Point of view – Anastácia.
Olho para a família de Christian, todos estão com um sorriso no rosto, mas apenas eu que não estou entendendo nada.
– Christian, será que podemos conversar?
Ele assente, pega a minha mão e nos leva para o jardim, assim que vejo que estamos a sós pergunto:
– Que história é essa de casamento?
– O nosso Anastácia, de quem mais seria?
– Eu não estou entendendo, acabamos de voltar – Christian só pode estar louco, estamos juntos não faz nem um dia direito.
– E eu quero oficializar a nossa união o mais rápido possível, você voltará a ser a minha esposa, coisa que não era para ter mudado.
Sento-me na cadeira do jardim e o encaro, eu quero voltar a ser a esposa de Christian, mas acho que devemos ir com calma e não cometer os mesmos erros.
– Quando nos conhecemos em um mês estávamos namorando e no próximo casando, estamos indo rápido demais Christian, vamos devagar.
Vejo-o passar as mãos pelo cabelo, ele está furioso.
– Mas eu quero me casar, aceite Anastácia, quando você quis o divorcio eu dei!
– É ai que você está errado Christian, eu nunca quis o divorcio – ele para de passar as mãos no cabelo e olha-me confuso.
– Do que você esta falando?
– Eu lhe dei o divorcio como um modo de fazê-lo acordar para a vida e perceber que me ama – ele arregala os olhos e sorrio tristemente – Mas você assinou – dou de ombros e Christian parece estar tenso.
– Então você quer dizer que poderíamos estar juntos e felizes?
– Sim, mas quando você assinou o divorcio eu percebi que você não me amava.
– Eu te amava! Mas eu quis respeitar a sua decisão, por isso assinei.
– O que me magoa é que você nem lutou por mim, deu o divorcio de bandeja.
– Ana, a única coisa que eu posso dizer é que eu me arrependo amargamente, mas eu te quero novamente como a minha esposa, éramos felizes e seremos mais ainda.
Desisto e ergo as mãos em sinal de derrota.
– Tudo bem, eu tenho três meses de férias.
– Três meses? Gostei! – Christian enlaça a minha cintura e beija meus lábios – Casaremos o mais rápido possível e partiremos para uma longa lua de mel.
– Eu preciso falar com o meu pai e Kate – ambos nunca gostaram de Christian e deixaram isso muito claro.
Ele assente e pega algo do seu bolso traseiro, minha aliança de noivado e casamento.
– Achei na bancada do banheiro no dia seguinte que você foi embora, agora eles precisam voltar para a dona – desliza os anéis no meu dedo e beija a seguir – Eu vou te fazer feliz Anastácia, você não irá se arrependerá de casar comigo mais uma vez.
– Espero que não Christian, eu não agüento mais uma decepção.
– Eu não vou te decepcionar.
[...]
Depois do almoço passamos no hotel para pegar as minhas malas e trouxemos para o escala. Christian está tomando banho e eu estou encarando a tela do meu celular, vejo o numero do meu pai e o botão de ligar, será que ele me dará outro sermão?
Decido fazer isso de uma vez e ligo para o meu pai. Quando toca mais de três vezes estou quase aliviada, mas ele atende fazendo o meu coração dar uma guinada.
– Ana, estou com saudades, quando vi seu numero fiquei feliz!
– Eu também estou com saudades pai – apesar da minha insegurança eu estou feliz em ouvir a sua voz, preciso visitá-lo novamente e dispersar um pouco da saudade que eu sinto – Liguei para avisar que eu estou de férias e em breve vou te vistar.
– Isso é bom Ana.
– E também liguei...
– Para falar que voltou com o seu ex-marido estou certo? Essa noticia esta em varias revistas e tablóides – sua voz não está brava, na verdade esta muito normal e eu estou estranhando.
– Sim e para falar que eu vou me casar novamente com ele? – digo em forma de pergunta, estou muito nervosa.
– Parabéns – mas não há emoção em sua voz – Ana você já é maior de idade para tomar as suas próprias decisões, eu não aprovo e nunca vou aprovar, eu vi como você ficou quando se divorciou, apenas espero que não seja um erro dessa vez, mas se for eu vou estar aqui para você novamente – diz forte a ultima palavra e estremeço.
– Eu também espero não estar errando novamente pai, mas eu o amo e três anos não fez esse sentimento passar – a porta do banheiro abre e Christian sai já vestido de cueca, ele parece ter ouvido a minha conversa, pois a sua face esta sombria.
– Mas se errar... Você já sabe.
– Sim, eu sei e pai?
– Pode falar querida.
– Eu quero que entre na igreja comigo.
– Eu posso fazer isso.
– Eu vou desligar, eu te amo.
– Eu também te amo querida, e ligue para a sua mãe.
– Tudo bem, tchau.
Desligo e olho para Christian, ele senta lado meu lado e suspira.
– Seu pai nunca vai gostar de mim.
