Dois mundos

Capítulo 9

Pov. Jonas

Eu estava explorando meu bairro novo daquela outra realidade e fiquei pensando que aquilo não era um sonho ,eu estava em outra realidade e ficar indo ali e voltando para a minha estava se tornando frequente e estava virando até um hábito.

- Tenho que me adaptar ,se isso for apenas uma experiência vou aproveitar ao máximo ela ,como era introspectivo pensei.

Eu só pensei que não seria bom contar para absolutamente ninguém o que estava acontecendo, nem para meus pais, porque eu era esquisito e eles iam ficar preocupados.

- Meus pais lobos? Sem chance ,eles poderiam não entender.

Dou muito trabalho para eles disse para mim mesmo enquanto caminhava voltando para casa - Como assim ,eu sei disso ?- Me perguntei espantado.

Eu caminhava destraido com a sacola em mãos, quando fui atravessar a rua esbarrei com Gabriel o guaxinim.

Eu dei uma topada tão forte que Basicamente cai em cima dele.

- Desculpe ! - disse para o guaxinim

Me levantei de cima do Gabriel e depois estendi a mão para ele que estava deitado no chão com o cotovelo apoiado sobre a calçada.

Gabriel colocou a mão sobre a cabeça, como se estivesse com medo de levar um cascudo.

- Me der a sua mão ! - disse para ele enquanto ele se levantava do chão.

- Fique longe ! - disse o Guaxinim enquanto se levantava e me encarava com desconfiança.

Eu vi Gabriel se levantar e ir embora zangado.

- Guaxinim esquisito ! - pensei.

Gabriel estava usando uma bermuda jeans e uma camisa simples, era tão engraçado ver todos aqueles animais vestidos com roupas humanas.

Uma ideia veio a minha mente ,tentar conversar com aquele guaxinim, ele me deixou curioso e aquilo me deu vontade de me aproximar dele.

Eu segui meu rumo e voltei para casa ,enquanto caminhava vi uma senhora cachorra ,era uma cachorra marron de pelagem um pouco avermelhada ,não sabia se o pelo era marron ou avermelhado.

Eu vi que ele estava com dificuldades de atravessar a rua ,então me ofereci para ajuda-la

A ajuda oferecida deveria ser a ousadia do lobo porque normalmente tinha medo de me aproximar ou falar com as pessoas.

Eu ajudei a pequena senhora a atravessar a rua ,ela estava indo na direção de uma pequena lojinha ,onde pude sentir o cheiro de paçoca e tapioca.

Eu resolvi acompanhar ela até lá e a deixei lá dentro e ela agradeceu ,de repente me vi no meio das três raposas que havia visto hora antes.

Aquela senhora era avó delas ,e elas ficaram muito agradecidas.

Uma das raposas agradeceu diretamente a mim é ainda ficou flertando comigo.

Eu fiquei todo envergonhado e só virei as costas e saí dali todo duro caminhando como um robô.

Eu sai dali sorrindo todo desengonçado, elas eram muito bonitas, pensei bobagens como que aquilo era z******a, mas eu era um lobo e elas raposas.

Enquanto caminhava senti meu estômago se contrair ,eu estava ficando com fome.

Meu olfato, minha audição, estavam apurados ,melhor que os meus sentidos humanos.

Voltei para casa e não tinha comida pronta ,eu resolvi fazer aquele feijão no almoço

Tirei o feijão da sacola ,era uma latinha pequena e amarela e tinha escrito molho de feijão, feijoada seria um nome mais criativo, pensei.

Coloquei todo o molho em uma panela e levei ao fogo ,fiz um pouco de arroz ,e fritei umas carnes na frigideira.

Eu olhei dentro da geladeira e vi muitas carnes lá dentro ,tava cheio de filés, e aquilo ia custar um certo dinheirinho na minha realidade humana.

Havia mais carnes e molhos lá dentro e quase nehuma fruta.

Eu fiz meu almoço depois voltei para o sofá para Assistir algo enquanto comia.

Quase toda aquela comida tinha um pouco de gosto de sangue, mas eu não fiquei enojado ,pelo contrário eu estava gostando daquilo.

Não era muita comida, era só um pouco porque estava com fome.

Depois do almoço fui descansar um pouco pensei que já era hora de voltar para minha realidade humana ,mas não foi o que aconteceu.

Depois acordei e fiquei basicamente a tarde toda sem fazer nada ,explorei toda aquela casa que era bem espaçosa, depois liguei a TV, ou comi algo.

As cinco horas alguém tocou minha campainha e fui atender.

Era Luis meu amigo lobo, o mesmo lobo que se ofereceu para dar um geito no Gabriel caso ele incomodasse.

Luis era um lobo meio cor de guaraná



Luis o lobo

- Iae Jonas como vai ? - Perguntou ele entrando na minha casa junto com outros dois lobos

- Vou bem ! - disse para ele

Luis me abraçou tão forte e eu o abraçei de volta

- Nos temos umas surpresas para você ,vem com a gente - disse Luis

Eu fiquei curioso então resolvi acompanhar os dois lobos

Eu os acompanhei até um carro que estava estacionado na frente de minha casa

Nos três entramos no carro e Afonso irmão do Eduardo foi dirigindo ,enquanto eu fiquei na parte de trás junto com Luis.

- O Gabriel ! - disse Luis

- Onde ? - Perguntou Afonso.

- Ali lá na frente - disse Luis

Era o mesmo guaxinim que morava na frente da minha casa.

