▪︎MARISA HERNANDEZ▪︎

3838 Words
"O tempo é algo muito precioso, e os anos ensinam coisas que os dias nunca souberam. Siga sua felicidade, e o universo vai abrir portas para você onde só havia paredes. Dizem que um sempre ama mais. — Ah! Meu Deus! Como eu queria que não fosse eu!" (Encontro de Amor) ▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎♡▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎▪︎ Capítulo 1 Minnesota/Estados Unidos Dias atuais... Reunião Energencial de Departamento da TCM (Technology Company Marshall) — Pessoal sinto-lhes informar que nossa empresa diante da crise mundial está sofrendo grandes problemas financeiros. E por esse motivo necessitamos reduzir o nosso quadro de funcionários em torno de 40%. — Liz, a gerente geral, falava francamente com todo grupo de funcionários, quando Marisa empurra a cadeira para trás do seu corpo e posiciona as mãos sobre a mesa à sua frente, tentando compreender o que não tinha mais explicação. — O quê? Vocês irão demitir 60% dos funcionários? Isso quer dizer que serão mais de quinhentas pessoas desempregadas nessa cidade e mais de duas mil pessoas sofrendo. Estão felizes com isso? Marisa fala furiosa e todos os colegas que a anos trabalham lado a lado com ela, a olham surpresos com sua atitude destemida. Liz ajeita seus óculos de grau com uma das mãos e enquanto organiza os papéis sobre a vasta mesa de vidro afirma o que todos não queriam ouvir. — Ninguém está feliz com tudo o que está acontecendo por aqui Marisa, mas essa é a única alternativa que encontramos para manter todos os ordenados de vocês e de mais alguns funcionários em dia. Se prolongarmos essa situação seremos obrigados a decretar falência e isso será muito pior para todos nós. E vocês seriam obrigados a nos colocar na justiça do trabalho para quem sabe depois de longos três ou quatro anos conseguirem receber. A insatisfação de Marisa era notória, diante de todos os funcionários ela sempre foi a única que nunca baixou a cabeça para seus superiores e que sempre lutou pelo bem estar de todos os seus companheiros de trabalho. Além é claro de tentar garantir o reconhecimento e os benefícios que considerava justo para todos. Seu modo destemido de ser, já era muito conhecido por Liz, que por diversas vezes tentou fazer de tudo para demiti-la, mas infelizmente nunca conseguiu, já que Marisa era a melhor funcionária da empresa, consequentemente a que gerava mais lucros, conquistava mais clientes e que aumentava ainda mais a fortuna dos Marshall. Os mesmos Marshall que agora a dispensavam sem nenhuma consideração. Marisa estava trêmula, porém não poderia demonstrar isso perante Liz, pois seria o mesmo que decretar a sua derrota e isso ela não faria jamais. — Então quer dizer que é assinar esse documento ou lutar na justiça pelos nossos direitos Liz? — Isso mesmo Marisa! Assinam esse aviso prévio ou então infelizmente sairão com as mãos vazias. — Liz fala com um certo sorriso de satisfação na voz e isso deixava Marisa ainda mais furiosa "Esa perra desgraciada me pagará." (Essa vaca desgraçada vai me pagar.) Marisa pensa enquanto tomava fôlego para enfim dizer tudo o que estava engasgado em sua garganta, desde o início dessa maldita reunião. Já que estava decretada a sua demissão, ela não teria nada a perder, então esse era o melhor momento para jogar aos quatro ventos toda a sua indignação pelo modo nefasto que esses malditos Marshall estavam tratando à todos que doaram anos de suas vidas para manter essa maldita empresa entre as primeiras do mercado internacional de tecnologia. — Vocês são uns desgraçados. Malditos! Como podem tratar a todos nós que doamos anos das nossas vidas para essa maldita empresa dessa maneira? — De qual maneira Marisa? — Liz fala tranquilamente enquanto entrega as folhas para serem distribuídas entre os funcionários e Marisa estava a ponto de estrangular aquela desgraçada como se fosse uma galinha prestes à ser degolada — Como se fossemos una basura! Um lixo! — Marisa bate na mesa com força e seu grito é tão forte que era possível ver as veias de seu pescoço saltarem Liz coça a sobrancelha esquerda com as pontas dos dedos e fala tranquilamente. — Compreendo a sua indignação Marisa, mas também sou uma funcionária assim como você e estou aqui apenas para repassar