Estava arrumada e indo para o barzinho de costume com Frank, tratei Ricardo com indiferença a semana toda e ele por sua vez enviava vários emails internos para me instigar, mas nem respostas eu dava.
- Frank esse lugar hoje está lotado! - disse me referindo ao bar assim que entramos.
- Assim que é bom, adoro ver esses homens maravilhosos circulando no mesmo lugar que eu. Me segura amiga, vou ter uma síncope - brincou Frank.
Eu quase gargalhei ao ouvi-lo falar aquilo.
- Que bom que chegaram - disse Eduardo ao nos ver próximo à recepção.
- Aqui está muito lotado Eduardo, não sei se conseguiremos um lugar - respondi.
- É para isso que tenho poder Juliana. Venha, já reservei uma mesa - nos avisou, pegando minha mão para acompanhá-lo.
- Como eu adoro homens poderosos - brinquei sorrindo e o acompanhando até a mesa.
Ele deu passagem para que eu me sentasse no canto e sentou-se ao meu lado, deixando Frank se sentar a nossa frente.
- Tomei a liberdade de pedir uma bebida para vocês - falou apontando dois Martinis que estavam sendo colocados na mesa pelo garçom.
- Obrigada Eduardo, adoro Martini - falei pegando a taça.
Ficamos conversando e pude ver algumas trocas de olhares entre Frank e Eduardo, cheguei a sorrir mentalmente, gay realmente é melhor que mulher quando quer alguém.
Meu telefone tocou e levantei da mesa para atender no banheiro.
- Alô - gritei tentando ser ouvida em meio a tanto barulho. Uma banda tocava no barzinho.
- Onde você está? - Ricardo perguntou gritando para que eu conseguisse ouvi-lo.
- Estou no Parada Obrigatória - respondi gritando e com a mão no ouvido.
Ele desligou e não entendi nada, voltei para a mesa e continuei conversando com Frank e Eduardo, que estavam ainda mais íntimos.
- Gente vocês deviam ir para um motel - falei brincando ao ver os dois piscarem um para o outro.
- E deixar você sozinha? Não mesmo mocinha - respondeu Frank sorrindo.
Alguns minutos depois Ricardo chegou a nossa mesa e, parado como estátua, me olhava com raiva.
- Juliana, preciso falar com você.
- Ui, acho que o todo poderoso quer falar com você em particular, July - Frank fez piada tentando ser engraçado.
Levantei e fui puxada por ele para perto do banheiro. Olhei em seus olhos e tentei não perder o controle, adoro homens de atitude e não podia reclamar, ele estava tão másculo e irritadinho, que cheguei a sorrir.
- Fala logo Ricardo, estou com meus amigos - disse com um tom mais rígido.
- Eu quero você - falou me agarrando.
Ele me beijou ali, na frente de todos, e eu fui recíproca me entregando. Depois de alguns segundos parei e o afastei.
- Ricardo você está ficando louco? - perguntei com raiva.
- Louco? Por quê? - perguntou franzindo a testa sem entender direito o que eu dizia.
- Não quero nenhuma cena em público, sou solteira e não quero ser vista com ninguém, você está estragando tudo - falei menosprezando ele.
Ele me olhava como se tivesse um enorme ponto de interrogação em seu rosto.
- Você não quer ser vista comigo? Não acha que está confundindo as coisas? Você acha que é quem para me menosprezar? - perguntou fulo comigo.
- Porque está tão bravo comigo? Você não falaria isso para mim? Você está sempre saindo com modelos, não era você que dizia que eu não sou seu perfil? - perguntei o colocando na parede.
- Nunca diria algo assim para você - respondeu tentando se explicar.
- Não mesmo, Ricardo? Você só diz isso porque eu disse primeiro, não queira enganar uma predadora! No que se diz respeito à enganação, eu sou mestre meu querido. Estou acostumada com homens como você, porque sou assim - falei desmontando ele.
- Deu para perceber que você não é como as outras, por isso estou perdido. Não sei como fazê-la ficar comigo, estou sempre pensando o que posso fazer para conquistá-la - falou com tom sincero.
Não me deixei levar pelas doces palavras dele, sei exatamente o que dizemos quando queremos conquistar alguém.
