Capítulo 13

1640 Words
Acordei com a claridade batendo em meu rosto e uma brisa bem gelada. Abri os olhos devagar, percebendo aos poucos que eu não estava no acampamento e me dando conta de onde eu estava. Levantei a cabeça e percebi que eu estava deitada sobre o ombro de Nicolas, que dormia apoiado na árvore, atrás de sí. Meu coração logo começou a palpitar mais rápido. Percebi que a coberta estava mais em mim do que nele e sorri. Ele deve ter me coberto durante a madrugada já que eu dormi antes dele. Fiquei encarando seus traços por um momento, admirando cada pedacinho de beleza que ele tinha, como alguém podia ser tão bonito? Observei ele abrir os olhos devagar, acordando também e notei o quanto ele era fofo acordando. - Bom dia Nick. - Murmurei baixinho. Não sabia que horas eram mas era cedinho, o sol m4l tinha raiado no céu. Os olhos deles estavam confusos, ainda tentando assimilar o lugar que estávamos? Não sabia dizer, eu só tinha olhos para ele. - Cadê os cavalos? - Foi a primeira coisa que ele disse, ignorando totalmente meu bom dia. Na mesma hora olhei para onde eles estavam antes de dormimos. Percebi que éramos nós dois apenas ali, não tinha mais nada. Quer dizer, nada além de mato. - Você não amarrou eles ontem? - Perguntei, levantando no mesmo instante e olhando ao redor para ver se eu conseguia vê-los. - Meu Deus perdemos os cavalos. Eu não tinha sossego mesmo. Era só o que faltava. - Não, eu achei que você tinha feito isso. - Ele murmurou parando atrás de mim e olhando ao redor também. - Será que alguém pegou eles? - Nós iríamos ouvir. - Falei o óbvio mas era verdade? Nem eu estava acreditando nas minhas palavras. - Eu duvido muito. - Nicolas cochichou baixinho achando que eu não ouvi mas eu apenas ignorei seu resmungo. - E agora, como vamos continuar? Nicolas parou o que estava fazendo e olhou para mim. - Não tem como continuar, Luna, para de ser doida. Já corríamos perigo com os cavalos aqui, sem comida, sem água. Imagina agora sem eles. - Então vamos desistir? - Talvez o pessoal do acampamento já acharam sua amiga e agora estão procurando por nós dois. - Ele tinha um ponto, isso era um fato, mas se Izzy não tivesse sido encontrada e estivermos perto? - Para de bolar teorias na sua cabecinha oca e vamos embora, eles conhecem esse lugar melhor que nós, com certeza já acharam. - mas.. - Nada de mais, Luna, vamos sair dessa floresta antes que a gente se perca de verdade. - Bufei frustrada mas o segui, ele tinha razão, não podíamos arriscar ainda mais e acabar nos perdendo floresta a dentro. Não tínhamos água, nem comida e isso seria uma dificuldade. Eu era uma burra mesmo, não pensei em nada disso, só sai, se eu tivesse vindo preparada, teria continuado minha busca. - E os cavalos? Nicolas suspirou baixinho, frustrado. Passou a mão no rosto e me olhou. - Primeiro, vamos voltar, depois damos um jeito de procurar por eles, tudo bem? - Assenti, ele estava sendo racional e estava nervoso. Nunca tinha visto ele nervoso. Voltei a segui-lo, eu não sabia como iríamos voltar, não tinha decorado por onde tínhamos ido. Eu com certeza seria a primeira pessoa a m0rrer num filme de terror. - Como sabe que viemos por aqui? - Ativei meu modo curiosa, estava fazendo muitas perguntas e eu sabia disso mas não conseguia ficar quieta, não era do meu feitio. - Por que eu marquei as árvores com canivete. - Ele apontou para o tronco cortado. Havia alguma coisa que ele não sabia fazer? - Você é bem experiente nessa situação, já aconteceu com você antes? - Já, me perdi dentro de uma floresta sem comida, sem água e passando frio. - Por que? - Fiquei bravo com algumas coisas e sai sem rumo, quando fui perceber estava no meio do nada. - O olhar dele estava distante, talvez relembrando o que passou naquele dia. Eu apenas assenti, tentando não me aprofundar muito no assunto. Mas eu estava curiosa, precisava saber mais dele. - De onde você é? Acho que nunca falamos disso. - Murmurei, puxando assunto, enquanto olhava pelo chão e seguia ele apressadamente. Ele andava rápido. - Nasci na Holanda mas me mudei para canada quando eu tinha sete anos. - Faz sentido. - Murmurei, ele logo me olhou de canto, uma pergunta muda. - Por que você tem um sotaque diferente. - Sério? - Franziu o cenho e eu assenti, abrindo um sorriso humorado em seguida.