o que foi decidido na reunião da diretoria. Portanto, não me olhe dessa maneira como se quisesse me estrangular, porque não tenho culpa de absolutamente nada. Como sempre Liz tinha o dom de tirar a paz e deixar Marisa fora do eixo, mas ela tinha grandes esperanças de um dia as coisas inverterem e em uma das curvas da vida elas se cruzarem, e aí sim Liz aprenderia a sua lição — Você assim como todos os acessores dessa maldita empresa tem culpa de absolutamente tudo. Se soubessem como administrar esse negócio e ouvissem os funcionários nada disso estaria acontecendo. Nem ao menos sabemos quem é o verdadeiro dono dessa empresa, apenas conhecemos as siglas TCM. O que isso significa? Todos caímos na merda? Todos riem na sala e Marisa permanece imóvel soltando fogo pelas ventas. — Não Marisa, TCM significa Technology Company Marshall. — Marshall? Esse é o sobrenome do dono da empresa? O mesmo Marshall que está se candidatando para governar o nosso estado? Isso só pode ser uma piada de muito m*l gosto. — Marisa fala enquanto passava aos mãos no rosto que já estava suando, por tamanho nervosismo que sentia — É ele mesmo Marisa. E não! Isso não é uma piada, essa empresa foi fundada pelo pai do atual candidato ao governo de Minnesota, portanto ele como herdeiro não quer dar continuidade ao negócio da família, por essa razão vendeu as suas ações e os acionistas maioritários decidiram diminuir o quadro de funcionários. Simples assim! Seu corpo não suporta tais notícias, e Marisa cai sentada na cadeira que havia atrás dela, estática, enquanto ouvia tudo aquilo sentindo seu coração saltar e ao mesmo tempo diminuir o ritmo quando se lembrava da família que necessita dela para sobreviver. Agora sem emprego e recebendo muito menos do que o esperado tudo ficará ainda mais difícil. Com a mãe sanfenada à três semanas e um filho de dez anos para sustentar, ela se vê num beco sem saída. O suor que antes era quente, agora está gelado, assim como o seu coração. Ela não sabia o que fazer e menos ainda como daria essa notícia para sua família. Desempregada justamente agora? O que ela faria? A quem iria recorrer? A reunião com a chefe do departamento terminou e Marisa permaneceu sentada no mesmo lugar com as mãos sobre a cabeça pensativa. Mas, volta a si instantes depois que sua amiga Jodie, que também fora demitida toca em seu ombro. — Amiga, vamos! A reunião já terminou e aqui está a sua ficha para entregar o aviso prévio no RH. Marisa examina a ficha minuciosamente e sente um frio na espinha, ao confirmar que tudo era real e ela realmente estava a ver navios. — Ai Jodie, não tenho nem ao menos forças para ir embora. Não sei como vou conseguir dar essa notícia para minha mãe e o Max. — Amiga fique calma que tudo dará certo. Deus nunca nos desamparou e não será agora que Ele fará isso. Estamos todas com os nervos à flor da pele e não conseguiremos nada nos desesperando. Essa porta se fechou para nós, mas outras melhores vão se abrir. Precisamos ter fé. Jodie abraça Marisa que recai sua cabeça em seu ombro chorando desesperadamente. Ela já passou por tantas dificuldades desde que chegou nos Estados Unidos e apenas em Minessota conseguiu enxergar uma luz no fim do túnel e aos pouco foi reconstruindo a sua vida que fora devastada em Cuba. E agora, depois de cinco anos e quando ela imaginava que tudo estaria bem acontece justamente isso. Ela perde o único emprego que lhe pagava consideravelmente bem. Os anteriores não chegavam nem a metade do que as empresas Marshall ofereciam aos seus empregados, além das bonificações mensais que ofereciam àqueles que tinham melhores rendimentos. E agora? O que ela deveria fazer diante dessa situação? Como conseguiria colocar comida na mesa? E como pagaria a dívida feita ao banco, para a cirurgia da sua mãe? Marisa respira fundo e sai da sala de reuniões amparada pela sua amiga Jodie, que apesar de também ter sido demitida, não estava numa situação tão difícil quanto de Marisa. Primeiro porque ela tinha um pequeno negócio on line, vendia produtos eróticos que lhe davam uma boa renda extra, e segundo, porque era solteira, sem filhos, tinha uma casa própria e não necessitava sustentar ninguém além dela mesma. — Marisa podemos tentar trabalhar juntas. O que acha de ser minha modelo? — Jodie fala tentando