- Ah! Não sabe como me conquistar? Acho melhor nem tentar, não sou o tipo de mulher que terá em suas mãos, sou muito mais esperta do que pareço senhor Ricardo - falei despejando toda minha fúria.
- Por que você tem que ser tão deliciosa assim? Adoro esse seu jeito arisco, me deixa com muito mais t***o, sabia? - perguntou mordendo o lábio.
- Acostume-se Ricardo, não sou nenhum troféu e bem levo jeito para isso, quero s**o, não compromisso - disse vendo seu semblante mudar.
- Eu também quero só s**o - respondeu tentando conter sua contrariedade.
- Posso até pensar no seu caso, mas não pense que será quando você quiser, eu dou as cartas, quando eu quiser, te ligo - falei o fazendo ficar de boca aberta.
- Não acha que está abusando demais? - perguntou pegando em meus braços com força.
- Você está me machucando Ricardo, me larga - falei tirando meu braço.
- Você vai embora comigo agora, ou eu faço um escândalo.
- Você vai fazer um escândalo? Duvido - falei tentando tirá-lo do sério.
Neste momento ele me puxou e eu tentava me soltar, um dos homens perto de nós se aproximou.
- Ô cara, larga a moça, não viu que ela não quer ir com você? - disse o rapaz colocando a mão no ombro de Ricardo.
Ricardo o olhou com raiva e se virou.
- E você, o que tem a ver com isso seu i****a? - perguntou Ricardo com ódio.
- Por que, vai encarar velhote? - o cara disse o confrontando.
- Vou sim, seu filho de rapariga - respondeu o empurrando.
Ricardo perdeu o controle e deu um soco na cara do rapaz que não devia ter nem vinte anos.
- Ricardo, para! - gritei segurando ele, que parecia não me ouvir e, furioso, o socou novamente.
- Ricardo, vamos embora! Eu vou com você, mas para com isso - gritei tentando o persuadir a sair dali.
Eu o arrastei dali auxiliada por Frank que logo chegou para me ajudar em meio à aglomeração que se formou ao nosso redor.
Saímos do bar e Frank me ajudou a colocá-lo dentro do carro. Ricardo ao ver que era Frank voltou a ficar violento.
- Ricardo, calma! Não é nada do que você está pensando cara, eu sou gay e moro com a Juliana - explicou Frank que estava sendo segurado pelo colarinho.
- Você é gay? - Ricardo perguntou sem entender e me olhando.
- É Ricardo, ele é gay, eu menti para que você não enchesse meu saco - disse tentando acalmá-lo.
Ricardo então largou Frank, me olhou e continuou.
- Entre no carro, Juliana. Agora - gritou para que eu obedecesse.
Ao invés de brigar resolvi obedecer, adoro homens que pensam que estão no controle, isso me excita.
Entrei no carro e Ricardo me levou dali. Enquanto ele dirigia bufando, nem sequer me olhou, não disse nenhuma palavra, só dirigiu.
Ao chegarmos na frente do meu prédio ele abriu a porta do carro.
- Vai Juliana, sai logo do carro - falou de modo grosseiro.
Não discuti, saí e ele me seguiu prédio adentro. Chegamos no meu apartamento, abri a porta e ele se sentou no sofá, peguei gelo em um pano de prato, me sentei do lado dele e coloquei em sua mão, que estava muito inchada.
- Pressione, o gelo ajuda a desinchar - disse entregando o pano para ele e me levantando do sofá.
- Aonde vai? - ele perguntou desesperado e se levantando.
- Fique aí, eu vou tirar essa roupa e colocar algo mais fresco, já volto - respondi olhando com o semblante mais sereno.
Troquei de roupa e fui para a sala, onde ele me aguardava de cabeça baixa.
- Juliana, me desculpe - disse com tristeza.
- Não precisa continuar Ricardo, já entendi - disse levantando a mão.
- Eu sei que passei dos limites. – disse envergonhado.
- Ricardo eu também tenho culpa, vamos esquecer isso, está bem? - perguntei tentando acabar com a conversa.
- Tudo bem, eu vou para casa - disse se levantando.
Antes de chegar na porta ele se virou e disse:
- Ah! Quase me esqueci, comprei isto para você, gostaria que aceitasse e usasse.
Quando vi a caixa em sua mão, imaginei a tornozeleira e meus olhos brilharam. Abri a caixa e vi uma gargantilha de ouro com um pingente em formato de coração. Olhei melhor e notei que se tratava de um diamante n***o.