– Provavelmente não - murmuro e deito na cama - Mas você também nunca lhe deu motivos para gostar - ele da de ombros claramente dizendo que pouco se importa.
– Eu não vou viver com ele e sim com a filha dele, não preciso da aprovação das pessoas - ele diz essas palavras tentando dizer que não se importa, mas a mim Christian não engana.
– Não vamos falar sobre esse assunto.
Ele me abraça e sussurra no meu ouvido:
– Vamos casar em três semanas.
– Tão rápido assim?
– Mas é claro, o mais rápido possível.
– Vou deixar tudo na mão da sua irmã, ela organizou o nosso primeiro casamento e ficou lindo.
– Eu me lembro, mas ao invés da igreja poderíamos fazer na casa da minha mãe.
– Boa idéia, a única coisa que eu tenho que fazer é escolher o vestido e experimentar a comida.
– Você irá experimentar o vestido e nós DOIS iremos experimentar a comida.
– É bom te ver participando, da primeira vez eu fiz tudo sozinha - lembro-me que ele me pediu em casamento e disse que nos casaríamos em um mês, ele não ajudou em nada, apenas casou e aproveitou a noite de núpcias.
– Eu mudei Anastácia, eu quero ajudar.
– Isso é bom - olho ao redor do quarto e faço uma expressão de desgosto, esta na hora de falar sobre esse apartamento com Christian.
– Eu não quero morar aqui.
– Mas... Por que?
– Eu odeio esse lugar, é frio e sem vida.
Vejo que Christian não gostou do modo como falei do seu apartamento, mas já aturei o suficiente esse ambiente monótono.
– Podemos comprar uma casa ou mandar construí-la.
– Vamos construi-la, eu adoraria planejar uma casa.
– Amanhã vou contratar a melhor construtora então.
– Obrigado Christian.
– Não precisa agradecer, eu disse que farei você feliz e eu vou cumprir.
– Mas você precisa estar feliz também.
– Eu estou - me sento no seu colo e apoio as minhas mãos em seu peito.
– Tenho três meses de ferias e então voltarei a trabalhar - ele fecha os olhos e respira profundamente.
– E como vai ser isso? Você irá viajar pelo mundo e eu ficarei aqui?
– Eu amo o meu trabalho Christian, eu amo cantar e não vou abrir mão disso por que vou me casar. Nós podemos nos encontrar.
– Anastácia eu tenho uma empresa bilionária, eu não posso faltar.
– Christian...
– Eu não vou poder dormir com você por meses?
– Christian podemos conversar sobre isso quando chegar o momento?
– Isso é apenas adiantar, eu não gosto nada disso, eu quero me casar para ficar com você e não longe! - ele está irritado, senta na cama e me coloca para o lado.
– Realmente devemos nos casar novamente Christian? Talvez não dê certo, meu trabalho e o seu não colidem.
Ele passa a mão no rosto frustrado.
– Nós vamos nos casar, não quero pensar no seu trabalho agora, apenas quero esquecer que ficara longe de mim.
– Ainda vai demorar.
– Mas vai acontecer Anastácia - paro de falar, pois qualquer coisa que eu diga ele irá replicar. Me deito novamente e penso na minha carreira, eu não vou desistir dela, não por Christian.
[...]
Meu celular toca insistentemente e abro os olhos, pego e olho para a tela, é o Ed.
– Alô? - digo com a voz rouca pelo sono.
– Oi Ana, esta sumida.
– Eu sei - olho para Christian, ele esta despertando.
– Sabe que horas são? Quase meio dia, vejo que esta aproveitando as ferias.
– Tipo isso - Christian olha-me com um ponto de interrogação no seu olhar.
– Estou em Seattle, podemos nos encontrar mais tarde e conversar como antigamente?
– É claro que sim, eu te mando uma mensagem com a hora e o endereço.
– Ok, até mais Ana - desligo e vejo Christian observando meus s***s, realmente um pervertido de primeira.
– Quem era?
– Meu amigo Ed, ele que me ajudou no início - na verdade Ed foi mais que isso, lembro que um ano se passou depois do divórcio e muitas vezes eu sentia saudade de Christian, dos nossos momentos, e Ed estava na cidade, sempre fomos amigos e saímos para jantar e colocar o papo em dia.
Eu nem ao menos sei como ele foi parar na minha casa no final da noite, apenas me lembro vagamente que transamos a noite inteira e o quão eu me senti bem ja que havia mais de um ano que não me lembrava como era sentir prazer, ja que Christian havia sido o meu único.
– Acho que já ouvi algo sobre vocês dois serem namorados - diz duro e arregalo os olhos.
– Claro que não, Ed é um bom amigo.
– Acho melhor ser isso mesmo.
– Claro que é Christian, hoje eu vou encontra-lo, quer vir comigo?
– Sim - diz e me beija.
Ed já está no passado, é apenas um bom amigo, espero que tudo dê certo hoje.
[...]
Flash back on - dois anos atrás.
