Jacob estava nervoso, estava tão nervoso, mas tão nervoso que não parava de andar no quarto fazendo sua amiga Beatrice reclamar do comportamento. Ele não conseguia escolher a roupa, ele agradecia o fato de o guarda-roupa ser magico e conseguir '' fabricar'' ou seja lá o que ele fazia, roupas do seu tamanho, mas não conseguia decidir.
─ Céus, garoto pare de ficar nervoso... escolha uma roupa simples e pronto.
─ Eu estou tentando ficar calmo, ta legal!
Não sabia o motivo de tanto nervosismo, seria só um passeio o que poderia ocorrer? Ele não estava com medo, ficaria mais confortável se todo seu nervosismo fosse por causa disso, mas não era. Seu coração estava acelerado e podia jurar que suas mãos estavam começando a ficar soadas. Seria só um maldito passeio, mas ele estava tão nervoso.
Ele não era o único nervoso Bruce estava até pior, como ele era uma Fera suas roupas eram diferenciadas devido ao seu tamanho. O que o deixava sem muitas opções, o que resultava no momento atual: ele jogando várias roupas no chão sem saber qual escolher para o passeio.
Carol e Emma estavam com ele, estavam tentando ajudá-lo a escolher uma roupa e tentar acalmá-lo, mas não estavam conseguindo. Achavam um pouco engraçado o jeito que ele estava se comportando, pois nem mesmo quando ele era um humano ele agiu dessa maneira.
─ O que eu vou vestir? Nada parece ficar agradável ao meu corpo!
─ Senhor, ele não vai julgá-lo, muito menos reclamar de suas roupas... ele nunca o fez ─ Carol disse calma.
─ Se o senhor for nu, o máximo que ele vai falar é que agora você parece um leão de verdade.
─ MEU DEUS, EMMA! ─ Bruce fala nervoso e grita pelo comentário.
─ Que foi? Eu disse a verdade.
─ Céus, seria algo completamente deselegante e vulgar caso ele fosse dessa forma, Emma as vezes você passa dos limites.
Suas roupas eram '' magicas'' se posso dizer assim. Elas também foram modificadas e eram criadas por um guarda-roupa, mas ele não era falante nem nada do gênero. Russel notou que ao passar dos anos, as roupas pareciam mudar, ele tinha roupas de plebeu que achava muito confortável, não tinha motivos para usar roupas de um nobre sendo a b***a que era.
Ele não sabia o nome das roupas, já que ninguém ali do castelo ou a bruxa lhe informou. Então para ele era sempre: calça, camisa, blusa. Se elas tinham um nome diferenciado ele não saberia dizer. No momento ele tinha escolhido uma camisa branca comum e uma calça de moletom, achava confortável a calça e parecia ser uma roupa simples e leve para andar na floresta.
─ Como eu estou?
─ Está ótimo!
─ Pra mim mudo nada ─ Emma fala vendo o olhar irritado dos dois. ─ O senhor está muito estressado, tudo vai dar certo. Ainda está usando roupas leves e comuns, coisa na qual Jacob sempre as viu... então não sei o motivo de todo esse alarme.
─ Ah, minha querida, quando você tiver um encontro vai entender como é se sentir assim.
─ NÃO É UM ENCONTRO!
─ Chefe, isso é um encontro... vocês vão andar sozinhos na floresta... sozinhos.
─ Emma tem razão, o senhor devia aproveitar o tempo que vai passar com ele. Seja gentil, não se esqueça disso.
─ Nada de gritar ou ficar atacando outros animais.
─ Emma, pare de dizer coisas assim, até parece que nosso senhor é um animal descontrolado!
─ Mas ele já foi atras de lobos para lutar ─ disse bufando.
─Eu sei o que fiz no passado, mas não vou cometer os mesmos erros... eu já perdi muitas chances ao longo dos anos.
─ Bem, não querendo ser desagradável, mas isso não foi bom?
─ O que quer dizer? Não gosto de me parecer assim, muito menos fico contente em deixá-los presos nesses corpos.