- Meu Deus! É lindo Ricardo, você costuma dar jóias a suas conquistas? - perguntei no intuito de deixá-lo m*l.
- Não desse tipo - respondeu.
- E por que um diamante n***o? - perguntei curiosa.
- Porque o diamante n***o é algo belo e raro, como você - disse me deixando sem graça.
- Muito obrigada - respondi olhando em seus olhos.
Ele abriu a porta e saiu, me deixando sozinha com a gargantilha na mão.
Levantei cedo, fui correr e cheguei em casa atrasada. Enquanto corria não me dei conta da hora e resultou em ir trabalhar com o cabelo sem secar.
Entrei no elevador e encontrei um dos advogados da empresa. Imagine um homem bonito, ainda não chega perto, o cara é quase um galã de cinema. Quem é Brad Pitt perto dele? O cara é um espetáculo. Ele me olhou e sorriu.
- Bom dia, Juliana - disse com um sorriso no canto dos lábios, como esse homem consegue ficar ainda mais sexy abrindo a boca.
- Bom dia, doutor Vitor - respondi de maneira cordial.
- Posso te fazer uma pergunta? Não me leve a m*l - falou com receio.
- Claro doutor, fique à vontade - respondi hipnotizada naquela boca vermelha.
- Aquele outdoor na frente do prédio. É você? - Perguntou olhando firme em meus olhos.
- Sim doutor, sou eu - respondi de cabeça baixa, tímida.
- Meu Deus! Você é linda, que corpão - falou com brilho nos olhos.
- Obrigada doutor, é sempre bom ouvir um elogio.
O elevador abriu e ele me seguiu pelo corredor.
- Você tem namorado? - perguntou com todas as intenções.
- Não. Acho que nem tempo para isso eu tenho - disse de modo sincero.
- O que está acontecendo com esses homens? Uma mulher linda como você, no mínimo tinha que estar casada - falou brincando.
- Obrigada, doutor - disse me sentando em minha cadeira.
Neste momento Ricardo abriu a porta da sala, levantou a sobrancelha e olhou com raiva para Vitor, que entendeu seu olhar e saiu em seguida se despedindo.
- O que estava acontecendo aqui, Juliana? - perguntou nervoso.
- Que é isso, Ricardo? Para de ser paranóico, o doutor Vitor só foi gentil e veio conversando comigo - respondi.
- Vai me falar que ele não te cantou? - perguntou Ricardo sabendo bem do que Vitor é capaz.
- Não me cantou, mas me elogiou - respondi olhando e franzindo a testa.
- Elogiou? Que tipo de elogio? - perguntou quase sem paciência.
- Falou que estou linda no outdoor e que não entende os homens que ainda não casaram comigo - respondi esperando uma reação dele.
- Aquele outdoor... Preciso tirar isso da frente do prédio, não aguento mais os comentários destes advogados.
Ele se aproximou e me levantou.
- O que foi Ricardo, se contenha - respondi.
- Onde está o colar que te dei? - perguntou olhando meu pescoço mais de perto.
- Deixei em casa - respondi.
- Vá embora agora e só volte com ele no pescoço - disse esbravejando.
- Até parece que vou sair daqui e voltar para casa só para buscar um colar - respondi enfrentando-o.
- Juliana eu não estou brincando, ou você busca o colar, ou pode ir para casa e não precisa voltar - falou com raiva, seu olhar estava duro e me apertava com força.
- Está bem, eu vou buscar - respondi com medo de perder o emprego.
Saí da empresa e fui para casa, peguei o colar e voltei em menos de meia hora. Quando cheguei fui direto para sua sala, entrei sem bater e o peguei se masturbando enquanto olhava minha imagem no outdoor.
Olhei assustada e quando ele me viu veio rapidamente em minha direção, me tomou em seus braços, arrancou minha saia de um jeito rápido e me pegou no colo me encaixando em seu m****o duro e delicioso. Ele respirava ofegante e me beijava de um jeito voraz, como se quisesse me engolir.
- Acho que estou apaixonado por você - disse me pegando de surpresa, enquanto me preenchia.
Não respondi, só comecei a gemer um pouco mais, sendo recíproca ao seus movimentos que se tornaram mais intensos.
