Clarissa:
Tenho 16 anos, e este é o meu ano concluinte de ensino médio, moro no interior do país, e venho de uma família de classe média, minha mãe é professora e meu pai?, bom ele gosta de caminhões. Sempre tive tudo de melhor, e eles me ensinaram que moral é muito importante para a formação de uma pessoa perante a sociedade, sabe morar no interior tem sua belezas, assim como suas dificuldades, é andar com passos calculados. Sabe como é viver a se preocupar com o que as pessoas pensam? Eu vivo mais ou menos isso. Mas, não deixo de amar esse lugar, o campo ele me fez quem eu sou hoje, gosto da sensação que a natureza me propõe. Vivo em harmonia com minha família. A propósito eu tenho dois irmãos, os dois são os mais velhos, ou seja eu sou a mais nova, mas aqui não tem essa de ser a bajulada, digamos que eu aprendi cedo a ter responsabilidades, aprendi a lidar com cada erro meu, e saber que cada um deles poderiam me trazer consequências, e no final eu sou grata aos meus pais por esses tipos de ensinamentos. A vida não foi fácil, não vou negar, mas fui e sou feliz, mas ainda tenho muito para viver, e novos ares para conhecer, tenho muitas interrogações para serem respondidas, como "dizem se aprende com os erros", porém o r**m dessa frase é que eu não aceito erros da minha parte, eu vivo na auto cobrança, não é fácil! Sou uma pessoa de fé, amo aquele que criou todas as coisas, e minha família inteira é, meus pais também, e os meus irmãos mais ou menos, eu sou mais. Alguns podem me achar careta, é talvez! Críticos da família sempre falam "quando ela completar 18 anos vai querer ir para festa", isso mesmo uma jovem do interior em pleno século XXI não gosta de festas, mais o meu gostar não é tão não, vou em algumas, mas ainda assim, eu não me sinto confortável. E eu tenho motivos para ser uma garota de fé, até porque nada acontece do nada. Sou sonhadora e determinada, sempre sonhei muito além das limitações que a sociedade me impõe, na cidade em que eu vivo, olho as pessoas que se conformam em viver com o pouco, e o salário básico, e eu não quero isso para mim. É errado?, se for eu sinto muito. Eu quero viver, conhecer e proporcionar aos meus pais muito além daquilo que eles poderiam me dar, ter uma família, e ser feliz! Porém as vezes olho ao redor e não tenho certeza se realmente quero me casar, imagina só, isso tudo não é aquilo que a sociedade nos impõe? Aquela em que a mulher precisa de um homem ao lado para ser completa, meio feminista?, não. Talvez não esteja tão influenciada com esse pensamento tão patriarcal, minha mãe me impõe que eu devo casar, e que de básico todo homem traí e cabe a mulher simplesmente aceitar. Outro mesquinho, até quando as atitudes machistas vai perdurar? até quando vamos ter que aceitar ser traidas? É exatamente isso que me revolta, é claro que quero encontrar alguém, mas não quero ter que aceitar tudo isso, não quero viver conforme as regras de uma sociedade. Não sei se me entendem. Outra coisinha que me estressa é como estou no último ensino médio, as perguntas já começaram na família "qual faculdade vai fazer?", acho chato. Você ver nitidamente que nenhum, ou muito pouco torcem pelo o seu sucesso, e sim eu falo: - "Quero medicina", adivinha qual foi a resposta de muitos, "Desiste, não é para qualquer um", e realmente eu não sou qualquer uma. Eu vou conseguir, não importa quando, mas eu vou.
Miguel:
Eu tenho 20 anos, já estou no meu quarto ano da faculdade de Medicina do meu pai, e sim, temos uma faculdade de Medicina, assim como vários hospitais, vivo me colocando em prova só para fazer as pessoas entender que eu não estou aqui só porque meu pai é dono, eu estou simplesmente por merecer, é claro na hora dos estudos eu sou sério, porém adoro sair para a gandaia, pegar muitas mulheres, e no dia seguinte receber reclamações do meu pai "você precisa amadurecer", eu só tenho 20 anos, estudo e tento ser o melhor médico do país, mas ai na sim eu quero me divertir, eu tenho esse direito, eu não sou muito de fé, perdi a minha mãe muito cedo em um acidente de carro, e desde então, não tenho motivos para acreditar. O que mais era especial, a mulher que eu amei, me foi tirada por aquele que denominam como o pai de tudo, se ele ele é tão "bondoso", por que ele me tirou ela. Eu não o aceito. Hoje é mais um dia comum em que eu fui para a balada com uns colegas, e estou com ressaca enorme. Ainda bem que só tenho mais dois anos de faculdade, e minha área de atuação vai ser a de cardiologia, tudo me agrada nela, eu quero ser o melhor cirurgião do país, não n**o alguns professores adoram me testar, alguns assim que entram me esnobam por ser o filho do dono, e não acham que eu mereço está ali, mas até que eu me divirto. Eu provo isso quando eu deixo eles em um beco sem saída com minhas perguntas, o meu pai é médico, e eu sempre tive propriedade no assunto, além de muitas alto cobranças de meu pai, quando minha mãe morreu eu ficou frio, e passei a ser criado pelos os empregados, ele quase não vinha em casa, e passava dias e dias fazendo plantões nos diversos hospitais. Só por ser rico, isso mesmo temos uma imensa renda, todos Aham que minha vida é fácil, mas não, nada é fácil quando se é solitário, eu não tive carinho vindo diretamente do meu pai, apenas um bom vídeo game, e uma boa comida na mesa, mas enquanto ao amor, eu não tive. Ainda hoje vivo exatamente isso, apenas com as críticas de meu pai. Eu não acredito em finais felizes, e sempre vou ser assim só, porém renomado.