─ Mas se o senhor tivesse conseguido se relacionar com uma mulher no passado... você nunca teria conhecido Jacob ─ Emma fala vendo o olhar chocado de seu senhor. ─ Eu vejo como o senhor olha para ele, como fica perto dele... você nunca ficou assim durante todas suas antigas tentativas.
─ Eu penso o mesmo, Jacob é diferente de todas as damas que já passaram por esse castelo. Ele não teve medo do senhor, gosta de brincar... mesmo sendo de uma forma que o senhor não gosta, além do fato dele parecer gostar de sua companhia.
─ Eu nunca senti isso, eu sempre achei que gostava de mulheres... nunca tentei me aproximar de nenhum outro homem.
─ O senhor vai me desculpar, mas só havia homens horríveis na época, todos deselegantes e pareciam uns selvagens... sem contar que eram grossos e tratavam os criados de forma horrível ─ Emma reclamou lembrando de alguns casos do passado.
─ Sim, eu lembro de alguns casos... eles nos tratavam de forma tão arcaica e ignorante. Eu fico feliz que Jacob não é desse jeito.
─ Eu queria tê-lo conhecido na época... quando a rosa ainda estava viva.
─ Acho que ele seria diferente, os tempos mudaram meu senhor... talvez ele não poderia ser o que ele é hoje, devido a sociedade e tudo mais... seria criado de outro jeito.
─ O que Emma disse faz sentido, antigamente as coisas eram diferentes... o senhor lembra como as conversas pareciam mais formais e mais complexas, o senhor usava cada palavra que hoje em dia pode-se dizer que são estranhas.
─ Jacob não é da realeza ou nobre para saber, aposto que caso fosse ele teria noção dessas coisas ─ Bruce disse vendo as duas pensarem um pouco sobre, vendo que de fato, faria sentido caso ele conhecesse a '' língua dos nobres'' como ele era um rapaz humilde nem devia ter noção dessas coisas.
─ Enfim, eu gosto de saber que o senhor achou alguém diferente, que o trate de uma forma na qual o senhor merece ─ Carol disse com um sorriso. ─ Eu sei que pode ser tudo novo e estranho, ainda mais pelo fato dele ser um rapaz, mas eu vejo como ele o afeta... ele está mudando o senhor.
─ De um jeito bom, diga-se de passagem.
─ Eu... realmente gosto de sua companhia e presença, diferente das demais damas que já ficaram nesse castelo. Ele parece se divertir e gostar de ficar, ele não se sente um prisioneiro nem nada do gênero.
─ Então o senhor tem que ir fundo, se aproximar e conhece-lo mais! Ele é tão simpático e aposto que ele vai se abrir com o senhor ─ Emma disse confiante. ─ Aposto que com isso, ele vai acabar gostando de volta.
─ Eu espero que isso seja verdade...
[...]
─ Você está pronto? ─ encarando Jacob que parecia nervoso, tanto quanto ele.
─ Sim, você acha que essas roupas são muito simples? ─ dando uma volta. Ele estava usando uma camiseta azul com um casaco preto aberto e uma calça básica no tom marrom, era tão escuro que podia se confundido com preto e sapatos preto simples.
─ Você está lindo ─ disse deixando o garoto ruborizado. Mesmo estando com roupas simples tinha achado que ele estava belo, bem, ele sempre achava que Jacob estava bonito durante todos os dias
─ Hm, você... também está muito bem assim.
Ambos os rapazes ficaram quietos, estavam envergonhados.
─ Vamos?
─ Sim...
[...]
Eles preferiam ir depois do almoço para a floresta, já que não sabiam ao certo se achariam um lugar agradável para lanchar. Então optaram em ver o terreno primeiro, caso gostassem de algum lugar poderiam ir novamente. O dia estava agradável, não estava muito quente nem abafado o que deixava a caminhada tranquila e reconfortante.
─ Então, como esta sua estadia no castelo?
─ É muito agradável, eu nunca pensei que me sentiria tão relaxado e confortável... que iria me acostumar com tudo, sabe? Objetos falantes, não é algo que se vê todos os dias.
─ Fico feliz que esteja gostando de ficar em minha residência, pode me dizer qualquer coisa caso algo esteja o incomodando.