Quando eu ia gozar fiquei ofegante e ele, por sua vez, gozou junto comigo, me preenchendo com seu g**o quente e me deixando ainda pulsando por dentro.
Não saiu de dentro de mim, ficou sentado na cadeira comigo ainda sentada em cima dele, colocou a cabeça em meu ombro e continuou.
- Juliana, eu estou apaixonado por você, é sério - repetiu para que eu entendesse.
- E o que pensa em fazer a respeito? - perguntei sem dizer que era louca por ele.
- Me comprometer com você, mas já aviso, precisamos ir com calma. Faz tempo que não me comprometo com alguém - respondeu explicando algo que eu não conseguia entender.
- Ir com calma, o que isso quer dizer? Que ninguém saiba que estamos juntos? É isso? – enchi-o de perguntas tentando entender o que isso significava.
- Não é bem assim, aqui no escritório todos saberão, mas, quanto a outras pessoas, temos que ir com calma - explicou.
- Para começar, eu posso aceitar isso, mas, se eu não concordar com o rumo que isso vai dar eu te abandono, entendeu? - perguntei deixando claro meu ponto de vista.
- Entendi minha deusa - falou voltando a me beijar. Neste momento senti seu m****o voltar a pulsar dentro de mim, ele me olhou sorrindo e eu entendendo seu olhar, voltei a cavalgar.
Depois de vinte minutos gozamos novamente. Meu dia começou muito bem, vamos ver o que acontece depois.
Saí de cima dele e ele me puxou de volta.
- Onde pensa que vai, mocinha? - perguntou.
- Ricardo, eu preciso trabalhar. Se meu chefe me pega aqui com você ele me dá uns tapas na b***a - brinquei piscando.
- Se seu chefe vier aqui eu prometo te defender - respondeu me beijando.
- Sabia que perdemos toda a manhã? Já está na hora do meu almoço - disse olhando no relógio.
- Isso é ótimo! Você vem comigo, vamos almoçar na minha casa - disse pegando o celular.
Ligou para a casa dele e disse para a empregada colocar mais um prato na mesa, que ele estava levando a namorada para almoçar e que ela podia ir embora que ele mesmo se serviria.
Saímos do escritório e fomos para sua casa. Chegando lá, estávamos sozinhos, ele me levou para o banheiro onde tomamos banho enquanto transávamos mais uma vez debaixo do chuveiro. Logo depois vesti um roupão dele, sem calcinha e nem sutiã.
Sentamos e comemos, ele estava todo romântico, me dando comida na boca e me beijando de modo carinhoso.
Ficamos mais de três horas na casa dele e quando voltamos para o escritório ele fez questão de entrar comigo e ficar de mãos dadas o tempo todo, para que todos vissem que eu era dele, que pertencia a ele.
Todos nos olhavam com surpresa e eu sorria.
Ao chegar em frente à sala dele, me deu um beijo longo e foi abrindo a porta, mas antes de entrar me olhou e disse:
- Não vejo a hora de o dia terminar, hoje você vai dormir comigo, não se esqueça, minha gostosa - disse sorrindo e entrou.
Eu estava delirando de emoção, meu coração estava quase saindo pela boca.
"Esse homem é meu!"
Saímos da empresa de mãos dadas, a maioria dos sócios de Ricardo estavam comentando algo no elevador e quando nos viram mudaram de assunto. Ricardo me olhou e sorriu.
- Eles estão loucos de inveja de mim - disse em meu ouvido.
Eu o olhei e sorri, ele então me abraçou por trás e olhou com cara f**a para os demais no elevador.
Chegamos na casa de Ricardo e ele e eu tomamos banho, vesti novamente o roupão dele.
- Preciso ir à minha casa, pegar roupas, não posso ficar assim, amanhã acordo cedo para correr, não tenho nem calcinha e sutiã limpos, nem sequer meus tênis - disse sentada no colo dele enquanto víamos o filme Como Perder um homem em dez dias.
- Juliana espere, mais tarde eu a levo - respondeu beijando meu pescoço.
Ficamos prestando atenção no filme e na parte em que eles estavam brigando na porta da festa e ele a parabenizou por ter conseguido perder o homem como na matéria que faria para a revista, Ricardo me olhou e fez um barulho engraçado. Eu virei a cabeça para olhar em seu rosto.
