Capítulo V

4980 Words
Estava arrumada e indo para o barzinho de costume com Frank, tratei Ricardo com indiferença a semana toda e ele por sua vez enviava vários emails internos para me instigar, mas nem respostas eu dava. - Frank esse lugar hoje está lotado! - disse me referindo ao bar assim que entramos. - Assim que é bom, adoro ver esses homens maravilhosos circulando no mesmo lugar que eu. Me segura amiga, vou ter uma síncope - brincou Frank. Eu quase gargalhei ao ouvi-lo falar aquilo. - Que bom que chegaram - disse Eduardo ao nos ver próximo à recepção. - Aqui está muito lotado Eduardo, não sei se conseguiremos um lugar - respondi. - É para isso que tenho poder Juliana. Venha, já reservei uma mesa - nos avisou, pegando minha mão para acompanhá-lo. - Como eu adoro homens poderosos - brinquei sorrindo e o acompanhando até a mesa. Ele deu passagem para que eu me sentasse no canto e sentou-se ao meu lado, deixando Frank se sentar a nossa frente. - Tomei a liberdade de pedir uma bebida para vocês - falou apontando dois Martinis que estavam sendo colocados na mesa pelo garçom. - Obrigada Eduardo, adoro Martini - falei pegando a taça. Ficamos conversando e pude ver algumas trocas de olhares entre Frank e Eduardo, cheguei a sorrir mentalmente, gay realmente é melhor que mulher quando quer alguém. Meu telefone tocou e levantei da mesa para atender no banheiro. - Alô - gritei tentando ser ouvida em meio a tanto barulho. Uma banda tocava no barzinho. - Onde você está? - Ricardo perguntou gritando para que eu conseguisse ouvi-lo. - Estou no Parada Obrigatória - respondi gritando e com a mão no ouvido. Ele desligou e não entendi nada, voltei para a mesa e continuei conversando com Frank e Eduardo, que estavam ainda mais íntimos. - Gente vocês deviam ir para um motel - falei brincando ao ver os dois piscarem um para o outro. - E deixar você sozinha? Não mesmo mocinha - respondeu Frank sorrindo. Alguns minutos depois Ricardo chegou a nossa mesa e, parado como estátua, me olhava com raiva. - Juliana, preciso falar com você. - Ui, acho que o todo poderoso quer falar com você em particular, July - Frank fez piada tentando ser engraçado. Levantei e fui puxada por ele para perto do banheiro. Olhei em seus olhos e tentei não perder o controle, adoro homens de atitude e não podia reclamar, ele estava tão másculo e irritadinho, que cheguei a sorrir. - Fala logo Ricardo, estou com meus amigos - disse com um tom mais rígido. - Eu quero você - falou me agarrando. Ele me beijou ali, na frente de todos, e eu fui recíproca me entregando. Depois de alguns segundos parei e o afastei. - Ricardo você está ficando louco? - perguntei com raiva. - Louco? Por quê? - perguntou franzindo a testa sem entender direito o que eu dizia. - Não quero nenhuma cena em público, sou solteira e não quero ser vista com ninguém, você está estragando tudo - falei menosprezando ele. Ele me olhava como se tivesse um enorme ponto de interrogação em seu rosto. - Você não quer ser vista comigo? Não acha que está confundindo as coisas? Você acha que é quem para me menosprezar? - perguntou fulo comigo. - Porque está tão bravo comigo? Você não falaria isso para mim? Você está sempre saindo com modelos, não era você que dizia que eu não sou seu perfil? - perguntei o colocando na parede. - Nunca diria algo assim para você - respondeu tentando se explicar. - Não mesmo, Ricardo? Você só diz isso porque eu disse primeiro, não queira enganar uma predadora! No que se diz respeito à enganação, eu sou mestre meu querido. Estou acostumada com homens como você, porque sou assim - falei desmontando ele. - Deu para perceber que você não é como as outras, por isso estou perdido. Não sei como fazê-la ficar comigo, estou sempre pensando o que posso fazer para conquistá-la - falou com tom sincero. Não me deixei levar pelas doces palavras dele, sei exatamente o que dizemos