O dia seguinte foi praticamente igual a todos os finais de semana. Jonas chegou pontualmente às 13 horas com seus pais e fingimos normalidade. Os almoços aos sábados eram na nossa casa e o chá dos domingos na casa deles. Era visível a falta de sono na cara de Jonas. Ele havia ficado provavelmente a noite inteira fora. Comemos boa parte do almoço em silêncio, e foi quase suportável. Eu julgava completamente a forma com que o pai de Jonas tratava a madrasta dele, que tinha quase a minha idade. A mãe Jonas havia fugido daquela vida de fachada quando ele ainda era pequeno, e para todos eles diziam que ela tinha morrido. Mas eu sabia que não, que ela deveria estar vivendo feliz em algum lugar do mundo, longe de toda essa nojeira e falsidade. Jonas olhava para a própria madrasta com tesã0, acho que todos notavam, inclusive o pai dele. Então eu julgava mesmo. Ele era hipócrita e nojento. Era uma família composta por pessoas da pior espécie, mas eles eram a salvação da minha família, como minha mãe sempre fazia questão de me lembrar. Eu sabia que faltava muito pouco agora para o almoço acabar, a sobremesa, o drink pós almoço e eu estaria livre para pensar e fazer cara feia.
- Conversei com a Ema e Emily ontem. Garcia, acho que devemos começar a falar dos preparativos do casamento. - Jonas ficou verde e eu precisei de todo o meu controle emocional para não gritar.
- Concordo. Kelly e Ema podem iniciar os preparativos na próxima semana para oficializar o noivado. Faremos um grande evento. A minha assistente já tem tudo planejado em relação às nossas agendas corporativas. Faremos o noivado no final do mês e o casamento em Agosto. - Isso era em 4 meses. Ele queria que casássemos em 4 meses.
- Pai, chegou a pensar que seria muito rápido? - Jonas parecia ter 5 anos..
- Não, vocês estão juntos há muitos anos. O máximo que podem pensar é que a Emily está grávida, e deixe que pensem. Afinal, muito em breve esperamos netos.
Eu queria estar morta. Não pensava em outra coisa. Aquele assunto nunca pareceu tão sério.
- Eu acho maravilhosa a ideia. - O desprezo na voz da Kelly era quase palpável.
- Eu acho um plano muito sólido, Garcia. Podemos tratar dos detalhes depois do almoço, o que acham?
- Vocês resolvem os detalhes, e não economizem, precisamos mostrar a todos que somos uma única família, forte e inatingível. - Eu estava passando m4l. Sentia as pernas tremerem, de raiva, precisava gritar, quebrar alguma coisa. Ninguém falaria que aquilo era uma loucura?
- Garcia, enquanto as nossas senhoras resolvem os detalhes, podemos ir ao Strett. - Eu amava meu pai com todo o meu coração, mas a passividade dele que era potencializada pelo vício me magoava profundamente.
- Enquanto resolvemos os detalhes, e vocês saem, vocês dois, tratem de ficar juntos. - A minha mãe estava alta já, mas mantinha as aparências como ninguém. - Emily, suba com Jonas e assistam algo no seu quarto, ou saiam e sejam vistos juntos. Postem fotos nas redes sociais e namorem. Entenderam.
- Sim. - Falamos em uníssono.
Depois de algum tempo, Jonas e eu ficamos sozinhos.
- O que você quer fazer?
- O que você quiser. - Eu queria que ele sumisse, eu queria matar ele, para não ser obrigada a casar com ele.
- Não quero fazer nada. - Subimos para o meu quarto, e ele ficou um tempo avaliando o ambiente. Eu sentei no sofá e peguei um livro para tentar me distrair. Ele sentou ao meu lado e ficou mexendo no celular. Eu forcei a leitura para fingir que ele não estava ali, mas era quase impossível, o perfume dele era forte e enjoativo.
- Emily, você quer casar? - A pergunta me pegou de surpresa, levei um tempo para responder, afinal eu não queria, mas não sabia o que ele faria se eu fosse completamente honesta.
- Eu não queria casar tão rápido. Nós nem sabemos se temos quimica. - Era verdade. Trocamos poucos beijos e contatos físicos durante nossa relação, eu não gostava dele particularmente mas achava ele bonito e ele era gostoso. Mas eu era virgem, então não sabia muito bem o que significava quando pensava que tinha algum tipo de atração por ele.
- Eu concordo. E a química é fácil de resolver.
- O que você quer dizer com isso?
- Vamos tr4nsar. Talvez isso seja algo que tenhamos em comum. - Ele propôs como se me convidasse para tomar um sorvete.
- Não acho que seja fácil assim.
- Considere, porque afinal, ficaremos juntos para o resto das nossas vidas. E nossos pais esperam herdeiros. - Ele estava mesmo falando sério.
- Eu sou… - Fiquei vermelha com certeza, senti o rosto esquentar e desviei o rosto para disfarçar.
- Eu sei. É melhor perder a virgindade comigo, não acha?
- Não sei. - Considerei isso por um momento. E se fosse bom? Quem sabe eu poderia começar a gostar dele de verdade, e ele poderia me tratar com o mínimo de respeito. Parecia ser uma ideia segura. - Como começamos algo assim? - Perguntei honestamente, afinal ele deveria saber.
- Podemos tentar, se você quiser. - Ele me olhava profundamente nos olhos. Eu soube como aquilo ia terminar.
Ele tirou o livro da minha mão, jogou meu cabelo loiro para trás e apoiou a mão na minha nuca. Senti um calor diferente subir, eu estava ansiosa, ansiosa pela ideia de me entregar a alguém. Ele me beijou, primeiro devagar, de forma mecânica, como todos os nossos outros beijos.
- Relaxe Emily, deixe o seu corpo te guiar. - Ele sussurrou em meio ao beijo. Quando retomamos o beijo foi diferente. Eu tentei parar de pensar o que tudo aquilo significava. Retribui com vontade, afinal, meu corpo estava acendendo pouco a pouco. Ele passou o braço pelas minhas costas e me puxou para o colo dele, e isso me deu liberdade de enlaçar o pescoço dele com os braços. O beijo estava muito gostoso, ele investia a língua dele na minha com calma e força. Ele mordiscou meu lábio levemente e isso refletiu diretamente na parte mais sensível do meu corpo. Senti um choque forte na minha buc3ta. Agora eu não tinha dúvidas, iria até o fim. Puxei ele para mais perto e nos beijamos por mais algum tempo, ele deslizava as mãos pelas minhas costas e pescoço e isso dava ondas de prazer por todo o meu corpo. Levantei e tranquei a porta, que estava completamente aberta. Quando me virei ele estava tirando a camisa. Ele tinha um corpo malhado e forte para alguém de só 19 anos. E pela primeira vez eu o vi como homem de verdade.