Dimitri narrando
_ " Se você der mais uns dias . . . eu tenho certeza que ele vai arrumar o dinheiro pra te pagar ! Ele só precisa de mais alguns dias e tudo vai se resolver ! " _ escuto meu irmão falando com rapidez tentando me convencer a esperar mais tempo .
_ " Eu já esperei o suficiente Damon ! Não vou dar mais tempo ! " _ digo sério começando a ficar irritado .
_ " A filha dele não tem culpa de nada ! Ela nem sequer sabe que ele tá vivo ! Você não tem misericórdia ? " _ ele diz ainda parado na frente da minha mesa .
_ " Misericórdia é pra gente fraca ! " _ digo sério ainda procurando um cigarro de maconha .
_ " A dívida não é dela ! " .
_ " O sangue que corre nas veias dela é o mesmo do dele ! A dívida também é dela ! "
_ " Você não precisa meter a garota nessa confusão Dimitri . . . " .
Fecho a gaveta da mesa nervoso ainda sem o cigarro e olho pra ele .
_ " O que quer que eu faça ? " _ digo e ele me olha pensativo .
_ " Mata ele ! " _ ele diz e eu observo ele .
_ " Uma sentença de morte pra uma dívida ? " _ digo sério e levanto uma sobrancelha . _ " E quem é que vai me pagar ? " .
_ " Não é muita grana ! " .
_ " Vinte mil é muita grana ! " _ digo sério . _ " Eu já levei garotas por bem menos pra Capital . . . " .
_ " Você vai condenar ela a uma vida inteira de . . . Ela não vai conseguir te pagar essa grana ! Você sabe muito bem como funcionam as coisas ! " .
_ " É claro que eu sei ! Eu fiz as regras ! Eu quero ela na próxima remessa de garotas hoje ! " .
_ " Isso é muito injusto ! " .
_ " Sabe o que é injusto Damon ? Você estar aqui me enchendo o saco as nove da manhã ! Eu nem tomei a p***a de um café ainda ! A vida é injusta ! Agora vai buscar a garota ! " _ mando e ele arruma a arma dele nas costas . _ " E chama o Ítalo pra mim ! " _ digo enquanto ele sai da minha sala .
. . . . . . . . .
Meria Siena narrando
Conto o dinheiro com as sacolas de mercado na mão .
Um real e vinte centavos .
Depois de ter trabalhado a semana inteira e comprado tudo o que preciso pra semana , tudo o que me restou foi um real e vinte centavos .
Talvez eu possa fazer horários extras como garçonete na semana que vem . Preciso do dinheiro do aluguel . . .
Respiro fundo me sentindo sobrecarregada .
O dinheiro da aposentadoria da minha vó não era suficiente pra tudo .
Eu ainda tinha que ir pra escola hoje . . . penso fazendo uma careta .
Abro o pequeno portão que tínhamos e entro rápidamente com as sacolas pesadas .
Abro a porta vendo minha avó fazendo comida e sorrio .
_ " Bom dia querida ! Estou fazendo macarrão com frango frito ! " _ ela diz sorrindo e eu sorrio largo colocando as sacolas em cima da mesa .
_ " Hum . . . O chieri tá uma delícia ! " _ admito . _ " Trouxe o que estava faltando na dispensa vó ! " .
_ " Obrigada querida , você é um anjo ! " _ ela diz e alguém bate palma no portão . _ " Olha o molho querida ! Vou atender ! " _ minha vó diz indo até a porta devagar .
Vejo ela olhando no olho mágico e ficar um pouco rígida .
_ " O que ouve ? " _ digo mexendo um pouco o molho e ela me olha um pouco assustada me deixando com medo .
_ " Se esconde ! " _ ela diz séria .
_ " Porque ? " _ digo baixinho e solto um grito vendo a porta sendo destruída .
Três caras entram rápidamente .
O mais velho deles para enfrente minha vó .
_ " Lembra de mim dona Maria ? " _ ele diz tampando a passagem da minha vó e ela não responde ele ainda em choque .
Vejo os outros dois virem pro meu lado enquanto um mais novo aparece na porta com uma cara séria como se não quisesse estar aqui .
_ " 5 minutos ! " _ o da porta diz marcando no relógio chique do braço .
Pego a frigideira com um instinto de me proteger e bato com força na cabeça do primeiro . O segundo toma a frigideira de mim e eu pego a panela de molho tacando o molho nele e vejo ele gritar por estar estremamente quente .
Corro pra longe mas sinto um puxão de cabelo forte que me puxa pra trás de uma vez me fazendo voltar pra trás de uma vez .
Dou uma cotovelada no cara tentando me soltar enquanto ouço o outro deles ainda gritando de dor pelo molho na cozinha , o cara que me segura pelo cabelo me dá um tapa na cara com força e puxa meu cabelo de uma vez me puxando pra fora da casa com rapidez .
_ " Sua v***a ! " _ ele cospe as palavras me levando pro lado de fora enquanto eu ainda tentava me soltar tentando tirar a mão dele no meu cabelo .
Vejo a Van preta na porta de casa .
_ " Espera . . . " _ digo começando a chorar ainda me balançando .
Seguro no portão com força tentando aguentar a dor na cabeça enquanto ele puxava cada vez mais .
_ " Por favor . . . " _ peço chorando com muito medo .
Vejo o braço dele passando na minha frente enquanto os outros saem de dentro da minha casa e logo sinto o aperto no pescoço .
Solto o portão puxando o braço dele tentando respirar enquanto ele me puxa pra trás pra entrar na Van .
Pego no cabelo dele ainda não desistindo de lutar e puxo com força tentando me soltar .
Ele para apertando mais e eu sinto ainda menos ar entrando .
Solto o cabelo dele puxando o braço dele com as duas mãos me concentrando em respirar enquanto vejo minha vista escurecendo . Meu corpo fica cada vez mais pesado e eu apago .
. . . . . . . . . . . . . . . . . continua . . . . . . . . . . . . . . . . . .