quando queremos conquistar alguém. - Ah! Não sabe como me conquistar? Acho melhor nem tentar, não sou o tipo de mulher que terá em suas mãos, sou muito mais esperta do que pareço senhor Ricardo - falei despejando toda minha fúria. - Por que você tem que ser tão deliciosa assim? Adoro esse seu jeito arisco, me deixa com muito mais t***o, sabia? - perguntou mordendo o lábio. - Acostume-se Ricardo, não sou nenhum troféu e bem levo jeito para isso, quero s**o, não compromisso - disse vendo seu semblante mudar. - Eu também quero só s**o - respondeu tentando conter sua contrariedade. - Posso até pensar no seu caso, mas não pense que será quando você quiser, eu dou as cartas, quando eu quiser, te ligo - falei o fazendo ficar de boca aberta. - Não acha que está abusando demais? - perguntou pegando em meus braços com força. - Você está me machucando Ricardo, me larga - falei tirando meu braço. - Você vai embora comigo agora, ou eu faço um escândalo. - Você vai fazer um escândalo? Duvido - falei tentando tirá-lo do sério. Neste momento ele me puxou e eu tentava me soltar, um dos homens perto de nós se aproximou. - Ô cara, larga a moça, não viu que ela não quer ir com você? - disse o rapaz colocando a mão no ombro de Ricardo. Ricardo o olhou com raiva e se virou. - E você, o que tem a ver com isso seu i****a? - perguntou Ricardo com ódio. - Por que, vai encarar velhote? - o cara disse o confrontando. - Vou sim, seu filho de rapariga - respondeu o empurrando. Ricardo perdeu o controle e deu um soco na cara do rapaz que não devia ter nem vinte anos. - Ricardo, para! - gritei segurando ele, que parecia não me ouvir e, furioso, o socou novamente. - Ricardo, vamos embora! Eu vou com você, mas para com isso - gritei tentando o persuadir a sair dali. Eu o arrastei dali auxiliada por Frank que logo chegou para me ajudar em meio à aglomeração que se formou ao nosso redor. Saímos do bar e Frank me ajudou a colocá-lo dentro do carro. Ricardo ao ver que era Frank voltou a ficar violento. - Ricardo, calma! Não é nada do que você está pensando cara, eu sou gay e moro com a Juliana - explicou Frank que estava sendo segurado pelo colarinho. - Você é gay? - Ricardo perguntou sem entender e me olhando. - É Ricardo, ele é gay, eu menti para que você não enchesse meu saco - disse tentando acalmá-lo. Ricardo então largou Frank, me olhou e continuou. - Entre no carro, Juliana. Agora - gritou para que eu obedecesse. Ao invés de brigar resolvi obedecer, adoro homens que pensam que estão no controle, isso me excita. Entrei no carro e Ricardo me levou dali. Enquanto ele dirigia bufando, nem sequer me olhou, não disse nenhuma palavra, só dirigiu. Ao chegarmos na frente do meu prédio ele abriu a porta do carro. - Vai Juliana, sai logo do carro - falou de modo grosseiro. Não discuti, saí e ele me seguiu prédio adentro. Chegamos no meu apartamento, abri a porta e ele se sentou no sofá, peguei gelo em um pano de prato, me sentei do lado dele e coloquei em sua mão, que estava muito inchada. - Pressione, o gelo ajuda a desinchar - disse entregando o pano para ele e me levantando do sofá. - Aonde vai? - ele perguntou desesperado e se levantando. - Fique aí, eu vou tirar essa roupa e colocar algo mais fresco, já volto - respondi olhando com o semblante mais sereno. Troquei de roupa e fui para a sala, onde ele me aguardava de cabeça baixa. - Juliana, me desculpe - disse com tristeza. - Não precisa continuar Ricardo, já entendi - disse levantando a mão. - Eu sei que passei dos limites. – disse envergonhado. - Ricardo eu também tenho culpa, vamos esquecer isso, está bem? - perguntei tentando acabar com a conversa. - Tudo bem, eu vou para casa - disse se levantando. Antes de chegar na porta ele se virou e disse: - Ah! Quase me esqueci, comprei isto para você, gostaria que aceitasse e usasse. Quando vi a caixa em sua mão, imaginei a tornozeleira e meus