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Flora Levantei cedo procurando me tornar o mais atraente possível. Peguei minha calça de montaria e a coloquei em uma mochila junto com uma regata e botas. Minha região íntima está dolorida devido ao tamanho considerável de Magalhães, mas, apesar disso, não me arrependo de tê-lo tirado do serio. Apesar da dor e do desconforto, não posso dizer que não gostei. Não imaginei esse momento, mas com certeza foi diferente. Eram apenas 6:30 quando desci as escadas, percebendo que a casa estava calma, provavelmente todos ainda estavam dormindo. A festa continuou depois que subimos para o quarto; provavelmente os empregados ficaram até mais tarde. Não teria ninguém para impedir meu passeio. Saio sem encontrar nenhum impedimento; nem mesmo os homens do meu marido estão nos seus postos. A fazenda de Ulisses fica perto daqui, um caminho a pé, fácil de percorrer enquanto ouço música nos meus fones de ouvido, apreciando a natureza ao redor. As plantações de tabaco já estão cheias de trabalhadores. Continuo meu caminho até a propriedade de Ulisses, e não demoro muito para chegar. Cheguei sendo recebida por uma das funcionárias de Ulisses, que me guiou até um pequeno bangalô próximo da casa grande. Ulisses já me aguardava com uma mesa de café da manhã que seria suficiente para alimentar minha família inteira, e ainda sobraria. Acenei para ele sorrindo; ele vestia-se casualmente, sem terno ou calça social. Senti-me bem com minha escolha de roupa: um vestido solto acima do joelho e um par de tênis. Ele foi gentil ao puxar a cadeira, permitindo-me sentar perto dele assim que me aproximei. - Pensei que estivesse blefando; normalmente, noivas costumam aproveitar os prazeres da nova vida de casal ao lado de seus noivos. - Primeiramente, bom dia, Ulisses. Como vai? Espero que tenha dormido bem, assim como eu. Digo isso porque não sou uma recém-casada convencional. Só sugeri um bolo com café, mas pelo jeito, você gosta de impressionar. - Claro, Senhora Magalhães. Peguei o café, servindo-me junto com um pedaço generoso de bolo. Não havia comido nada do jantar servido na festa, estava ocupada demais fazendo Juan esperar feito um trouxa, enquanto dava atenção a cada viva alma na festa. Ulisses observava meu apetite sorrindo; é realmente um homem bonito. - Senhora não, ainda mais Magalhães. Continue me chamando de Flora, adoro meu nome. Me diga, conseguiu escolher minha égua para montaria? Trouxe minha calça, camisa e botas aqui na mochila. - Sim. Vai montar em Orquídea, uma égua mansinha. Tenho certeza que vai gostar muito dela. Mas antes, tome seu café da manhã tranquila enquanto conversamos. Vamos começar com uma pergunta: seu marido sabe que está aqui? - Não. Porque deveria saber? Juan é um homem ocupado, não quero atrapalhar sua vida. Até mesmo sei que não quis ter uma lua de mel em uma viagem para não comprometer os negócios. Para quê incomodá-lo com um passeio inocente? Sei que é um homem ocupado também, Ulisses, por isso pode pedir para outro funcionário me levar até os estábulos, vou ficar bem. Tomo mais uma xícara de café, sentindo-me satisfeita. Levanto, pronta para ir até o estábulo, e fico surpresa ao ver Ulisses me guiando até lá. - Pensei que estivesse ocupado. Vai me acompanhar? - Sim, Flora. Não deixaria você sozinha cavalgando na minha propriedade. Você não conhece nada aqui; pode se perder. Fiquei com um pouco de medo, no entanto, preciso seguir com o meu plano. Se o caminho para isso for realmente me tornar uma desgraçada durante o processo, não me importo. Chegamos ao estábulo rapidamente, e logo vejo a égua com a pelagem dourada à minha espera, junto com o cavalo n***o na foto do i********: de Ulisses. - Eles são lindos, Ulisses! Qual o nome do cavalo n***o? - Furacão. É um animal bem desconfiado. Durante todos os anos que esteve comigo, somente eu consegui montá-lo. Aproximo-me do cavalo, mesmo sabendo que ele pode avançar em mim, porém, não acontece isso. Ele aceita minha aproximação, assim como o carinho que faço em sua crina. Orquídea observa a interação entre nós dois, se aproximando também, pedindo carinho. - Parece que temos uma encantadora de cavalos aqui. Furacão gostou de você, Flora, e Orquídea também não fica para trás. Vamos cavalgar? - Tem algum lugar onde possa trocar de roupa? - Minha funcionária vai levá-la até o vestiário. Estou esperando por você. Estar aqui, mesmo que seja parte do meu plano para desestabilizar