- O que foi isso? - perguntei sorrindo.
- Nada, por quê? - respondeu me indagando.
- Não sei, você fez hum - disse repetindo o som.
- Esses romances são todos iguais, eles brigam e depois quando perdem correm atrás e tudo acaba bem - explicou me fazendo gargalhar.
- Por que está rindo? - perguntou sorrindo.
- Você fez o mesmo, não percebi isso? Precisou achar que estava me perdendo para tomar uma atitude - expliquei.
- Não é a mesma coisa, esses filmes são exagerados, quando brigamos e você vai embora, não toca nenhuma música enquanto chora por mim - respondeu me olhando de um jeito engraçado.
- Você é uma comédia sabia? A vida real é bem mais dramática - falei o beijando.
- Se fosse para tocar alguma música depois de nossa briga qual seria? - ele perguntou.
- Acho que eu escolheria a música da Cher, Love Hurts - respondi lembrando parte da letra.
- E o que fala na música? - ele perguntou sem saber qual era a música.
- O amor fere, o amor deixa cicatrizes, O amor machuca e estraga Qualquer coração que não seja duro ou forte o bastante aguenta muita dor, aguenta muita dor. O amor é como uma nuvem, contém muita chuva - disse parte da música.
- Nossa que sofrência - respondeu tirando sarro.
- Não caçoe de mim - falei fazendo bico.
- Vou comprar um cd da Cher só para você ter se acaso brigarmos está bem? - falou arrumando minha franja.
- Seu bobo, vai, levante-se, preciso ir até minha casa - disse me levantando do seu colo.
Ele se levantou e colocou uma camiseta e um jeans, vesti minha roupa e coloquei minha lingerie na bolsa.
Saímos em direção a meu apartamento, e, assim que chegamos, ele fez questão de subir comigo, acho que queria conferir se o Frank realmente morava comigo.
- Entre - disse abrindo a porta.
Ele entrou observando o apartamento e se sentou no sofá que eu apontei.
- Já volto - disse indo para meu quarto.
Enquanto eu separava uma roupa para correr e três trocas de roupas a mais, ele parou na porta do meu quarto e disse:
- Então é aqui que você dorme? - perguntou olhando atentamente.
- Que susto! - respondi dando um pulo.
- Desculpa minha linda, não aguentei de curiosidade.
- Não, tudo bem. Eu só não esperava - expliquei colocando a roupa na bolsa.
- Está levando roupa para ficar sábado e domingo? - perguntou.
- Acha que preciso? - perguntei brincando.
- Por mim, você só ficaria nua, mas quero levá-la para jantar amanhã e almoçar no domingo - respondeu sorrindo.
Não acreditava no que ouvia, ele queria me levar em lugares públicos, que progresso.
- Posso escolher suas roupas? - perguntou me pegando de surpresa.
- Escolher minhas roupas? Por quê? - indaguei sem entender nada.
- Tenho alguns desejos que algumas mulheres não entendem, gosto de tomar todas as atitudes, as mulheres não gostam, mas como homem, prefiro que seja do meu gosto - explicou me deixando confusa.
- Ricardo, que você gosta de mandar eu já percebi, mas não chega a ser pior que isso, ou chega? - perguntei tentando compreender até onde ele iria.
- Será que é demais o homem escolher a roupa que sua mulher vai vestir? - perguntou firme.
- Depende, se for para me ver bonita, eu concordo, mas se for para me deixar como uma tia encalhada que ninguém vai olhar por ser ciumento, prefiro eu mesma escolher - respondi deixando claro que não permitiria ciúmes possessivo.
- Acho que já deu para perceber que não curto sair com mulheres feias ou desarrumadas, então porque eu faria isso com você? Quero você sempre radiante e provocando olhares, mas que todos saibam que é minha e sempre será - disse me abraçando.
- Entendi, pode escolher. Vamos ver o que faz para me surpreender - respondi abrindo o guarda roupa.
- Eu gostaria que me esperasse na sala, não quero que veja o que escolherei, prefiro que seja uma surpresa - respondeu arqueando a sobrancelha.
- Olhe lá, Ricardo, se escolher algo f**o, eu saio pelada - brinquei saindo do quarto.
Fiquei na sala e enquanto eu preparava um suco de laranja, Frank entrou.