olhos brilharam. Abri a caixa e vi uma gargantilha de ouro com um pingente em formato de coração. Olhei melhor e notei que se tratava de um diamante n***o. - Meu Deus! É lindo Ricardo, você costuma dar jóias a suas conquistas? - perguntei no intuito de deixá-lo m*l. - Não desse tipo - respondeu. - E por que um diamante n***o? - perguntei curiosa. - Porque o diamante n***o é algo belo e raro, como você - disse me deixando sem graça. - Muito obrigada - respondi olhando em seus olhos. Ele abriu a porta e saiu, me deixando sozinha com a gargantilha na mão. Levantei cedo, fui correr e cheguei em casa atrasada. Enquanto corria não me dei conta da hora e resultou em ir trabalhar com o cabelo sem secar. Entrei no elevador e encontrei um dos advogados da empresa. Imagine um homem bonito, ainda não chega perto, o cara é quase um galã de cinema. Quem é Brad Pitt perto dele? O cara é um espetáculo. Ele me olhou e sorriu. - Bom dia, Juliana - disse com um sorriso no canto dos lábios, como esse homem consegue ficar ainda mais sexy abrindo a boca. - Bom dia, doutor Vitor - respondi de maneira cordial. - Posso te fazer uma pergunta? Não me leve a m*l - falou com receio. - Claro doutor, fique à vontade - respondi hipnotizada naquela boca vermelha. - Aquele outdoor na frente do prédio. É você? - Perguntou olhando firme em meus olhos. - Sim doutor, sou eu - respondi de cabeça baixa, tímida. - Meu Deus! Você é linda, que corpão - falou com brilho nos olhos. - Obrigada doutor, é sempre bom ouvir um elogio. O elevador abriu e ele me seguiu pelo corredor. - Você tem namorado? - perguntou com todas as intenções. - Não. Acho que nem tempo para isso eu tenho - disse de modo sincero. - O que está acontecendo com esses homens? Uma mulher linda como você, no mínimo tinha que estar casada - falou brincando. - Obrigada, doutor - disse me sentando em minha cadeira. Neste momento Ricardo abriu a porta da sala, levantou a sobrancelha e olhou com raiva para Vitor, que entendeu seu olhar e saiu em seguida se despedindo. - O que estava acontecendo aqui, Juliana? - perguntou nervoso. - Que é isso, Ricardo? Para de ser paranóico, o doutor Vitor só foi gentil e veio conversando comigo - respondi. - Vai me falar que ele não te cantou? - perguntou Ricardo sabendo bem do que Vitor é capaz. - Não me cantou, mas me elogiou - respondi olhando e franzindo a testa. - Elogiou? Que tipo de elogio? - perguntou quase sem paciência. - Falou que estou linda no outdoor e que não entende os homens que ainda não casaram comigo - respondi esperando uma reação dele. - Aquele outdoor... Preciso tirar isso da frente do prédio, não aguento mais os comentários destes advogados. Ele se aproximou e me levantou. - O que foi Ricardo, se contenha - respondi. - Onde está o colar que te dei? - perguntou olhando meu pescoço mais de perto. - Deixei em casa - respondi. - Vá embora agora e só volte com ele no pescoço - disse esbravejando. - Até parece que vou sair daqui e voltar para casa só para buscar um colar - respondi enfrentando-o. - Juliana eu não estou brincando, ou você busca o colar, ou pode ir para casa e não precisa voltar - falou com raiva, seu olhar estava duro e me apertava com força. - Está bem, eu vou buscar - respondi com medo de perder o emprego. Saí da empresa e fui para casa, peguei o colar e voltei em menos de meia hora. Quando cheguei fui direto para sua sala, entrei sem bater e o peguei se masturbando enquanto olhava minha imagem no outdoor. Olhei assustada e quando ele me viu veio rapidamente em minha direção, me tomou em seus braços, arrancou minha saia de um jeito rápido e me pegou no colo me encaixando em seu m****o duro e delicioso. Ele respirava ofegante e me beijava de um jeito voraz, como se quisesse me engolir. - Acho que estou apaixonado por você - disse me pegando de surpresa, enquanto me preenchia. Não respondi, só comecei a gemer um pouco