- Vou pegar o celular no carro. - Falei para o Marco assim que saímos na rua.
- Se deixou no carro é porque não queria ser interrompida, e é melhor que continue assim. - Parei de andar e ele virou na minha direção. - Não me obrigue a te carregar. - Ele ameaçou. Refleti se ele falava sério e achei melhor não arriscar, seria um show e eu estava sem calcinha.
- Tudo bem. - Caminhamos até um carro completamente diferente do que eu imaginava que ele teria. Era um conversível vermelho, com apenas dois lugares.
- Um carro de solteiro? Estou surpresa. - Declarei.
- Você não viu nada. - Ele abriu a porta para mim e eu entrei, ainda me perguntando se aquilo era uma boa ideia. Ele sentou no banco do motorista e sem demora saiu com o carro.
- Aonde vamos? - Perguntei, quando percebi que não conhecia para onde estávamos indo.
- Para a minha casa. - Olhei incrédula para ele.
- Então teremos uma cama por perto. - Ele sorriu olhando para frente.
- Teremos, mas não uma cama tão perto. - Virei os olhos e ele entrou no estacionamento de um prédio.
- Você mora perto da casa de Swing, que surpresa! - Ri do meu comentário.
- Isso não quer dizer nada. - Ele falou descendo do carro. Desci em seguida e acompanhei ele até o elevador. Entramos, havia um teclado e ele digitou uma senha e as portas começaram a fechar.
- Até o seu elevador é exclusivo. - Ele me empurrou contra a parede, subindo as minhas mãos para cima e colocando uma coxa no meio das minhas pernas. Ficando com a boca a centímetros da minha. O choque me amoleceu e o meu corpo buscou por ele.
- Eu ainda vou te fod3r aqui, exatamente assim! - Respirei fundo, olhando os seus olhos pretos, que brilhavam de excitação. - Não agora. - Ele me soltou.
- Por que fez isso? - Ele me atacou, me deixando na beira do precipício e depois me abandonou de uma vez, isso era cru3l.
- Porque fico louco com a cara que você faz de expectativa e depois de decepção. - Fiquei encostada na parede sem saber o que falar. - Quando você menos perceber, não terá nada que faça que não pensará em mim, comendo você. - Aquilo era assustador. A porta abriu e eu o segui. O elevador ficava no hall de entrada de uma sala aconchegante e muito bem decorada. Tudo estava silencioso e com pouca luz. Pude ver uma sala de TV de um lado e uma sala de estar do outro, com um sofá imenso e uma lareira.
- Bonito seu apartamento. Nada como eu imaginava. - Ele caminhou até uma ampla varanda, que tinham algumas espreguiçadeiras e um bar anexo a uma área de churrasco.
- Gosta de tinto ou branco? - Ele perguntou.
- Rosé! - Respondi, só para contrariá-lo e ele sorriu.
- Perfeito! - Ele serviu em duas taças um vinho que tirou da adega, rosé é claro. Ele parecia estar preparado para tudo. Ele me entregou a taça e brindou logo que segurei.
- Ao nosso futuro! - Eu sorri.
- Separados. - Completei. Ele bebeu um gole e apontou para uma das poltronas.
- Sente-se, por favor. - Segui a sua orientação. Cruzei as pernas, lembrando o quão exposta eu estava.
- Está desconfortável! - Ele afirmou e imaginei que percebeu pela minha expressão.
- Estou um pouco. - Puxei a saia, que era muito curta, e não cobria muita coisa.
- Que tipo de anfitrião sou? Me de aqui. - Ele pegou a taça da minha mão e me puxou pela mão para acompanhá-lo. Caminhamos até uma escada, do apartamento que era duplex, e descemos a escada. Ele tinha vários quadros na parede, quadros alegres, o que não parecia em nada com a personalidade dele. Entramos em um quarto, muito bem decorado e amplo. Ele deu algumas orientações.
- Nesse armário tem algumas roupas femininas. Acredito que sirva, é tudo novo. - Ele apontou para uma porta. - Aqui é o banheiro, fique a vontade se quiser tomar banho. Te espero lá em cima, só não demore, porque eu voltarei, e aí eu não respondo por mim.
Ele saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. Olhei em volta, decidindo o que faria. Eu sem dúvidas precisava de um banho. Olhei o armário. Tinha diversas peças de roupas, muito lindas, e nunca usadas de forma organizada. Escolhi um conjunto leve, por causa da noite quente, e tomei um banho rápido de chuveiro. Refleti se deveria aproveitar a banheira, mas isso poderia demorar. Escolhi um conjunto de lingerie simples, de algodão. Nada muito sexy, porque o plano era me controlar. As roupas serviram perfeitamente, como se tivessem sido compradas para mim. “Deve ser da garota anterior, a que a Jéssica comentou.”
Depois de pronta, dobrei as minhas roupas e deixei em cima da cama, para quando eu fosse embora.
Subi calmamente as escadas, observando os quadros.
Quando voltei para a varanda, ele também tinha tomado banho. Estava com os cabelos molhados, igual a mim, e só de shorts. O que deu um curto no meu cérebro. O abdomen dele era uma delícia. Ele sorriu para mim.
- Vejo que as roupas serviram, fico feliz.
- Obrigada. - Peguei a taça que ele me estendeu e sentei-me sentindo muito mais a vontade para aquela conversa. Pelo menos eu estava de calcinha e me sentia limpa. - Pronto, podemos conversar.
- Certo. Você vai terminar com ele ou terei que tomar uma providência? - Ele perguntou e o sorriso dele era ameaçador.