─ Bem ─ mordendo o lábio e virando o rosto. ─ Eu acho que sua casa é meio... velha. Sabe, as coisas são meio largadas e bagunçadas, eu estava pensando... que tal a gente fazer algumas mudanças, mudar os moveis de lugar ou até jogar alguns fora. Percebi que certos moveis parecem que vão se desfazer a qualquer momento.
─ Nunca tive necessidade de nenhuma mudança, já que não ando ou frequento todos os ambientes do castelo. Confesso que muitas coisas estão destruídas por minha causa.
─ Bem, consigo entender o motivo das coisas estarem destruídas, mas depois de todo esse tempo acho que seria bom uma mudança.
─ Você já começou pelo jardim.
─ Sim! Eu fiquei muito feliz por ter permitido que eu e James agora podemos mudar ele.
─ Não me importo de fazer o mesmo dentro de casa, infelizmente só não terei tintas e coisas do gênero... a bruxa não me fornece esse tipo de coisa.
─ Eu posso pedir ao meu pai para comprar e enviar algumas coisas ─ abrindo um sorriso animado. ─ O castelo é tão bonito, mas se encontra tão sombrio e abandonado. Sei que há alguns locais que estão em perfeita ordem, mas a grande maioria está só o caos.
─ É uma boa ideia, irei pegar o dinheiro que tem guardado no meu castelo... não quero que seu pai gaste de seu próprio bolso para uma reforma na qual sei que vai sair um pouco caro.
─ Eu até diria para comprarmos moveis, mas acho difícil alguém entregar algo aqui. Acho que não vão conseguir encontrar o local.
─ Não me importo com moveis novos.
─ Se você quiser, eu poderia pedir para meu pai entregá-los... os corvos não vão ser fortes para carregar moveis pesados. Eu sei que você ainda sente certo remorso pelo meu pai, mas ele não ficaria no castelo nem nada... ele poderia só trazer os moveis.
─ Não gostei de sua atitude de invadir meu castelo. Entretanto você deseja mudar as coisas e não o privaria disso.
─ Isso é sério? Você vai deixá-lo me visitar? ─ abriu um sorriso e parando de andar para encarar a Fera.
─ Contanto que ele não me desrespeite ou faça algo com os empregados.
─ Obrigado! ─ indo até a Fera e abraçando. ─ Eu estou com tantas saudades dele, aposto que ele vai gostar de me visitar... tenho certeza de que ele não vai agir como agiu no seu primeiro encontro.
─ Eu fico feliz em vê-lo assim ─ retribuindo o abraço.
─ Você é tão gostoso de abraçar, é tão quentinho ─ disse com um sorriso encarnado a Fera.
─ É... obrigado ─ disse envergonhado pelo comentário.
Jacob logo se afastou, ainda mantendo seu sorriso ele voltou a andar sendo seguido por Bruce.
─ Como era sua vida quando você era humano?
─ Hm, digamos que eu não tinha o melhor comportamento ou humor. Mudei muito depois da minha transformação.
─ Os objetos parecem gostar muito de você, imagino que você era gentil com eles no passado.
─ Eu não posso dizer que era gentil, mas era indiferente. Diferente de alguns nobres que o tratavam de forma r**m.
─ Fico feliz que você tenha mudado, se não acho que não gostaria tanto de você quanto eu gosto ─ disse ficando um pouco envergonhado pelo que tinha falado. ─ E seus pais, eles chegaram a ver você nessa forma?
─ Felizmente, eles não a viram... morreram em um ataque. Não me recordo muito bem, faz anos, eles foram atacados durante uma viagem, por bandidos.
─ Oh, eu sinto muito ─ disse triste. ─ Eu perdi minha mãe logo cedo, sabe, por uma doença. Meu pai não me explicou muito, ele fica muito triste ao se lembrar dela..., mas diz que eu me pareço muito com ela.
─ Eu fiquei um bom tempo trancado no quarto devido a morte dos meus pais, não foi algo fácil eu só tinha 20 anos na época. Eu tive que receber logo a coroa e ter todas as responsabilidades, mas eu era muito ingênuo e não sabia como as coisas funcionavam... meu pai não havia me ensinado muito. Muitas pessoas tentaram me enganar e me controlar, foram anos difíceis.
