Os olhares eram pesados, eu sentia isso. As mulheres cochichavam, os homens maldavam enquanto eu andava, não paravam com certos comentários. ''É ela, aquela, ouvi dizer que estava nua na igreja'' ''Valha-me Deus! A perdida'' e o engraçado era que nada a respeito de João era citado, apenas eu era uma vilã, era um monstro. Uma p**a. — Você quer ir para casa? — Perguntava meu atencioso marido. — Não. — Respondi de cabeça erguida. — Eu quero ficar, não fiz nada de errado, e estou com você. Entrelaçamos nossos dedos, e nos sentamos em um banco da praça, após tomarmos um sorvete encostei minha cabeça em seu ombro. Minha face aquecia, e eu via as manchas dos raios solares entre as nuvens, era lindo. Era tão bom sentir o calor de sua mão, estava tão bem acompanhada e protegida, o resto do mundo