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DESCULPEM SE HOUVER ERROS.
BOA LEITURA*
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ADAM
Automatico, é assim que estou vivendo, no automatico, minha vida perdeu a cor desde quando Isabel se foi, não é só eu que sente a falta dela, minha filha também sente e muito, ela se apegou muito a Isabel e a via como uma mãe e ver minha filha triste só piora mais ainda a minha dor.
- Adam?- Olho pra porta do meu quarto e vejo a minha mãe me olhando com o mesmo olhar que ela passou a me ver, de pena.
- Mãe, se for pra ficar me olhando desse jeito é melhor sair.- Digo me jogando na cama.
- Filho eu só quero conversa com você.- Diz se sentando proximo a mim.
- Se for pra dá sermão eu não quero conversa, preciso ir trabalhar.- Digo me levantando e indo ao meu closet procurar algum terno.
- Já são 10:00 hrs meu filho, não precisa ir para empresa hoje, Carlos está cuidando bem dela.
- Eu já fiquei muito tempo ausente da minha empresa mãe, preciso retomar a minha vida, ou pelo menos parte dela.- digo lembrando que desde o acidente, eu não ponho mais os pés na empresa pois lá, é um dos muitos lugares que me lembram muito Isabel, principalmente a minha sala.
- Oh meu filho.- Minha mãe me abraça forte e por um momento sinto um paz nos braços dela.- Eu te amo tanto meu filho, como eu queria tirar essa dor de dentro de você.
- Eu também amo você mãe. - Digo lhe dando um beijo no rosto.
- Adam, eu posso te pergunta uma coisa?- Pergunta agora me encarando.
- Sim.
- Bárbara me mostrou mais uma de suas blusas sujas de sangue, já é a terceira vez só essa semana.- Me afasto dela já sabendo o que vai perguntar.
- Dona Kátia, já disse que isso é coisa minha. -Digo indo até o banheiro tomar um banho rápido.
- Sou sua mãe Adam, é normal que eu me preocupe, ainda mais no estado que você se encontra e ainda por cima chega tarde da noite com a roupa suja de sangue.
- Eu entendo sua preocupação, mas agora não posso falar, vou ir a empresa.- Digo entrando no banheiro sem dar chances para ela dizer mais alguma coisa.
Depois de me arrumar, desço as escadas e vou direto para a cozinha dando de cara com minha filha e Bárbara.
- Bom dia.- Falo.
- Bom dia.- dizem em uníssono.
- Aonde está minha mãe? - Pergunto não a encontrando em lugar nenhum.
- Ela foi para casa, disse que viria mais tarde.- Responde Bárbara.
- Vai trabalhar papai?- Me sento perto de Sophia para tomar café da manhã junto com ela.
- Sim minha filha, o papai tem que retomar a vida dele, mas Sophia, o que faz em casa a essa hora? Deveria está na escola a muito tempo.- Digo dando uma breve olhada para o meu relógio de pulso.
- Hoje não têm aula, é reuniões dos professores.- Explica Bárbara.
- Como você está pai?- Pergunta Sophia.
- Estou bem filha.- Digo lançando um sorriso fraco.
- Ainda bem, não quero ver você chorando de novo, eu fico mais triste ainda papai.
- Oh minha princesa.- Antes de abraçar Sophia, lhe dou um beijo em sua testa.
- Te amo pai.
- Eu também te amo filha.- Acho que se não fosse Sophia, eu com certeza teria cometido uma grande borrada, ela é o único motivo que me mantém vivo já que o meu outro motivo se foi a quase um ano.
*****
Assim que chego na empresa, várias pessoas me encaram, umas estão de cochichos umas com as outras e outras estão simplesmente me olhando, continuo a andar em direção ao elevador tentando ser o Adam que sempre fui, pelo menos aqui nessa empresa. Ao chegar na minha sala, vejo Carlos e Abby, eles param de falar e me olham surpresos por minha vinda repentina.
- Adam, o que faz aqui?- Pergunta Carlos confuso.
- Vim trabalhar uê. - Digo me aproximando.
- Como você está Adam? Está melhor?- Pergunta Abby, minha cunhada e secretária de Carlos.
- Estou bem Abby, não precisa se preocupar.- Embora eu saiba que por dentro ainda existe uma grande ferida.
- Tem certeza? Sabemos como está sendo difícil para todos, Carlos está se saindo bem cuidando de sua empresa.- Diz Abby docemente.
- Estou sim, obrigado por tudo que têm feito, eu não sei se conseguiria passar por isso sozinho.- Digo com um sorriso fraco.