─ O que aconteceu com as pessoas, sabe, depois que você virou Fera.
─ Não sei, aparentemente todos se esqueceram da minha existência ou dos meus pais. Ninguem sabe sobre esse castelo, muito menos a vila na qual você morava... eles pagavam impostos. Havia mais proteção já que tínhamos um exercito. Muitas coisas simplesmente sumiram.
─ Isso é estranho, todos os soldados esquecerem que um dia trabalharam para você.
─ Tínhamos uma estalagem... e muitos outros locais para os soldados. Só que tudo sumiu, não entendi o motivo de apenas os criados terem sido pegos pela maldição e eles não. Já que havia guardas no castelo quando a bruxa me visitou.
─ Você ainda não me disse como virou Fera.
─ Estávamos tendo um baile no dia, havia muitos convidados... o que foi mais estranho que nenhum deles foi pego na maldição, isso me deixou irritado. Começou a chover muito forte, de repente alguém bateu na porta... aquilo foi estranho já que não havia nenhum convidado atrasado. Quando as portas se abriram era uma senhora, vestida com roupas rasgadas e muito molhada, ela desejava ficar dentro do castelo esperando a chuva parar. Estava com uma cesta de rosas vermelhas, disse que me daria uma, caso deixe-se ela entrar,
─ Mas como ela passo pelo portão e pelos guardas.
─ Isso que me deixou irritado. Eu não sabia como ela tinha feito isso, eu chamei os guardas e pedi explicação, mas todos disseram que não a viram entrar... eu a expulsei e mandei ir embora do mesmo jeito que ela tinha entrado. Além de demitir os soldados que estavam responsáveis pela guarda, tudo isso na frente dos convidados. Eu fiquei realmente furioso por alguém invadir meu castelo... além do fato dos soldados não virem nada.
─ Penso eu que ela deve ter entrado usando magia.
─ Provavelmente ─ suspirando. ─ Ela vendo a maneira que tratei meus soldados e ela... fez com que acabasse por lançar a maldição. Disse que eu deveria aprender a ser uma pessoa melhor e mais humilde, eu fiquei mais furioso quando ela me disse isso... aquela mulher não me conhecia muito menos sabia da minha vida e mesmo assim disse aquelas palavras. Eu a ofendi ainda mais, o que deixou tudo pior... no fim virei essa Fera. De alguma forma os convidados sumiram e apenas meus criados e os músicos ficaram presos no castelo.
─ Imagino como você deve ter ficado.
─ Sim, eu perdi o controle sai quebrando tudo... até tentei atacá-la nessa forma. Eu estava tão transtornado por ter virado... isso ─ apontando para si mesmo com uma expressão triste. ─ Os funcionários ficaram desesperados sem saber o que estava acontecendo, todos entraram em pânico... ficaram assustados no início com minha forma, demorou alguns dias para que ficasse mais calmo.
─ Como as donzelas paravam nesse castelo?
─ Do mesmo jeito que seu pai, muitas acabavam perdidas... não só damas da corte, mas algumas plebeias também. Ou estavam vagando pela floresta a pé ou suas carruagens se perdiam do caminho. Não sei ao certo se aquilo era obra da bruxa ou mero acaso, mas foi o único jeito deu ter contato com as pessoas de fora.
─ Acho que os lobos também acabaram interferindo, meu pai mesmo veio parar aqui devido ao ataque deles.
─ Quando a primeira donzela chegou, notei que ela não fazia ideia sobre meu reino nem mesmo sobre meus pais. Eu fiquei confuso com aquilo, depois acabei compreendendo que a bruxa fez com que todos se esquecessem. Não sei ao certo se isso mudo as vidas dos demais nobres que tinham alianças conosco ou até amizades... sei que infelizmente meus funcionários acabaram perdendo seus entes queridos... já que eles foram esquecidos, mesmo que não fossem depois de todo esse tempo todos devem já estar mortos.
─ Sinto muito por tudo isso. Você não agiu com elas, da mesma forma que age comigo?
