MARIANA
Deixei a casa apressadamente e, ao longe, escutei os gritos da minha mãe. Fui direto para a praia, sentei na areia e comecei a chorar.
Durante toda a minha vida, nunca imaginei que meu pai, o meu próprio pai, seria capaz de levantar a mão para mim. Tudo por causa do maldito dinheiro, tudo por conta da ganância. Nunca poderei perdoá-lo por isso e não aceito este casamento. Sinto uma profunda mágoa pelo que ocorreu; me entristece pensar que meu pai me vendeu e que Daniel se aproveitou da situação me comprando como se fosse um objeto.Sinto raiva por tudo isso.
Passei a noite na praia e nem percebi que já estava amanhecendo; foi lindo ver o pôr do sol. Ontem fiquei tão estressada que não quis voltar para casa e encontrar meu pai. Na verdade, não saio daquela casa porque não tenho para onde ir e também estou sem emprego. Me formei como advogada há pouco tempo e não consegui nem correr atrás de uma oportunidade. Com esse casamento forçado, minha cabeça está cheia de coisas, me levantei de onde estava sentada para voltar para casa. Ao chegar lá, minha mãe veio correndo ao meu encontro para me dar um abraço.
Luiza: Filha, pelo amor de Deus, onde você estava? Não voltou para casa, menina! Quer matar sua mãe de preocupação?
Mariana: Eu só precisava de um tempo sozinha, mãe.
Luiza: Tentei te ligar, mas fui ao seu quarto e o celular ficou lá. Meu amor, o seu noivo está na sala te aguardando.
Mariana: O que eu menos quero é ver ele, mãe. Eu quero distância desse folgado. Eu não quero saber dele!
Luiza: Por favor, filha, considere aceitar este casamento. Após um ano, você poderá se divorciar e seguir seu próprio caminho. Seu pai está decidido e já cumpriu com sua parte do acordo.
Mariana: Estou me sentindo como um objeto que foi vendido. Sinto nojo do meu pai.
Luiza: Filha, por favor...
Mariana: Não, mãe. Chega! Não quero ver esse i****a. Vou subir para o meu quarto.
Enquanto subia as escadas, senti alguém segurando meu braço, impedindo-me de continuar.
DANIEL
Fui me deitar e, na minha mente, surge a loirinha: aquela boca tão gostosa e o beijo que roubei dela. Sei que fui bobo por ter me deixado levar, mas não me arrependo. Ela será minha e de mais ninguém. Acabo adormecendo pensando naquela gostosa da loirinha.
No dia seguinte, me levanto, faço minha higiene pessoal e coloco minha roupa. Hoje mesmo vou à casa do Ronaldo para assinar o contrato de um ano de casamento e entregar o cheque, conforme prometido. Não quero perder mais tempo. Esse contrato será de um ano, mas não sei se conseguirei deixar a loirinha livre. Tenho a intenção de conquistar seu coração e quero que ela seja só minha. Vai ser difícil me separar dela depois desse tempo. Com isso em mente, pego meu carro e sigo em direção à casa dela.
Chego na casa deles e bato na porta. A mãe da Mariana abre e me convida a entrar.
Luiza: Venha, me acompanhe, o Ronaldo está te esperando na sala.
Daniel: Obrigado, senhora.
Vou até a sala, onde está o Ronaldo.
Ronaldo: Senhor Daniel, por favor, sente-se.
Daniel: Ronaldo, estou aqui para que possamos assinar o contrato de uma vez. Vim te entregar o cheque, conforme combinamos. O contrato necessita da sua assinatura e da sua filha. Caso ela desista, será necessário que você me devolva tudo o que te dei até agora.
Ronaldo: Eu te dou a minha palavra de que ela não vai desistir, senhor.
Daniel: Assim espero, pois não gostaria de tomar atitudes que possam te colocar em uma situação complicada.
Ele pegou o contrato e assinou, eu peguei o cheque e entreguei. Enquanto isso, escutei a mãe da Mariana conversando com ela e fiquei surpreso ao vê-la com a mesma roupa de ontem. Não pensei duas vezes e me levantei do lugar onde estava. Quando ela começou a subir a escada, segurei seu braço.
Mariana: Me solta, não te dei essa liberdade.
Daniel: Parece que a noite foi boa, chegando só agora. Você está esquecendo que é uma mulher comprometida, Mariana.
Mariana: Já pedi para você largar meu braço.
Eu a soltei, não sei o que me deu ao vê-la chegar com a mesma roupa que estava ontem.
Mariana: Não preciso te explicar onde eu estava. Não esquece que ainda não estamos casados, eu faço da minha vida o que quero.
Ela disse isso e subiu para o quarto. Não consegui me controlar e fui atrás dela.
Quando ela estava se aproximando da porta do quarto, eu a puxei e a encostei na parede com seu corpo colado no meu.
Mariana: Me solta, seu i****a.
Daniel: Não vou te soltar até você me contar onde estava.
Mariana: Eu já disse que isso não te importa.
Fiquei com a boca bem proximo da boca dela.
Daniel: Tudo que diz respeito a você, a partir de hoje, me interessa. Você é minha.