Ágatha levantou cedo pois tinha uma prova na Universidade.
Bruna e Ciro sairiam mais tarde, mas ela decidiu ir primeiro para não atrasar.
Após a sua prova foi até ao pátio e ligou para Ciro.
Enquanto aguardava por ele, ouviu uma voz conhecida.
- Olá Agatha.
Ela olhou para ele e sorriu.
- Olá Camillo. O que fazes aqui?
- Sou amigo do filho do reitor.
- É mesmo?
- Sim. É verdade.
- Que bom.
- Posso te convidar para almoçar comigo?
- Não posso. Estou a espera da Bruna e do nosso tio.
- Está bem. Mas, eu gostaria de ter um novo encontro com você.
- Gostaria de saber porquê.
- Porque você é diferente das outras meninas que já conheci.
- Está bem. Pode ser amanhã ?
Hoje mesmo eu não vou poder.
Ciro chegou e Ágatha olhou mais uma vez para Camillo antes de sorrir e dizer.
- Até amanhã Camillo.
- Até amanhã Ágatha.
Eu vou ligar para você mais tarde.
Ela subiu no carro e Bruna estava morrendo de curiosidade.
- Amiga... Vocês juntos de novo?
- Foi por acaso. Ele apenas apareceu.
- Humm! Sei.
Nós temos que saber mais sobre eles.
- Eles?
- Sim. Esqueceste que são gêmeos?
- Não. Claro que não.
Foram para casa, e tal como prometeu Camillo ligou para marcar e confirmar o almoço.
Em seguida Ágatha ligou para a mãe. Sentia a falta de seus conselhos.
- Olá mãe... Ela disse pela vídeo chamada.
- Oi filha.
Está tudo bem?
- Sim mamãe.
Mas, quero muito falar com a senhora.
- Claro filha.
Do que se trata?
- Eu conheci um rapaz e...
Senti algo tão forte que não consigo descrever.
- Uau! Isso sim é uma novidade meu amor.
- Eu sei mãe.
Mas.. E se não for nada?
- Calma filha.
Porque você não tenta conhecer melhor o rapaz antes de dar um nome ao sentimento?
- Está bem. Eu farei isso mesmo.
Obrigada mamãe.
- Estou aqui para isso filha.
E como correrm as tuas aulas?
- Muito bem. Amo cada uma delas.
- Que óptimo. Eu e o pai vamos tirar um tempo para vir te visitar.
- É mesmo? Por favor venham.
Estou a morrer de saudades.
- Nós também filha.
- E os meninos estão bem?
- Estão sim. Eles vão connosco.
Ágatha conversou mais um tempo com a mãe. Adormeceu feliz e ansiosa pelo almoço com Camillo.
No dia seguinte Ágatha estava livre das aulas. Em breve chegariam as férias e a visita da sua família a deixaria muito feliz.
Desceu e a mesa do pequeno-almoço já estava pronta.
- Bom dia Paula.
- Bom dia Senhorita Ágatha.
- Onde estão a Bruna e o Ciro?
- O Senhor Ciro foi pegar algumas encomendas e a Senhorita Bruna ainda dorme.
- Então eu acordei cedo demais.
Podes por favor trazer a minha vitamina?
- Claro. Trarei em um minuto.
- Obrigada.
Ágatha terminou de comer e decidiu sair para um passeio.
O dia estava lindo demais.
Quando descia já arrumada, Ciro chegou em casa.
- Bom dia Ciro. Eu estou de saída.
Vou aos jardins mágicos. Ouvi dizer que são lindos.
- Tudo bem. Divirta - se.
- Obrigada. Eu não venho almoçar, mas chegarei cedo.
Até logo.
Ágatha foi caminhando. Os jardins eram realmente lindos e impressionantes.
As flores de diversas cores e espécies o tornavam mesmo mágico.
Quando decidiu sentar um pouco, ela ouviu uma voz que reconheceu.
- Olá Ágatha.