- Ninguém nunca me disse isso antes. - Talvez por que as pessoas estão encantadas demais com sua beleza. - Acabei deixando escapar por minha boca o que eu estava pensando e me reprimi logo em seguida, percebendo o que eu tinha feito. Nicolas sorriu, satisfeito, e fingiu ignorar o que eu disse, para minha sorte. Acho que ele percebia o quanto eu ficava desconfortável. Parei de falar no mesmo instante, sabendo que se eu continuasse iria falar mais coisas do que deveria. - Vai fazer faculdade? - Foi a vez dele perguntar. - Sim, pretendo. - De que? - Eu achava que faria administração mas não sei mais, estou em dúvida. - Dei de ombros, pensando nisso pela primeira vez desde que eu cheguei aqui. - E o que você queria fazer? - Não queria. - Falei a verdade e ele ergueu uma sobrancelha, confuso. - Eu só quero dar orgulho para minha mãe e meus irmãos, trabalhando de alguma coisa que eu possa melhorar a vida deles. Ele se calou, perdido nos pensamentos, enquanto eu ouvia apenas nossos passos nas folhas secas caídas ali. - Entendo, eu faço isso. - Faz o quê? - Trabalho para dar uma vida melhor aos meus pais. Me segurei um pouco para não perguntar do que ele trabalhava, se ele queria compartilhar isso, ele iria fazer, se não, eu estaria sendo uma intrometida. Tudo tem seu momento. - Acho que é tudo que todos queremos. Ele assentiu e mais uma vez o silêncio tomou conta de nós. Não era tão r**m como parecia, os passarinho cantando, o vento assobiando pelas folhas das árvores, tudo isso era de fato muito bonito e assustador. Eu nunca tinha ficado em um lugar tão quieto assim. Camínhamos por um bom tempo, não conseguia saber quanto, até avistar a beirada do campo, que foi onde entramos. Eu sai correndo, agradecendo aos céus por isso. - Não agradeça ainda, tem um longo caminho ainda. - Nicolas cortou o meu barato, fazendo eu revirar os olhos. - Mas pelo menos sabemos o que tem a frente. - Falei o motivo pelo qual eu estava agradecendo. - A floresta é sinistra, o medo de vir alguma coisa de qualquer lado é enorme. Nicolas riu do meu comentário. Mas eu estava mentindo? Ele que fingia ser valentão. - Fora o pier, que é pertinho. - Ele apontou para o lugar do qual passamos um tempo antes, alguns dias atrás, e eu sorri. - Tem água e maça, se dermos sorte. Apressei os passos no mesmo instante para chegar logo no pier e só ouvi Nick rindo atrás de mim, me acompanhando. Senti o vento batendo no meu rosto e por um momento eu sorri, esquecendo os problemas. Mas logo a imagem da Izzy veio na minha cabeça e eu fechei o sorriso na mesma hora. Eu queria tanto que ela estivesse bem. Que Nicolas esteja certo e que ela esteja me esperando no nosso quarto, no acampamento. Não demorou muito para que chegássemos no pier e para nossa surpresa, encontramos nossos amigo lá. - Não acredito. - Falei me aproximando de máximus. Era um presente de Deus, não era? Passei a mão sobre seu pelo e abri um enorme sorriso. - Isso sim merece agradecimento. - Nicolas falou sorrindo enquanto se aproximava da sua amiguinha. - Eles conhecem o lugar melhor que todo mundo, só vieram tomar água e comer. Apontou para algumas maças mordidas no chão. Respirei aliviada por saber que eles estavam bem no final das contas. Me aproximei do rio para beber água, eu estava m0rrendo de sede. Me molhei toda para beber mas eu não estava me importando, só queria mat4r a sede. - Aqui. - Nicolas me deu uma maça, provavelmente que tinha acabado de colher. Lavei ela no rio e não pensei duas vezes antes de devorá-la. Nunca achei que eu comeria uma fruta com tanta vontade assim. Os olhos atentos de Nicolas sobre mim, com um sorrisinho meigo. Eu não estava entendendo seu olhar, até eu mesma me olhar e perceber o quanto havia me molhado, e que minha blusa estava transparente. - p********o! - Acusei, colocando meus braços em frente aos meus p****s. Eu devia ter colocado uma blusa preta, jesus. - O que eu fiz? - Ele perguntou todo confuso e eu semicerrei os olhos para ele. - Fica olhando minha blusa molhada, te dei uma chance mas você está indo rápido demais. - Nem estava olhando para sua blusa.- Mentiu descaradamente. - Mas você realmente vai me dar essa chance? Minhas bochechas começaram a queimar no mesmo instante assimilando o que eu tinha assumido. Eu assenti, não achando minha voz. As vezes ele me deixava sem jeito. Ele sorriu de volta e eu não aguentei ficar olhando em seus olhos, virei de costas e voltei a devorar minha maça. Me assustei quando senti suas mão sobre meus ombros, jogando o lençol em mim, me cobrindo. Olhei para seu rosto e ele piscou para mim, virando as costas em seguida e indo até seu cavalo, era hora de ir. Mordi os lábios, ainda afetada por minha timidez e segui meu caminho até maximus também. Nicolas mexia comigo, muito.
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