mais, sendo recíproca ao seus movimentos que se tornaram mais intensos. Quando eu ia gozar fiquei ofegante e ele, por sua vez, gozou junto comigo, me preenchendo com seu g**o quente e me deixando ainda pulsando por dentro. Não saiu de dentro de mim, ficou sentado na cadeira comigo ainda sentada em cima dele, colocou a cabeça em meu ombro e continuou. - Juliana, eu estou apaixonado por você, é sério - repetiu para que eu entendesse. - E o que pensa em fazer a respeito? - perguntei sem dizer que era louca por ele. - Me comprometer com você, mas já aviso, precisamos ir com calma. Faz tempo que não me comprometo com alguém - respondeu explicando algo que eu não conseguia entender. - Ir com calma, o que isso quer dizer? Que ninguém saiba que estamos juntos? É isso? – enchi-o de perguntas tentando entender o que isso significava. - Não é bem assim, aqui no escritório todos saberão, mas, quanto a outras pessoas, temos que ir com calma - explicou. - Para começar, eu posso aceitar isso, mas, se eu não concordar com o rumo que isso vai dar eu te abandono, entendeu? - perguntei deixando claro meu ponto de vista. - Entendi minha deusa - falou voltando a me beijar. Neste momento senti seu m****o voltar a pulsar dentro de mim, ele me olhou sorrindo e eu entendendo seu olhar, voltei a cavalgar. Depois de vinte minutos gozamos novamente. Meu dia começou muito bem, vamos ver o que acontece depois. Saí de cima dele e ele me puxou de volta. - Onde pensa que vai, mocinha? - perguntou. - Ricardo, eu preciso trabalhar. Se meu chefe me pega aqui com você ele me dá uns tapas na b***a - brinquei piscando. - Se seu chefe vier aqui eu prometo te defender - respondeu me beijando. - Sabia que perdemos toda a manhã? Já está na hora do meu almoço - disse olhando no relógio. - Isso é ótimo! Você vem comigo, vamos almoçar na minha casa - disse pegando o celular. Ligou para a casa dele e disse para a empregada colocar mais um prato na mesa, que ele estava levando a namorada para almoçar e que ela podia ir embora que ele mesmo se serviria. Saímos do escritório e fomos para sua casa. Chegando lá, estávamos sozinhos, ele me levou para o banheiro onde tomamos banho enquanto transávamos mais uma vez debaixo do chuveiro. Logo depois vesti um roupão dele, sem calcinha e nem sutiã. Sentamos e comemos, ele estava todo romântico, me dando comida na boca e me beijando de modo carinhoso. Ficamos mais de três horas na casa dele e quando voltamos para o escritório ele fez questão de entrar comigo e ficar de mãos dadas o tempo todo, para que todos vissem que eu era dele, que pertencia a ele. Todos nos olhavam com surpresa e eu sorria. Ao chegar em frente à sala dele, me deu um beijo longo e foi abrindo a porta, mas antes de entrar me olhou e disse: - Não vejo a hora de o dia terminar, hoje você vai dormir comigo, não se esqueça, minha gostosa - disse sorrindo e entrou. Eu estava delirando de emoção, meu coração estava quase saindo pela boca. "Esse homem é meu!" Saímos da empresa de mãos dadas, a maioria dos sócios de Ricardo estavam comentando algo no elevador e quando nos viram mudaram de assunto. Ricardo me olhou e sorriu. - Eles estão loucos de inveja de mim - disse em meu ouvido. Eu o olhei e sorri, ele então me abraçou por trás e olhou com cara f**a para os demais no elevador. Chegamos na casa de Ricardo e ele e eu tomamos banho, vesti novamente o roupão dele. - Preciso ir à minha casa, pegar roupas, não posso ficar assim, amanhã acordo cedo para correr, não tenho nem calcinha e sutiã limpos, nem sequer meus tênis - disse sentada no colo dele enquanto víamos o filme Como Perder um homem em dez dias. - Juliana espere, mais tarde eu a levo - respondeu beijando meu pescoço. Ficamos prestando atenção no filme e na parte em que eles estavam brigando na porta da festa e ele a parabenizou por ter conseguido perder o homem como na matéria que faria para a