- Camillo. Que surpresa.
- Não. Eu sou Marcello.
Uma dica sobre nós: Eu sou destro e o Camillo é canhoto.
- Obrigada. Me desculpe.
Agora já sei como distinguir.
- Isso mesmo.
Mas o que fazes aqui sozinha?
E a Bruna?
- A deixei em casa.
Eu estava ansiosa para vir aqui.
- Imagino. Eu e o Camillo adoramos este lugar. Os nossos pais casaram aqui.
- A sério?
- Sim. Mas foi a muito tempo.
Bem! Preciso ir agora.
Até mais.
- Tchau Marcello.
Ágatha percebeu que Marcello era bem reservado, e pensou se Camillo era do mesmo jeito.
Voltava para os jardins quando o seu celular tocou.
- Alô!
- Ágatha? É o Camillo.
Já estás disponível para o nosso almoço.
- Sim Claro. Onde nos encontramos?
- Enviarei o endereço.
Ficarei esperando.
- Tudo bem.
Até já.
Ágatha achou que seria um lugar extremamente elegante, mas não.
Camillo escolheu um lugar ao ar livre e ainda assim muito bonito e agradável.
Ele já lá estava e levantou-se quando a viu.
- Olá Ágatha.
Seja bem - vinda.
- Olá Camillo.
Obrigada. Este lugar é muito agradável.
- Também acho. Por isso o escolhi.
- Vens aqui muitas vezes?
- Sim. Na verdade é um dos meus lugares favoritos e não tenho muitos.
Vamos pedir?
- Sim claro.
- Eles fazem aqui uma lasanha deliciosa.
- Vou gostar com certeza.
Eles comeram e conversaram bastante. Ágatha sentiu-se mais à vontade e percebeu que Camillo era mesmo um bom homem.
Quando ele a deixou em casa não evitou perguntar:
- Nunca estiveste aqui antes?
- Não como adulta.
Porquê?
- Apenas tive a impressão de ter te visto antes.
- Talvez em alguma revista por causa do meu pai?
- Não sei. Posso estar enganado.
- De qualquer maneira obrigada.
Adorei o almoço e a conversa.
E pretendo retribuir o convite.
- Ficarei esperando.
Ágatha desceu então do carro.
- Até mais Camillo.
- Até mais Ágatha.
Até mais.
Camillo foi para casa bem disposto, mas pretendia conversar com o pai.
Encontrou- o no jardim da entrada.
- Papai? O Senhor está bem?
- Olá filho. Sim. Estou bem.
Como foi o teu dia?
- Muito bom.
Mas, eu tive uma visita hoje de manhã.
- Visita de quem?
- Da minha mãe.
- O Quê?
- Isso mesmo Papai.
Após 20 anos eu a reconheci. Ela foi à empresa, mas eu a mandei embora.
- E o Marcello também a viu?
- Vi sim Papai.
E assim como o Camillo, eu não a ouvi. Mas devia ter feito isso.
Afinal, nós só conhecemos a versão do Senhor.
- Meninos por favor.
Agora duvidam de mim?
- Não Papai. Mas o Marcello está certo. Ela deve ter uma explicação.
- Tudo bem.
E para falar a verdade eu também a vi hoje.
- Quem você viu?...- Maria Fernanda a mãe de Maurício saiu.
- Um velho amigo Mamãe.
O Pedro Paulo. Padrinho dos meninos.
- Nossa! Ele sumiu há anos.
Como ele está?
- Está bem Mamãe.
Eu o chamei para jantar e rever a todos.
- Óptima ideia Papai.
Vai ser bom rever o nosso padrinho....- Camillo disse.
Estou com fome Vovó.
- Está bem querido.
Vou mandar a Jacinta servir o jantar. Entrem logo.
- Essa conversa não acabou Papai....- Marcelo disse e entrou em casa seguido por seu irmão.
Será que os Aguiar vão conseguir resolver as questões do passado?