Magalhães, é maravilhoso. Estou realmente feliz por ter vindo e conhecido seres tão amáveis e gentis como estes animais, como também apreciar a companhia de Ulisses. Juan Acordo sentindo falta do corpo quente de Flora. Fui um i****a por mandá-la dormir longe de mim. O lugar da minha mulher é comigo, mesmo que tenha sido uma cretina. Decido que vou até seu quarto me desculpar e pedir para as empregadas trazerem seus pertences para o meu quarto. Depois de tomar um banho e colocar uma roupa mais casual, bato na porta do seu quarto. Já são quase 10:00, com certeza está acordada. - Flora, abra a porta, sou eu, Juan. Silêncio. Giro a maçaneta constatando que a porta está aberta. A cama está arrumada. A chamo, como também a procuro no banheiro, e não a encontro. Desço para a sala de jantar, encontrando algumas empregadas ajeitando a mesa para servir o café. Normalmente acordo entre as 09:00 até no máximo 09:30. - Bom dia. Vocês viram minha esposa? - Não, senhor. Acordamos às 08:00 e não vimos a senhora Flora. Como organizamos tudo em relação à festa ontem à noite, e o senhor deixou que os homens da guarida da porteira da fazenda começassem mais tarde, acredito que eles também não vão saber. Talvez nas câmeras possa ver algo. Fui em direção ao meu escritório, seguindo o conselho de uma das empregadas. Minha mente começa a ferver com as ideias mais terríveis possíveis. Flora pode ter fugido com outro homem ou até sozinha. Como fui e******o de deixar minha fazenda sem proteção? Flora pode estar bem longe daqui a essa hora. A vejo pelo circuito interno das câmeras saindo com uma mochila nas costas e um fone de ouvido. Eram 06:30 da manhã. Está usando um vestido leve, florido, calçada com um tênis. Ela anda despreocupada e sem ninguém para impedi-la para fora do meu território; depois da porteira, não consigo ver para onde foi. Passo as mãos no rosto em total desespero. Não podia ter deixado minhas terras sem vigilância. Não pensei direito quando dei descanso para os seguranças. Saio do escritório pronto para chamar meus homens. Preciso encontrá-la. Talvez ela não tenha ido muito longe. Para minha surpresa, Flora entra na sala com os cabelos úmidos. O vestido parece um pouco encharcado, e um sorriso irritante nos lábios. Ao me ver, ela continua ostentando uma calma que me irritou ainda mais. Vou até ela, segurando seu braço com força. - ONDE VOCÊ ESTAVA? - Bom dia para você também, Juan. Perdeu a educação? Respondendo sua pergunta, estava passeando. Não se preocupe, ainda não traí você ou joguei sua reputação na lama. Pode soltar meu braço? Infelizmente, ela parece estar zombando de mim, como se a preocupação que tive com ela fosse insignificante. - NÃO SAIA NUNCA MAIS SEM MINHA PERMISSÃO. QUEM MANDA NESSA CASA SOU EU, PORTANTO, NÃO TEM AUTORIZAÇÃO PARA SAIR DE NOVO. ENTENDEU? - Pare de gritar, nossa, que agressivo! Foi só um passeio. Não é como se tivesse transando com todos os seus homens, apesar de que essa não seria uma ideia r**m. Minha mão já estava no rosto dela antes que pudesse impedir. Flora acabou cortando a boca com o impacto do meu tapa. Ao contrário do que imaginei, ela sorriu como se não fosse nada. Depois, seus olhos se encheram de lágrimas. Ela colocou suas mãos no rosto como se estivesse machucada. - Não tem nem um dia direito que estamos casados, e você está me agredindo novamente? Ontem me machucou. Não pensou que nunca havia tido um homem antes. Agora me bate de novo apenas por conta de um passeio inocente. Por que me trata como se fosse uma mundana, Magalhães? Está me envergonhando na frente dos seus empregados. O que vão pensar de mim? Viro de costas, encontrando todos os meus empregados olhando a cena de Flora ferida e humilhada, enquanto eu pareço um louco descontrolado por conta de um passeio. - Flora, não queria machucá-la. - Você queria sim, Juan. Me devolva para minha família ou me jogue à própria sorte. Qualquer destino é melhor do que ser feita de prisioneira ou espancada por meu marido. Me entreguei a você pura e inocente, e ao invés de me tratar com carinho, resolveu que terei o pior dos tratamentos. Não mereço ser tratada assim. Ela sai correndo em direção à escada, subindo antes que eu pudesse ir até ela. Todos os meus funcionários ficam assustados com a cena. Fico constrangido, pois sempre procurei ser calmo e ponderado. Depois de hoje, meus empregados farão um juízo horrível em relação a mim e esse casamento.
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