─ Eu tentei... muitas tinham medo de mim, me insultavam ou acabavam entrando em pânico. Tive o desprazer de ver umas simplesmente tirarem a vida... eu me senti horrível com aquilo, pois não era algo que eu desejava. Jamais quis que elas se matassem devido a minha presença... Depois disso eu nunca mais deixei que alguém pisasse dentro do castelo, eu sempre fazia um jeito deles saírem antes de me encontrarem ou passarem a noite devido a uma tempestade.
─ Isso deve ter sido horrível!
─ Sim... foram anos cruéis. Não irei mentir em dizer que alguns casos eu era bem ignorante, ficava irritado pela maneira na qual elas me tratavam e acabava agindo com ignorância..., mas era difícil me controlar diante de tantos insultos.
─ Eu acabaria fazendo o mesmo, não ficaria calado escutando inúmeros insultos.
─ Imagino que sua vida também não tenha sido muito boa...
─ As pessoas da vila são muito preconceituosas... nenhum homem quer estudar ou tem interesse nisso. Todos me viam como uma aberração... onde já se viu um homem que não quer caçar ou lutar? Julgavam muito meu pai, dizendo que era culpa dele meu comportamento e de como eu agia... ele sempre me defendia e lutava pela minha honra. Com isso ele nunca conseguiu vender seus produtos na vila, ele tentou, mas ninguém queria... hoje acho que alguns compram coisas escondidas com ele... a vergonha de entrar em contato com nossa família é muito grande.
─ As pessoas são bem ignorantes, achei que elas seriam diferentes pela época. Mesmo eu caçando ainda precisava aprender as mais diferentes coisas, pois eu seria Rei um dia... não poderia ser uma pessoa ignorante pelas coisas que ocorriam a minha volta.
─ Deve ter sido bom, aprender ler e escrever... e até outras atividades, sem ser julgado por isso.
─ Eu acho incrível que mesmo com tudo isso, você não desistiu de aprender a ler e escrever, que você luta contra toda essa ignorância e pessoas desagradáveis.
─ Eu estava louco para ir embora, sabe? Viajar pelo mundo, aprender coisas novas, encontrar um lugar na qual todos pensavam como eu... onde não é errado um homem desejar aprender coisas que muitos acham '' feminino '' demais. Eu sei costurar, aproposito, se as pessoas da vila soubessem disso... teriam outro motivo para me julgar.
─ Fico feliz em ter conhecido você antes dessa viagem, caso ao contrário... jamais teríamos nos conhecidos.
─ Também fico feliz em ter vindo pra cá... no início fiquei com medo, sabe... ainda mais pela nossa primeira conversa. Achei que nosso relacionamento seria na base do grito e de você reclamando comigo, mas fico feliz que tenha sido tudo uma fase, bem no caso só um episódio.
─ Me desculpe, novamente, não queria ter agido daquela forma tão selvagem..., mas não estou acostumado em ser tratado de forma... como posso dizer humana. Então eu não soube lidar com aquela situação.
─ Tudo bem, eu consigo entender, mas eu acabei ficando com um pouco com medo de que nossa discussão se prolongasse durante os dias.
─ Espero que a imagem que você tinha sobre mim antes... tenha mudado.
─ Claro que mudou, você me mostra agora um lado completamente diferente. Sem contar que você me salvou.
─ Jamais deixaria que algo de r**m acontecesse com você, não poderia deixar que os lobos o machucassem.
─ Eu fico muito feliz com isso ─ ficando ruborizado. ─ Já está ficando tarde, o tempo passou rápido.
─ Acho melhor voltarmos, não quero correr o risco de encontrar alguma matilha de lobos ─ disse olhando para os lados.
─ É uma pena que não encontramos nenhum lugar alargado para ficarmos sentados... na próxima podemos procurar novamente.
─ Sim, eu vou gostar disso.
─ Acho que nosso piquenique vai ser primeiro no jardim mesmo, quero que seja depois da reforma ─ abrindo um sorriso e ficando animado. ─ O que acha?
─ Eu vou adorar ─ dando um sorriso de volta. Seu coração estava tão quente, aquele passeio tinha sido algo tão bom que m*l via a hora de repeti-lo.