Revoltada

1181 Words
Eu estava furiosa. Acelerei com o carro e dirigi sem rumo. Não vi ele me seguir, provavelmente ele ficou para acalmar a vagabund4. Filh0 da put4. Ele deveria ter vindo atrás de mim, eu sou a noiva dele. Ele não declarou para mim? Ele disse que sempre me amou. Desgraçad0. Eu não o amo, mas estava começando a ter esperanças de nutrir algum tipo de sentimento por ele. Afinal, íamos casar, uma relação de respeito e lealdade era o mínimo que eu esperava. Imaginar que ele tinha relações com outras pessoas era uma coisa, ser confrontada em uma festa por uma das piranh4s que ele comia era outra bem diferente. Eu deveria trans4r com uma fila de homens. Um depois do outro. Melhor, todos juntos. Assim ele ia ter o que merecia. Um chifre enorme. Desgraçad0. Parei o carro na garagem passava das 10 horas. Fiquei um tempo dentro do carro me acalmando, afinal, meus pais não poderiam saber o que tinha acontecido, então eu precisava estar ótima e feliz quando entrasse. Olhei o celular tinha várias ligações e mensagens do Jonas. Um convite no Instagra4m do Caio e uma mensagem da Jéssica. “Gata, você recebeu mais um bilhete.” E em seguida tinha uma foto do bilhete. “Espero que apareça em breve.” Eu dei uma risada alta quando li. Ri de nervoso mesmo, era isso que o Jonas merecia, que eu desse uma f0da bem gostos4 com o Marco. Um cara sério e lindo que jogava limpo sobre as vontades dele. Claro que isso implicava voltar naquele lugar, e eu não ia voltar. Então o Marco que encontrasse alguém com quem trans4r. Poderia ser a própria Jéssica, ela estava totalmente disponível, diferente de mim que não imagina voltar lá. Respondi para a Jéssica: “Avise que eu não vou voltar, por favor.” Entrei em casa e meus pais estavam na sala bebendo. A minha mãe lendo um livro qualquer e meu pai o jornal. Quem via aquela cena imaginava que eles eram equilibrados e íntegros, não um perdedor e uma víbora. - Boa noite. - Emilly, estávamos mesmo te aguardando, sente-se conosco por favor. - Minha mãe convidou. Contrariada sentei e aguardei a bronca. Eu sabia que meu comportamento de mais cedo, desafiando o Garcia não passaria em branco. - Pois não? - Eu não tinha nervos para manter a postura calma e delicada, eu queria apenas tomar um banho e dormir. - Gostaríamos de uma explicação para o seu comportamento, hoje, mais cedo. - Você diz a hora que tentei defender os interesses da nossa empresa? - Soou mais grosseiro do que eu gostaria, mas eles estavam errados, não eu. - Primeiro, não use esse tom com os seus pais. - Respirei fundo, eu não queria sermão sobre isso também. - Bem, vamos lá: Pai, você perdeu a empresa? - Eu achei que meu pai ia desmaiar. - Como você…? - Ele tinha muita dificuldade de comunicação quando estava nervoso, e esse era o caso. - Não importa como eu sei, importa que eu sei. - Olhei desafiadora para a minha mãe. - E vocês pretendiam me esconder isso até quando? - Isso não deve ser uma preocupação sua. - É sim. Afinal é a minha vida que está sendo vendida para salvar essa merd4 toda. - Levantei e comecei a andar de um lado para o outro. - Sua vida será confortável e feliz, você viverá uma vida de dondoca com essa decisão. - E se eu não quiser uma vida de dondoca? - A minha mãe ficou chocada e meu pai pigarrou. - Emily, poderia por favor baixar o tom de voz? - Não. Não posso. Durante todos esses anos eu segui as decisões de vocês, realmente confiando que eram boas decisões. Mas vocês não estão tomando boas decisões. Você bebe demais, MUITO MESMO MÃE. E você precisa procurar ajuda, antes que aposte a NOSSA FAMÍLIA. - Emily, o que está dizendo? - Minha mãe fingiu que eu estava louca. - Não, você não fará isso. Você não vai agir como se eu fosse uma menina mimada e que vocês estão certos, porque NÃO ESTÃO. É a minha vida, as minhas decisões, eu vou fazer a minha parte, mas preciso que vocês façam a de vocês. Pelo amor de Deus! Os dois ficaram em silêncio. Meu pai abaixou a cabeça e eu sabia que ele iria chorar em algum momento, era o comportamento normal dele, ele fazia algo errado e depois chorava arrependido. A minha mãe levantou e foi se servir de mais gin. Eu bufei alto. - Eu estou falando com as paredes? - Não Emily, você está falando com os seus pais, mas parece que esqueceu isso, com base no seu comportamento. - Minha mãe estava com ódio no olhar, ela não suportava o escândalo, e eu estava realmente fazendo uma cena. - Está na hora de vocês se acostumarem a ouvir o que eu tenho a dizer, eu sou adulta e quero ser dona da minha vida. - Está dizendo que não vai se casar? - Meu pai perguntou já chorando. - Se eu não quiser casar com o Jonas, não vou. E nesse momento eu não quero. - Mas vocês estavam tão bem mais cedo, o que aconteceu? - Mãe, não é pelo Jonas. É porque eu não o amo. Nós nos damos bem, conseguimos de alguma forma encontrar uma conexão entre a gente, mas não é essa a questão. Se eu vou fazer um sacrifício desse tamanho não deve ser para que eu me torne uma dondoca. - Uma ideia maluca me ocorreu. - Eu tenho algumas condições para seguir com esse plano, e elas são inegociáveis. - Você não está em posição de negociar. - Então não vou me casar. Simples assim. Quando o padre perguntar se eu aceito, vou falar um não enorme para sair em todos os jornais. O que acha? - Eu sabia que isso mataria a minha mãe. - Você não faria algo assim. - Ela estava perdendo o controle, e era isso que eu queria. - Você vai pagar para ver, mãe? - Sustentei o olhar dela como pude. Ela estava sem máscara nenhuma agora, ela estava ameaçadora e pela primeira vez não senti medo. Algo mudou em mim depois da minha reação com a Stella mais cedo. Eu senti que posso fazer o que eu quiser, a vida é minha e as decisões também. - Ema, por favor, escute o que ela tem a dizer. - O foco da raiva da minha mãe mudou, meu pai nunca desautorizou ela, ela sempre lidou comigo, e ele com os negócios. - Você vai permitir que ela me desafie? - Nesse momento quero entender o que a nossa filha tem a dizer. - Meu pai choroso falou da forma mais firme que conseguiu. Ela não concordou mas também parou de recusar. Respirei fundo e comecei: - A empresa também é minha, pelo menos eu vou herdá-la em algum momento. - Meu pai assentiu com a cabeça. - Então quero começar a participar da empresa.
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