Sou uma covarde

1052 Words
Levantei muito rápido enquanto Marco me observava. - Não vá embora. Nem começamos a nos divertir. - Eu não deveria estar aqui. Desculpe. - Fui em direção a porta e ele tentou me deter. - Volte amanhã. Estarei aqui. - Não prometo. - Eu nunca mais voltaria ali. Onde eu estava com a cabeça? Aquilo era uma insanidade. Ele me beijou de novo, talvez para me envolver no magnetismo dele de novo, por muito pouco ele não conseguiu, enquanto ele me beijava eu quase me descontrolei de novo. Precisei de todo o meu controle para me desvencilhar dele. - Boa noite. - Falei e sai em disparada pelo corredor. Jéssica ainda cantava e me viu passar pelo salão a caminho da escada. O segurança na porta me deteve. - Moça, a sua garota me pediu para assegurar seu retorno em segurança para casa. - Jéssica sabia que seria muito para mim. Ou aquele desconhecido estava apenas se aproveitando da minha pressa? Pensei de novo, não parecia seguro. - Calma, a sua carona não sou eu. - Ele falou no rádio algo em códigos. - Por favor me acompanhe. Subimos de volta ao restaurante e uma moça que também deveria ser segurança nos encontrou. - Essa é sua carona. A Bia vai te levar para casa com a moto da Jéssica. - Obrigada. - Respondi envergonhada de ter desconfiado de alguma maldade da parte dele. Ele desceu novamente a escada e eu acompanhei a Bia até o estacionamento em silêncio. Não trocamos nenhuma palavra até ela pedir meu endereço. Ela parecia séria e passava um ar de confiança. E ela era mulher, o que me deixava muito tranquila. Assim que paramos na porta de casa respirei aliviada, tudo seguia apagado. - Obrigada por me trazer. - Falei baixo. - Disponha, e volte sempre. - Ela esperou que eu entrasse e eu pude ouvir a moto se afastando. Entrei exatamente por onde sai e tirei os sapatos na porta, subi em silêncio e assim que entrei no quarto tranquei a porta aliviada. Estava tudo bem. Afinal, por que o Jonas me ligou? Ele me mandou várias mensagens depois daquela. “Gata, acho que fui grosso mais cedo.” “Gata, está acordada?” “Gata, não significou nada, certo?” “Emi, você está me ignorando porque?” “Emi, fala comigo. Quero saber como se sente sobre o que aconteceu.” Ele estava bêbado com certeza. Mas foi bom ele ligar, me fez cair em mim da merd@ que eu estava fazendo. Deitei na cama, da forma que estava e tentei relaxar. O olhar dele não sumia da minha cabeça. Eu não conseguia pensar em outra coisa. A boca dele era carnuda e ele beijava com muita ferocidade. Quase como se estivesse apaixonado. Balancei a cabeça. Ele queria apenas me comer. Não foi nada para ele e não deve ser nada para mim. Levantei e resolvi tomar um banho quente para relaxar o corpo. Durante todo o banho eu senti o toque dele em mim. Lembrava como ele tinha me beijado, e beijado o meu corpo. Ele me beijou em lugares que eu nunca deveria ter permitido. Assim que me olhei no espelho enrolada na toalha, encarei olhos surpresos. Eu parecia muito chocada, e realmente estava. Meus pensamentos voltando a uma hora atrás. Se o Jonas não tivesse ligado, eu teria trans4do com ele? Na verdade, eu praticamente tr4nsei com ele. Só eu g0zei, mas ele me tocou intimamente. E eu precisava parar de pensar nisso. Depois de vestir o pijama, escovar os dentes, deitei na minha cama e resolvi ligar para o Jonas. Ele atendeu no segundo toque: - Gata. Que bom que ligou. - Jonas, o que aconteceu que você me ligou de masdrugada? - Ele deveria estar em casa, estava muito silêncio do outro lado da linha. - Eu sonhei com você. Sonhei com o que fizemos. E é sério Emy, estou confuso. - Confuso com o que Jonas? E me chamar de forma carinhosa quer dizer o que? - Confuso com a nossa relação. - Que relação? - A voz dele estava estranha, eu achei que ele estava bebado, mas agora achava que ele estava emocionado. - Emy, quero te ver. Posso ir ai? - Você ficou maluco? - A minha mãe iria me matar. - Eu vou ai, vamos conversar. - Você quer tr4nsar de novo, certo? - Eu queria também. O momento que vivi mais cedo tinha me deixado completamente louca de tesã0. Não parecia uma ideia tão maluca agora. - Quero. Posso ir? - Entre pelos fundos. Mande mensagem quando chegar. Deitei na cama e esperei. Tentando mudar o rumo dos meus pensamentos. Eu iria matar toda a minha vontade com o Jonas e não pensaria mais no que eu fiz. Eu nunca mais voltaria naquele lugar. Nunca mais iria desejar aquelas coisas, não apenas com desconhecidos, mas com mais de uma pessoa. Eu ia casar com o Jonas, salvaria a minha família e iria viver feliz e recatada. Poderia viver alguns anos com ele, atendendo o propósito do casamento e depois poderia viver livre. E só aí eu poderia viver aventuras como a de hoje. Aventuras com o Marco. E de novo a minha cabeça estava me traindo. Eu precisava deletar aquilo da minha memória. Aquela sensação de pr4zer de alguém que eu não conheço me tocando, não poderia ser verdade. E o rosto dele era muito familiar, então não deve ser um completo desconhecido. Talvez seja apenas a adrenalina de algo completamente contra tudo o que eu fui ensinada a seguir que estava me dominando. “Cheguei” Assim que li a mensagem desci descalça, a casa seguia em silêncio. A Jéssica tinha razão, se eu desse uma festa ninguém acordaria. Abri a porta e Jonas estava lá, sorrindo para mim. Um sorri sincera, como poucas vezes eu vi ele direcionar para mim. - Demorei? - Ele perguntou. - Tempo demais. - Subimos a escada em direção ao meu quarto em silêncio. Quase não tive tempo de fechar a porta e ele estava me beijando. E seria assim que eu esqueceria o que aconteceu. Deixando ele me tocar, tr4nsando e goz4ndo com ele. Afinal, foi muito bom com ele antes, talvez não tão bom quanto com o Marco, mas bom o suficiente por hoje.
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