revista, Ricardo me olhou e fez um barulho engraçado. Eu virei a cabeça para olhar em seu rosto. - O que foi isso? - perguntei sorrindo. - Nada, por quê? - respondeu me indagando. - Não sei, você fez hum - disse repetindo o som. - Esses romances são todos iguais, eles brigam e depois quando perdem correm atrás e tudo acaba bem - explicou me fazendo gargalhar. - Por que está rindo? - perguntou sorrindo. - Você fez o mesmo, não percebi isso? Precisou achar que estava me perdendo para tomar uma atitude - expliquei. - Não é a mesma coisa, esses filmes são exagerados, quando brigamos e você vai embora, não toca nenhuma música enquanto chora por mim - respondeu me olhando de um jeito engraçado. - Você é uma comédia sabia? A vida real é bem mais dramática - falei o beijando. - Se fosse para tocar alguma música depois de nossa briga qual seria? - ele perguntou. - Acho que eu escolheria a música da Cher, Love Hurts - respondi lembrando parte da letra. - E o que fala na música? - ele perguntou sem saber qual era a música. - O amor fere, o amor deixa cicatrizes, O amor machuca e estraga Qualquer coração que não seja duro ou forte o bastante aguenta muita dor, aguenta muita dor. O amor é como uma nuvem, contém muita chuva - disse parte da música. - Nossa que sofrência - respondeu tirando sarro. - Não caçoe de mim - falei fazendo bico. - Vou comprar um cd da Cher só para você ter se acaso brigarmos está bem? - falou arrumando minha franja. - Seu bobo, vai, levante-se, preciso ir até minha casa - disse me levantando do seu colo. Ele se levantou e colocou uma camiseta e um jeans, vesti minha roupa e coloquei minha lingerie na bolsa. Saímos em direção a meu apartamento, e, assim que chegamos, ele fez questão de subir comigo, acho que queria conferir se o Frank realmente morava comigo. - Entre - disse abrindo a porta. Ele entrou observando o apartamento e se sentou no sofá que eu apontei. - Já volto - disse indo para meu quarto. Enquanto eu separava uma roupa para correr e três trocas de roupas a mais, ele parou na porta do meu quarto e disse: - Então é aqui que você dorme? - perguntou olhando atentamente. - Que susto! - respondi dando um pulo. - Desculpa minha linda, não aguentei de curiosidade. - Não, tudo bem. Eu só não esperava - expliquei colocando a roupa na bolsa. - Está levando roupa para ficar sábado e domingo? - perguntou. - Acha que preciso? - perguntei brincando. - Por mim, você só ficaria nua, mas quero levá-la para jantar amanhã e almoçar no domingo - respondeu sorrindo. Não acreditava no que ouvia, ele queria me levar em lugares públicos, que progresso. - Posso escolher suas roupas? - perguntou me pegando de surpresa. - Escolher minhas roupas? Por quê? - indaguei sem entender nada. - Tenho alguns desejos que algumas mulheres não entendem, gosto de tomar todas as atitudes, as mulheres não gostam, mas como homem, prefiro que seja do meu gosto - explicou me deixando confusa. - Ricardo, que você gosta de mandar eu já percebi, mas não chega a ser pior que isso, ou chega? - perguntei tentando compreender até onde ele iria. - Será que é demais o homem escolher a roupa que sua mulher vai vestir? - perguntou firme. - Depende, se for para me ver bonita, eu concordo, mas se for para me deixar como uma tia encalhada que ninguém vai olhar por ser ciumento, prefiro eu mesma escolher - respondi deixando claro que não permitiria ciúmes possessivo. - Acho que já deu para perceber que não curto sair com mulheres feias ou desarrumadas, então porque eu faria isso com você? Quero você sempre radiante e provocando olhares, mas que todos saibam que é minha e sempre será - disse me abraçando. - Entendi, pode escolher. Vamos ver o que faz para me surpreender - respondi abrindo o guarda roupa. - Eu gostaria que me esperasse na sala, não quero que veja o que escolherei, prefiro que seja uma surpresa - respondeu arqueando a