.
Acabei de ficar com o título de solteiro mais cobiçado da cidade.
- Imagino que haja muitas candidatas.
- Sim. Há imensas.
Mas já achei alguém do meu interesse.
E ela não é uma candidata.
Aline deixou de olhar para ele.
Em seguida levantou e disse :
- Bem! Eu te desejo sorte com ela.
- A sério Aline.
Ainda não percebeste?
- Não percebi o quê?
- É você quem eu quero.
Devo pedir permissão para a Majú?
Aline sorriu...
- Claro que não.
Eu gostaria muito de te conhecer melhor.. E já ouvi dizer que és um excelente cheff de cozinha.
- Sou mesmo.
Vamos deixar passar tudo isso.
E garanto que vais gostar de tudo o que eu faço.
- Ficarei a espera.
- Tu és a mulher interessante Aline.
Linda e interessante.
Passaram muito tempo a conversar.
Majú os viu de longe e Rafael chegou perto dela.
- Como estás querida?
- Oi amor. Estou bem.
E feliz porque a Aline está feliz.
- O Daniel é um bom homem.
Se gosta dela é mesmo a sério.
- Bom saber. Quero que eles sejam felizes como nós somos Rafa.
- E serão meu amor.
Tu vais ver.
Majú sorriu.
Seu coração ainda estava apertado por falta de notícias da Avó e já tinham passado 2 dias.
Mas a sua espera estava perto do fim.
Será que Priscila ainda vai ter coragem de aparecer e agir como se nada tivesse acontecido?
Após 3 dias, Priscilla percebeu que não tinha como evitar ser suspeita do sequestro de Ana Maria.
A senhora estava bem, mas insistia em pedir para ser solta.
Priscila entrou no quarto e a encontrou dormindo.
Pegou no celular e fez a primeira ligação.
Majú estava com o pai, Daniel, Rafael e Aline quando tocou o seu celular.
- Alô!
- Olá prima.
Estás sozinha?
- Cilla?
Sim. Estou no jardim e sozinha.
- Óptimo.
Não quero que ninguém oiça as minhas condições.
- Podes falar.
Por favor não magoes a minha avó.
- Ela está bem.
Agora ouve o que deves fazer para a ter de volta...
A chamada estava em viva voz e Daniel localizava, enquanto Aline fazia anotações.
O silêncio era absoluto.
- Estou a ouvir Cilla.
Podes falar.
- Muito bem.
Primeiro quero que assines um documento a transferir toda a fortuna do meu tio para mim.
- O QUÊ?
ESTÁS LOUCA?
- Não querida.
Só quero que devolvas o que sempre foi meu.
- Está bem. Eu farei isso.
O que mais?
- Vais terminar com o Rafael e casar com o Pedro e por fim.
Vais convencer o Rafa a ficar comigo.
Majú manteve - se calada.
Respirou fundo e disse:
- Está bem. Será tudo feito.
Eu aceito as condições mas quero falar com a minha avó e ouvir ela me dizer que ninguém lhe fez m*l.
- Não confias em mim?
- Claro que não.
- Está bem.
Fala com ela.
- Majú! Filha por favor me tira daqui.
- Vovó! A senhora está mesmo bem?
- Sim.
Eu estou bem.
Não cases com aquele homem filha. Ele está aqui e quis me matar. Ele e o Dr.....
- Já chega.
Majú! Tens 48 horas para fazer tudo isso.
Depois eu vou ligar e dar o endereço.
Não esqueças de assinar e reconhecer o documento no cartório.
Cilla desligou satisfeita e convencida de que tudo daria certo.
Pedro e Hélio gostaram de saber das novidades.
- Achas mesmo que a Herdeira vai casar com você Pedro?....- Hélio perguntou.
- Não. É claro que não.
Ela não me suporta.
Mas ainda assim eu a farei minha e depois dispenso.
- Quando ela trazer os documentos vamos poder soltar a velha e a netinha vai connosco.
Depois de conseguir o que desejo, eu deixo você tocar nela Hélio....
Os 3 riram e brindaram convencidos que nada atrapalharia os seus planos.
Será que não mesmo?
Após 48 horas Priscilla ligou para marcar o local de encontro com Maria Júlia.
Ficou combinado que após a entrega dos documentos Ana Maria seria solta.
Majú foi acompanhada por uma escolta feminina que estava a paisana.
Foi escolhido um local público, mas as pessoas que lá estavam eram todos agentes da polícia, disfarçados de cidadãos normais.
Daniel teve pouco tempo para organizar tudo, mas conseguiu escolher os melhores.
Majú sentia - se segura.
Rafael, Júlio e Aline estavam num local seguro e tinham imagens claras de todos os pontos do parque.
Eram 10 horas quando parou um carro e Majú viu a Avó chegar com Priscila.
Seguindo as instruções de Daniel, ela manteve uma atitude fria para Priscila não desconfiar.
- Cilla?
Aqui tens os documentos.
A fortuna é tua. Não tenho mais nada.
- Vou confirmar... - Priscilla leu e pareciam autênticos.
- Solta a minha avó.
Por favor ela é uma senhora idosa.
- Eu solto.
Mas você vai comigo.
- O Quê ?
- Isso mesmo.
Vamos até a Igreja para casares com o Pedro.
- Saiba que prefiro a morte do que deixar aquele verme me tocar.
- Não me interessa. Vamos ou eu mato a tua querida avozinha.....- Ela disse tirando uma pistola.
- Está bem.
Eu vou com você.
- Não filha.
Por favor.
- Vai ficar tudo bem Vovó.
Não saia daqui por favor.
Priscilla não percebeu que o parque já não tinha quase ninguém.
Ela tinha estacionado o carro num local onde não fosse suspeito.
Quando lá chegaram, o carro não estava.
- O que se passa aqui?
Cadê os meninos?
- Acho que os teus sócios te abandonaram prima.
Em poucos minutos, Priscila se viu cercada.
Percebeu então que tinha acabado de cair numa armadilha.
Pedro e Hélio estavam presos assim como ela.
- c****a! Vais pagar por isso.
- Vá para o inferno Priscila.
Tenha uma óptima estadia da cadeia.
Priscilla foi levada e Majú correu para abraçar a Avó que estava bem.
- Vovó! A senhora está bem?
- Sim filha.
Obrigada.
- Vamos para casa.
A senhora tem que recuperar.
- E a tua herança filha?
Passaste mesmo tudo para ela?
- Claro que não.
Estava apenas a ganhar tempo para a polícia pegar o Pedro e o Hélio.
- Essa menina precisa de ajuda.
Muita ajuda.
- Filha! - Júlio abraçou Majú.
Ana! Fico feliz por estares bem.
- Obrigada Júlio.
O pesadelo acabou.
- Não entendo porque ela chegou a esse ponto.
Eu a criei e eduquei como filha.
Eu sempre a amei de verdade.
- Vai falar com ela papai.
A Cilla precisa de ajuda.
- Está bem.
Mas agora vamos levar a Ana para casa.
O dia foi cheio de emoções. Temos que descansar.
Foram todos para casa.
Rafael esperava no mini autocarro.
Priscilla não teve contacto com Pedro e Hélio.
Nenhum deles era bandido de verdade e por isso foram apanhados em flagrante e muito rápido.
Arrependida, Priscila percebeu que tinha passado dos limites.
As coisas poderiam ser diferentes, se ela tivesse confiado no amor de seu tio.
Mas se deixou seduzir e convencer por Hélio.
Será tarde demais para pedir o perdão de Júlio, Majú, Ana Maria e Rafael?
Será que este arrependimento é mesmo sincero?