Luis pegou um copo de café eu acho e disse para acelerar o carro.

Afonso acelerou o carro e os outros lobos ficaram sorrindo

Luis abaixou o vidro da janela e acertou o Gabriel em cheio com o copo e o guaxinim ficou todo melado.

O guaxinim ficou puto e ainda jogou uma pedra no carro mas errou

Eu fiquei o vendo pelo vidro da parte de trás do carro ,ele ficou bem irritado e todo sujo

Os lobos riam freneticamente como um bando de loucos

Ficava me perguntando porque eles faziam aquilo com aquele pobre guaxinim.

O carro nos levou a um lugar afastado em um morro na nossa cidade

Todos os lobos começaram a sair do carro e eu saí também

- Cadê a surpresa? - Perguntei aos lobos

Um dos lobos que estava comigo se chamava Eduardo e retirou um saquinho verde do bolso ,ali estava um matinho suspeito.



Eduardo

- Ninguém prescisa saber ! - disse Eduardo.

- Você só tem cara de inocente, disse outro lobo que se chamava Juan



Juan

- A gente vai fumar rapidinho sem ninguém saber - disse Luis.

- Não nao ,eu não posso ,disse para eles

- Eu Não tô te reconhecendo - disse Afonso

- Não obrigado ! - disse para eles

- Tanto esforço para nada ,eu roubei devagarinho sem ninguém perceber - disse Eduardo

- Eduardo ! - Disse Afonso com um tom sério.

Eduardo era um lobinho baixinho e um pouco gordinho ,ele só tinha cara de inocente.

- Não vim aqui para ficar de mãos abanando, disse Juan.

- Isso não é proibido? - Perguntei a eles

E eles ficaram me olhando com aquela cara ,quer fazer a gente de i****a ?

- Eu nao vou perder tempo ! - disse Afonso pegando um pedaço de papel e colocando a e**a dentro e fazendo um maço.

Os outros lobos começaram a fazer seus maços da tal e**a

Eu fiquei só olhando sem fazer nada.

- Temos que ser rápidos ! - disse Luis

- Essa e**a é uma das melhores e bem rara - disse Eduardo depois de dar a primeira tragada.

Afonso deu uma tragada no cigarro e depois cuspiu uma fumaça branca

As pupilas de Afonso se dilataram e a calda dele começou a balançar

- Te perdoou porque é uma das melhores, disse Afonso para o irmão Eduardo.

Os outros lobos também fumaram um pouco.

Não me lembro do que aconteceu depois só me lembro de Luis fazer eu dar uma tragada e escutar que as vezes o efeito passava rápido.

Me lembro de cair em uma experiência psicodélica e várias lembranças me vindo a mente

Lembrei do fora que levei ,do guaxinim e do lobo meus amigos de infância nos três brincando

Lembrei de uma amiga minha que gostava muito mas ela havia morrido

Depois lembrei de mim caindo da árvore e sentindo o impacto do meu corpo contra o chão

Eu ia caindo de novo e o lobinho ficou com a pata estendida gritando meu nome é os dois ficavam cada vez mais longes.

Acordei novamente mas agora sendo colocado dentro do carro e Luis dizendo para acelerar o carro.

Escutei sons do carro de polícia enquanto estava dentro do carro.

- Essa foi por pouco ! - disse Juan.

Eu fiquei falando coisas inteligíveis que não me lembro e Luis dava tapas no meu rosto e colocava algo na minha boca, uma bebida.

Eu senti Juan e Luis me sacudindo enquanto o carro avançava

Eu via tudo colorido as vezes ou tudo se tremendo e eu apaguei acordando novamente no humano e tava tudo escuro e la fora chovia muito forte e ventava muito.

Levantei da cama e fui ver as horas no celular e eram 5:40 da tarde.

Estava fazendo um frio danado e fiquei preocupado para saber se o Jonas ia ficar bem

Eu tentei ligar a luz ,mas nada ligou

A energia tinha acabado e tava tudo escuro

Me enrolei no lençol e ascendi várias velas

Fiquei esperando meus pais chegarem ficando deitado na minha cama so tendo meus pensamentos como companhia

Não havia nada a fazer.

Meus pais chegaram as 6:20

Nos fizemos ovo cozido, estávamos nos tempos das vacas magras

Meu pai foi tentar ascender o boca em que tinha derramado café e ela não acendia, ele pensou que ela estava entupida.

Fui dormir as 8 horas ,mas eu não voltei aquele mundo, mas fiquei pensando na besteira que fiz e me condenei por isso.

Tava indo tudo bem e fui fumar aquela d***a ,eu estrago tudo mesmo ,pensei.

O dia seguinte era dia de curso ,amanheceu chovendo muito, eu coloquei uma capa preta e fui para o particular com uma sobrinha preta

Estava chovendo tanto que algumas ruas estavam inundadas de água e o trânsito estava h******l



Eu peguei um engarrafamento doido e me atrasei

Desci em uma parada mas a rua estava cheia de água

Por um minuto fiquei parado vendo meu reflexo na agua

Atravesso ou não? Pensei

Só pensar isso vi uma mulher caindo em um buraco embaixo da água e um cara entrou na água para ajuda-la.

Aquela água tava suja e tinha várias garrafas pets boiando na água

- Não vou colocar meu pé aí ! - pensei.

O que aconteceu foi que eu acabei voltando para casa ,eu não ia colocar meus pés naquela água suja eu ainda ia ter que atravessar três quarteirões para chegar até o reforço e aquelas chuvas continuarám por três dias seguidos.