- Somos uma família, cuidamos um do outro.- Diz Carlos se apromiando de mim e logo em seguida dá leves tapas no meu ombro.
- Bom, chega de conversa e vamos ao trabalho, preciso ocupar a mente o máximo possível. - Digo me sentando na minha cadeira.
- Eu vou deixa-los sozinho, tenho que fazer algumas ligações. - Diz Abby se despedindo de Carlos com o beijo rápido e logo em seguida sai.
- A mamãe viu suas roupas sujas de sangue de novo.- Diz Carlos se sentando em uma das cadeiras a frente da minha mesa.
- Sim.- Confirmo.
- Você não vai me contar mesmo o que tanto têm feito para chegar com a roupa suja de sangue em casa, não é? - Pergunta.
- Me desculpe Carlos, eu sei que você está me ajudando muito e que se não fosse por você, minha empresa poderia ter ido a falência por conta do tanto tempo que me ausentei, mas essa parte da minha vida eu não vou contar para ninguém, a única que soube disso se foi na mesma noite em que descobriu tudo.- Oh minha Isabel.
- Tudo bem, não vou insistir mais, mas Adam, você tem que pensar na mamãe. Sei que você está mau ainda por tudo que aconteceu e você não é o único, eu tinha Isabel como uma irmã e para a Abby, Hiz, Jena e Pedro nem se fala, está sendo algo muito difícil de lidar com essa perda porque Isabel, de alguma forma marcou nossas vidas, ela mudou tudo quando chegou, incluindo você, ela transformou nossas vidas para melhor. Bom a questão aqui é que todos estamos maus por isso, mas você têm que lembrar que tem pessoas ao seu redor que te amam e só querem o seu bem, eu não te contei antes para não te deixar pior.
- Não me contou o que?- Pergunto para ele confuso.
- Quando você começou a chegar em casa com as roupas sujas de sangue, minha mãe começou a se preocupar, e ainda era bem recente a morte de Isabel. Isso se misturou com as lembranças do passado dela e bom... A mamãe foi parar no hospital porque não comia a quatro dias.- Olho surpreso para Carlos que parece um pouco relutante.
- O que?! Por Deus! Porque nunca me falou isso Carlos?!- Pergunto indignado.
- Você estava mau e isso consequentemente deixou a mamãe mau, se eu te falasse isso, você ficaria pior o que também deixaria a minha mãe pior ainda também. - Se explica
- Ela também é minha mãe, como acha que estou me sentindo agora?- Como eu pude pensar somente em mim?
- Olha, não diga nada a ela, ela me pediu para não te contar, a única coisa que eu quero que você faça e tentar ser um pouco do Adam que você era, faça isso pela mamãe, por Sophia e por você também.
- Você está certo.- Concordo.
- Para distrair um pouco, vamos ao trabalho, isso ajuda acupar a mente.- Diz Carlos.
- Sim, vamos, preciso muito ocupar a mente e também de um relatório completo de tudo que aconteceu e está acontecendo aqui na empresa, fiquei muito tempo longe daqui.- Digo olhando um monte de papéis em cima da minha mesa.
- Sim, mas Adam, antes de tudo, você precisa arrumar uma secretária para você, por enquanto Abby pode te ajudar, mas ela já é a minha e talvez isso a sobrecarregue, e eu não quero que isso aconteça com minha noiva.- Sorrio para não mostrar que fiquei mau por ouvir que precisava achar outra secretária, porque Isabel além de uma excelente profissional, ela me ajudava na empresa sendo a minha secretária, fora também que eu amava ficar o dia todo ao lado dela, e ainda tinha a noite em que nos amávamos como nunca.
Lembrar disso me faz sorri, lembrar dela me faz sorri pois Isabel foi a única mulher que me mostrou o que é realmente amar e ser amado, me mostrou que a vida é muito mais que trabalho e status sócias, ela me mostrou como é ser feliz de verdade. O que me deixa triste é que depois de lembrar dessas coisas boas, a realidade bate com força na minha cara mostrando que tudo que vivi com Isabel um dia, nunca mais vai acontecer, que nunca mais vou poder ouvir suas ironias, que nunca mais vou ouvir o seu " eu te amo " todas a manhãs que acordavamos juntos, que nunca mais vou poder ver o seu lindo sorriso. Dói saber que a pessoa que te mudou para melhor não está mais ao seu lado, que você nunca mais vai poder vê-la, que não vai poder tocar-la, beija-la.
Oh minha linda Isabel, minha vida, como você faz falta não só na minha vida, mas também na de todos que mesmo você não estando mais entre nós, te amam muito. Como eu ainda te amo.