– Ana eu acho que você bebeu muito - eu sei que bebi muito, estou tentando mascarar a dor que eu estou sentindo, hoje eu e Christian faríamos quatro anos de casados, e esta sendo difícil para mim ja que as memórias vem como um turbilhão na minha mente.
– Chegamos Ana, vou te levar para cima - me apoio em Ed e deixo que me leve para o meu apartamento, o cheiro do seu perfume é bom e me atrai, talvez ele possa me fazer esquecer essa dor que esta queimando como brasa no meu peito.
Ele abre a porta do meu apartamento e entramos, me leva ate o meu quarto e me coloca sentada na cama, ele abre o closet e procura uma roupa de dormir, ele já conhece a minha casa, Ed se tornou um grande amigo para mim.
Me levanto e passo a mão no seu ombro.
– Vá sentar que eu vou na lavanderia, não acho uma roupa confortável para você dormir - ele sai e começo tirar a minha roupa.
Ed volta com o pijama e fica pasmo ao me encontrar nua.
– Ana, eu trouxe a sua roupa, vou sair para você se trocar - fecho a porta e n**o - Anastácia o que você está fazendo? - Ed treme quando cheiro seu pescoço, ele se sente atraído por mim.
– Eu quero t*****r - digo sem vergonha nenhuma, deve ser o efeito do álcool.
Ele arregala os olhos.
– Não, somos amigos!
– Mas vai ser só hoje, amanha esquecemos.
Ele assente e se despe rapidamente, ele é um homem bonito, bem apessoado e sinto uma descarga de adrenalina descer pelo meu corpo, ele se aproxima e beija meus lábios.
– Você é linda - sussurra e sorrio, Christian sempre dizia isso, mas hoje se trata de esquecê-lo e não lembrar.
Empurro Ed na cama e ele sorri para mim, eu sinto saudade do sexo bruto que eu e Christian fazíamos, eu não quero nada lento.
Sento em cima dele roçando os nossos sexos, eu senti saudade de t*****r.
Ja faz muito tempo...
– Anastácia pare de ficar roçando, você esta me deixando louco - pego seu pênis e coloco na minha entrada, desço rapidamente me deliciando com a sensação, começo a pular rapidamente e sinto seus quadros baterem com os meus em um ritmo frenético.
Deixo meus olhos fechados, não quero ver a sensação de prazer no rosto de Ed e não sei o por que.
Ah, isso esta tão gostoso, estou quase gozando.
Mas ele para meus quadris interrompendo o meu orgasmo.
– Ana olhe para mim - abro os olhos e o escaro - Eu não sou qualquer homem embaixo de você.
Engulo em seco e assinto. Ele me empurra para o lado e fico confusa, levanta e diz:
– Se inclina e fica de quatro pra mim - me viro de barriga para baixo e fico de quatro, Ed agarra o meu cabelo com força e me assusto.
– Eu ja entendi que tipo de sexo você gosta Anastácia.
Me penetra por trás e grito, nessa posição sinto seu pênis profundamente.
– Há quanto tempo você não goza? - pergunta enquanto mete em mim e seguro com força nos lençóis.
– U-um ano - meu ventre contrai dolorosamente.
– Então goza, você precisa - diz abafadamente em meu ouvido e me permito gozar como a muito tempo não faço.
Flash Back off.
Me lembro que naquele dia eu esqueci Christian, e no dia seguinte Ed não estava do meu lado, quando o vi novamente foi como se a noite que tivemos juntos nunca tivesse acontecido e fiquei aliviada por não ter perdido a nossa amizade.
– Tem algo para me contar? Você parece despersa - Christian faz carinho nas minhas costas depois de termos transado.
– Eu não menti, eu e Ed nunca estivemos juntos, mas eu já fiquei com ele - eu preciso dizer ja que Christian vai comigo, e eu não quero esconder nada dele.
– Ficou como?
– Nós transamos uma vez.
Suas mãos param e olho para seu rosto, esta duro como pedra.
– E ainda são amigos?
– Sim, aconteceu uma vez e esquecemos, eu estava chateada.
– Por que?
– Naquele dia nos iriamos fazer quatro anos juntos e eu queria te esquecer.
– Vejo que conseguiu.
– Mas como esta no passado não é importante certo?
– É - sua voz não transmite nenhuma emoção do que sente no momento - Que bom que eu vou conhece-lo essa tarde.
– Christian por favor, não faça nada!
– Eu não vou!
Me vira ficando por cima de mim e me penetra sem aviso, seus olhos são frios e as suas estocadas duras fazendo com que a penetração se torne dolorida.
– Você é minha Anastácia entendeu?
– Sim, não precisa sentir ciúmes - ele para e fecha os olhos com força, deita em cima de mim e o abraço.
– Me desculpe.
– Esta tudo bem...
Tenta sair de dentro de mim, mas não deixo.
Meu quadril encontra com o seu e Christian começa a me beijar.
Acho que Ed apareceu no momento errado.