sobrancelha. - Olhe lá, Ricardo, se escolher algo f**o, eu saio pelada - brinquei saindo do quarto. Fiquei na sala e enquanto eu preparava um suco de laranja, Frank entrou. - Ju, boa noite, como foi seu dia? - perguntou jogando a chave em cima da mesa e se sentando. - Foi ótimo - respondi com os olhos brilhando. - É, estou percebendo, este brilho de paixão em seus olhos diz tudo - falou fazendo careta. - Você hein? Pode parar - disse jogando a casca da laranja nele. - E o todo poderoso como está? - perguntou se referindo a Ricardo. - Quem seria o todo poderoso? - Ricardo entrou na cozinha perguntando. Frank perdeu a fala, ficou em estado de choque, me olhou como se pedisse ajuda. - Ricardo, ele se referia a você, o chamo assim - expliquei sorrindo. Ricardo sorriu e estendeu a mão para Frank. - Tudo bem, Frank? - perguntou sorrindo. - Sim - Frank respondeu sem graça. - Juliana, vamos? Já peguei tudo que vai precisar - Ricardo disse. - Precisar? Aonde você vai, July? - Frank perguntou franzindo a testa. - Eu vou passar o final de semana com Ricardo, porque mamãe? – brinco com Frank. - Ricardo e Juliana, por favor, sentem-se - pediu Frank nos olhando com a cara fechada. Eu e Ricardo nos olhamos e sorrimos. Sentei e fiz sinal para que Ricardo fizesse o mesmo. - Diga mamãe - falei para Frank. - Certo, já deu para ver que estão apaixonados, mas não acham que estão indo rápido demais? Ricardo, você é patrão da Juliana, se vocês se desentenderem ela vai perder o emprego e só eu sei como foi difícil vê-la desesperada e depressiva todos esses meses sem trabalhar. Não estou querendo me meter, mas não posso deixa-la se machucar. Posso ser gay, mas viro um leão para defender quem eu amo e a Ju é como irmã para mim - disse Frank de maneira firme para Ricardo. - Frank, fique tranquilo, se um dia eu e Juliana brigarmos, prometo que não vou demiti-la. Não pretendo me afastar dela, essa mulher me pegou de jeito - disse Ricardo pegando em minha mão. Frank nos olhou e sorriu, acho que ele nunca tinha me visto tão feliz e isso o fez ficar menos preocupado. - Tudo bem, Ricardo, espero que seja um homem de palavra - Frank disse olhando Ricardo nos olhos. - Fique tranquilo. Que tal sairmos agora para tomar algo, nós três? Assim podemos nos conhecer melhor - Ricardo propôs. - Eu vou adorar - Frank respondeu. - Façamos o seguinte, eu vou levar essa malinha para casa, me arrumo e volto para buscar vocês - disse se levantando. - Acho ótimo assim tenho um tempinho maior para me arrumar - respondi. Ele então me abraçou e me deu um beijo apaixonante, enquanto Frank assistia de camarote. - Até daqui a pouco, minha linda - Ricardo disse pegando em meu queixo e me dando um beijo selinho, saindo em seguida. Olhei para Frank que estava de boca aberta. - Fecha a boca, amigo - brinco sorrindo. - Cachorra, ele está de quatro por você e o filho da mãe é tão sexy, quase me molhei aqui com o beijo que ele te deu - disse Frank extasiado. - Tira o olho que esse bofe tem dono! Vai, levanta. Vamos nos arrumar, que hoje a noite é nossa - saí cantando. Às nove horas Ricardo nos buscou e fomos para o barzinho de costume. O lugar estava lotado como sempre, e assim que chegamos Ricardo estava entrando na frente, enquanto Frank e eu conversávamos logo atrás dele. — Será que ele vai mostrar para todos que está com você? - Frank perguntou sussurrando. — Não quero pensar nisso. Aqui vamos encontrar várias ex-modeletes dele. Não quero pressionar nada, ele já progrediu muito, vamos com calma - respondi tentando aparentar uma tranquilidade que não tinha no momento. Eu estava realmente com medo de Ricardo me tratar com indiferença na frente de outras pessoas. Assim que a recepcionista nos viu, se aproximou sorrindo. — Boa noite, o senhor Alcântara já os aguarda, por aqui - disse nos levando a uma mesa reservada por Eduardo. Sentamos após cumprimentar Eduardo, que abriu