dar um pouco de esperança para a amiga — Hã? Modelo? De que? De vibradores e lingerie comestível? Não é desfazendo do seu negócio, mas eu não me enquadro nesse tipo de trabalho amiga. — Porque não? Você é jovem, lindíssima, tem um corpo super bonito e esse rosto... parece até uma perfeita bonequinha de luxo. Ouça o que eu lhe digo, você ganharia muito dinheiro como modelo fotográfico. — Jodie diz confiante — Já tenho preocupações demais para encontrar mais sarna para me coçar. — Marisa fala desmotivada — Porque diz isso? — Já parou pra pensar o que meu filho diria ao me ver usando roupas sensuais e demonstrando produtos eróticos? Ele teria vergonha de mim. E ter o desprezo do Max seria o mesmo que a morte. Esquece Jodie, vou dar um jeito de conseguir outro emprego e arcar com os compromissos lá de casa e também com o banco. — Você quem sabe amiga. Mas se mudar de ideia a proposta ainda está de pé. — Tá certo. Obrigada! Marisa terminou seu expediente e foi para o vestiário se trocar. Ela teria exatamente um mês para encontrar outro trabalho e assim conseguir arcar com as dívidas. Enquanto terminava de se arrumar uma lágrima rola no canto do seu rosto, era por preocupação, angústia e medo de passar o mesmo que em Cuba. Foram tempos muito difíceis e amargos que ela não gostaria de voltar a sentir. Seu desespero era nítido em todos os seus gestos, por alguns instantes até cogitou a possibilidade de aceitar a oferta de posar para a amiga Jodie, mas ao fechar os olhos e lembrar do sorriso do seu filho essa ideia desapareceu no ar como fumaça. Ela tranca seu armário que muito em breve estaria vazio. Coloca sua mochila bege nas costas e segue para a saída do prédio. Bate o cartão de ponto, se despede de alguns companheiros que encontra pelo caminho e segue para o ponto de ônibus que ficava a cinco minutos do luxuoso prédio Marshall. "Requintado e prestigiada família Marshall. Grande merda! Se todos soubessem o que acabou de acontecer por trás desses vidros espelhados, tenho certeza que esse bosta do Cristhian Marshall não estaria concorrendo a essa vaga de governador e menos ainda estar a frente de todas as pesquisas. Desgraçado!" Marisa pensa enquanto observa o outdoor gigantesco de campanha que havia em frente ao prédio e gotas d'água, que anunciavam uma chuva, caem no seu rosto. — Ai que ótimo! Tinha que começar a chover justamente agora? Em poucos segundos uma forte chuva desaba no céu de Minessota. Marisa apressa o passo na tentativa de chegar o mais rápido possível ao ponto de ônibus e se abrigar. Quando enfim consegue chegar é surpreendida por um carro em alta velocidade que joga água por todo o seu corpo a deixando completamente ensopada. — Bastardo! Tu me pagas hijo de p**a! (Desgraçado! Você me paga filho da p**a!) Ela aperta os olhos e grava os números da placa do carro. Sempre teve uma excelente memória, além de ser ótima com números e sabia usar as suas habilidades muito bem quando necessário. Estava certa de que talvez seria praticamente impossível rever o motorista, mas com uma boa pesquisa na internet conseguiria descobrir quem era o dono do veículo e assim tirar satisfações pelo que aconteceu. Apesar que o que ela menos desejava era perder tempo com um i*****l qualquer, que não sabe dirigir em dias chuvosos. Ela só queria uma solução ou que todo o seu péssimo dia não passasse de um sonho r**m. Minutos depois o ônibus chega, Marisa sobe e em menos de uma hora chega em casa. Ao abrir a porta é surpreendida por um abraço apertado do filho e um sorriso da mãe que puxa o braço da filha a levando até a cozinha mostrando a grande novidade. Marisa arregala os olhos assustada quando vê uma geladeira impecável instalada ao lado da pia. — Mamãe, o que significa isso? — Marisa pergunta retirando a mochila das costas e colocando em cima da cadeira — Não reconhece mais um refrigerador minha filha? — Soledad pergunta curiosa estranhando a atitude da filha — Eu... Eu... Preciso de um telefone agora! Urgente! — Mas pra que Marisa? O que você tem minha filha? Pra quem você está ligando? — Para a loja onde a senhora comprou essa geladeira. — Marisa duscava o número saindo da cozinha e sua mãe a seguia espantada — Mas pra que minha filha? Ela está funcionando perfeitamente. — Pra devolver e desfazer essa loucura que