Histórias de Possessive

Parte 1 Bryan - Prólogo

Diana

Eu era uma mulher feliz, cheia de sonhos, amada pelos meus pais Rafael e Ivana, os dois já tinham uma idade avançada quando conheci meu marido, todos pensamos que ele cuidaria de mim... que idiotice!

Christopher sempre me chamava de minha joia, dizia que em toda a sua vida ele jamais conseguiria algo de valor maior do que eu, prometeu a lua e as estrelas, a felicidade plena que qualquer mulher sonha e eu caí em sua teia de mentiras.

Em um dia que voltei da escola mais cedo, levei uma das encomendas de minha mãe a um hotel de luxo da cidade. Estava prestes a completar meus dezoito anos, pouco depois de finalizar o ensino médio.

O lugar era incrivelmente lindo, lustres reluzentes, uma decoração toda em mármore escuro com dourado, lembro-me de pensar que as pessoas da alta classe viviam muito bem, que tinham vidas perfeitas, eu não podia estar mais errada.

Me indicaram que eu deveria levar o vestido até a suíte presidencial, que já tinham deixado minha entrada liberada.

Todo aquele luxo era de fazer até os menos humildes ficarem perplexos, um rapaz passou um cartão no elevador, e este, me levou até a cobertura.

Dei algumas leves batidinhas na porta, quando ninguém atendeu, bati novamente, mas com um pouco mais de força. Já estava cansada de esperar quando a porta se abriu.

Eu não estava preparada para a visão que meus olhos estavam prestes a contemplar, um homem incrivelmente bonito abriu a porta, estava apenas com uma toalha ao redor da cintura, os cabelos loiros desgrenhados estavam pingando, algumas gotas caiam das pontas dos fios e desciam por seu tórax bem definido.

Eu perdi completamente o dom da fala, minha boca se abriu em um O que eu não conseguia fechar. Desviei o olhar depois do que pareceu uma eternidade sentindo as maçãs do meu rosto arderem de vergonha, eu provavelmente estava ferozmente corada.

Vai ficar aí na porta feito uma estátua ou vai entrar? – Me perguntou em um tom bem-humorado, deu para sentir que estava rindo de mim.

– Posso aguardar até que o senhor se vista, eu não me importo de esperar um pouco aqui do lado de fora. Eu já esperei bastante, aguento mais alguns minutos. – Retruquei ainda com o rosto virado, olhando para qualquer lugar que não fosse aquele pedaço de mau caminho.

– Pode entrar, vou me vestir no closet. – Disse me dando passagem.

Eu entrei, sentindo os olhos dele em mim, estava completamente desconfortável com a situação, para não dizer que sou completamente desentendida quando o assunto é homem, eu dei alguns beijinhos a alguns meses atrás, mas quando o safado tentou me passar a mão, quebrei o nariz dele.

– Pode se sentar à vontade, eu já volto para acertar com você, só um momento.

Ele sumiu para dentro do closet da suíte, enquanto eu observava toda a ostentação daquele lugar, era de cair o queixo, eu provavelmente nunca mais iria colocar meus pés em um lugar tão luxuoso, as paredes tinham tons claros, os moveis eram modernos e aparentemente muito caros, pinturas, bustos, vários outros enfeites por todos os lados, mas sem perder a elegância.

Não demorou muito para que o homem do corpo de demônio voltasse. – Aqui está o dinheiro, creio que eu não precise verificar, sei que a estilista nunca decepciona.

Pela primeira vez olhei em seus olhos, o que vi me deixou ainda mais bagunçada, seus olhos eram os mais profundos e quentes que já havia visto, me causou um reboliço no ventre que nunca experimentei na vida, ele ainda não estava completamente vestido, tinha posto apenas a calça, o que ainda nublava meus pensamentos. Limpei a garganta e encontrei a voz.

– Sim, minha mãe nunca entrega nada que não seja de qualidade, muito obrigada pela compra senhor, tenha um bom dia. – Queria sair rápido dali, não estava conseguindo pensar direito.

– Espere. – Disse segurando meu pulso quando me virei para sair, seu toque em minha pele causou uma descarga elétrica por todo meu corpo, que eu poderia jurar que estava tão aceso quanto um farol. – Qual o seu nome? – Perguntou com um sorriso descarado no rosto.

O olhei profundamente nos olhos, que talvez transparecessem todo o meu desconforto, pois ele soltou meu pulso imediatamente. – Diana. – Respondi erguendo o queixo e tentando controlar minhas emoções confusas por aquele estranho.

– É um prazer Diana, sei que estou sendo indiscreto, não quero te assustar, mas também não quero perder a oportunidade de lhe dizer, você é linda. – Um sorriso largo e sensual apareceu em seu rosto.

Meus olhos quase saltaram das orbitas, o homem é direto, sem enrolação, senti meu rosto esquentar novamente, meu coração acelerar, eu nunca tinha reagido assim a elogios. – Obrigada, tenho que ir, tenha um ótimo dia senhor.

Ele ia dizer algo mais, mas uma mulher saiu de dentro do banheiro, também enrolada apenas em uma toalha, pelo visto deve ser mania de rico fazer isso.

– Quem é você? – A pergunta direcionada a mim veio num tom de quem não estava de bom humor, seus olhos de águia lançando punhais em minha direção.

– Eu vim apenas fazer a entrega do vestido, já estou de saída, tenham um bom dia, com licença. – Aproveitei a deixa da mulher para me retirar, me virei ainda sentindo que ele me observava.

Foi a partir deste momento que Christopher começou a me procurar com frequência, todos sabiam como encontrar minha mãe, era fácil, então ele estava sempre me rodeando, foi nos últimos dias de aula na escola, em casa, sempre com flores, bombons, cestas de café da manhã, uma infinidade de coisas.

Depois de muita insistência, muitos pedidos, eu aceitei sair com ele para jantar, meu aniversário de 18 anos estava bem próximo.

Durante nosso primeiro jantar ele me pediu em namoro, eu aceitei, ele era um príncipe, gentil, atencioso, meus pais o adoravam, e eu também estava encantada.

Ele me preparou uma enorme festa de aniversário, com direito a muito luxo, um pedido de namoro formal aos meus pais, todos os meus amigos presentes, parecia até um conto de fadas. Ele era perfeito, sabia mentir bem, cegou a todos nós, principalmente a mim, que durante o ano seguinte, namorei, noivei e me casei, aos 19 anos de idade, sem ter vivido nada.

Se eu pudesse voltar no tempo...