um lindo sorriso ao ver Frank. Dava para sentir o clima de romance entre eles. — O que vai beber, amor? - perguntou Ricardo em meu ouvido, enquanto segurava o cardápio. — Hoje quero beber um coquetel de morango com vinho - respondi sorrindo. — Vinho? Já vi que nossa noite vai pegar fogo, mulheres quando bebem vinho ficam mais selvagens na cama - disse me olhando com malícia. — Então eu acho que você vai ficar bem. Não beba muito, quero você muito bem disposto por toda a noite para apagar meu fogo - falei sorrindo e mordendo o lábio inferior. - Não morda o lábio, já te disse que isso me enlouquece - Ricardo sussurrou em meu ouvido. Isso me deixou excitada, levei minha mão até a calça dele, apertando devagar seu pênis e pude sentir que ele já estava e******o também. Quando coloquei a mão, ele chegou próximo de mim e continuou. - Eu vou acabar te comendo aqui mesmo, gostosa - sussurrou de forma sexy e isso me fez molhar a calcinha. - O que acha de dar um pulinho no banheiro? - perguntei, desejando aquele homem dentro de mim mais do que qualquer coisa. Pedi licença e fui ao banheiro, tirei a calcinha e coloquei na bolsa e fiquei esperando que Ricardo viesse. Depois de cinco minutos, saí do banheiro e quando olhei ao redor, vi Ricardo conversando com uma morena alta, magra e absurdamente bonita. Senti o ódio tomar conta de mim, logo quando eu o esperava, ele parou para falar com uma mulher daquela. A vaca tinha que ser tão bonita? Ele me viu e nitidamente ficou nervoso. Eu não sabia se me aproximava ou voltava para a mesa, ele percebeu que eu fiquei sem reação, fez sinal para que fosse até ele e eu obedeci de forma automática. - Vivian, esta é minha namorada Juliana - Ricardo disse me apresentando à morena maravilhosa, ela conseguia ser ainda mais bonita de perto. - Olá - ela disse com desdém, me olhando de cima a baixo com contrariedade. Ricardo percebeu o modo grosseiro da amiga e se aproximou ainda mais de mim, envolvendo seu braço em minha cintura. Cheguei a sorrir com a atitude dele. Olhei com ar desafiador para a tal Vivian e ela por sua vez me encarou também. - Isso é mesmo um namoro, ou só ação beneficente Ricardo? - perguntou Vivian de modo sarcástico. - Não entendi sua intenção nessa pergunta, Vivian. Você está querendo ser engraçada, ou só estúpida? - respondeu Ricardo com grosseria. Eu me aproximei de seu ouvido e pedi que saíssemos dali, não queria esse tipo de conversa, Ricardo já estava nervoso e era nítido que aquela vaca queria nos tirar do sério. - Desculpe Ricardo, mas não sabia que isso era sério, nunca imaginei você com alguém assim - falou apontando para mim com cara de nojo. - Alguém assim? Não entendi - Ricardo retrucou. - É alguém tão fora de forma, você é conhecido por sair com as mulheres mais lindas e agora diz que está namorando isso? Ela é gorda! - exclamou com raiva. - E você, além de ser preconceituosa e fútil, é definitivamente asquerosa! Com licença, v***a - Ricardo respondeu me tirando dali. Chegamos à mesa e eu estava pálida, não queria ter que passar por isso toda vez que encontrasse alguém que Ricardo conhece. - Ju o que você tem? - Perguntou Frank preocupado. - Nada não - respondi com lágrimas nos olhos. - Fale Ricardo, o que fez? - perguntou Frank nervoso. - Calma, Frank. Ricardo não fez nada, foi uma ex dele que me afrontou - respondi tentando acalmá-lo. - O que ela disse? - perguntou Eduardo. - Que o Ricardo devia estar fazendo ação beneficente para ficar comigo, me olhou com nojo, me insultou do modo mais baixo - disse chorando. - Juliana me escute. Essas mulheres que precisam insultar alguém para se sentirem melhores são dignas de pena, precisam rebaixar o outro para se autoafirmarem. Não fique desse jeito não, você é linda, uma modelo incrível, suas fotos estão fazendo sucesso - Eduardo falou de modo carinhoso.
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