acabou de cometer. — Marisa fala alto assustando a mãe — Loucura? Como assim filha? Foi você mesma quem autorizou a compra desse eletrodoméstico. E agora reage assim? Não compreendo nada. — Isso foi antes mamãe... — Marisa fala apreensiva "¡Mierda! Ellos no contestan. Voy a tener que ir directamente a la tienda para deshacer esta locura" (Merda! Não atendem. Vou ter que ir diretamente na loja desfazer essa loucura.") — Marisa pensava alto e perde a paciência quando sua mãe a segura pelo braço — Antes de que Marisa? Estás louca minha hija? — Antes de eu ser despedida... DEMITIDA!... - Marisa grita encarando a mãe que engole em seco e gagueja na hora — De.mi.ti.da? — Isso mesmo! DEMITIDA! ESTOY EN LA CALLE, SIN TRABAJO, SIN DERECHOS... (ESTOU NA RUA, SEM EMPREGO, SEM DIREITOS) E AINDA FUI OBRIGADA A ACEITAR OS TERMOS DOS MARSHALL, OU CASO CONTRÁRIO SAIRIA SEM UM CENTAVO NAS MÃOS. — Marisa grita e desaba no sofá com as mãos sobre a cabeça desolada Ela ainda tinha alguma esperança da mãe conforta-la, assim como sua amiga Jodie tentou fazer, mas não, ao invés disso Soledad ataca a filha sem um mínimo de consideração, o que faz Marisa ficar ainda mais fora de si. — Ai meu Deus! O que foi você aprontou dessa vez Marisa? Será que não percebe que esse seu jeito arredio dificulta as coisas? E que você deve agir como empregada e não como patroa? — Porque ao invés de me apoiar a senhora sempre tem que dizer que tudo que nos acontece de r**m é minha culpa? Porque mamãe? Que m*l eu lhe fiz para me odiar tanto? — Marisa fala enquanto lágrimas rolavam pelo seu rosto — É não é? Estoi a mentir? Por sua culpa não saímos fugidas de Cuba e viemos parar nesse lugar? Largamos tudo porque você se envolveu com o narcotraficante do Cartel mais procurado de Cuba e se não bastasse engravidou daquele marginal. Soledad num excesso de raiva joga toda sua fúria em cima de Marisa e sequer percebe a presença de Max, que até o momento imaginava que seu pai havia morrido num acidente de trânsito. Pois Marisa nunca quis jogar nas costas do filho a culpa por um erro que foi apenas seu. Marisa olha para a mãe com uma raiva descomunal e se não fosse sua mãe teria lhe dado a lição que tanto merece. Ela olha para o lado e tenta impedir que o filho saia correndo para o quintal, subindo as escadas em direção a sua casa da árvore. Onde sempre se abrigava nos momentos que se sentia só. — Filho! MAX... MAX... SATISFEITA MAMÃE? MAX FILHO... FILHO... — Marisa dá passos para encontrar o filho, mas ouve algo vindo da mãe, que a deixa furiosa — Uma coisa é certa Marisa você precisa encontrar outro emprego o quanto antes ou caso contrário darei um jeito do pai do Max saber do filho e assim arcar com suas responsabilidades como progenitor. — Isso nunca! MAX é meu filho! Só meu! Para ele o pai está morto e assim vai continuar, morto! E se alguém tentar atrapalhar a vida do meu filho eu passo por cima sem piedade. Entendeu Soledad Hernandez? — Marisa grita com toda a força que existia em seus pulmões — Até mesmo da sua própria mãe? — Soledad pergunta assustada — SIM! ATÉ MESMO DA MINHA PRÓPRIA MÃE! Marisa sai da sala batendo a porta com força indo ao encontro do filho que estava sentado no cantinho do seu refúgio, como ele chamava a casa na árvore que havia construído com a ajuda da mãe. Sua cabeça estava escondida por entre as pernas e suas mãos cruzadas o impediam de ver quem se aproximava. Ao perceber que era sua mãe corre para abraça-la chorando muito. Marisa o abraça com tanta força que parecia que o mundo estava prestes a acabar. Afaga seus cabelos e beija várias vezes a sua cabeça. — Tudo vai ficar bem meu amor, tu mamazita (mãe) está aqui e juntos somos mais fortes. Lembra? Max levanta a cabeça olhando para Marisa e entre soluços fala: — Eu quero saber tudo sobre o meu papá (pai) mamazita (mamãe). É verdade o que a minha abuelo (vó) falou? — Fijo eu... — Marisa tenta falar, mas Max a interrompe entre soluços — Eu não sou guizo (bobo) mamazita (mamãe), tu me ensinou que sempre devemos dizer la verdad (a verdade). ¿Mi papá está vivo o muerto? Marisa pigarreia tentando evitar essa conversa, mas era impossível enganar Max. Ele era muito inteligente e a frente da sua idade, já havia sido diagnosticado como super dotado. Portanto, o que ela menos conseguiria