Troféu de macho

1296 Words
Depois do chá eu não tinha a menor vontade de ir para casa. Jonas me convidou para ir em uma festa na casa de alguns amigos. Fui com o meu carro seguindo ele deixando claro para os meus pais que eu não tinha hora para voltar. E como eu estava com o Jonas eles não implicaram. Assim que estacionei o carro me arrependi de ter ido. Era claramente uma festa universitária. Dos colegas da faculdade dele. Ele entrou de mãos dadas comigo e comprimentava todos pelo caminho até o jardim que era onde se concentrava a maior parte das pessoas. As meninas estavam com roupas muito curtas e algumas de calcinha e sutiã. E os caras estavam bêbados pelos cantos ou dançando com várias mulheres ao redor. Não era nem de perto tão chocante quanto o lugar que eu tinha ido com a Jéssica, mas eu fiquei bem impactada, porque eram todos muito novos e estava a luz do dia. Assim que chegamos ao jardim um grupo de rapazes comemorou que o Jonas chegou. - Fala cuzã0, demorou hein? - Um rapaz careca com um cigarro na boca falou. - Eventos de família cuzã0! E to aqui agora. - Quem é essa delicinha? - O cara me mediu da cabeça aos pés e eu automaticamente quis socar ele. - Mais respeito brow, ela é diferente de nós, não tá vendo? - Um outro rapaz, com ar mais educado falou. - Ela é minha noiva. Emily. - Os dois abriram a boca ao mesmo tempo, se olharam, me olharam e riram. - Eu to falando sério cara. - Tudo bem, e o que nos garante que uma moça boa pinta que nem essa iria casar com você, um panaca? - O segundo rapaz perguntou. - Meninos, oi. Estou aqui, sabiam? - Eles me olharam como se nunca tivesse falado com uma mulher antes. - Somos noivos mesmo, é recente, não era o plano imediato, mas é a realidade. - Tá certo gata. - Jonas revirou os olhos. - Emy, esses são Caio e Celo, Celo de Marcelo, mas ele odeia o nome dele. - É nome de véio. - Celo falou, acendendo outro cigarro. - Muito prazer rapazes. - Os dois ainda me encaravam. - Emy, prazer. Ainda estou assombrado que esse cara conseguiu conquistar você. - Caio falou, achando que estava me elogiando, ele claramente não sabia da natureza da minha relação com o Jonas. - Nós dois tivemos sorte. - Jonas me mandou um beijo de longe e eu não soube como reagir a isso. Aquele comportamento era novo para mim. Normalmente ele demonstrava algum tipo de carinho quando estávamos sozinhos e hoje mais cedo com as nossas famílias, - Você bebe o que? - Celo me perguntou de forma despojada. - Eu gostaria de uma coca, por favor. - Ele me olhou como se eu tivesse xingado a mãe dele. - Alcoólico, o que você bebe de alcoólico? - Estou dirigindo, então não vou beber. - Bonita e responsável. Você por acaso não tem uma irmã? - Não, sou filha única. - Se o Jonas fizer besteira, estou disponível e sou bem mais legal que ele. - Caio estava dando em cima de mim? - Vamos parar. Ela é minha noiva, Caio. - Jonas ficou nitidamente incomodado. - Vou pegar uma coca, volto já. - Soltei a mão dele e ele pegou de novo. - Vou com você. - Sou bem grandinha já, posso achar um refrigerante em uma festa. - Ele não ficou feliz mas me soltou. Entrei e procurei pela cozinha, a casa era bem bonita embaixo de todos os copos jogados pelos cantos e jovens bêbados e seminus. Observei um casal em um canto, atrás do sofá. Eles estavam em uma pegação forte, aquilo evoluiria rápido para um f0da. Achei a cozinha e para onde eu olhava tinha bebida alcoólica. Levei um tempo até que encontrei uma coca. Me servi e voltei para o jardim. No caminho desviei de um grupo de garotas que me encaravam e cochichavam. Virei os olhos. Se eu tivesse um grupo grande de amigas, com certeza não faria isso. Eu sempre fui muito reservado no colégio. Por ser uma White, as maioria das pessoas se aproximavam de mim por conta do meu status e isso sempre me incomodou. Eu era política, como a minha mãe me ensinou a ser, tratava todo mundo com respeito e fingia simpatia quando necessário. O lado negativo de ser uma White, eu nunca teria um amigo verdadeiro. Uma moça muito bonita, mas extremamente artificial me abordou. - Oi, prazer, sou Stella. - Ela falou sorrindo. Parecia estar sozinha. - E você é? - Emily, muito prazer. - Sorri para ela, porque ela estava sendo simpática. - Certo Emily, você é o novo brinquedinho do Jon certo? - Como é? - Não entendi de primeira a audácia daquela vadi4. - Sim, o novo brinquedinho… a garota que ele tá transando. - Cruzei os braços imediatamente. Eu não sentia amor pelo Jonas nem nada, mas eu não era um brinquedinho, eu era a noiva dele. - Quero te dar um recado: - Não se apaixone, ele sempre faz isso. Aparece com uma garota nova para me fazer ciúmes mas sempre acaba na minha cama de novo. - Desculpe… Stella, certo? Você não entendeu muito bem. - Ela levantou uma sobrancelha tentando parecer ameaçadora. - Eu não te conheço e você não me conhece, e não é de bom tom fazer esse tipo de afirmação. Então, como essa conversa está desagradavel, vou pedir sua licença. - Eu queria socar ela, puxa-la pelo cabelo e bater na borda da piscina, mas a minha educação gritava para que não. - Garota, o que é isso que você está falando? - Ela jogou o cabelo loiro platinado para trás. - Palavras Stella, acredito que me entendeu muito bem. - Me virei e procurei Jonas porque queria ir embora. Ele veio na minha direção e Stella estava atrás de mim. - Ninguém vira as costas para mim quando eu estou falando garota. - Respirei fundo e virei de frente para ela. - Stella, estou mantendo o meu melhor nível de educação, então por favor, respeite isso. - Educada uma ova, você é sonsa mesmo. - Ela falou um tom acima do normal. - Meninas, o que está acontecendo? - Jonas chegou seguido por Caio e Celo. - Essa garota saiu e me deixou falando sozinha. - Ela fez biquinho para ele e ele imediatamente virou os olhos na cara dela. - Emy, está tudo bem? - Ele perguntou me puxando para mais perto para me abraçar. - Sim, tudo ótimo. - Fui para o outro lado, eu iria embora e ele que resolvesse com a menina as pendências deles. - Viu, ela se diz educada mas vira as costas para as pessoas como a vadi4 que é. - Por um segundo eu perdi o controle. Apenas um segundo. E foi o suficiente. Virei e joguei a coca que estava no copo nas minhas mãos na cara dela. Ela gritou imediatamente e todos pararam para rir. - JONAAAS! OLHA O QUE ELA FEZ. - Jonas tinha dado dois passos para trás para evitar ser atingido também. Ouvi em volta exclamações de aprovação e muita conversa solta, alguns elogiando outros comentando a minha atitude. Dei um passo em direção a ela e falei bem perto. - Se quiser usar ele de brinquedinho, fique à vontade. Aqui você pode ter algo com ele, mas no mundo de verdade, eu serei a esposa, é a mim que ele diz que ama. Então, a vadi4 não sou eu. - Olhei para o Jonas que estava estatico. - Estou indo para casa, me avise quando chegar, amor. E segui pelo mesmo caminho que vim.
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