- Ju, boa noite, como foi seu dia? - perguntou jogando a chave em cima da mesa e se sentando.
- Foi ótimo - respondi com os olhos brilhando.
- É, estou percebendo, este brilho de paixão em seus olhos diz tudo - falou fazendo careta.
- Você hein? Pode parar - disse jogando a casca da laranja nele.
- E o todo poderoso como está? - perguntou se referindo a Ricardo.
- Quem seria o todo poderoso? - Ricardo entrou na cozinha perguntando.
Frank perdeu a fala, ficou em estado de choque, me olhou como se pedisse ajuda.
- Ricardo, ele se referia a você, o chamo assim - expliquei sorrindo.
Ricardo sorriu e estendeu a mão para Frank.
- Tudo bem, Frank? - perguntou sorrindo.
- Sim - Frank respondeu sem graça.
- Juliana, vamos? Já peguei tudo que vai precisar - Ricardo disse.
- Precisar? Aonde você vai, July? - Frank perguntou franzindo a testa.
- Eu vou passar o final de semana com Ricardo, porque mamãe? – brinco com Frank.
- Ricardo e Juliana, por favor, sentem-se - pediu Frank nos olhando com a cara fechada.
Eu e Ricardo nos olhamos e sorrimos. Sentei e fiz sinal para que Ricardo fizesse o mesmo.
- Diga mamãe - falei para Frank.
- Certo, já deu para ver que estão apaixonados, mas não acham que estão indo rápido demais? Ricardo, você é patrão da Juliana, se vocês se desentenderem ela vai perder o emprego e só eu sei como foi difícil vê-la desesperada e depressiva todos esses meses sem trabalhar. Não estou querendo me meter, mas não posso deixa-la se machucar. Posso ser gay, mas viro um leão para defender quem eu amo e a Ju é como irmã para mim - disse Frank de maneira firme para Ricardo.
- Frank, fique tranquilo, se um dia eu e Juliana brigarmos, prometo que não vou demiti-la. Não pretendo me afastar dela, essa mulher me pegou de jeito - disse Ricardo pegando em minha mão.
Frank nos olhou e sorriu, acho que ele nunca tinha me visto tão feliz e isso o fez ficar menos preocupado.
- Tudo bem, Ricardo, espero que seja um homem de palavra - Frank disse olhando Ricardo nos olhos.
- Fique tranquilo. Que tal sairmos agora para tomar algo, nós três? Assim podemos nos conhecer melhor - Ricardo propôs.
- Eu vou adorar - Frank respondeu.
- Façamos o seguinte, eu vou levar essa malinha para casa, me arrumo e volto para buscar vocês - disse se levantando.
- Acho ótimo assim tenho um tempinho maior para me arrumar - respondi.
Ele então me abraçou e me deu um beijo apaixonante, enquanto Frank assistia de camarote.
- Até daqui a pouco, minha linda - Ricardo disse pegando em meu queixo e me dando um beijo selinho, saindo em seguida.
Olhei para Frank que estava de boca aberta.
- Fecha a boca, amigo - brinco sorrindo.
- Cachorra, ele está de quatro por você e o filho da mãe é tão sexy, quase me molhei aqui com o beijo que ele te deu - disse Frank extasiado.
- Tira o olho que esse bofe tem dono! Vai, levanta. Vamos nos arrumar, que hoje a noite é nossa - saí cantando.
Às nove horas Ricardo nos buscou e fomos para o barzinho de costume.
O lugar estava lotado como sempre, e assim que chegamos Ricardo estava entrando na frente, enquanto Frank e eu conversávamos logo atrás dele.
— Será que ele vai mostrar para todos que está com você? - Frank perguntou sussurrando.
— Não quero pensar nisso. Aqui vamos encontrar várias ex-modeletes dele. Não quero pressionar nada, ele já progrediu muito, vamos com calma - respondi tentando aparentar uma tranquilidade que não tinha no momento.
Eu estava realmente com medo de Ricardo me tratar com indiferença na frente de outras pessoas.
Assim que a recepcionista nos viu, se aproximou sorrindo.
— Boa noite, o senhor Alcântara já os aguarda, por aqui - disse nos levando a uma mesa reservada por Eduardo.