era engana-lo com suas frases feitas. Ela respira fundo vira de frente para o filho e segura com as mãos em seu rosto. Olha no fundo de seus olhos âmbar, que estavam vermelhos por conta das lágrimas, solta um ar pesado pela boca e enfim responde: — Sí. Tu padre está vivo, hijo mío. (Sim. Teu pai está vivo meu filho.) — ¿Es cierto que es parte de un cartel en Cuba? (É verdade que ele faz parte de um cartel em Cuba?) — Hijo.... (filho) — Marisa sente uma pontada no meio do peito ao ouvir essa pergunta e começa a lembrar de tudo o que passou até conseguir fugir de Cuba, na tentativa de evitar sofrimento para o filho. E agora, justamente o que ela tanto tentou evitar e menos imaginava estava acontecendo, Max saberia de toda a verdade do seu passado que tanto tentou esconder. — Dime la verdad mamá. Necesito saber toda la verdad. Por favor, no me niegues esto. (Me diga a verdade mamãe. Eu preciso saber de toda a verdade. Por favor não me negue isso.) — Si hijo. Tu padre es el jefe del Cártel La Sole y por él salimos de Cuba prófugos, hijo mío. Todavía estabas en mi vientre con solo un mes de edad, y tan pronto como supe que estaba embarazada, corrí, corrí y me escondí lo más que pude para que nadie nos encontrara. No quería que nacieras y crecieras para ser como él... Como tu padre. Por eso mentí diciendo que murió, todo para protegerte. Todo lo que hice fue por ti, hijo mío. (Sim filho. Teu pai é o chefe do Cartel La Sole e por culpa dele saímos de Cuba fugidos meu filho. Você ainda estava na minha barriga com apenas um mês, e assim que soube que estava grávida eu corri, fugi e me escondi o máximo que pude para que ninguém nos encontrasse. Eu não queria que você nascesse e fosse criado para ser como ele... Como o seu pai. Por isso eu menti dizendo que ele havia morrido, tudo isso para proteger você. Tudo o que eu fiz foi por você meu filho.) A cada palavra que Marisa dizia, um aperto no meio do peito e uma dor na alma a encontrava com força. Max a abraça apertado, em prantos e com muito medo fala: — Eu não quero conhecer esse hombre mamazita, não quiero... Não quiero... Não quero ter como padre um bandido. — Max falava desesperado chorando sem parar e Marisa o abraçava ainda mais apertado, como se com isso conseguisse fazer o mundo parar — Fique calmo meu filho, nada de r**m vai te acontecer meu amor. Eu estarei sempre contigo e para sempre meu filho. — Eu não tenho pai, nunca tive e assim quero que continue sendo mamãe. Ele nunca me fez falta e agora menos ainda. — Max fala fungando e Marisa acaricia seus cabelos pretos lisos e brilhantes que o deixavam com um rosto ainda mais angelical — Assim será meu filho. Agora venha e me dê um abraço bem apertado meu amor. Aquele abraço que faz o mundo parar. — Marisa fala o apertando forte — O abraço de urso mamãe? — Max pergunta erguendo seu rosto e sorrindo com seu olhar que tanto encantava Marisa — Isso mesmo! O abraço de ursooooo! — Marisa grita e o aperta forte mordendo fraco cada parte do meu rosto e assim diminuindo toda a tensão que existia em momentos atrás — Ahhhhh mamãe... Tá me sufocando! — Max gritava enquanto tentava se esquivar do aperto da sua mãe — Eu te amo meu amor e sempre vou estar com você. — Marisa fala carinhosa com seu rosto encostado no ombro do filho — Eu também te amo mamãe. Obrigada por tudo o que já fez por mim. — Max fala segurando com suas mãos pequenas por entre os braços de Marisa, e ali se aconchega como se fosse o seu refúgio e assim pudesse ficar longe de todo mal Marisa continua abraçada à Max como se desejasse que o mundo terminasse naquele instante. Ela recosta seu corpo na parede de madeira da casa, coloca Max no meio das suas pernas e deita sua cabeça em cima da sua barriga. Acaricia os cabelos dele enquanto cantavam músicas de Cuba que Max amava. Ali ficaram pelo restante da madrugada e abraçados adormeceram sem perceber. [...] O dia amanhece e Marisa sequer perceberia se não fosse pelo toque insistente do seu celular, que por ventura estava dentro do bolso da sua calça jeans. Marisa apoia a cabeça do filho Max no seu colo e atende o celular para receber a notícia que ela jamais poderia esperar ouvir tão cedo e que fez renascer dentro de si uma fagulha de esperança. Continua...
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