Sentamos após cumprimentar Eduardo, que abriu um lindo sorriso ao ver Frank. Dava para sentir o clima de romance entre eles.
— O que vai beber, amor? - perguntou Ricardo em meu ouvido, enquanto segurava o cardápio.
— Hoje quero beber um coquetel de morango com vinho - respondi sorrindo.
— Vinho? Já vi que nossa noite vai pegar fogo, mulheres quando bebem vinho ficam mais selvagens na cama - disse me olhando com malícia.
— Então eu acho que você vai ficar bem. Não beba muito, quero você muito bem disposto por toda a noite para apagar meu fogo - falei sorrindo e mordendo o lábio inferior.
- Não morda o lábio, já te disse que isso me enlouquece - Ricardo sussurrou em meu ouvido.
Isso me deixou excitada, levei minha mão até a calça dele, apertando devagar seu pênis e pude sentir que ele já estava e******o também.
Quando coloquei a mão, ele chegou próximo de mim e continuou.
- Eu vou acabar te comendo aqui mesmo, gostosa - sussurrou de forma sexy e isso me fez molhar a calcinha.
- O que acha de dar um pulinho no banheiro? - perguntei, desejando aquele homem dentro de mim mais do que qualquer coisa.
Pedi licença e fui ao banheiro, tirei a calcinha e coloquei na bolsa e fiquei esperando que Ricardo viesse.
Depois de cinco minutos, saí do banheiro e quando olhei ao redor, vi Ricardo conversando com uma morena alta, magra e absurdamente bonita. Senti o ódio tomar conta de mim, logo quando eu o esperava, ele parou para falar com uma mulher daquela. A vaca tinha que ser tão bonita?
Ele me viu e nitidamente ficou nervoso. Eu não sabia se me aproximava ou voltava para a mesa, ele percebeu que eu fiquei sem reação, fez sinal para que fosse até ele e eu obedeci de forma automática.
- Vivian, esta é minha namorada Juliana - Ricardo disse me apresentando à morena maravilhosa, ela conseguia ser ainda mais bonita de perto.
- Olá - ela disse com desdém, me olhando de cima a baixo com contrariedade.
Ricardo percebeu o modo grosseiro da amiga e se aproximou ainda mais de mim, envolvendo seu braço em minha cintura. Cheguei a sorrir com a atitude dele.
Olhei com ar desafiador para a tal Vivian e ela por sua vez me encarou também.
- Isso é mesmo um namoro, ou só ação beneficente Ricardo? - perguntou Vivian de modo sarcástico.
- Não entendi sua intenção nessa pergunta, Vivian. Você está querendo ser engraçada, ou só estúpida? - respondeu Ricardo com grosseria.
Eu me aproximei de seu ouvido e pedi que saíssemos dali, não queria esse tipo de conversa, Ricardo já estava nervoso e era nítido que aquela vaca queria nos tirar do sério.
- Desculpe Ricardo, mas não sabia que isso era sério, nunca imaginei você com alguém assim - falou apontando para mim com cara de nojo.
- Alguém assim? Não entendi - Ricardo retrucou.
- É alguém tão fora de forma, você é conhecido por sair com as mulheres mais lindas e agora diz que está namorando isso? Ela é gorda! - exclamou com raiva.
- E você, além de ser preconceituosa e fútil, é definitivamente asquerosa! Com licença, v***a - Ricardo respondeu me tirando dali.
Chegamos à mesa e eu estava pálida, não queria ter que passar por isso toda vez que encontrasse alguém que Ricardo conhece.
- Ju o que você tem? - Perguntou Frank preocupado.
- Nada não - respondi com lágrimas nos olhos.
- Fale Ricardo, o que fez? - perguntou Frank nervoso.
- Calma, Frank. Ricardo não fez nada, foi uma ex dele que me afrontou - respondi tentando acalmá-lo.
- O que ela disse? - perguntou Eduardo.
- Que o Ricardo devia estar fazendo ação beneficente para ficar comigo, me olhou com nojo, me insultou do modo mais baixo - disse chorando.
- Juliana me escute. Essas mulheres que precisam insultar alguém para se sentirem melhores são dignas de pena, precisam rebaixar o outro para se autoafirmarem. Não fique desse jeito não, você é linda, uma modelo incrível, suas fotos estão fazendo sucesso - Eduardo falou de modo carinhoso.